Sexta-feira, 18 de Julho de 2008

JEOCAZ LEE-MEDDI - STANISLAS KALIMEROV (UM ENSAIO)

 

 





Conheci Stanislas Kalimerov em Lisboa, em 1993, através de alguns amigos comuns. Instantaneamente nasceu entre nós uma amizade fraterna e cheia de aventuras pelas ruas de Lisboa.
Stanislas Kalimerov é um grande fotógrafo nascido no sul da França, filho de pais ucranianos, mas de uma cultura gaulesa indiscutível. Nossa amizade foi travada no período de produção das fotografias que iriam compor a excelente exposição A Última Cena – Um Olhar Português (Lê Denière Scène – Un Regard Portugais) e eu escrevia o romance Fatal – A Hora Azul.
Foi uma época de criatividade fundamental para os dois. Época em que vivemos paixões fugazes e essenciais para a nossa formação emocional. Assistimos aos desatinos e armadilhas da paixão que cada um viveu nas noites lisboetas. Entre um romance e outro acompanhei a produção da exposição, desde os modelos que para ela posaram (alguns meus amigos pessoais) à elaboração dos textos feita pelo poeta Al Berto, de quem me tornei amigo.
Foi numa fria tarde de fevereiro do inverno europeu que posei para as lentes do Stanislas, no ensaio que resultou nas fotografias aqui expostas. Foram feitas na praia da Fonte da Telha. Nesta tarde falamos dos nossos projetos, ele o da exposição e eu o de escrever um romance. Foi nesta tarde que Stanislas me falou da Hora Azul, aquele momento de transição entre o dia e a noite, que se dá um minuto de silêncio entre os seres do dia e os seres da noite. Um único minuto! É a Hora Azul! Naquele instante a idéia do meu romance nasceu. Disse ao Stanislas que quando escrevesse o livro e o publicasse, usaria uma das fotografias daquele ensaio na sua capa. Um ensaio que ainda só existia na objetiva.
Assim correram os dias... Stanislas a preparar a exposição e eu a escrever o meu livro. No dia 18 de março de 1995 escrevi a última linha do romance Fatal – A Hora Azul. No 27 de outubro de1995 foi inaugurada a exposição A Última Cena – Um Olhar Português (Lê Denière Scène – Un Regard Portugais), no Convento dos Inglesinhos, em Lisboa.
A exposição foi um sucesso e o romance um livro premiado. Muitos anos se passaram, mas o momento exato da idéia do romance foi registrado nas fotografias de Stanislas Kalimerov.
Meu amigo aqui fica a minha homenagem. O ensaio feito entre o crepúsculo e o pôr do sol naquele domingo de fevereiro de 1994, quando vivíamos a Lisboa capital européia da cultura e o auge do nosso ludismo.
O trabalho de Stanislas Kalimerov pode ser visto em seu site:


http://www.stanislas-kalimerov.com/
publicado por virtualia às 17:16
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Sexta-feira, 11 de Julho de 2008

VIRTUÁLIA - CONVITE AO MANIFESTO

 

 
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No ápice de um mundo contemporâneo, globalizado e digitalizado, muito já se foi dito, muito há o que se falar. Muito mais o que se registar. A informação é rápida, instantânea, nasce, propaga-se e morre com a mesma intensidade de um relâmpago no céu. Começar um blog é quase que começar um diálogo com o imprevisível, com a surpresa de quem está do outro lado. Um manifesto contemporâneo, um manifesto quotidiano de um século incipiente e movido pelas emoções banais e virtuais das comunicações.
Este blog vai ser escrito em uma linguagem directa, mas elegante. Terá as portas abertas para todos aqueles que dele necessitar para informar, acrescentar e traduzir o quotidiano. Sucumbir o marasmo do seu potencial escravista.
Nos dias de hoje classificamos tudo, os amigos, a família, as cidades, os sentimentos. Eu tenho amigos que por exigência performativa, posso classificá-los em:

Amigos da Geração 25 de Abril
Amigos das pós cavaquismo 

Amigos da Geração pós União Europeia
Amigos da Geração pós Expo 98

Cada um traz uma faixa etária e uma visão de vida que faz de nós um arquivo inconfidencial e exposto aos erros e acertos da história recente deste país e do mundo.
VIRTUÁLIA é isto, um conjunto de textos classificados por temas: POLÍTICA, MEMÓRIA, CULTURA, PERSONALIDADES, LITERATURA, DESATINOS, etc. Independentes de credo religiosos ou ideologias, se é que elas existem numa época que já caiu o muro de Berlim e impérios se desfizeram ao pó das dialécticas.
Convido-os para um café virtual. Uma tertúlia informal e sem dialécticas. Entre, clique, leia, escreva, opine. A casa é sua.
Bem-vindos à VIRTUÁLIA!

Por Jeocaz Lee-Meddi

 
publicado por virtualia às 00:28
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