Sábado, 31 de Janeiro de 2009

OS MESES DO ANO - AGOSTO

 

 
Agosto é o mês das férias dos habitantes do hemisfério norte, das tradicionais festas religiosas, cuja origem eram as festas pagãs da Europa pré-cristã. Agosto é popularmente conhecido no Brasil como o mês do cachorro louco. Mês de verão no hemisfério boreal e de inverno no hemisfério austral.
Oitavo mês do ano do Calendário Gregoriano, possui 31 dias. Agosto tem o seu nome derivado do imperador romano Caio Júlio César Otaviano Augusto (Gaius Iulius Caesar Octavianus Augustus). Quando Júlio César mudou o antigo Calendário Romano, instituindo em 46 a.C., o calendário Juliano, entre muitas alterações, passou a ter o seu início em Janeiro (dantes era iniciado em Março). Em 44 a.C. foi dado ao antigo mês de Quintilius o nome de Julius (Julho).
Na fase de transição das alterações de Júlio César, seis meses alternados teriam 31 dias (Março, Maio, Julho, Setembro, Novembro e Janeiro) e os outros teriam 30 dias (Abril, Junho, Sextilis, Outubro e Dezembro), à exceção de Fevereiro, o último mês do ano, para o qual só restaram 29 dias (30 dias nos anos bissextos - anos de 366 dias). Em 8 a.C. o oitavo mês, Sextilis, teve o nome mudado para Augustus (Agosto), em homenagem ao então imperador César Augusto. Como o mês de Julho (homenagem a Júlio César) tinha 31 dias, o mês de Augusto não poderia ser menor. Resolveu-se igualar o número de dias de Agosto a Julho, subtraindo 1 dia de Fevereiro, que ficou com 28 dias (29 dias nos anos bissextos), alterando-se assim, a seqüência dos meses de 31 dias (Outubro e Dezembro teriam 31 dias, no lugar de Setembro e Novembro).
Agosto começa o seu ponto astrológico com sinal em Leão e termina com sinal em Virgo ou Virgem. Astronomicamente o Sol começa na constelação de Câncer e termina na constelação de Leo (ou Leão).

Agostos na História do Mundo

01 de Agosto
1291 – A Uri, comunidade livre do vale de Schwyz, e a Associação de Nidwalden, unem-se e fundam a Confederação Suíça.
1492 – Findo o prazo do édito de expulsão, promulgado em março, os judeus são expulsos da Espanha.
1868 – O território do Alasca é vendido pela Rússia para os Estados Unidos.

02 de Agosto
338 a.C – Travada a Batalha de Queronéia, com a vitória de Filipe da Macedônia, dizimando as forças de Tebas e Atenas (gravura).
1934 – Após a morte do presidente Paul von Hindenburg, Adolf Hitler assume a presidência da Alemanha, acumulando o cargo com o de chanceler.
1984 – Por ordem do governo de Raúl Alfonsin, é preso o ex-presidente e ditador argentino Jorge Videla.
1990 – O Iraque invade o Kuwait, deflagrando o estopim para a Guerra do Golfo.

03 de Agosto
1492 – Cristóvão Colombo sai de Palos, na Espanha, com uma frota de três navios, Pinta, Nina e Santa Maria, rumo ao Atlântico, na viagem que descobriria o continente americano.
1589 – Após o assassínio de Henrique III, Henrique de Navarra é coroado como rei da França.
1914 – Grã-Bretanha, Bélgica e França declaram guerra à Alemanha, iniciando a Primeira Guerra Mundial.

04 de Agosto
1955 – O governo militar fecha o jornal “El Tiempo”, o mais importante da Colômbia.
1993 – Um acordo de paz é assinado na Tanzânia, pondo fim a três anos de guerra civil.
2000 – Celebrados os cem anos da Rainha Mãe, Elizabeth, mãe de Elizabeth II, com trinta mil pessoas reunidas em frente ao palácio de Buckingham, em Londres.

05 de Agosto
1192 – Travada a Batalha de Jafa, entre as forças de Ricardo Coração de Leão e as de Saladino, durante a Terceira Cruzada.
1914 – Os Estados Unidos e a Espanha declaram-se neutros na Primeira Guerra Mundial.
1962 – Aos 36 anos, a atriz Marilyn Monroe é encontrada morta em sua casa.

6 de Agosto
1902 – Eduardo VII é coroado rei da Inglaterra.
1945 – Os norte-americanos lançam sobre a cidade japonesa de Hiroshima, a primeira bomba atômica detonada pelo homem.
2001 – Por motivos de saúde, Hugo Bánzer renuncia à presidência da Bolívia.

07 de Agosto
1815 – Derrotado pelos aliados, Napoleão Bonaparte embarca no navio Bellerophon, rumo ao exílio na ilha de Santa Helena.
1914 – O Montenegro, pequeno Estado dos Bálcãs, declara guerra à Áustria.
1944 – Oito militares são condenados à morte, em Berlim, culpados pelo atentado contra Hitler, no mês de julho daquele ano.

08 de Agosto
1864 – Criada a Cruz Vermelha, por sugestão de Henri Dunant.
1960 – Lançado no mercado, pela empresa farmacêutica G.D. Searle Drug, o Enovoid, a pílula anticoncepcional.
1974 – Ameaçado de impeachment, o presidente norte-americano Richard Nixon, renuncia ao cargo.

09 de Agosto
1934 – Heinrich Himmler, chefe das SS e da Gestapo, assume o comando dos campos de concentração.
1945 – Lançada pelos Estados Unidos, a segunda bomba atômica sobre o Japão, destruindo a cidade de Nagasaki (foto).
1969 – A atriz Sharon Tate, grávida de oito meses, é, ao lado de outras quatro pessoas, assassinada em sua casa, em Los Angeles, por integrantes da seita de Charles Mason.

10 de Agosto
1903 – Um acidente no metropolitano de Paris causa a morte de 84 pessoas.
1952 – Entra em vigor a Comunidade Européia do Carvão e do Aço (CECA).
1954 – A Indonésia proclama a independência, pondo fim à sua união com os Países Baixos.

11 de Agosto
1255 – Canonizada Clara Offreduccio, fundadora da Ordem das Clarissas e companheira de São Francisco de Assis.
1492 – O cardeal Rodrigo Borja (Bórgia em italiano), pai de César e Lucrécia Bórgia, é eleito papa, com o nome de Alexandre VI.
1952 – Hussein é empossado no trono da Jordânia, após o parlamento jordaniano ter declaro o rei Talal, seu pai, incapacitado para governar por ser esquizofrênico.

12 de Agosto
1099 – Travada a Batalha de Ascalon, durante a I Cruzada, com a vitória dos cristãos sobre os sarracenos, sendo estabelecido o Reino de Jerusalém.
1905 – Renovada, por mais dez anos, a aliança entre a Grã-Bretanha e o Japão.
1961 – Começa a construção do muro de Berlim, dividindo a cidade entre as potências da Guerra Fria, de um lado capitalista, do outro comunista.

13 de Agosto
1765 – Abolida a Inquisição na Toscana, pelo arquiduque Pietro Leopoldo.
1862 – O governo da China, através do Tratado de Jien-JSin, reconhece Macau como território português.
1945 – O Congresso Sionista Mundial exige a entrada de um milhão de judeus na Palestina.

14 de Agosto
1920 – Iniciados em Antuérpia, Bélgica, os sétimos Jogos Olímpicos da era moderna.
1945 – Rendição incondicional do Japão às forças norte-americanas, pondo fim à Segunda Guerra Mundial.
2000 – A igreja ortodoxa russa aprova, em concílio, a canonização Nicolau II, último czar da Rússia, e de outros membros da família imperial executada pelos bolcheviques.

15 de Agosto
1947 – Proclamada a independência da Índia, dividindo o território em dois países: a Índia, de maioria hindu, e o Paquistão, de maioria muçulmana.
1969 – Início do Festival de Woodstock, em uma fazenda em Nova York, reunindo, por três dias, cerca de 500 mil jovens (foto).
1994 – Anunciada pelo ministério do Interior da França, a captura de Carlos, o mais famoso terrorista contemporâneo, cognominado de “Chacal”.

16 de Agosto
1896 – Descoberto o ouro no Alasca, provocando uma grande corrida ao ouro, conhecida por “Klondike”.
1977 – Morre Elvis Presley, cantor norte-americano, considerado o rei do rock.
1997 – Mais de duzentas pessoas são presas na Alemanha, durante as marchas promovidas para a comemoração do décimo aniversário da morte de Rudolf Hess, ex-líder nazista, condenado pelo Tribunal de Nuremberg.

17 de Agosto
1940 – Durante a Segunda Guerra Mundial, a Alemanha anuncia o bloqueio total à Inglaterra.
1987 – Morre na prisão, aos 93 anos de idade, em circunstâncias obscuras, Rudolf Hess, ex-dirigente nazista, condenado à prisão perpétua; último prisioneiro do Julgamento de Nuremberg a cumprir pena.
1999 – Um grande terremoto, com epicentro em Izmir e magnitude de 7,8 na escala Richter, deixa mais de dezessete mil mortos na Turquia.

18 de Agosto
1227 – Morre Gengis Khan, mítico líder mongol.
1572 – Casamento de Margarida de Valois, a rainha Margot, com Henrique de Bourbon, rei de Navarra e futuro Henrique IV, rei da França.
1991 – O presidente soviético Mikhail Gorbatchev é posto sob prisão domiciliar durante as suas férias na Criméia.

19 de Agosto
14 – Morre Otavio Augusto, imperador romano. O mês da sua morte, Sextilis, passaria a ser chamado de Agosto, em sua homenagem.
1692 – Execução de cinco mulheres acusadas de bruxaria, no processo conhecido como o Julgamento das Bruxas de Salém.
2004 – Em um atentado terrorista no Iraque, morre o secretário da ONU, o brasileiro Sérgio Vieira de Melo.

20 de Agosto
1153 – Morre Bernardo de Clareval, um dos compiladores das regras da Ordem dos Templários, no mosteiro cisterciense de Clareval, onde era abade desde 1115.
1940 – O revolucionário bolchevique, Leon Trotsky, é assassinado no México, onde estava exilado.
1968 – Os países da Cortina de Ferro, comandando um exército de vinte mil soldados e cinco mil tanques, invadem a Tchecoslováquia, pondo fim à Primavera de Praga.

21 de Agosto
1792 – A guilhotina é usada pela primeira na França, para executar um nobre após um ritual sumário (na foto, gravura de execução na guilhotina LuísXVI, de Leonard de Selva).
1810 – Escolhido como príncipe herdeiro do trono da Suécia, o marechal francês Jean-Baptiste Bernadotte.
1963 – Desativada a famosa prisão de Alcatraz, situada na baía de São Francisco, nos Estados Unidos.

22 de Agosto
1415 – Ceuta, no norte da África, é conquistada pelas tropas do rei dom João I, de Portugal.
1910 – A península da Coréia é anexada pelo Japão.
1922 – Assassinado Michael Collins, líder da luta pela autonomia da Irlanda.

23 de Agosto
1839 – Hong Kong é tomada pelos ingleses durante a guerra contra a China.
1927 – Executados nos Estados Unidos, os imigrantes italianos Nicola Sacco e Bartolomeu Vanzetti, defensores de idéias políticas radicais, acusados da morte de dois funcionários de uma fábrica de sapatos, após um assalto.
1978 – Um grupo de guerrilheiros da Frente Sandinista, na Nicarágua, ocupam o Parlamento.

24 de Agosto
79 – As cidades de Pompéia e Herculano, no sul da Itália, são destruídas pela erupção do vulcão Vesúvio.
1305 – Enforcado, afogado e esquartejado em Smithfield, Londres, o herói nacionalista da Escócia, William Wallace.
1572 – Massacre de milhares de huguenotes, protestantes franceses, em Paris, no episódio conhecido como a “Noite de São Bartolomeu”.

25 de Agosto
1905 – Oitenta marinheiros rebeldes do encouraçado Potemkin, são condenados à morte por um conselho de guerra, na Rússia.
1988 – Um grande incêndio destrói boa parte do Chiado, centro histórico de Lisboa, Portugal.
1991 – A Bielorússia declara a sua independência da União Soviética.

26 de Agosto
1346 – O canhão é usado pela primeira vez como arma de guerra, na Batalha de Crecy, durante a Guerra dos Cem Anos.
1789 – Durante a Revolução Francesa, a Assembléia Constituinte aprova a Declaração dos Direitos Humanos do Homem e do Cidadão.
1978 – O cardeal italiano Albino Luciani é eleito papa, assumindo o nome de João Paulo I.

27 de Agosto
1859 – Aberto o primeiro poço de petróleo, na localidade de Titus Ville, Estados Unidos, começando a corrida pelo ouro negro.
1883 – A ilha de Krakatoa, na Indonésia, é praticamente extinta pela erupção de um vulcão, causando a morte de mais de 36 mil pessoas.
1961 – Ben Khedda forma na Argélia, um governo provisório.

28 de Agosto
1913 – Inaugurado em Haia, Holanda, o Palácio da Paz, construído com a colaboração de diversos países do mundo.
1981 – Anunciada, pelo CDC estadunidense, uma alta incidência de pneumociste e do sarcoma de Kaposi em homens homossexuais, primeiros sintomas que seriam identificados como a AIDS.
1996 – Os príncipes de Gales, Charles e Diana, divorciam-se oficialmente, após 15 anos de casamento.

29 de Agosto
1533 – O conquistador espanhol Francisco Pizarro, ordena a execução, por estrangulamento, do último rei Inca do Peru, Atahualpa (na foto, a queda de Atahualpa diante dos espanhóis, quadro do século XIX, de Sir John Everett Millais).
1842 – O Tratado de Nanking põe fim à Guerra do Ópio e a China abre os seus portos ao comércio britânico.
1991 – Após ter falhado na tentativa de um golpe de estado, o Partido Comunista da União Soviética (PCUS) tem todas as suas atividades suspensas, por decisão do Soviete Supremo.

30 de Agosto
1808 – Assinatura da convenção de Sintra, em Portugal, que põe fim à Primeira Invasão Francesa àquele país.
1973 – A caça de elefantes e o comércio do marfim são abolidos no Quênia.
2001 – Realizadas as primeiras eleições democráticas para eleger os membros da Assembléia Constituinte do Timor Leste.

31 de Agosto
1290 – Ordenada a expulsão dos judeus da Inglaterra pelo rei Eduardo I.
1951 – A empresa alemã Dutsche Grammophon apresenta o primeiro long-play (LP).
1997 – Morre, aos 36 anos, em um acidente de automóvel em Paris, Diana, ex-princesa de Gales.

Agostos na História do Brasil

01 de Agosto
1822 – Dom Pedro, príncipe regente, declara inimigas todas as tropas portuguesas que desembarcarem no Brasil.
1843 – É lançado o Olho-de-Boi (foto), primeira série de selos postais do Brasil.

02 de Agosto
1750 – Sebastião José de Carvalho e Melo, futuro marquês de Pombal, é nomeado secretário de Estado dos Negócios do Reino por dom José.
1971 – Hélio Bicudo é afastado das investigações dos crimes do Esquadrão da Morte. Ele foi um dos maiores denunciantes do grupo que matava presos políticos no Brasil.
1989 – Morre no Recife, o compositor e cantor Luiz Gonzaga, o Rei do Baião.

03 de Agosto
1645 – Vitória luso-brasileira sobre os holandeses na Batalha do Monte das Tabocas, em Pernambuco.
1902 – Nasce o sambista Carlos Cachaça, um dos fundadores da Estação Primeira de Mangueira.
1961 – Iúri Gagarin, astronauta soviético em visita ao Brasil, é condecorado pelo presidente Jânio Quadros.

04 de Agosto
1811 – Fundada em Salvador a atual Biblioteca Central do Estado da Bahia.
1957 – Morre em São Paulo, o ex-presidente Washington Luís.
1977 – A escritora Rachel de Queiroz é a primeira mulher eleita para a Academia Brasileira de Letras.

05 de Agosto
1822 – Dom Pedro, príncipe regente, é eleito grão-mestre da Maçonaria.
1950 – Luís Carlos Prestes, secretário-geral do Partido Comunista, conclama a criação de um exército popular no Manifesto de Agosto, publicado no jornal Voz Operária.
1954 – Carlos Lacerda, opositor do governo Vargas, sofre um atentado à bala em Copacabana, Rio de Janeiro.

06 de Agosto
1661 – Portugal assina tratado de paz com a Holanda, pelo qual concorda pagar pelos prejuízos causados à Companhia das Índias. Ocidentais por ocasião da sua expulsão do Nordeste do Brasil, em 1654.
1954 – Em artigo no jornal Tribuna da Imprensa, Carlos Lacerda responsabiliza o presidente Getúlio Vargas pela emboscada que sofrera na véspera, dando início à crise do “mar de lama”.

07 de Agosto
1680 – Forças hispano-americanas tomam a Colônia do Sacramento (atual Uruguai), que era possessão portuguesa.
1942 – Nasce em Santo Amaro da Purificação, Bahia, o músico e cantor Caetano Veloso.
1990 – O governo brasileiro adere ao bloqueio imposto pela ONU ao Iraque, que invadira o Kuwait.

08 de Agosto
1845 – Aprovada a lei Bill Aberdeen, no parlamento inglês, que considerava legal o aprisionamento pela marinha britânica, de qualquer navio negreiro.
1875 – Nasce em Viçosa, Minas Gerais, Artur da Silva Bernardes, filho de Antônio da Silva Bernardes e de Maria Aniceta Pinto Bernardes.

09 de Agosto
1992 – Seleção masculina de vôlei do Brasil conquista a medalha de ouro nas olimpíadas de Barcelona.
1994 – Morre em Porto Alegre, o pintor Iberê Camargo.

10 de Agosto
1823 – Nasce no Maranhão, o escritor Gonçalves Dias, criador do gênero indianista na poesia romântica brasileira, autor de Canção do Exílio.
1959 – Inaugurado o Museu de Arte Sacra em Salvador.

11 de Agosto
1710 – Franceses liderados por Duclerc, iniciam invasão do Rio de Janeiro.
1744 – Nasce na cidade do Porto, em Portugal, Tomás Antônio Gonzaga, futuro inconfidente, autor de Marília de Dirceu.
1827 – Instalação da Faculdade de Direito no Mosteiro de São Bento, em Olinda.

12 de Agosto
1798 – Começa em Salvador a Conjuração dos Alfaiates, com panfletos propondo a fundação de uma “República Bahiense”. A conjuração é violentamente reprimida pela Coroa portuguesa.
1816 – Decreto de dom João VI cria a Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios, atual Escola de Belas-Artes da UFRJ.
1834 – A Câmara dos Deputados aprova o Ato Adicional à Constituição, estabelecendo eleições diretas para o Legislativo, regulando as Assembléias provinciais e extinguindo a Regência Trina.

13 de Agosto
1759 – Rei dom José cria por alvará, a Companhia Geral do Comércio de Pernambuco e Paraíba.
1927 – Morre no Rio de Janeiro, o historiador Capistrano de Abreu, autor do clássico Capítulos de História Colonial, publicado em 1907.
1937 – Fundação no Rio de Janeiro, da União Nacional dos Estudantes (UNE).

14 de Agosto
1822 – Dom Pedro, príncipe regente, deixa a Corte e ruma com a sua comitiva para São Paulo, onde proclamará a Independência.
1839 – Circula no Mato Grosso o Temis Mato-Grossense, primeiro jornal da província.
1941 – Inaugurada a PRJ-9, a primeira rádio oficial do estado do Maranhão.

15 de Agosto
1823 – O Pará adere ao Império do Brasil.
1909 – Morre no Rio de Janeiro, o escritor Euclides da Cunha (foto de charge), em duelo com o aspirante do exército Dilermando de Assis.

16 de Agosto
1838 – Raimundo José da Cunha Matos e o cônego Januário da Cunha Barbosa propõem a criação do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB).
1992 – Manifestantes com roupas pretas pedem por todo o país, o impeachment do presidente Collor. Este fizera um apelo à população que vestisse verde e amarelo, em sinal de apoio a seu governo.

17 de Agosto
1831 – Circula pela primeira vez em Maceió, o Íris Alagoense, primeiro jornal da província de Alagoas.
1946 – É aprovada a quarta Constituição brasileira, no governo de Eurico Gaspar Dutra, restaurando a democracia, garantias individuais e a independência entre os poderes.
1987 – Morre o poeta Carlos Drummond de Andrade, no Rio de Janeiro.

18 de Agosto
1832 – Nasce em Santa Catarina, Vitor Meirelles, autor da tela Batalha dos Guararapes (1879).
1838 – Criação do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro na cidade do Rio de Janeiro.
1942 – Manifestantes em várias cidades brasileiras, exigem que Getúlio Vargas declare guerra às chamadas forças do Eixo.

19 de Agosto
1824 – Recife é bombardeada em represália à Confederação do Equador.
1849 – Nasce em Recife, Joaquim Nabuco, escritor, jornalista, jurista e político abolicionista.
1976 – Explode uma bomba na Associação Brasileira de Imprensa, no Rio de Janeiro. Outra bomba é encontrada na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), também no Rio de Janeiro. A Aliança Anticomunista Brasileira assume os atentados.

20 de Agosto
1822 – Gonçalves Ledo, em discurso na Maçonaria, declara que já era tempo de o Brasil se tornar independente.
1831 – Dom Pedro I concede a uma mulher, Maria Quitéria, o soldo de alferes de linha, por sua participação na luta da Independência da Bahia.
1927 – Nasce Décio Pignatari, sociólogo e teórico da arte e da comunicação.

21 de Agosto
1898 – Fundado no Rio de Janeiro, o Clube de Regatas Vasco da Gama, o primeiro do Brasil a admitir jogadores de futebol negros.
1980 – Presidente João Figueiredo repõe as condecorações retiradas do ex-presidente Juscelino Kubitschek, após o golpe de 1964.
1989 – Morre o cantor e músico brasileiro, Raul Seixas.

22 de Agosto
1942 – O Brasil declara guerra à Alemanha e à Itália.
1981 – Morre no Rio de Janeiro, o cineasta Glauber Rocha.

23 de Agosto
1808 – Povoação de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, é elevada à categoria de vila, desmembrando-se de Viamão.
1954 – Militares assinam manifesto exigindo a renúncia de Getúlio Vargas.

24 de Agosto
1954 – O presidente Getúlio Vargas (foto de charge) suicida-se em seu quarto do Palácio do Catete, no Rio de Janeiro, com um tiro no peito.
1992 – Passeata reúne 120 mil pessoas no Rio de Janeiro a favor do impeachment do presidente Fernando Collor.

25 de Agosto
1798 – Reprimida em Salvador, a Conjuração dos Alfaiates, que culminaria na pena capital para alguns dos conjurados.
1803 – Nasce Luís Alves de Lima e Silva, o duque de Caxias, oficial e patrono do exército brasileiro.
1961 – Jânio Quadros (foto) renuncia à presidência da República.

26 de Agosto
1883 – Manifesto da Confederação Abolicionista exige o fim imediato do trabalho escravo.
1954 – Getúlio Vargas é sepultado em São Borja, no Rio Grande do Sul, com grande comoção da população do país.
1999 – Marcha com 100 mil manifestantes chega a Brasília, marcando oposição ao governo de Fernando Henrique Cardoso.

27 de Agosto
1828 – Assinada convenção de paz entre Brasil e Argentina (na época Províncias Unidas do Rio da Prata), pondo fim à Guerra Cisplatina e reconhecendo a República Oriental do Uruguai.
1936 – A militante Olga Benário, grávida, sai da prisão diretamente para um navio alemão, sendo entregue à Gestapo de Hitler.
1961 – O governador do Rio Grande do Sul, Leonel Brizola, declara que se for preciso, garantirá à bala a posse do vice-presidente João Goulart.

28 de Agosto
1817 – Governo português restitui à França a Guiana Francesa, tomada por tropas luso-brasileiras em 1809.
1825 – Sir Charles Stuart assina um tratado que dá a dom João VI o título de Imperador do Brasil, além de dois milhões de libras esterlinas como indenização para reconhecer a Independência brasileira.
1979 – É sancionada pelo presidente João Figueiredo, a Lei da Anistia, permitindo a volta dos exilados ao Brasil.

29 de Agosto
1825 – Assinado tratado pelo qual o governo imperial brasileiro tem de pagar a Portugal dois milhões de libras esterlinas pelo reconhecimento da Independência.
1828 – O Brasil e as Províncias Unidas do Rio da Prata reconhecem a República Oriental do Uruguai, nascida da libertação da Província Cisplatina do Brasil.
1903 – A prefeitura do Rio de Janeiro concede a primeira licença de automóvel na cidade.

30 de Agosto
1677 – Criado, pelo papa Inocêncio XI, o bispado do Maranhão.
1864 – O presidente do Paraguai Solano Lopes, através de seu ministro de Negócios Estrangeiros, entrega ao representante do Brasil em Assunção, nota afirmando que a intervenção do Brasil no Uruguai exprimia o desequilíbrio de poder na bacia do Prata e feria diretamente a soberania paraguaia.
1993 – Policiais invadem a comunidade de Vigário Geral, no Rio de Janeiro, e chocando o país, executam 21 moradores a queima-roupa.

31 de Agosto
1919 – Nasce na Paraíba, José Gomes Filho, mais conhecido como Jackson do Pandeiro, uma das mais expressivas figuras da MPB.
1969 – Com a morte de Costa e Silva, uma junta militar, composta pelos ministros da Aeronáutica, Exército e Marinha, assume o governo no lugar do vice-presidente, o civil Pedro Aleixo.

Nascidos em Agosto

01 de Agosto
Bruna Lombardi, atriz, poeta e diretora brasileira
Dom DeLuise, ator norte-americano
Felipe Camargo, ator brasileiro
Giancarlo Giannini, ator italiano
Herman Melville, escritor norte-americano
Neuza Amaral, atriz brasileira
Ney Matogrosso, cantor brasileiro
Renata Fronzi, atriz brasileira nascida na Argentina
Yves Saint Laurent, estilista francês nascido na Argélia

02 de Agosto
Fabio Testi, ator italiano
Isabel Allende, escritora chilena nacida no Peru
Myrna Loy, atriz norte-americana
Peter O’Toole, ator irlandês
Zeca Afonso, cantor e compositor português

03 de Agosto
Cristovão Colombo, navegador italiano
Dolores Del Rio, atriz mexicana
Gordon Scott, ator norte-americano
Isabel Fillardis, atriz brasileira
Martin Sheen, ator norte-americano
Mathieu Kassovitz, ator francês
Tony Bennett, cantor norte-americano

04 de Agosto
Barack Obama, político norte-americano
Billy Bob Thornton, ator norte-americano
Bruna Marquezine, atriz brasileira
Burle Marx, paisagista e artista plástico brasileiro
Carlos Augusto Strazzer, ator brasileiro
Louis Armstrong, músico e cantor norte-americano

05 de Agosto
Guy de Maupassant, escritor francês
John Huston, cineasta norte-americano
Nathália Timberg, atriz brasileira
Neil Armstrong, astronauta norte-americano
Oswaldo Cruz, médico infectologista brasileiro
Robert Taylor (foto), ator norte-americano

06 de Agosto
Adoniran Barbosa, compositor e cantor brasileiro
Andy Warhol, pintor e cineasta norte-americano
Flávio Rangel, diretor de teatro brasileiro
Gianfrancesco Guarnieri, ator e dramaturgo brasileiro
Irene Ravache, atriz brasileira
Lucille Ball, atriz norte-americana
Otávio Müller, ator brasileiro
Robert Mitchum, ator norte-americano

07 de Agosto
Caetano Veloso, cantor e compositor brasileiro
David Duchovny, ator norte-americano
Mata Hari, dançarina e espiã holandesa
Raul Gazolla, ator brasileiro
Vera Holtz, atriz brasileira
Yoná Magalhães, atriz brasileira

08 de Agosto
Dustin Hoffman, ator norte-americano
Emiliano Zapata, líder revolucionário mexicano
Edson França, ator brasileiro
Esther Williams, atriz norte-americana
Keith Carradine, ator norte-americano
Marcelo Picchi, ator brasileiro

09 de Agosto
Audrey Tautou, atriz francesa
Cristina Pereira, atriz brasileira
Gillian Anderson, atriz norte-americana
Heloísa Perissé, atriz brasileira
Jean Piaget, filósofo, psicólogo e biólogo suíço
Mário Jorge Zagallo, futebolista brasileiro
Melanie Griffith, atriz norte-americana
Robert Shaw, ator inglês
Sam Elliott, ator norte-americano

10 de Agosto
Antonio Banderas, ator espanhol
Daisy Lúcidi, atriz brasileira
Fábio Assunção, ator brasileiro
Fafá de Belém, cantora brasileira
Gonçalves Dias, poeta brasileiro
Jorge Amado, escritor brasileiro
Rhonda Fleming, atriz norte-americana

11 de Agosto
Arlene Dahl, atriz norte-americana
Daniela Perez, atriz brasileira
Karina Barum, atriz brasileira
Tomás Antonio Gonzaga, escritor luso-brasileiro

12 de Agosto
Cantinflas, ator mexicano
Cecil B. DeMille, cineasta norte-americana
Clara Nunes, cantora brasileira
Edney Giovenazzi, ator brasileiro
John Derek, ator e diretor norte-americano
Miguel Torga, escritor português
Rafael Calomeni (foto), ator e modelo brasileiro

13 de Agosto
Alfred Hitchcock, cineasta britânico
Beto Guedes, cantor e compositor brasileiro
Fidel Castro, líder político cubano
Kate Hansen, atriz brasileira
Marcelo Novaes, ator brasileiro

14 de Agosto
Emmanulle Béart, atriz francesa
Halle Berry, atriz norte-americana
Raoul Bova, ator italiano
Sarah Brightman, cantora britânica
Steve Martin, ator norte-americano
Win Wenders, cineasta alemão
Zaira Zambelli, atriz brasileira

15 de Agosto
Ben Affleck, ator norte-americano
Carla Daniel, atriz brasileira
Ethel Barrymore, atriz norte-americana
Leon Góes, ator brasileiro
Napoleão Bonaparte, imperador francês
Walter Scott, ecritor britânico

16 de Agosto
Fess Parker, atir norte-americano
Glauce Rocha, atriz brasileira
James Cameron, cineasta canadense
Madonna, cantora norte-americana
Millôr Fernandes, escritor, humorista e desenhista brasileiro
Oscarito, ator brasileiro nascido na Espanha

17 de Agosto
Elba Ramalho, cantora e atriz brasileira
Fagundes Varela, poeta brasileiro
Geórgia Gomide, atriz brasileira
João Donato, compositor, músico e cantor brasileiro
Mae West (foto), atriz norte-americana
Maureen O’Hara, atriz irlandesa
Nelson Piquet, piloto de fórmula 1 brasileiro
Robert De Niro, ator norte-americano
Sean Penn, ator norte-americano

18 de Agosto
Antonio Salieri, compositor italiano
Christian Slater, ator norte-americana
Edgard Franco, ator brasileiro
Edward Norton, ator norte-americano
Madeleine Stowe, atriz norte-americano
Nanni Moretti, cineasta e ator italiano
Osmar Prado, ator brasileiro
Patrick Swayze, ator norte-americano
Robert Redford, ator e diretor norte-americano
Roman Polanski, cineasta francês
Shelley Winters, atriz norte-americana

19 de Agosto
Ana Paula Tabalipa, atriz brasileira
Aracy de Almeida, cantora brasileira
Bill Clinton, ex-presidente norte-americano
Coco Chanel, estilista francesa
Francisco Alves, cantor brasileiro
Jill St. John, atriz norte-americana
Joaquim Nabuco, político brasileiro
Marcos Palmeira, ator brasileiro
Maria de Medeiros, atriz portuguesa
Peter Gallagher, ator norte-americano
Tereza Raquel, atriz brasileira
Valérie Kaprisky, atriz francesa

20 de Agosto
Cora Coralina, poetisa brasileira
Heitor Martinez, ator brasileiro
José Wilker, ator brasileiro
Maurício Gonçalves, ator brasileiro
Ricardo Carriço, ator português

21 de Agosto
Carmo Dalla Vecchia, ator brasileiro
Josué Montello, escritor brasileiro
Kenny Rogers, cantor e ator norte-americano
Milton Ribeiro, ator brasileiro
Murilo Rosa, ator brasileiro

22 de Agosto
Claude Debussy, músico e compositor francês
Henri Cartier-Bresson, fotógrafo francês
Regina Dourado, atriz brasileira
Rodrigo Santoro, ator brasileiro
Ruy Guerra, cineasta e compositor brasileiro nascido em Moçambique
Tarcísio Filho, ator brasileiro

23 de Agosto
Bárbara Éden, atriz norte-americana
Gene Kelly (foto), ator, cantor e dançarino norte-americano
Glória Pires, atriz brasileira
Henrique Martins, ator e diretor germano-brasileiro
Nelson Rodrigues, dramaturgo e escritor brasileiro
Rita Pavone, cantora e atriz italiana
River Phoenix, ator norte-americano
Suzana Vieira, atriz brasileira
Tônia Carrero (foto), atriz brasileira
Vera Miles, atriz norte-americana

24 de Agosto
Anne Archer, atriz norte-americana
Dalila Carmo, atriz portuguesa
Jorge Luis Borges, escritor argentino
Luciane Adami, atriz brasileira
Marlee Matlin, atriz norte-americana
Paulo Coelho, escritor brasileiro
Steve Guttenberg, ator brasileiro
Yasser Arafat, líder palestino nascido no Egito

25 de Agosto
Catarina Furtado, atriz e apresentadora portuguesa
Claudia Schiffer, modelo alemã
Mel Ferrer, ator norte-americano
Sean Connery (foto), ator escocês
Tim Burton, diretor norte-americano
Tony Ramos, ator brasileiro
Van Johnson, ator norte-americano

26 de Agosto
Albert Sabin, médico polonês criador da vacina oral para a poliomielite
Dori Caymmi, músico brasileiro
Guilaume Apollinaire, escritor italo-francês
Julio Cortazar, escritor argentino nascido na Bélgica
Lavoisier, cientista francês
Macaulay Culkin, ator norte-americano
Thalia, cantora e atriz mexicana

27 de Agosto
Carlos Lombardi, novelista brasileiro
Sandra de Sá, cantora e compositora brasileira
Sylvia Telles, cantora brasileira
Teresa de Calcutá, madre missionária nascida na Macedônia

28 de Agosto
Ben Gazzara, ator norte-americano
Charles Boyer, ator francês
Donald O'Connor, ator norte-americano
Jacira Sampaio, atriz brasileira
Jackson Antunes, ator brasileiro
Johann Wolfgang von Goethe, escritor alemão
Raul Cortez, ator brasileiro
Walmor Chagas, ator brasileiro

29 de Agosto
Alessandra Negrini, atriz brasileira
Antonio Francisco Lisboa (Aleijadinho), escultor brasileiro
Cássio Gabus Mendes, ator brasileiro
Edu Lobo, cantor e compositor brasileiro
Elliott Gould, ator norte-americano
Ingrid Bergman (foto), atriz sueca
John Locke, filósofo inglês
Luana Piovani, atriz brasileira
Michael Jackson, cantor e músico norte-americano
Rebecca de Mornay, atriz norte-americana
Richard Attenborough, cineasta e ator britânico

30 de Agosto
Anita Garibaldi, personagem história brasileira
Cameron Diaz, atriz norte-americana
Élcio Romar, ator brasileiro
Fred MacMurray, ator norte-americano
Mary Shelley, escritora britânica
Nelson Xavier, ator brasileiro

31 de Agosto
Calígula, imperador romano
Cômodo, imperador romano
Emilinha Borba, cantora brasileira
Francis Hime, compositor, músico e cantor brasileiro
Fredric March, ator norte-americano
Jackson do Pandeiro, músico e compositor brasileiro
James Coburn, ator norte-americano
Regiane Alves, atriz brasileira
Richard Gere (foto), ator norte-americano

Datas Comemorativas

01 de Agosto – Dia Nacional do Selo
03 de Agosto – Dia do Tintureiro
05 de Agosto – Dia Nacional da Saúde
08 de Agosto – Dia Pároco
11 de Agosto – Dia da Televisão
11 de Agosto – Dia do Advogado
11 de Agosto – Dia do Estudante
11 de Agosto – Dia do Garçom (Empregado de Mesa) 11 de Agosto – Dia Internacional da Logosofia
12 de Agosto – Dia Nacional das Artes
13 de Agosto – Dia do Economista
15 de Agosto – Dia da Assunção de Nossa Senhora
15 de Agosto – Dia da Informática
15 de Agosto – Dia dos Solteiros
16 de Agosto – Dia do Filósofo
19 de Agosto – Dia do Artista de Teatro
19 de Agosto – Dia Mundial da Fotografia
20 de Agosto – Dia dos Maçons
22 de Agosto – Dia do Folclore
23 de Agosto – Dia da Injustiça
24 de Agosto – Dia da Infância
24 de Agosto – Dia dos Artistas
24 de Agosto – Dia de São Bartolomeu
25 de Agosto – Dia do Feirante
25 de Agosto – Dia do Soldado
27 de Agosto – Dia do Corretor de Imóveis
27 de Agosto – Dia do Psicólogo
28 de Agosto – Dia da Avicultura
28 de Agosto – Dia do Bancário
29 de Agosto – Dia Nacional do Combate ao Fumo
31 de Agosto – Dia da Nutricionista
2º Domingo de Agosto – Dias dos Pais (Brasil)


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Quinta-feira, 29 de Janeiro de 2009

SÉRGIO CARDOSO

 

 

No dia 18 de agosto de 1972 o Brasil parou, emocionado com a morte súbita do ator Sérgio Cardoso. O país perdia um dos maiores atores do teatro e da televisão do século XX. Se nos dias atuais Paulo Autran (falecido em 2007) e Fernanda Montenegro, são conhecidos como os reis do teatro brasileiro, há quatro décadas, este título pertencia a Sérgio Cardoso e Cacilda Becker, cuja memória perdeu-se no tempo e no pouco registro que se ficou em vídeo dos dois.
Sérgio Cardoso era, ao lado de Tarcísio Meira e Francisco Cuoco, o maior galã da tevê Globo do início dos anos setenta. Aos 47 anos de idade uma parada cardíaca tirou-o definitivamente de cena, quando protagoniza a novela O Primeiro Amor, de Walter Negrão. Sua presença no teatro confunde-se com a história deste em várias décadas do século passado. Porte de galã, talento de gigante, dono de uma imensa popularidade no teatro, era enérgico na interpretação dos seus personagens. Sérgio Cardoso soube direcionar esta popularidade diante das câmaras da televisão, sendo aplaudido como um dos maiores ídolos das telenovelas. Se a sua vida foi marcada pelos holofotes da fama, a sua morte criou uma das lendas urbanas mais difundidas no país, a de que teria sido enterrado vivo. Viva é a obra genial deste ator, para sempre escrita com as luzes da ribalta.

Gigante nos Palcos dos Teatros

Sérgio da Fonseca Mattos Cardoso, nasceu em 23 de março de 1925, em Belém do Pará. Deixou Belém ainda criança, vindo para o sudeste. Tinha planos de ser diplomata, freqüentando o curso de Direito da PUC do Rio de Janeiro. Em 1945, participa da montagem de Romeu e Julieta, do Teatro Universitário (TU), no papel de Teobaldo. Quando concluía o curso, em 1948, inscreveu-se para uma seleção de candidatos ao papel de Hamlet e, entre muitos candidatos, foi escolhido para o papel. No dia 6 de janeiro de 1948, aos 22 anos, estreava nos palcos, iniciando uma das maiores carreiras do teatro brasileiro do século XX. Recém formado em Direito, Sérgio Cardoso optou pelo teatro, deixando na estrada as três semanas que trabalhou como advogado.
Ingressado definitivamente na profissão de ator pelas mãos de Paschoal Carlos Magno, Sérgio Cardoso fundou, ao lado de colegas do seu tempo de teatro amador, o Teatro dos Doze, responsável pela encenação de grandes sucessos nos palcos em 1949, entre eles “Arlequim Servidor de Dois Amos,” de Carlo Goldoni. É ainda neste ano, que estréia no Teatro Brasileiro de Comédia (TBC), nas encenações desta companhia a carreira de Sérgio Cardoso registra grandes marcos, como “Entre Quatro Paredes”, de Jean-Paul Sartre e “O Mentiroso”, também de Carlo Goldoni.
Em 1950 Sérgio Cardoso casou-se com a atriz Nydia Lícia, com quem teria uma filha, Silvia. Mais tarde, ao lado da mulher, deixaria a companhia paulista do TBC, ambos encabeçando o elenco carioca da recém-criada Companhia Dramática Nacional (CDN). Com Nydia Lícia, em 1954, criou a Companhia Nydia Licia-Sérgio Cardoso, com um repertório nacional: “Lampião”, de Rachel de Queiroz e “Sinhá Moça Chorou”, de Ernani Fornari. Sérgio Cardoso e Nydia Lícia compram o antigo Cinema Espéria, em São Paulo, que seria a sede da companhia. Para reformá-lo, Sérgio Cardoso aceitou fazer a incipiente televisão, participando também, de montagens avulsas, como “A Ceia dos Cardeais”, de Júlio Dantas, sob o comando de Bibi Ferreira, em 1955. Reformado o Espéria, em 1956, é inaugurado como Teatro Bela Vista, atual Teatro Sérgio Cardoso. Para a inauguração, interpreta e encena “Hamlet”, de Shakespeare. Esta interpretação muito elogiada pela crítica, é premiada com o Governador do Estado de São Paulo de 1956. Desde então, sucede-se uma carreira teatral aplaudida e premida, com grandes sucessos como “Vestido de Noiva”, de Nelson Rodrigues, e “Henrique IV”, de Pirandello, que lhe renderia outra premiação de melhor ator, o Saci, em 1957.

O Grande Galã das Telenovelas

Sérgio Cardoso costumava dizer que aceitou fazer telenovelas “a título de experiência”, estreando-se como galã do gênero em 1964, na novela “O Sorriso de Helena”, de Walter George Durst, na extinta tevê Tupi de São Paulo. A novela foi um grande sucesso, a televisão brasileira gerava um dos mais bem-sucedidos de seus galãs. Após o sucesso da estréia, Geraldo Vietri dirigiria-o em outra telenovela, “O Cara Suja”. Logo a seguir, Sérgio Cardoso interpretou uma versão de “O Médico e Monstro”, na novela “O Preço de Uma Vida” (1965), adaptação do texto do cubano Félix Caigner, por Talma de Oliveira e Teixeira Filho. Na novela o ator fazia dois papéis, o doutor Valcourt, um médico totalmente deformado, apaixonado pela paciente Tula (Nívea Maria), e o seu sobrinho Sérgio, belo homem, que surgiu na trama para casar com a heroína da história, com a aprovação do tio.
Em 1966, ele faria, ao lado de Fernanda Montenegro, “Calúnia”, de Talma de Oliveira, considerada pelo ator a pior novela da sua carreira. A novela foi um fracasso. Numa cena mais violenta da novela, Sérgio Cardoso deu um tapa no rosto de Fernanda Montenegro, que de tão verídica, quase que destroncou o pescoço da atriz. Foi ainda naquele ano, que o ator viveria o judeu Samuel Levy, da novela “Somos Todos Irmãos”. A novela chamar-se-ia “A Vingança do Judeu”, e seria escrita por Walter George Durst, mas a sua sinopse não foi aprovada pela Colgate, devido à pressão da comunidade israelita de São Paulo, que a considerou anti-semita. Benedito Ruy Barbosa escreveu a história com outro nome e, através de uma outra perspectiva. O casal protagonista vivido por Sérgio Cardoso e Rosamaria Murtinho teve uma grande aceitação de público, transformando a novela em sucesso de público. Samuel Levy exigiu que o ator usasse umas lentes de contacto azul. Foi considerado por Sérgio Cardoso, o seu melhor personagem em uma telenovela. No final de 1966, a Tupi tentaria repetir o sucesso de “Somos Todos Irmãos”, reuniria Sergio Cardoso e Rosamaria Murtinho outra vez, em outra novela de Benedito Ruy Barbosa: “O Anjo e o Vagabundo”, telenovela que emocionou o público da época.
Em 1968, a tevê Globo convidou Sérgio Cardoso para protagonista de uma das suas novelas: “O Santo Mestiço”, de Glória Magadan. A emissora trouxe Rosamaria Murtinho para contracenar com o ator. Sérgio Cardoso vivia dois irmãos, um padre e um revolucionário, que eram inimigos mortais. Esta participação foi considerada a experiência mais desastrosa da carreira do ator dentro das telenovelas. O dramalhão marcou o início da decadência de Glória Magadan. Decepcionado com a novela, Sérgio Cardoso retornaria à tevê Tupi, para viver um personagem ícone da teledramaturgia: o português da novela “Antônio Maria”, de Geraldo Vietri e Walter Negrão. Esta novela trazia uma linguagem coloquial, que marcava o afastamento do gênero dos dramalhões de época.

Um Ator Branco a Interpretar um Negro

Em 1969, Sérgio Cardoso voltaria a tevê Globo, de onde não mais sairia até a sua morte. Na sua volta à emissora carioca, o ator seria protagonista da novela que gerou a maior polêmica da história da televisão brasileira: “A Cabana do Pai Tomás”, de Hedy Maia, baseada no romance homônimo de Harriet Beecher Stowe. O protagonista da novela era o velho negro Tomás. A emissora, em um momento de preconceito racial que marcaria a nossa televisão, entregou o papel a um ator branco. Sérgio Cardoso, para interpretar o negro Tomás, tinha que pintar o corpo com uma tinta negra, usar peruca e rolhas no nariz. O ator Milton Gonçalves teria sido preterido ao papel, por exigência de uma subsidiária norte-americana da agência publicitária Colgate-Palmolive, patrocinadora das telenovelas à época. Na classe artística, houve muitos movimentos de protesto contra a escolha de um branco para o papel de um negro. Incomodado, Sérgio Cardoso, conhecido por sua famosa falta de habilidade com as palavras, tentaria justificar-se em uma desastrosa declaração, que o faria ser visto como racista: “Tenho vários amigos de cor que são como meus irmãos; tenho afilhados pretinhos que amo como se fossem meus filhos.” Sérgio Cardoso vivia três papéis nesta novela, além do negro Tomás, era Dimitrus, um galã a Clark Gable, e o presidente Lincoln. Dos galãs da época, Sérgio Cardoso era o único que arriscava fazer personagens deformados, para ele pintar o corpo de negro, era mais uma caracterização de uma personagem, não enxergando no fato uma discriminação racial da televisão. A novela resultou em um grande fracasso.
Para apagar a imagem de mal estar, por ter vivido um negro em uma novela, Sérgio Cardoso viveu o carismático feirante Nando, em “Pigmalião 70” (1970), novela de Vicente Sesso, adaptação do musical “My Fair Lady”. O sucesso da dupla Sérgio Cardoso e Tônia Carrero marcou a fase do ator na rede Globo. Fariam juntos mais duas novelas: “A Próxima Atração” (1970) e “O Primeiro Amor” (1972), ambas de Walter Negrão, as últimas telenovelas do ator.

A Morte, no Auge de Uma Carreira

Em 1971 Sérgio Cardoso manifestou o desejo de protagonizar uma novela de Dias Gomes. O autor convidou-o para ser o bicheiro Tucão de “Bandeira Dois”, ao lado de Marília Pêra. Sérgio Cardoso não gostou da personagem, exigindo que Dias Gomes fizesse mudanças, para que a sua imagem de galã não fosse comprometida. Irritado, Dias Gomes disse que só aceitaria o ator se ele fizesse a novela sem imposições. Sérgio Cardoso seria substituído por Paulo Gracindo, que ganhava o seu primeiro protagonista em novelas.
Em 1972, as cores chegaram à televisão brasileira. Para inaugurá-la, a tevê Globo produziu o caso especial “Meu Primeiro Baile”, de Janete Clair. Protagonizado por Glória Menezes, o especial reunia todos os grandes nomes da emissora, entre ele Sérgio Cardoso, que conduzia a personagem da atriz por toda a história. “Meu Primeiro Baile” foi a primeira produção totalmente colorida da televisão brasileira. Foi a única participação de Sérgio Cardoso em uma produção a cores, na televisão.
Dispensado do elenco de “Bandeira Dois”, Sérgio Cardoso protagonizaria, ao lado de Tônia Carrero e Rosamaria Murtinho, aquela que seria a sua última telenovela, “O Primeiro Amor”. No dia 18 de agosto de 1972, já gravados 200 capítulos da novela, faltando apenas 28 capítulos para o final, Sérgio Cardoso morreria de um ataque cardíaco. No final daquele capítulo, que seria o último da sua vida, Luciano (Sérgio Cardoso), após uma discussão, abre a porta da sua casa e diz “Vou-me embora daqui. Não agüento mais!”. Em seqüência a esta cena, a câmera focava sob uma luz, os óculos da personagem sobre a mesa do seu escritório, já sem o seu dono. Aparece todo o elenco da novela. Paulo José (o Shazam da novela) explica o que havia acontecido, faz reverências à trajetória de Sérgio Cardoso, e apresenta o ator Leonardo Villar, amigo do ator falecido, que iria viver o professor Luciano nos últimos capítulos da novela. Todo o elenco aplaude. Esta cena foi um marco na história da teledramaturgia, emocionando todo o Brasil, que se despedia deste grande ator.

Enterrado Vivo?

Mal o país recuperava-se da imensa comoção causada pela morte de Sérgio Cardoso, e uma notícia mórbida, tétrica, não se sabe de onde surgiu, começou a ser veiculada: o ator sofria de catalepsia e, na ausência do seu médico, Max Nunes, teria sido enterrado vivo.
Dizia-se que, quando a família percebeu o logro da morte, desenterrou Sérgio Cardoso, que estava virado de bruços, apresentando arranhões no rosto. Durante anos esta história foi contada, aterrorizando o imaginário popular. Passou a ser uma lenda urbana, causando medo às pessoas, fazendo com que os velórios no Brasil se tornassem mais longos, adiando por mais tempo o enterro de quem morria de ataque cardíaco. Diante desta possível tragédia, em 1980, a tevê Globo fez uma reportagem no “Fantástico”, que desmentia os boatos, com depoimentos da família do ator, que afirmavam categóricos, Sérgio Cardoso jamais tinha sido desenterrado, portanto jamais se constatou que estava de bruços no caixão, ou em qualquer outra posição. Muito menos com arranhões no rosto.
Mais de 35 anos após a morte de Sérgio Cardoso, este ator deve ser lembrado não por ser protagonista de uma lenda urbana, mas de uma das mais brilhantes carreiras do teatro, televisão e cinema do Brasil. Não importava o veículo para o qual Sérgio Cardoso atuava, havia sempre um bom papel para ele, e uma interpretação comovente para o seu público. No Brasil, Sérgio Cardoso esteve lado a lado com Paulo Autran, no olimpo dos deuses do teatro.

TELEVISÃO:

Telenovelas:

1964/1965 – O Sorriso de Helena – Tupi
1965 – O Cara Suja - Tupi
1965/1966 – O Preço de Uma Vida – Tupi
1966 – Calúnia – Tupi
1966 – Somos Todos Irmãos – Tupi
1966/1967 – O Anjo e o Vagabundo – Tupi
1967 – Paixão Proibida – Tupi
1968 – O Santo Mestiço – Globo
1968/1969 – Antônio Maria – Tupi
1969/1970 – A Cabana do Pai Tomás – Globo
1970 – Pigmalião 70 – Globo
1970/1971 – A Próxima Atração – Globo
1972 – O Primeiro Amor – Globo

Especiais:

1961 – Olhai os Lírios do Campo – Tupi
1971 – O Crime do Silêncio – Globo
1972 – Meu Primeiro Baile – Globo
1972 – O Médico e o Monstro

CINEMA

1951 – Ângela
1955 – Três Destinos (inacabado)
1968 – A Madona de Cedro
1970 – Os Herdeiros

TEATRO

Cenografia:

1950 - São Paulo SP – O Inventor de Cavalo
1958 - São Paulo SP – Vestido de Noiva


Direção:

1953 - Rio de Janeiro RJ – Canção Dentro do Pão
1954 - São Paulo SP – Sinhá Moça Chorou
1954 - São Paulo SP – Lampião
1956 - São Paulo SP – Hamlet
1956 - São Paulo SP – A Raposa e as Uvas
1957 - São Paulo SP – O Comício
1957 - São Paulo SP – Chá e Simpatia
1957 - São Paulo SP – Três Anjos Sem Asas
1958 - São Paulo SP – Vestido de Noiva
1958 - São Paulo SP – Uma Cama Para Três
1958 - São Paulo SP – Amor Sem Despedida
1958 - São Paulo SP – Chá e Simpatia
1959 - São Paulo SP – Trio: Antes do Café
1959 - São Paulo SP – O Homem de Flor na Boca
1959 - São Paulo SP – Lembranças de Bertha
1959 - São Paulo SP – Sexy
1959 - São Paulo SP – Nu, Com o Violino
1959 - São Paulo SP – O Soldado Tanaka
1959 - São Paulo SP - Huguie
1960 - Rio de Janeiro RJ – Uma Cama Para Três
1960 - Rio de Janeiro RJ – A Raposa e as Uvas
1960 - Rio de Janeiro RJ – O Homem de Flor na Boca
1960 - Rio de Janeiro RJ – Sexy
1962 - São Paulo SP – Sonho de Uma Noite de Verão
1962 - São Paulo SP – Calígula
1964 - São Paulo SP – O Resto é Silêncio
1965 - Rio de Janeiro RJ – Vestido de Noiva


Direção (assistente):

1950 - São Paulo SP – O Anjo de Pedra
1950 - São Paulo SP – O Homem de Flor na Boca


Interpretação:

1945 - Rio de Janeiro RJ – Romeu e Julieta
1948 - Rio de Janeiro RJ - Hamlet
1948 - Rio de Janeiro RJ – A Família e a Festa na Roça
1948 - São Paulo SP - Hamlet
1949 - Rio de Janeiro RJ – Arlequim Servidor de Dois Amos
1949 - São Paulo SP – O Mentiroso
1949 - Rio de Janeiro RJ – A Tragédia de Hamlet
1949 - Rio de Janeiro RJ – Tragédia em New York
1949 - Rio de Janeiro RJ – Simbita e o Dragão
1949 - Rio de Janeiro RJ – Calígula
1950 - São Paulo SP – A Ronda dos Malandros
1950 - São Paulo SP – Os Filhos de Eduardo
1950 - São Paulo SP – Do Mundo Nada Se Leva
1950 - São Paulo SP – A Importância de Ser Prudente
1950 - São Paulo SP – O Anjo de Pedra
1950 - São Paulo SP – O Inventor de Cavalo
1950 - São Paulo SP – Entre Quatro Paredes
1950 - São Paulo SP – O Homem da Flor na Boca
1950 - São Paulo SP – Um Pedido de Casamento
1951 - São Paulo SP – Ralé
1951 - São Paulo SP – Convite ao Baile
1951 - São Paulo SP – Arsênico e Alfazema
1951 - São Paulo SP – Seis Personagens à Procura de um Autor
1952 - São Paulo SP – Antígone
1952 - São Paulo SP – Inimigos Íntimos
1952 - São Paulo SP – Diálogo de Surdos
1952 - São Paulo SP – O Mentiroso
1952 - São Paulo SP – Vá com Deus
1953 - Rio de Janeiro RJ – A Raposa e as Uvas
1953 - Rio de Janeiro RJ – A Falecida
1953 - Rio de Janeiro RJ – Canção Dentro do Pão
1953 - Rio de Janeiro RJ – A Ceia dos Cardeais
1953 - São Paulo SP – Improviso
1954 - São Paulo SP – Leonor de Mendonça
1954 - Rio de Janeiro RJ – Lampião
1954 - São Paulo SP – Sinhá Moça Chorou
1954 - São Paulo SP – A Filha de Iório
1954 - São Paulo SP- Lampião
1954 - São Paulo SP – Hécuba
1955 - Rio de Janeiro RJ – A Ceia dos Cardeais
1956 - São Paulo SP – Hamlet
1956 - São Paulo SP – Quando as Paredes Falam
1956 - São Paulo SP – A Raposa e as Uvas
1957 - São Paulo SP – O Comício
1957 - São Paulo SP – Chá e Simpatia
1957 - São Paulo SP – Henrique IV
1957 - São Paulo SP – Três Anjos Sem Asas
1958 - São Paulo SP – Uma Cama Para Três
1958 - São Paulo SP – Amor Sem Despedida
1958 - São Paulo SP – O Casamento Suspeitoso
1959 - São Paulo SP – Trio: Antes do Café
1959 - São Paulo SP – O Homem de Flor na Boca
1959 - São Paulo SP – Lembranças de Bertha
1959 - São Paulo SP – Sexy
1959 - São Paulo SP – Nu, Com o Violino
1959 - São Paulo SP – O Soldado Tanaka
1959 - São Paulo SP – Huguie
1960 - Rio de Janeiro RJ – Uma Cama Para Três
1960 - Rio de Janeiro RJ – A Raposa e as Uvas
1960 - Rio de Janeiro RJ – O Homem de Flor na Boca
1961 - Salvador BA – Calígula
1962 - São Paulo SP – Terceira Pessoa do Singular
1962 - São Paulo SP – A Visita da Velha Senhora
1962 - São Paulo SP – Sonho de Uma Noite de Verão
1962 - São Paulo SP – Calígula
1964 - São Paulo SP – Gog e Magog
1964 - São Paulo SP – O Resto é Silêncio


Roteiro:

1980 - São Paulo SP – Sérgio Cardoso em Prosa e Verso
 
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Terça-feira, 27 de Janeiro de 2009

OS TEATROS DA SÃO PAULO DOS BARÕES DO CAFÉ

 

 

Em meados do século XIX, São Paulo era uma cidade bucólica, a sua população dormia cedo, e tinha como atração principal da sua vida noturna, os saraus de poesia na casa das moçoilas. Com o poder econômico gerado pelo ciclo do café, e mais tarde, com chegada da luz elétrica, os paulistanos passaram a conhecer novos hábitos noturnos, com uma boemia centrada nos bares e nos cabarés. A época dos barões do café muda drasticamente a arquitetura da cidade, feita de ruas estreitas, iluminadas a gás, transitadas por pequenos bondes carregados por burros. A partir da segunda metade do século XIX, São Paulo atinge o porte de uma cidade média. A cidade cresce culturalmente, procurando assimilar e adaptar para si os modismos internacionais. É a descoberta do teatro e da ópera, que se tornam imprescindíveis na construção cultural de uma nova sociedade ascendente.
É nesta época que São Paulo ganha casas de teatros famosas, que darão forma ao conteúdo da sua nova forma de delinear e de viver a boemia, a noite cultural. Em 1864, no local onde é hoje a Praça João Mendes, nos fundos da catedral da Sé, é aberto o Teatro São José, o mais famoso teatro que a cidade já tinha visto até a inauguração do Teatro Municipal, em 1911. Em 1873, viria o Teatro Provisório, na rua Boa Vista, que deu lugar ao Teatro Santana. O Politeama, na Ladeira do Acu, depois rua São João, e finalmente, avenida São João, surgiu em 1892. O Moulin Rouge, nas imediações do Largo do Paissandu. Em 1908, foi a vez do Teatro Colombo, no largo da Concórdia, no Brás. Com o incêndio do Teatro São José, em 1898, um novo prédio é feito no Morro do Chá, onde o teatro é inaugurado em 1909. Em 1911, o paulistano tem a sua apoteose teatral com a inauguração do Teatro Municipal. Na década dos 1920 surgiria o belíssimo Teatro Santa Helena. Com a vinda do cinema, muitos teatros tornaram-se salas de exibição da sétima arte. Dos velhos teatros paulistanos descritos aqui, apenas o Teatro Municipal sobreviveu até os dias atuais, os outros tiveram os seus prédios demolidos ou incendiados, ou simplesmente desapareceram, engolidos pelo tempo e pela história.

Casa da Ópera, o Primeiro Teatro de São Paulo

A história do teatro em São Paulo está ligada à sua fundação, que remete ao padre Anchieta. O jesuíta fundador utilizava recursos teatrais na catequização dos índios, encenando para eles autos de cunho religioso. As encenações dos autos ocorriam ao ar livre, no local genético da cidade de São Paulo, o Pátio do Colégio. Muitos anos separariam a data da fundação da cidade, as encenações teatrais de Anchieta e a primeira casa de teatro. Relatos apontam para o século XVII, o aparecimento do primeiro prédio de teatro da capital paulista, chamado de Casa da Ópera, localizado no que é hoje a rua de São Bento. Segundo relatos, o prédio ficava entre São Bento e o antigo Largo do Rosário, hoje praça Antônio Prado. Por questões morais e preconceitos da época, em meio aos manifestos contrários ao seu funcionamento, este pequeno teatro foi obrigado a fechar.
No século XVIII, quando dom Luís Antonio de Sousa Botelho e Mourão, o Morgado de Mateus, era governador general da capitania de São Paulo (1965 a 1775), famoso por conceder em 1767, o título de coronel a Santo Antonio, surgiria aquele que é considerado o primeiro teatro oficial de São Paulo. Seria instalada na Casa da Fundição, nos baixos do Palácio do Governo, no Pátio do Colégio, uma sala de espetáculos para 350 pessoas, chamada de Casa da Ópera.
A Casa da Ópera do Pátio do colégio (local aproximado de onde está instalada a Caixa Econômica Estadual), tinha uma construção rudimentar para uma casa de espetáculos, com três portas no rés do chão e três janelas no primeiro andar. Trazia no interior, à altura do saguão, duas escadas, que davam, uma para o camarim governamental e outra aos 28 camarotes, divididos em três ordens. Na platéia havia bancos simples. A iluminação era feita por velas de cera e candeeiros de azeite doce.
Foi na Casa da Ópera, do Largo do Colégio (na fotografia acima, do Pátio do Colégio, a igreja e o colégio, tendo à esquerda, o prédio da Casa da Ópera, em 1861), que dom Pedro I, ao proclamar a independência do Brasil, em 7 de setembro de 1822, foi aclamado pelo povo, rei do Brasil. Com a inauguração do Teatro São José, em 1864, e outras casas de diversão em São Paulo, a Casa da Ópera entrou em decadência, sendo decretado por volta de 1870, que seria demolido o seu prédio. No seu lugar, em 1881, foi lançada a pedra fundamental do prédio da Tesouraria da Fazenda.

Teatro São José

Criado para ser um teatro nos molde dos europeus, o Teatro São José, construído no Largo Municipal (atual Praça João Mendes), foi inaugurado na noite de 4 de setembro de 1864, com a apresentação da peça “A Túnica de Nessus”, do estudante de direito Sizenando Nabuco, irmão de Joaquim Nabuco.
O Teatro São José do Largo Municipal, ainda estava inacabado no dia da sua inauguração, só finalizando as obras dez anos depois.
Nos palcos do Teatro São José, grandes espetáculos de óperas e dramas foram encenados, por lá passaram as melhores companhias da época. No seu apogeu, o São José recebeu a famosa atriz de origem portuguesa, Eugênia Câmara e o seu grande amor, o poeta Castro Alves. Por lá também passaram: Sarah Bernhardt, as pregações abolicionistas de Antonio Bento e Arthuro Toscani.
Na noite de 15 de fevereiro de 1898, um grande incêndio destruiu o Teatro São José. São Paulo despertou com os sinos das igrejas a anunciar o grande incêndio, quando o sol nasceu, o Teatro São José já não existia, deixando a cidade desprovida de um grande teatro. A partir do incêndio, o Largo do Comércio passou a ser chamado de Largo do Teatro, mais tarde de Praça João Mendes.
Diante da catástrofe, um novo Teatro São José (foto ao lado) passou a ser construído. Feito do projeto do arquiteto Carlos Eckman, foi inaugurado no dia 28 de dezembro de 1909, em um novo local, no morro do Chá. O novo Teatro São José, ao lado do Viaduto do Chá, trazia um prédio imponente, com um grande salão, dois anos depois, em frente a ele, surgiria o Teatro Municipal. O São José do Viaduto do Chá existiu até 1924, quando foi demolido para a construção do Edifício Alexandre Mackenzie, nova sede da Light & Power, depois Eletropaulo, na esquina da Rua Coronel Xavier de Toledo com o Viaduto do Chá.

Teatro Politeama

Segundo cronistas, a antiga Ladeira do Acu, depois Rua de São João (atual Avenida São João), era uma rua estreita de velhas quitandas e botequins que ladeavam o Teatro Politeama, que trazia a paisagem bucólica de fogareiros de lata de querosene na porta, assando castanhas, costume herdado da colonização portuguesa.
Registra-se sobre o edifício do Teatro Politeama (na foto a segunda porta à direita, entrada do Politeama ao lado do Cassino Paulista), como um grande barracão acaçapado, coberto de zinco, com uma pequena porta de acesso na Rua São João, à altura da Avenida Anhangabaú, outra porta de serviço, na Rua Formosa. O barracão de zinco tinha sido construído para abrigar o circo de Frank Brown. Apesar de seu prédio sem glamour, era o teatro de melhor acústica de São Paulo. O Politeama foi palco dos melhores espetáculos que marcaram culturalmente a cidade, em especial o Vale do Anhangabaú, que a partir dele tornou-se sede da vida noturna da Paulicéia. Nele efetuaram-se os mais diversos gêneros de espetáculos: cafés-concerto, circenses, atuações de grandes companhias estrangeiras de todos os gêneros, dramático, lírico e de opereta. Foi nos palcos do Politeama que a grande Sarah Bernhardt, em outubro de 1905, faria a sua última apresentação em palcos paulistanos. Nessa tournée ao Brasil, a atriz sofreu um acidente nos palcos do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, responsável pela amputação futura da sua perna.
O Politeama foi a casa de espetáculos que mais caracterizou a cultura tipicamente paulistana da época.

Moulin Rouge

O antigo Rinque de Patinação, foi mais tarde transformado no Moulin Rouge, um cabaré que marcou a vida noturna de São Paulo na virada do século XIX e início do século XX. Localizava-se na Avenida São João, nas proximidades do Largo do Paissandu. Funcionava em um casarão onde hoje está o prédio da Secretaria de Cultura, na esquina com a rua Dom José de Barros.
O Moulin Rouge (fotografia ao lado, do casarão do Largo do Paissandu, de um cartão postal do início do séculoXX), devido à sua localização privilegiada, foi de grande importância para a vida noturna do centro de São Paulo, sendo frequentado por grande parte dos paulistanos. Tinha um estilo de café-concerto, inspirado nos cafés parisienses. Gerou personagens míticos da vida noturna paulistana, como Garibaldi, um italiano de longas barbas, taxista amigo de todos, transportava os freqüentadores da boemia da cidade, entre eles, os bêbados e os casais formados na noite.
O casarão do Moulin Rouge tornar-se-ia, em 1905, o Teatro Carlos Gomes, que por sua vez, cederia lugar ao Teatro Variedades. Quando a Rua de São João foi alargada, tornando-se uma avenida, novamente mudou o nome para Teatro Avenida, que finalmente, tornar-se-ia o Cine Avenida, famoso por suas sessões duplas.

Teatro Santana

O poder do café transformava a cidade de São Paulo. O apogeu do ciclo cafeeiro deu-se de 1880 a 1930. Com o dinheiro do café, a burguesia ascendente necessitava de uma lapidação cultural, para firmar-se e ser aceita pelas famílias tradicionais. O paulistano necessitava cada vez mais de abrir novos espaços culturais, que os fizesse similar às grandes culturas européias. O teatro, pouco antes da chegada dos animatógrafos, era uma busca constante da São Paulo dos barões do café.
No dia 23 de agosto de 1873, inaugurou-se mais um teatro, o Teatro Provisório Paulistano, situado em um casarão, na Rua Boa Vista. O teatro traz uma mudança sócio-cultural à rua durante décadas, que nos dias atuais esvaiu-se por completo. O antigo Teatro Provisório Paulistano foi comprado pelo industrial Antonio Álvares Penteado, que o demoliu, para a construção de um outro teatro em seu lugar.
Mal o século XX mostrava o seu alvorecer e, no lugar do Teatro Provisório Paulistano, surge o Teatro Santana, inaugurado na noite de 26 de maio de 1900. Ali permaneceria até 1911. O Teatro Santana, por iniciativa de Antonio Álvares Penteado, foi transferido do casarão da Rua Boa Vista (demolido em 1912), para um edifício com projeto de Max Hehl, situado na Rua 24 de Maio, sendo inaugurado em 25 de abril de 1921. Era um prédio pequeno e elegante, com três bares. Sem fins lucrativos, era alugado por seus donos, o Conde Silvio Álvares Penteado e Armando Álvares Penteado, diretamente para as companhias teatrais, sem empresários. O Teatro Santana da Rua 24 de Maio foi demolido em 1960.

Teatro Colombo

O Teatro Colombo foi uma resposta das classes menos favorecidas à elitização dos teatros paulistanos, e dos preços exorbitantes cobrados pelas bilheterias. Localizado no Largo da Concórdia, no Brás, o Teatro Colombo, foi inaugurado em 19 de fevereiro de 1908. Pertencia à Companhia Dramática Italiana, e resultou da adaptação de um antigo mercado que havia no local. Tinha uma capacidade de 1968 lugares, contando com 39 camarotes e 24 frisas. Tinha ainda, as cadeiras de platéia e três arquibancadas, comportando 260 lugares em pé.
O Teatro Colombo foi palco de grandes manifestações de trabalhadores e grupos de tendência anarquista. Era conhecido como o local de reunião das famílias dos bairros industriais e populosos, por praticar preços ao alcance das classes operárias. Por seus palcos passaram companhias dramáticas, líricas e de operetas. O famoso Caruso apresentou-se para a sua platéia.
Com chegada do cinema, o Teatro Colombo foi transformado em uma grande sala de exibição de filmes. Uma sala que fez parte da história do Brás e da cidade de São Paulo. Em 1966, um incêndio destruiu-o completamente.

Teatro Santa Helena

O Teatro Santa Helena estava localizado no térreo do Palacete Santa Helena, na Praça da Sé. O edifício foi iniciado em 1922, e concluído em 1925. Através do Palacete, podia definir-se a paisagem da arquitetura paulistana da década vinte. Foi projetado pelo arquiteto italiano Corberi, executado pelo escritório técnico de engenharia Luis Asson.
No prédio reuniam-se célebres artistas plásticos, formando o que ficou conhecido como Grupo do Santa Helena, composto por Francisco Rebolo, Di Cavalcanti, Mario Zanini, Alfredo Volpi, Clóvis Graciano, Manuel Martins, Aldo Bonadei, Penacchi e outros, cujo lema era romper com as regras do academismo e retratar temas do cotidiano popular.
Além do Teatro, o prédio abrigou em várias épocas distintas, ateliês, sedes de sindicatos (dos Metalúrgicos, dos Artistas Plásticos, dos Empregados do Comércio), além de uma célula do Partido Comunista Brasileiro.
O Teatro Santa Helena foi transformado em sala de cinema. Nos anos trinta, passear pela Praça da Sé fazia parte do lazer do paulistano. Assistir filmes no cine-teatro Santa Helena, era um salutar e agradável costume da elite. A sala possuía decoração art nouveau, com escadarias de mármore de Carrara, vidros e espelhos franceses. O cine-teatro foi fechado em 1971, pouco antes do Palacete Santa Helena ser demolido para dar lugar à Estação Sé do Metropolitano.

Teatro Municipal

Com o incêndio do Teatro São José, em 1898, a idéia da construção de um grande teatro em São Paulo cresceu, fazendo o paulistano ansiar por uma casa de espetáculos grandiosa, com inspiração no Teatro da Ópera de Paris.
Em 1903, a Câmara Municipal de São Paulo desapropriou o terreno do Morro do Chá, iniciando naquele ano, as obras de um grande teatro, sobre um projeto de Cláudio Rossi, com desenhos de Domiziano Rossi, sendo Ramos de Azevedo o responsável pela construção. As obras finalizariam em 30 de agosto de 1911. Surgia, assim, no coração de São Paulo, um edifício imponente e luxuoso, com armadura de ferro de Düsseldorf; ferro artístico de Frankfurt; bronze artístico de Berlim, Paris e Milão; mosaicos de Veneza; mosaicos de pavimento de Nova York e Berlim; mármores de Siena, Verona e Carrara.
No dia 12 de setembro de 1911, o Teatro Municipal foi inaugurado, com o drama lírico Hamlet, cantado pelo barítono italiano Titta Ruffo. Desde então, grandes artistas passaram pelos palcos do teatro: Enrico Caruso, Isadora Duncan, Anna Pavlowa, Nijinski, Mikhail Baryshnikov, Clara Della Guardia, Itália Fausta, Vivien Leigh, Arthur Rubinstein, Maria Callas, Duke Ellington e Ravi Shankar, entre tantos.
Quase 100 anos depois da sua inauguração, o Teatro Municipal, criado para atender principalmente, às óperas, continua a ser o maior teatro de São Paulo, e um dos melhores do mundo. Assim como no dia da sua inauguração, continua a ser um teatro voltado para a elite, devido ao valor cobrado ao público por seus espetáculos. Grande parte do paulistano nunca entrou no Teatro Municipal.
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Domingo, 25 de Janeiro de 2009

PEDAÇOS - O ÁLBUM DE CONSOLIDAÇÃO DE SIMONE

 

 

Dentro da Música Popular Brasileira, há álbuns que se tornaram fundamentais não só pela sua qualidade musical, ou pela beleza das suas canções, mas por ter sido lançado em um determinado momento histórico do país, e as suas canções fizeram parte da trilha sonora deste momento. “Pedaços”, da cantora Simone, é um desses álbuns. Lançado no ano de 1979, teve faixas que acompanharam a construção da história que se fazia naquele momento, tanto política como social. 1979 era o ano da consolidação da abertura política dentro da ditadura militar, que culminou com a Anistia, lei promulgada naquele ano, que possibilitou à volta dos exilados políticos.
Em 1978, o Ato Institucional número 5 (AI-5), teve o seu fim decretado pelo então presidente Ernesto Geisel, em seu último ano de mandato. Com o fim do AI-5, várias canções proibidas durante a ditadura puderam, finalmente, ser gravadas e lançadas, entre elas “Cálice” (Chico Buarque – Gilberto Gil). A MPB volta a ganhar uma força de conotação política que teve durante os festivais, no fim dos anos sessenta, pré-AI-5. Assim, os álbuns lançados no fim de 1978 e no ano de 1979, já mostram esta nova vitalidade contestatória da MPB. “Chico Buarque 1978”, de Chico Buarque ou “Álibi”, de Maria Bethânia, são exemplos desta nova tendência. “Pedaços” faz parte desses álbuns. Traz Simone, uma cantora com seis anos de carreira, que apesar de muito prestigiada pelos colegas da MPB, nos primeiros anos era pouco conhecida do grande público. Simone teve a sua primeira explosão popular quando gravou “O que Será?”, de Chico Buarque, para a trilha sonora do filme “Dona Flor e os Seus Dois Maridos”. Com “Pedaços” a cantora assume lugar de destaque na MPB, rumando à ascensão meteórica de uma carreira brilhante, que só declinaria no início dos anos noventa. “Pedaços” é um dos álbuns que, a partir de 1978, transformariam a nossa MPB em vozes femininas, tendo até os dias atuais, esta característica.
 

Pedaços, o Álbum
 

Simone chegava ao ano de 1979 numa grande fase da sua carreira. Os dois últimos álbuns, “Face a Face” (1977) e “Cigarra” (1978), traziam uma consistência inequívoca ao trabalho da cantora, com canções belíssimas e bem interpretadas, além de uma boa aceitação pelo público. Um ano fértil para a MPB e fundamental para a história do Brasil, 1979 seria o ano em que Simone seria elevada definitivamente, à categoria de grande estrela da MPB. Já no início do ano, a TV Globo inseriu “Jura Secreta” (Abel Silva – Sueli Costa), faixa do álbum “Face a Face”, na abertura da novela “Memórias de Amor”. O sucesso da canção levou o grande público a querer conhecer melhor a obra da cantora. Era só o começo. Em maio, a Globo lançou o seriado “Malu Mulher”, com Regina Duarte como protagonista. Maria Bethânia, recém-elevada à categoria de estrela máxima da MPB, pelo surpreendente “Álibi”, que bateu todos os números de vendas, não aceitou gravar o tema de abertura do seriado, a canção “Começar de Novo” (Ivan Lins – Vitor Martins), feita para este fim. Simone gravou a música. O seriado foi o grande sucesso da televisão brasileira de 1979, e, conseqüentemente, “Começar de Novo” explodiu, tocando em todas as rádios e mídias da época.
O sucesso de “Começar de Novo” antecipou o lançamento do álbum “Pedaços”, um dos mais belos e consistentes álbuns da cantora Simone. “Pedaços” trazia onze faixas. Iniciava-se com “Começar de Novo”, música que virou hino da liberação feminina proposta pelo seriado “Malu Mulher”. Vista através do tempo, “Começar de Novo” chegou aos dias atuais sem muita relevância, como mais uma bela canção de amor, desgastada pelo tempo. Em 1979 a canção era um hino. “Malu Mulher” trazia no seu conteúdo não só temas tabus à época, como o divórcio, a emancipação feminina, a masturbação da mulher oi o homossexualismo, como também inaugurava uma nova linguagem para as personagens femininas no universo da teledramaturgia brasileira. “Começar de Novo”, na voz de Simone, estava imarcescivelmente ligada ao seriado e àquele momento de transformação na conduta social da mulher brasileira. O seriado originou ao mítico “Mulher 80”, especial dirigido por Daniel Filho, que foi ao ar no fim do ano de 1979, tendo a presença de grandes cantoras como Gal Costa, Elis Regina e Maria Bethânia, além de Simone, a interpretar “Começar de Novo”, a canção principal do programa, que servia para lançar em disco, a trilha sonora do seriado.
Começar de Novo” é uma das mais belas parcerias de Simone com Ivan Lins. O compositor tem no canto da Cigarra, um apogeu da sua obra. Além desta canção, “Pedaços” traz outra canção belíssima de Ivan Lins, “Saindo de Mim (Dois Gumes)" (Ivan Lins – Vitor Martins), ao contrário de “Começar de Novo”, que traz o rompimento dos sentimentos através da determinação de um dos lados, que decide sobreviver ao amor, a viver sem ele, “Saindo de Mim” é o abandono, a constatação de que o amor foi embora sorridente, sem deixar avisos, mas certo de que não mais voltaria, deixando as lembranças, a dor rasgada pela faca de dois gumes. Magnífico momento de Simone, literalmente em pedaços diante das dores do amor.
Ainda sob a pulsação das dores do amor, e das suas lembranças perenes, Simone regrava um grande sucesso do repertório de Roberto Carlos: “Outra Vez” (Isolda), a música foi lançada pelo rei em 1977. Foi o primeiro sucesso de Isolda sem a parceria do irmão Milton Carlos, morto em acidente de automóvel, no fim de 1976. A interpretação de Simone é econômica, mas sincera. Não acrescenta ao clássico, mas também não lhe causa estragos, pelo contrário. Arremata brilhantemente a proposta do álbum.
Deixando um pouco as angústias do amor, o álbum segue com um dos seus momentos mais altos: “Sob Medida” (Chico Buarque), música feita para a trilha sonora de “A República dos Assassinos”, de Miguel Faria Jr, cantada no filme pela bela e inesquecível Sandra Bréa. Fafá de Belém gravou esta música. Há versos diferentes na versão de Simone e na de Fafá de Belém, como “eu sou seu incesto", cantado apenas pela segunda. A interpretação de Fafá de Belém traz uma sensualidade lasciva que prejudica a ironia a letra. Simone consegue dar o tom vingativo da música, é a melhor interpretação que esta canção tem. A Globo aproveitou a canção para fazer parte da trilha sonora da novela “Os Gigantes” (1979/1980), o que, reza as lendas de bastidores, gerou ciúmes de Fafá de Belém, que queria exclusividade sobre a música. Para compensar a cantora paraense, a Globo fez um clipe com ela no “Fantástico”, na época da novela, em vez de fazê-lo com Simone.
Povo da Raça Brasil” (Milton Nascimento – Fernando Brant), traz uma brasilidade pulsativa, muito comum na época, quando já se via a ditadura militar em seu limiar. Uma brasilidade que Milton Nascimento perdeu com o tempo, quando deixou a musicalidade jazistica americana tomar conta da sua obra. A música retrata o povo além do litoral, cheio de tradições e esperanças. Simone, que tinha participado de um festival cubano de música em 1979, engajava-se na proposta política que a MPB de então tomou como bandeira. Mais do que um retrato político, “Povo da Raça Brasil” é um retrato do brasileiro.
Itamarandiba” (Milton Nascimento – Fernando Brant) é uma viagem solitária através das cidades mineiras com nome de pedras. A canção começa com uma versão da famosa frase de Carlos Drumond de Andrade “No meio do meu caminho sempre haverá uma pedra”. A letra segue pelas cidades das pedras: Turmalina, Diamantina, Pedra Azul, retratando o rosto da gente e da vida que as paisagens da canção nos mostra. Delicada interpretação de Simone dentro de um universo de Milton Nascimento que já não existe.
Vento Nordeste” (Sueli Costa – Abel Silva) é uma canção intimista, introspectiva, que se encaixa com perfeição no repertório bem costurado do álbum, sem lhe impregnar de melancolia. Talvez este seja o grande segredo de “Pedaços”, tocar nas feridas do amor e da existência, sem impregnar-se de melancolia.
Condenados” (Fátima Guedes), canção de uma sensualidade à flor da pele, traz uma Simone safada, sedutora, verve que ela exploraria à exaustão nos anos oitenta. Fátima Guedes tornar-se-ia uma jovem compositora muito prestigiada, tendo canções gravadas no ano seguinte por Elis Regina. Esta canção jamais foi revisitada, é uma das mais belas da sua autora. Simone deixa aqui, os males do amor, para deliciar-se nos seus prazeres, na sua beleza, sem medo de ser censurada.
Cordilheira” (Sueli Costa – Paulo César Pinheiro), é o grande momento do disco. Música de um impacto poético poucas vezes revelado na MPB, a sua inclusão no álbum é resultado do fim do AI-5, pois ela esteve anos proibida pela censura da ditadura militar. A canção foi tocada pelas FMs da época, mas não atingiu as AMs, que eram as rádios mais populares.

“Eu quero ver a procissão dos suicidas, caminhando para a morte pelo bem de nossas vidas
Eu quero crer na solução dos evangelhos, obrigando os nossos moços ao poder dos nossos velhos
Eu quero ler o coração dos comandantes, condenando os seus soldados pela orgia dos farsantes


Com os seus versos pungentes, refletindo uma rebeldia latente, “Cordilheira” retratava a juventude que conquistara a Anistia e estava pronta para derrubar definitivamente, a ditadura militar. É um hino cáustico, de uma beleza quase cruel.
Tô Voltando” (Maurício Tapajós – Paulo César Pinheiro), agradável samba, foi outra canção que fez parte da trilha sonora da história do Brasil da época. Com a consolidação da anistia, tornou-se o hino dos anistiados:

"Pode ir armando o coreto
E preparando aquele feijão preto
Eu tô voltando
Põe meia dúzia de Brahma pra gelar
Muda a roupa de cama
Eu tô voltando"

Permeada de símbolos nacionais, como o feijão preto, o defumador, a marca da cerveja, a canção caía como uma luva aos sofridos exilados, que obrigados pela ditadura, estavam espalhados pelo mundo. Curiosamente, com o tempo, esta canção, hino da anistia, foi esquecida, preterida à “O Bêbedo e a Equilibrista” (João Bosco – Aldir Blanc), graças à grande popularidade de Betinho (o irmão do Henfil da canção) e à morte de Elis Regina.
Pedaço de Mim” (Chico Buarque), canção que deu nome ao disco, escolhida para encerrá-lo, é o momento mais frágil do álbum. Esta mesma canção, no mesmo ano, além do álbum de Simone, deu título ao álbum de Zizi Possi “Pedaço de Mim”. Canção da peça “A Ópera do Malandro”, feita para ser cantada em dueto, tem, em 1979, as interpretações solitárias de Zizi Possi e Simone. A primeira dá uma interpretação lírica à canção, de uma beleza ímpar. Simone optou por uma interpretação dramática, ao som de sinos e de um órgão, dá a sensação de estarmos em uma igreja, a assistir a um funeral do amor. Torna-se pungente. É o único momento de pouco brilho de “Pedaços”.
Pedaços” deu origem ao famoso show que Simone estrearia no Canecão, no fim de 1979. O show seria registrado no álbum “Simone Ao Vivo” (1980). Além de grande parte das canções citadas, no show Simone ressuscitou um velho sucesso proibido pela ditadura militar: “Pra Não Dizer que Não Falei das Flores” (Geraldo Vandré). No seio da ditadura, a abertura política estava consolidada, já não tinha volta. A MPB tornar-se-ia a porta-voz da abertura. A carreira de Simone estava consolidada. Com “Pedaços” nascia a superestrela Simone, que depois de “Pedaços”, trocou o pingo do i do nome por uma estrela.

Ficha Técnica:

Pedaços
Emi-Odeon
1979

Direção de produção: Renato Corrêa
Foto: Fernando Carvalho
Capa: Noguchi
Produtor Fonográfico: EMI-ODEON
Arranjos e Regências: Nelson Ayres e Gilson Peranzzetta
Guitarra: Alemão (Olmir Stocker)
Percussão: Chico Batera
Piano: Gilson Peranzzetta
Baixo Elétrico: Ivani Sabino
Violinos: Pareshi (Spala), Vidal, Walter Hack, Carlos Eduardo Hack, Lana, Francisco Perrotta, Piersanti, Luiz Carlos, Astrogildo, Marcelo Pompeu, Wilson Teodoro, Virgílio Arraes
Violas: Penteado, Nelson Macedo, Stephany, Nathércia
Cellos: Watson, Alceu de Almeida Reis, Iura, Bariola

Faixas:

1 Começar de Novo
(Ivan Lins-Vitor Martins)
2 Sob Medida
(Chico Buarque)
3 Povo da Raça Brasil
(Milton Nascimento - Fernando Brant)
4 Condenados
(Fátima Guedes)
5 Cordilheira
(Sueli Costa - Paulo César Pinheiro)
6 Outra Vez
(Isolda)
7 Vento Nordeste
(Sueli Costa - Abel Silva)
8 Saindo de Mim (Dois Gumes)
(Ivan Lins - Vítor Martins)
9 Tô Voltando
(Maurício Tapajós - Paulo César Pinheiro)
10 Itamarandiba
(Milton Nascimento - Fernando Brant)
11 Pedaço de Mim
(Chico Buarque)

 
 

 
 
 
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Terça-feira, 20 de Janeiro de 2009

OS MESES DO ANO - JULHO

 

 
Julho é o segundo mês após o primeiro solstício, sendo o mais quente do ano no hemisfério boreal e o mais frio do ano no hemisfério austral.
Sétimo mês do ano do Calendário Gregoriano, possui 31 dias, Julho tem o seu nome derivado do grande líder romano Caio Júlio César (Gaius Julius Caesar). Júlio César foi quem mudou o antigo Calendário Romano, de doze meses distribuídos em 355 dias, instituindo em 46 a.C., o calendário Juliano. Júlio César considerou o ano trópico de 365 dias e 1/4 e estabeleceu 3 anos de 365 e 1 de 366 dias, a cada quatriênio. Com as modificações, em 45 a.C., o ano antes iniciado em Março, passa a ter o seu início em Janeiro. Quando Júlio César foi assassinado, em 44 a.C., o Senado Romano homenageou o mês que ele tinha nascido, Quintilius (que tinha este nome por ser o quinto mês do antigo Calendário Romano), renomeando-o com o nome de Julius, que em português é Julho.
Julho começa o seu ponto astrológico com sinal em Câncer e termina com sinal em Leão. Astronomicamente o Sol começa na constelação de Gemini e termina na constelação de Câncer.
No hemisfério norte, é um dos meses preferidos para as férias das pessoas, dado ao sol escaldante que os seus dias produzem. No hemisfério sul, pode ocorrer os dias mais frios do ano, auge do inverno.

Julhos na História do Mundo

01 de Julho
1867 – Abolida, em Portugal, a pena de morte para crimes civis.
1911 – Descobertas no Peru, as ruínas da cidade sagrada dos incas, Machu Picchu, pelo norte-americano Hiram Bingham (foto).
1940 – Na França, invadida pela Alemanha, é estabelecido o “Governo de Vichy”, sendo proclamado o marechal Petain como chefe de Estado.

02 de Julho
1776 – Reunião do Congresso Continental Americano, na Filadélfia, que declara a independência das colônias britânicas da América do Norte.
1900 – O primeiro dirigível, construído pelo conde von Zeppelin, faz um vôo experimental, em Berlim, na Alemanha.
1976 – Reunificados o Vietnã do Norte e o Vietnã do Sul.

03 de Julho
1187 – O sultão sarraceno Saladino, à frente de sessenta mil soldados turcos, derrota os cruzados nas proximidades do Mar da Galileia.
1905 – Ratificado pelo parlamento francês, a separação entre a igreja e o Estado.
1933 – Na Alemanha nazista, os judeus são excluídos das funções públicas.

04 de Julho
1336 – Morre, em Estremoz, Portugal, a rainha Isabel de Aragão, viúva de dom Dinis, rei de Portugal. Isabel seria canonizada em 25 de maio de 1625, pelo papa Urbano VIII.
1941 – Tito organiza a resistência na Iugoslávia contra os nazistas.
1994 – A Frente Patriótica tutsi toma a capital do Ruanda, Kigali, durante a guerra civil.

05 de Julho
1911 – Sob o comando de Simon Bolívar, é declarada a independência da Venezuela.
1852 – Abolida, em Portugal, a pena de morte para crimes políticos.
1968 – No período da chamada “Primavera de Praga”, a Assembléia Nacional da Tchecoslováquia reabilita as vítimas dos processos políticos desde 1948.

6 de Julho
1535 – Henrique VIII, da Inglaterra, ordena a execução de Tomás Moro.
1885 – Inoculada com sucesso, por Louis Pasteur, a primeira vacina contra a raiva.
1972 – A reforma constitucional proposta pelo presidente Salvador Allende sofre a oposição do Parlamento chileno.

07 de Julho
1809 – Lord Byron, poeta inglês, chega a Lisboa, Portugal.
1960 – Fidel Castro declara a estatização de todas as empresas norte-americanas em Cuba.
1967 – Tropas do exercito federal da Nigéria invadem o Biafra, dando início à guerra civil.

08 de Julho
1497 – Parte de Lisboa, rumo à Índia, a frota comandada por Vasco da Gama.
1893 – Assinado um tratado de limites territoriais entre o México e Honduras, reconhecendo a soberania britânica sobre o Belize.
1943 – Após ter sido capturado pela Gestapo e torturado durante onze dias, morre Jean Moulin (foto), um dos mais famosos integrantes da Resistência Francesa.

09 de Julho
1816 – Declarada, no Congresso de Tucumán, a independência das Províncias do Rio da Prata, atual Argentina.
1938 – Assinado um tratado de paz entre a Bolívia e o Paraguai, pondo fim à Guerra Do Chaco.
1940 – A Romênia é submetida à proteção da Alemanha nazista.

10 de Julho
1964 – A estilista britânica Mary Quant, apresenta a minissaia ao mundo.
1978 – Golpe de Estado, promovido pelos militares, derruba Uld Dadah, presidente da Mauritânia.
1991 – Boris Yeltsin torna-se presidente da Federação Russa, sendo o primeiro a ser eleito democraticamente na história da Rússia.

11 de Julho
1919 – Estabelecida nos Países Baixos, a jornada de oito horas de trabalho.
1924 – Decidida, pelo governo da Noruega, a troca do nome da capital do país, Cristiania, para Oslo, decisão posta em prática a partir de 1 de janeiro de 1925.
1994 – Restabelecidas as relações diplomáticas entre os Estados Unidos e o Vietnã.

12 de Julho
1902 – Patenteado, na Alemanha, o processo de fabricação dos ácidos chamados barbitúricos.
1948 – A Inglaterra liberta 375 mil prisioneiros alemães mantidos nos seus campos do Oriente Médio.
1975 – Independência das ilhas africanas, São Tomé e Príncipe, então colônias portuguesas.

13 de Julho
1713 – Assinado o Tratado de Utrech, no qual a Inglaterra consegue da Espanha o domínio sobre o estreito de Gibraltar e a Ilha de Majorca.
1793 – Assassinado, por Carlota Corday, Jean-Paul Marat, um dos principais líderes da Revolução Francesa.
1989 – Tem inicio, em Paris, mediante a presença de trezentos chefes de Estado, as comemorações do bicentenário da Revolução Francesa.

14 de Julho
1789 – Tomada da fortaleza da Bastilha, por populares, em Paris, dando início à Revolução Francesa (na foto, A Tomada da Bastilha, por Jean-Pierre Louis Laurent Houel).
1958 – Um golpe de Estado militar proclama a República no Iraque, assassinando o rei Faisal II e quase toda a família imperial.
1982 – Após a rendição do exército argentino, termina a guerra entre a Grã-Bretanha e a Argentina pela posse das Ilhas Malvinas.

15 de Julho
1864 – A nitroglicerina é patenteada como explosivo, por Alfred Nobel.
1993 – A Ucrânia, uma das maiores potências nucleares do mundo, dá início ao desmantelamento dos seus mísseis.
1997 – Assassinado, em Miami, Estados Unidos, o estilista italiano Gianni Versace.

16 de Julho
1394 – O rei da França, Carlos VI, denominado “o louco”, ordena a expulsão dos judeus das terras francesas.
1918 – Execução dos Romanov, família imperial russa, pelos bolcheviques, que os mantinham presos na Sibéria.
1969 – Lançado no Centro Espacial Kennedy, o foguete Apollo 11, transportando os astronautas Neil Armstrong, Edwin Aldrin e Michael Collins, rumo à primeira viagem a pôr o homem na Lua.

17 de Julho
1762 – Assassinado Pedro III, czar da Rússia.
1973 – Daud Khan derruba a monarquia no Afeganistão, proclamando a República naquele país.
1998 – Os restos mortais do czar Nicolau II e da sua família, são sepultados em uma catedral de São Petersburgo, 80 após serem executados em Ekaterimburg, na Sibéria, pelos bolcheviques.

18 de Julho
64 – Início de um grande incêndio em Roma, que segunda a tradição histórica, teria sido iniciado pelo imperador Nero.
1898 – Proclamada a independência das Filipinas.
1936 – Desencadeada uma revolta militar em várias regiões da Espanha, liderada pelo general Francisco Franco, iniciando a Guerra Civil Espanhola.

19 de Julho
1870 – A França de Napoleão III declara guerra à Prússia.
1969 – A nave espacial Apollo 11, levando os astronautas Neil Armstrong, Edwin Aldrin e Michael Collins, entra em órbita da Lua.
1979 – Combatentes revolucionários entram em Manágua, pondo fim ao regime de Somoza, fazendo triunfar a Revolução Sandinista na Nicarágua.

20 de Julho
1969 –
Neil Armstrong e Edwin Aldrin descem ao solo lunar em um módulo de pouso, e, o homem pisa pela primeira vez na Lua.
1974 – Tropas turcas invadem Chipre, após um golpe de Estado de oficiais gregos da Guarda Nacional.
1996 – Início dos Jogos Olímpicos de Atlanta, Estados Unidos, que comemoravam os cem anos das olimpíadas da era moderna.

21 de Julho
1773 – O papa Clemente XIV, através da bula “Dominus ac Redemptor”, dissolve a Companhia de Jesus.
1917 – O exército alemão lança as primeiras bombas de gás asfixiante durante a Primeira Guerra Mundial (na foto, Quadro de Sargent 1918/1919, mostrando vítimas do gás mostarda).
1954 – Firmados os acordos de Genebra, que estabeleciam a divisão da Indochina, criando oficialmente, os territórios do Camboja, Laos e Vietnã.

22 de Julho
1894 – Realizada, entre Paris e Rouen, a primeira corrida automobilística da história, obedecendo à velocidade média de 20 Km/h.
1944 – A conferência econômica de Bretton Woods, nos Estados Unidos, chega ao fim, aprovando a criação do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial.
1969 – O ditador Francisco Franco designa o príncipe Juan Carlos de Bourbon como seu sucessor na chefia do Estado espanhol.

23 de Julho
1888 – Cantada, pela primeira vez em público, “A Internacional”, numa reunião de vendedores de jornais na cidade francesa de Lille.
1945 – Por sua colaboração com as forças nazistas durante a Segunda Guerra Mundial, o marechal francês Henri Petain é julgado por traição.
1999 – Morre Hassan II do Marrocos, aos setenta anos, no trono do país desde março de 1961.

24 de Julho
1567 – A rainha da Escócia, Mary Stuart, é obrigada a renunciar.
1933 – Dom Pedro IV de Portugal (I do Brasil), cerca e toma Lisboa do seu irmão, dom Miguel.
1974 – Após a retirada do poder do general Phaedon Ghizikis, Constantino Karamanlis assume o cargo de primeiro ministro da Grécia.

25 de Julho
1139 – Dom Afonso Henriques de Portugal, combate e vence uma coligação de mouros na Batalha de Ourique.
1978 – Nasce na Inglaterra, Louise Joy Brown, fruto da primeira fertilização in vitro bem sucedida, conhecida como o “bebê de proveta”.
2000 – Explode sobre um hotel, nas mediações do aeroporto parisiense Charles De Gaulle, um Concorde da Air France, resultando em 113 mortos.

26 de Julho
1933 – Promulgada pelo governo nazista, uma lei de esterilização para melhorar a raça germânica.
1952 – Morre de leucemia, em Buenos Aires, aos 33 anos, Eva Perón, mulher de Juan Perón, presidente da Argentina.
2000 – Aprovado, por um juiz federal de Nova York, o acordo de indenização em que os bancos suíços comprometem-se a pagar 250 milhões de dólares às vítimas do Holocausto.

27 de Julho
1953 – A China, Coréia do Norte e delegados da ONU assinam em Panmunjon, um armistício que encerra a Guerra da Coréia.
1970 – O ditador português Antonio de Oliveira Salazar, que governou Portugal de 1932 a 1968, morre em Lisboa, aos 81 anos.
1996 – A explosão de uma bomba no Parque Centenário, em Atlanta, durante os jogos olímpicos, deixa 2 mortos e 111 feridos.

28 de Julho
1794 – Robespierre, principal líder dos jacobinos, ao lado de Louis Antoine Leon Just e vários jacobinos, são executados na guilhotina.
1821 – Declarada a independência do Peru.
1945 – Um avião causa 28 mortes ao chocar-se com o Empire State Building, em Nova York, Estados Unidos.

29 de Julho
1836 – Inaugurado, em Paris, o monumento do Arco do Triunfo, começado a ser edificado em 1806.
1890 – Morre nos braços do irmão, o pintor holandês Vincent Van Gogh, dois dias após ter dado um tiro no peito.
1981 – Realizado, em Londres, o casamento de Charles, príncipe de Gales, com Lady Diana Spencer (foto).

30 de Julho
1930 – A seleção de futebol do Uruguai vence, em seu país, a primeira copa do mundo de futebol.
1968 – Uma violenta erupção do vulcão Arenal, na Costa Rica, deixa 70 mortos e 90 desaparecidos.
1980 – Aprovado em Israel, pelo Knesset, uma lei anexando Jerusalém Oriental ao território israelense, como reação nacionalista à devolução da península do Sinai ao Egito.

31 de Julho
1556 – Morre Ignácio de Loyola, o fundador da Companhia de Jesus.
1944 – Desaparece, no norte da África, o avião que viajava Antoine de Saint-Exupéry, autor do livro “O Pequeno Príncipe”.
1988 – O rei Hussein da Jordânia, renuncia à Cisjordânia, território ocupado por Israel desde 1967, para que se favoreça a criação de um Estado palestino livre.

Julhos na História do Brasil

01 de Julho
1686 – O jesuíta Antônio Vieira noticia pela primeira vez uma epidemia de febre amarela no Brasil.
1885 – Inauguração da Estrada de Ferro do Corcovado no Rio de Janeiro.
1994 – Lançado o real, nova moeda brasileira, substituindo a URV (Unidade Real de Valor).

02 de Julho
1823 – Tropas brasileiras marcham sobre Salvador, expulsando as forças portuguesas, na guerra da Independência.
1824 – Proclamada a Confederação do Equador, em Pernambuco, pelo manifesto de Paes de Andrade, conclamando as províncias do Norte a integrarem uma confederação.

03 de Julho
1917 – Nasce no Rio Grande do Sul, o jornalista João Saldanha.
1951 – Sancionada a Lei Afonso Arinos, que inclui o preconceito racial no rol das contravenções penais.
1980 – O papa João Paulo II, em sua primeira visita ao Brasil, faz missa em São Paulo e fala da importância do padre José de Anchieta.

04 de Julho
1789 – Preso por participar da Conjuração Mineira, aparece enforcado em sua cela, em Vila Rica (atual Ouro Preto), o advogado e poeta Cláudio Manuel da Costa.
1821 – D. João VI regressa a Portugal, chamado pelas Cortes Constituintes, reunidas em virtude da revolução de 1820.
1948 – Morre em São Paulo, o escritor Monteiro Lobato.

05 de Julho
1853 – D. Pedro II sanciona a lei que cria o Banco do Brasil, resultante da fusão de dois dos maiores bancos particulares da época: o Comercial do Rio de Janeiro e o Banco do Brasil.
1914 – Realizado o primeiro vôo entre São Paulo e Rio de Janeiro, pelo paulista Edu Chaves, que completa o percurso em pouco menos de cinco horas.
1922 – Levante tenentista no Rio de Janeiro, episódio conhecido como “Os dezoito do Forte”.

06 de Julho
1747 – Alegando altos custos da atividade, o rei português d. João V ordena a apreensão do material de imprensa no Brasil.
1871 – Morre em Salvador, Castro Alves, o “poeta dos escravos”.
1922 – Prisão do marechal Hermes da Fonseca, encerrando o episódio do Forte de Copacabana.

07 de Julho
1812 – O príncipe regente d. João desmembra a Freguesia de São Pedro do Rio Grande do Sul, pertencente ao bispado do Rio de Janeiro, erigindo a Freguesia de Pelotas.
1912 – Fluminense vence Flamengo por 3 a 2 na primeira edição do maior clássico do futebol brasileiro.
1957 – Estréia de Pelé na seleção, fazendo um único gol contra a Argentina, que derrota o Brasil por 2 a 1.

08 de Julho
1711 – O arraial de Minas de Ouro Preto é elevado à categoria de vila, com o nome de Vila Rica de Nossa Senhora do Pilar.
1896 – Primeira sessão pública de cinema no Brasil, na Rua do Ouvidor, no Rio de Janeiro.

09 de Julho
1501 – Carta do rei d. Manuel aos demais soberanos europeus comunicando o descobrimento, por acaso, do Brasil, por ele chamado Ilha de Vera Cruz.
1553 – Inácio de Loyola, fundador da Companhia de Jesus, cria a província jesuítica do Brasil.
1932 – Revolução Constitucionalista em São Paulo (na foto, cartaz de propaganda da revolução).

10 de Julho
1884 – É abolida a escravidão negra na província do Amazonas, quatro anos antes da Lei Áurea.
1886 – Serviço de telefonia começa a funcionar em Minas Gerais.

11 de Julho
1711 – A vila de São Paulo é elevada à categoria de cidade, por carta régia de d. João V, rei de Portugal.
1967 – O primeiro grupo de participantes do projeto Rondon, com 27 universitários, parte do Rio de Janeiro para Rondônia.

12 de Julho
1654 – Morre em Portugal, frei Manuel Calado do Salvador, autor da crônica O Valeroso Lucideno, sobre o Brasil holandês.
1980 – Pelé é escolhido o esportista do século.
1998 – Seleção brasileira de futebol, é derrota pela seleção francesa, em Paris, por 3 a 0, sendo vice-campeã da Copa do Mundo de Futebol de 1998.

13 de Julho
1533 – Duarte da Costa, segundo governador-geral do Brasil, chega a Salvador.
1901 – Num feito que empolga a Europa, Santos Dumont contorna a Torre Eiffel, em Paris, a bordo de um dirigível.

14 de Julho
1909 – Euclides da Cunha é nomeado professor do Colégio Pedro II após ser aprovado em 2º lugar em concurso.
1909 – Inaugurado no Rio de Janeiro, o Teatro Municipal.
1945 – Fundada, no Rio de Janeiro, a Academia Brasileira de Música.

15 de Julho
1799 – Em razão da loucura de sua mãe, a rainha dona Maria I, o príncipe d. João é declarado regente de Portugal.
1889 – O português Adriano do Vale dispara um tiro contra o imperador d. Pedro II, que escapa ileso do atentado.
1970 – É criada, a partir de um projeto de lei no Senado, a Fundação Nacional do Bem-Estar do Menor (FEBEM).

16 de Julho
1645 – Holandeses em guerra contra os portugueses no Brasil, massacram católicos no Rio Grande do Norte.
1944 – Chega a Nápoles, Itália, o primeiro contingente da Força Expedicionária Brasileira (FEB), que teria importante participação na Segunda Guerra Mundial.

17 de Julho
1943 – Getúlio Vargas é eleito pela Assembléia Constituinte para o cargo de presidente da República com 175 votos contra 71 dados aos demais candidatos.
1968 – Presidente Costa e Silva, em ato que torna o regime militar ainda mais fechado, proíbe manifestações públicas.
1973 – O cantor e compositor Geraldo Vandré é preso como subversivo, ao desembarcar no Rio de Janeiro.

18 de Julho
1697 – Morre em Salvador, o padre jesuíta Antônio Vieira, um dos mais importantes escritores e pregadores religiosos da língua portuguesa.
1841 – D. Pedro II é coroado imperador do Brasil, na Capela Imperial, no Rio de Janeiro, aos 15 anos de idade.
1987 – Morre Gilberto Freyre, grande sociólogo autor de Casa Grande e Senzala.

19 de Julho
1575 – Breve do papa Gregório XIII cria a Prelazia do Rio de Janeiro.
1900 – Fundado no Rio Grande do Sul, o primeiro clube brasileiro dedicado exclusivamente ao futebol, o Sport Club Rio Grande.

20 de Julho
1790 – Incêndio destrói a casa do juiz de órfãos Francisco de Menezes, onde funcionava a Câmara Municipal do Rio de Janeiro.
1873 – Nasce Alberto Santos Dumont, pioneiro da aviação.
1897 – Inaugurada, no Rio de Janeiro, a Academia Brasileira de Letras, tendo como presidente Machado de Assis e como secretário-geral Joaquim Nabuco.

21 de Julho
1674 – Parte de São Paulo, em busca de minerais preciosos, a bandeira de Fernão Dias Pais.
1773 – Extinta, por decisão do Papa Clemente XIV, a Companhia de Jesus, que já havia sido expulsa dos domínios portugueses pelo Marquês de Pombal.

22 de Julho
1624 – Carta régia determina que seja introduzido no Brasil o Tribunal da Inquisição.
1635 – Domingos Fernandes Calabar é executado em Pernambuco, acusado de traição.
1968 – Bomba explode em atentado contra a Associação Brasileira de Imprensa, no Rio de Janeiro.

23 de Julho
1840 – Antecipada a maioridade imperial de d. Pedro II, que assume o trono aos 14 anos.
1900 – Inaugurado no Rio de Janeiro, o Instituto Soroterápico Federal, atual Fundação Oswaldo Cruz.
1924 – Rompe a Revolução Tenentista em Manaus.

24 de Julho
1826 – Nasce Francisco Solano López, na capital paraguaia.
1833 – D. Pedro I (IV de Portugal), toma Lisboa de seu irmão, d. Miguel.
1840 – D. Pedro II nomeia o seu primeiro ministério.

25 de Julho
1868 – A 5ª divisão de cavalaria do Exército brasileiro toma a fortaleza de Humaitá, importante praça-forte das tropas inimigas na Guerra do Paraguai.
1892 – É instalado o Museu Nacional no Rio de Janeiro.
1966 – Explode uma bomba no aeroporto do Recife, onde pousaria o avião do Marechal Costa e Silva, candidato à sucessão do presidente Castello Branco.

26 de Julho
1930 – João Pessoa, candidato a vice-presidente na chapa de Getúlio Vargas, e presidente da Paraíba, é assassinado em Recife, Pernambuco.
1950 – Convenção do PTB homologa a candidatura de Getúlio Vargas à presidência da República.

27 de Julho
1798 – É batizada Maria Quitéria (foto), heroína das lutas de independência do Brasil.
1909 – Estréia o primeiro cinematógrafo do Recife.
1924 – Grupo liderado pelo cangaceiro Lampião toma a cidade de Sousa, na Paraíba.

28 de Julho
1817 – Rei d. João VI assina com a Inglaterra convenção contra comércio de escravos.
1823 – O Maranhão é incorporado ao Império do Brasil, após a guerra da independência.
1938 – Lampião, Maria Bonita e outros cangaceiros são mortos pela polícia em Sergipe.

29 de Julho
1846 – Nasce no Rio de Janeiro, a princesa Isabel, filha de dom Pedro II, herdeira do trono do Brasil.
1925 – Lançamento do jornal O Globo por Irineu Marinho.

30 de Julho
1609 – Rei Felipe II de Portugal (III de Espanha) proíbe a escravização de índios.
1987 – Morre em Natal, Rio Grande do Norte, o folclorista Luís da Câmara Cascudo.

31 de Julho
1501 – Pedro Álvares Cabral chega a Lisboa, retornando da Índia, após descobrir o Brasil.
1821 – O Uruguai é incorporado ao Brasil com o nome de Província Cisplatina.
1897 – Inauguração da primeira sala fixa de cinema do Brasil, no Rio de Janeiro, de propriedade de Paschoal Segretto e José Roberto Cunha Salles, chamada de Salão de Novidades Paris.

Nascidos em Julho

01 de Julho
Alceu Valença, cantor e compositor brasileiro
Charles Laughton, ator britânico
Dan Aykroyd, ator canadense
Diana (foto), princesa de Gales
Farley Granger, ator norte-americano
Geneviève Bujold, atriz canadense
George Sand, escritora francesa
José Dumont, ator brasileiro
Karen Black, atriz norte-americana
Leslie Caron, atriz francesa
Lola Brah, atriz brasileira nascida na Rússia
Lupe Gigliotti, atriz brasileira
Maria Adelaide Amaral, dramaturga luso-brasileira
Marisa Monte, cantora e compositora brasileira
Olivia de Havilland, atriz norte-americana nascida no Japão
Sidney Pollack, cineasta norte-americano
Sura Berditchevsky, atriz brasileira
William Wyler, cineasta franco-germânico

02 de Julho
Bete Coelho, atriz e diretora brasileira
Hermann Hesse, escritor alemão
Jerry Hall, modelo e atriz norte-americana
Zélia Gattai, escritora brasileira

03 de Julho
Carlos Alberto Ricelli, ator brasileiro
Franz Kafka, escritor tcheco
George Sanders, ator russo
Kate Lyra, atriz e roteirista norte-americana
Tom Cruise (foto), ator norte-americano

04 de Julho
Adriana Garambone, atriz brasileira
Ana Padrão, atriz portuguesa
Eva Marie Saint, atriz norte-americana
Gina Lollobrigida, atriz italiana
Giuseppe Garibaldi, herói italiano nascido em Nice (França)
Oduvaldo Vianna Filho, dramaturgo e ator brasileiro
Sonia Mamede, atriz e humorista brasileira
Victoria Abril, atriz espanhola

05 de Julho
Georges Pompidou, político francês
Ingrid Guimarães, atriz brasileira
Ivo Pitanguy, médico cirurgião plástico brasileiro
Jean Cocteau, cineasta, ator e autor de teatro francês
Mia Couto, escritor moçambicano
Petrônio Gontijo, ator brasileiro
Wanda Kosmo, atriz e diretora brasileira
Warren Oates, ator norte-americano

06 de Julho
Burt Ward, ator norte-americano
Clarice Piovesan, atriz brasileira
Frida Kahlo, pintora mexicana
Geoffrey Rush, ator australiano
Janet Leigh (foto), atriz norte-americana
Lauro Corona, ator brasileiro
Márcia Mendes, jornalista brasileira
Marco Antonio Gimenez, ator brasileiro
Ned Beatty, ator norte-americano
Sylvester Stallone, ator norte-americano
Toquinho, cantor e compositor brasileiro

07 de Julho
Artur de Azevedo, escritor brasileiro
Gustav Mahler, regente e compositor tcheco
Leonardo Brício, ator brasileiro
Pierre Cardin, estilista de moda francesa nascido na Itália
Ringo Starr, cantor e compositor britânico
Susana Borges, atriz portuguesa
Virgulino Ferreira (Lampião), cangaceiro brasileiro

08 de Julho
Altair Lima, ator brasileiro
Anjelica Huston, atriz norte-americana
Françoise Forton, atriz brasileira
Isabel Ribeiro, atriz brasileira
Jean de La Fontaine, poeta e fabulista francês
Kevin Bacon, ator norte-americano
Marty Feldman, ator inglês
Miguel Thiré, ator brasileiro
Moraes Moreira, cantor e compositor brasileiro
Procópio Ferreira, ator brasileiro
Tânia Kalil, atriz brasileira

09 de Julho
Brian Dennehy, ator norte-americano
Carlos Chagas, médico sanitarista brasileiro
Kelly McGillis, atriz norte-americana
Mercedes Sosa, cantora argentina
Tom Hanks, ator norte-americano

10 de Julho
Dalton Vigh, ator brasileiro
John Gilbert, ator norte-americano
Marcel Proust, escritor francês
Myriam Pérsia, atriz brasileira

11 de Julho
Carlos Gomes, músico e compositor operista brasileiro
Giorgio Armani, estilista italiano
Lúcia Veríssimo, atriz brasileira
Sérgio Buarque de Holanda, historiador e jornalista brasileiro
Tab Hunter, ator e cantor norte-americano
Yul Brynner (foto), ator russo

12 de Julho
André Valli, ator brasileiro
Carolina Kasting, atriz brasileira
Cheryl Ladd, atriz norte-americana
Cláudia Alencar, atriz brasileira
Geny Prado, atriz brasileira
Joe DeRita, ator e comediante norte-americano
Pablo Neruda, poeta chileno

13 de Julho
André Gago, ator português
Bob Crane, ator norte-americano
Harrison Ford (foto), ator norte-americano
João Bosco, cantor e compositor brasileiro
Júlio César, imperador romano
Lília Cabral, atriz brasileira
Mara Carvalho, atriz e dramaturga brasileira
Murilo Benício, ator brasileiro
Theresa Amayo, atriz brasileira

14 de Julho
Denise Stoklos, atriz e dramaturga brasileira
Flávia Monteiro, atriz brasileira
Harry Dean Stanton, ator norte-americano
Ingmar Bergman, cineasta sueco
Jayme Periard, ator brasileiro
Luigi Baricelli, ator brasileiro
Matthew Fox, ator norte-americano
Renée de Vielmond, atriz brasileira
Walter Clark, produtor de televisão brasileiro

15 de Julho
Diane Kruger, atriz alemã
Forest Whitaker, ator norte-americano
Irène Jacob, atriz francesa
Rembrandt, pintor holandês

16 de Julho
Ana Paula Arósio, atriz brasileira
Arthur Moreira Lima, pianista brasileiro
Barbara Stanwyck, atriz norte-americana
Eliane Lage, atriz do cinema brasileiro nascida na França
Elizeth Cardoso, cantora brasileira
Ginger Rogers (foto), atriz norte-americana
Laerte Morrone, ator brasileiro

17 de Julho
Barbara O'Neil, atriz norte-americana
Cécile de France, atriz belga
Donald Sutherland, ator canadense
James Cagney, ator norte-americano
Ronnie Von, cantor, compositor e apresentador brasileiro

18 de Julho
Baby Consuelo, cantora brasileira
Leilah Assumpção, dramaturga brasileira
Nelson Mandela, político sul-africano
Paul Verhoeven, cineasta holandês
Red Skelton, ator norte-americano
Tito Madi, cantor brasileiro
Vin Diesel, ator norte-americano

19 de Julho
Edgar Degas, pintor e escultor francês
Francisco Sá Carneiro, político português
Lelita Rosa, atriz brasileira
Vladimir Maiakovski, poeta georgiano

20 de Julho
Adriano Reys, ator brasileiro
Alberto Santos Dumont, inventor brasileiro
Dado Dolabella, ator brasileiro
Fátima Freire, atriz brasileira
Francesco Petrarca, escritor e humanista italiano
Gisele Bündchen, modelo brasileira
Maria Lúcia Dahl, atriz brasileira
Natalie Wood (foto), atriz norte-americana

21 de Julho
Amelinha, cantora brasileira
Cat Stevens, ator e compositor britânico
Ernest Hemingway, escritor norte-americano
João Perry, ator português
Lasar Segall, pintor e escultor lituano
Robin Williams, ator norte-americano

22 de Julho
Danny Glover, ator norte-americano
Mireille Mathieu, cnatora francesa
Terence Stamp, ator britânico
Walter Stuart, ator brasileiro
Willem Dafoe, ator norte-americano

23 de Julho
Amália Rodrigues, cantora portuguesa
Daniel Radcliffe, ator britânico
Flávio Venturini, cantor, músico e compositor brasileiro
Maria João Pires, pianista portuguesa
Oswaldo Loureiro, ator brasileiro
Woody Harrelson, ator norte-americano

24 de Julho
Alexandre Dumas, escritor francês
Jardel Filho, ator brasileiro
Jece Valadão, ator brasileiro
Lynda Carter, atriz norte-americana
Simon Bolívar, revolucionário sul-americano venezuelano

25 de Julho
Beatriz Segall, atriz brasileira
Leonardo Villar, ator brasileiro
Matt LeBlanc, ator norte-americano
Nelson Freitas, ator brasileiro

26 de Julho
Adous Huxley, escritor britânico
Blake Edwards, cineasta norte-americano
Cassiano Ricardo, poeta e jornalista brasileiro
Celso Furtado, economista, escritor e político brasileiro
George Bernard Shaw, escritor e dramaturgo irlandês
Helen Mirren, atriz britânica
Hélio Oiticica, artista plástico brasileiro
Jason Robards, ator norte-americano
Kevin Spacey (foto), ator norte-americano
Mick Jagger, cantor britânico
Sandra Bullock, atriz norte-americana
Stanley Kubrick, cineasta norte-americano

27 de Julho
Adolfo Celi, ator e diretor italiano
Cássio Reis, ator brasileiro
Jandir Ferrari, ator brasileiro
Maureen McGovern, cantora e atriz norte-americana
Ney Latorraca, ator brasileiro
Paulo Silvino, ator e humorista brasileiro
Pepino Di Capri, cantor italiano

28 de Julho
Daniela Mercury, cantora brasileira
Guilherme Arantes, cantor brasileiro
Ísis de Oliveira, atriz brasileira
Jacqueline Kennedy Onassis, personalidade norte-americana
Jim Davis, cartunista norte-americano

29 de Julho
Benito Mussolini, político italiano
Cassiano Gabus Mendes, novelista, diretor e ator brasileiro
Clara Bow, atriz norte-americana
Drica Moraes, atriz brasileira
Isabel do Brasil, princesa brasileira
Richard Egan, ator norte-americano

30 de Julho
Arnold Schwarzenegger, ator austríaco
Emily Brontë, escritora britânica
Flávio Galvão, ator brasileiro
Henry Ford, inventor norte-americano
Hilary Swank, atriz norte-americana
Jean Reno, ator francês nascido no Marrocos
Kate Bush, cantora inglesa
Mário Quintana, poeta brasileiro
Nicolau Breyner, ator, diretor e produtor português
Paul Anka, cantor e compositor canadense
Rui Veloso, cantor e compositor brasileiro

31 de Julho
Don Murray, ator norte-americano
Geraldine Chaplin, atriz norte-americana
Gracinda Freire, atriz brasileira
Henriquieta Brieba, atriz espanhola radicada no Brasil
Ignácio de Loyola Brandão, jornalista e escritor brasileiro
Wesley Snipes, ator norte-americano

Datas Comemorativas

01 de Julho – Dia da vacina BCG
02 de Julho – Dia do Hospital
02 de Julho – Dia do Bombeiro Brasileiro
04 de Julho – Dia Internacional do Cooperativismo
04 de Julho – Dia do Operador de Telemarketing
04 de Julho – Independência dos EUA
06 de Julho – Dia da Criação do IBGE
08 de Julho – Dia do Panificador
09 de Julho – Dia da Revolução e do Soldado Constitucionalista (SP)
10 de Julho – Dia da Pizza
12 de Julho – Dia do Engenheiro Florestal
13 de Julho – Dia do Engenheiro de Saneamento
13 de Julho – Dia do Cantor
13 de Julho – Dia Mundial do Rock
14 de Julho – Dia do Propagandista de Laboratório
14 de Julho – Dia da Liberdade de Pensamento
15 de Julho – Dia Nacional dos Clubes
16 de Julho – Dia do Comerciante
17 de Julho – Dia de Proteção às Florestas
19 de Julho – Dia da Caridade
19 de Julho – Dia Nacional do Futebol
20 de Julho – Dia do Amigo e Internacional da Amizade
23 de Julho – Dia do Guarda Rodoviário
25 de Julho – Dia de São Cristóvão
25 de Julho – Dia do Colono
25 de Julho – Dia do Escritor
25 de Julho – Dia do Motorista
26 de Julho – Dia da Vovó
27 de Julho – Dia do Motociclista
28 de Julho – Dia do Agricultor
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Sábado, 17 de Janeiro de 2009

OS ARREPENDIDOS DO GOLPE MILITAR DE 1964

 

 

Quando, em 31 de março de 1964, desencadeou-se a sublevação militar da 4ª RM e 4ª DI, com sede em Juiz de Fora, Minas Gerais, comandada pelo general Olímpio Mourão Filho, que marchou rumo ao Rio de Janeiro para depor o então presidente do Brasil, João Goulart, a maior parte da sociedade brasileira apoiou os militares. Olímpio Mourão Filho e a sua tropa, foram recebidos como heróis na capital da Guanabara. Estava consolidado o golpe militar, que implantaria a pior ditadura que o Brasil já teve, que se estenderia de 1964 a 1985.
Os pilares dessa ditadura foram construídos pela ambição de três governadores de estados brasileiros: Adhemar de Barros, governador de São Paulo, Magalhães Pinto, governador de Minas Gerais, e Carlos Lacerda, governador do então estado da Guanabara (incorporado ao estado do Rio de Janeiro em 1974). Ambicionando a presidência da República, estes três homens apoiaram o golpe, desencadeando um clima político no país para que ele fosse executado.
Nas ruas, mulheres, empresários, padres, estudantes de direita, empunharam rosários e bandeirinhas do Brasil na mão, sob o lema “Família que reza unida, permanece unida”, realizaram entre 19 de março a 8 de junho de 1964, 49 marchas pelo país. As marchas antes do golpe militar de 31 de março, eram chamadas de Marchas da Família com Deus, depois do golpe passaram a chamar Marcha da Vitória.
Com exceção do jornal Última Hora, todos os grandes jornais do país apoiaram o golpe militar. Quando consumado a queda do governo, somente o movimento estudantil, alguns sindicatos, alguma tropa do Rio Grande do Sul, pequenos setores da ala esquerda das forças armadas e os partidos comunistas clandestinos, rebelaram-se contra o golpe. O restante da nação aplaudiu e agradeceu aos militares por salvá-los do perigo vermelho.
Para justificar o golpe, passaram a chamar de revolução. Muitos dos que apoiaram a tomada do poder pelos militares, passada a euforia, nem bem se completava um mês, e já se arrependiam do equívoco histórico que ajudaram a criar, das trevas que haviam lançado a democracia do país. Surgiam os arrependidos da “revolução” de 1964.

Engodo aos Três Governadores Conspiradores

O dia 31 de março de 1964, terça-feira, terminara como um dia de imensa confusão histórica. Conspirado nos últimos três anos, o golpe que emanou das tropas mineiras, não contava com um apoio total das Forças Armadas. O governador de Minas Gerais Magalhães Pinto, nos últimos quinze dias de março percorreu todos os aeroportos do país, levando um documento para ser assinado por outros governadores, apoiando a deposição do presidente, foi ele quem deu apoio de base às tropas levantadas em seu estado. Da tríade de governadores conspiradores, Magalhães Pinto foi o único que se beneficiou do regime da ditadura militar. Banqueiro ambicioso, desmoralizado politicamente, o seu Banco Nacional foi à falência em 1986. Esta instituição financeira sobreviveria por mais dez anos, através de uma contabilidade fraudulenta, deixando um rombo de 10 bilhões de reais, quando liquidado, em 1996.
O governador da Guanabara, Carlos Lacerda, conhecido como o corvo, no dia 31 de março, armou-se no Palácio da Guanabara. Apesar de ser um dos mais ferrenhos opositores do governo federal, Lacerda não sabia com antecedência do movimento que descia de Minas Gerais, pois, assim como Magalhães Pinto, era potencial candidato à presidência da República, disputando uma indicação do seu partido. Era natural que Magalhães Pinto escondesse de Lacerda o movimento. Carlos Lacerda, em 1939, passou de fervoroso comunista a um inimigo implacável das esquerdas e das causas populares. Conhecido como corvo conspirador, conspirou contra Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek, Jânio Quadros e João Goulart. Sua índole incendiária aspirava à presidência da República. Quando se apercebeu que o governo dos militares não se faria provisório, e manter-se-ia no poder por um longo tempo, rebelou-se, o que resultou nos seus direitos políticos cassados pelo governo militar. Em 1967, Carlos Lacerda, o maior inimigo do governo João Goulart, surpreendentemente, aliou-se ao presidente deposto e a Juscelino Kubitschek, formando a Frente Ampla, para assim, restituir as eleições diretas no país. A Frente Ampla foi sufocada pela repressão do regime. Quando morreu, em 1977, Carlos Lacerda era o maior arrependido dos apoiadores do golpe de estado de 1964.
Adhemar de Barros, governador de São Paulo, falso puritano, trajava-se de defensor da moral e dos bons costumes, cinicamente incentivava o bordão “Rouba, mas faz”. Também ele ambicionava a presidência do país. Ao sentir-se traído pelos militares, em março de 1966, exigiu a renúncia do presidente Castelo Branco, lançando um manifesto a exigir a restauração da democracia. O manifesto resultou na cassação do seu mandato, tendo os direitos políticos suspensos por 10 anos. Ameaçado de prisão, Adhemar de Barros, um dos maiores apoiadores do golpe de 1964, partiu para o exílio, a 7 de junho de 1966. Morreu em Paris, em 1969, deixando com a amante, a famosa “Caixinha do Adhemar”, um cofre com 2.600.000 dólares dentro, roubado à amante, após a sua morte, por guerrilheiros que resistiam ao regime militar, em 18 de julho de 1969.

Mulheres que Marcharam a Favor do Golpe

A Marcha da Família com Deus pela Liberdade, que reuniu 1 milhão de pessoas na Candelária, Rio de Janeiro, no dia 2 de abril de 1964, recebeu os militares vindos de Minas Gerais, como heróis e salvadores. Esta marcha, que se passou a chamar a Marcha da Vitória, chancelou o golpe militar. Era a representação da família, da igreja, do povo brasileiro, que no ato se mostrava feliz e grato aos golpistas.
Diante do sucesso das marchas, no dia 13 de maio, pouco mais de um mês após o golpe de estado, aconteceu na sede dos Diários Associados, na rua 7 de Abril, no centro de São Paulo, uma cerimônia empreendida por Assis Chateaubriand, que lançava uma campanha nos jornais, rádios e tevês, chamada de Ouro para o Bem do Brasil. A campanha convencia o povo a ajudar o novo governo, com doações de ouro, através de alianças, anéis, pulseiras, colares e outros objetos. O Rotary Club aderiu à campanha, promovendo por várias cidades do Brasil a Semana Cívica do Ouro. O governador Adhemar de Barros doou o seu salário de 400.000 mil cruzeiros. A indústria automobilística doou veículos, empresários contribuíram com cheques, que chegaram a milhões. 100 mil pessoas doaram 400 quilos de ouro e meio bilhão de cruzeiros, em duas semanas. Quem fazia a doação, recebia uma aliança de latão com a inscrição: Doei ouro para o bem do Brasil. O valor real arrecadado jamais foi revelado, tampouco o destino que as jóias levaram.
Das mães que marcharam pelas ruas do Brasil, saudando o golpe militar, ou daquelas que doaram jóias para a construção de um Brasil livre do perigo vermelho, muitas foram as que, anos depois, saíram das suas casas à procura dos filhos desaparecidos e mortos, tragados pela repressão militar. Segundo dados estatísticos, a maioria dos jovens que se rebelaram contra a ditadura, eram oriundas de uma classe média abastada, que se beneficiara economicamente com o novo regime. Benefício que lhes custaram caro, o arrependimento eterno.

A Igreja Católica e Outras Religiões Arrependidas

Na marcha da candelária, no dia 2 de abril, o maior apoio do setor religioso veio da igreja católica, foram também convidados pelos organizadores do evento (entre eles CAMDE - Campanha da Mulher pela Democracia e o IBAD - Instituto Brasileiro de Ação Democrática), pastores, rabinos e umbandistas, que discursaram favoráveis ao golpe. Todos tiveram motivos de arrependimento futuro. A igreja católica, que saudou o golpe militar, viu padres torturados, desaparecidos ou mortos pelos ditadores. Padres que se revoltaram contra o regime, abraçaram, nos anos setenta, a Teologia da Libertação, oriunda dos anos cinqüenta. Dom Paulo Evaristo Arns, ex-cardeal de São Paulo, um defensor dos direitos humanos, foi um dos arrependidos do apoio ao golpe, cobrando transparência do regime militar e denunciado as suas torturas.
Em 1975, quando o jornalista Vladimir Herzog foi preso, torturado e morto pela ditadura militar, foi apresentado um laudo que constatava não tortura, mas suicídio a causa da sua morte. De acordo com a lei judaica, um suicida é enterrado na periferia do cemitério, como forma de condenar visivelmente o pecado cometido por aquele que destrói a própria vida. Herzog foi sepultado no centro do cemitério, o rabino Henry Sobel declarou categoricamente, à imprensa, que ele tinha sido sepultado com todas as honras que lhe eram devidas como judeu, como brasileiro, como ser humano. Com esta declaração, a comunidade judaica repudiava a versão de suicídio da ditadura militar, constrangendo-a, obrigando-a a reconhecer a tortura no Brasil, até então, veementemente negada. Alguns dias, depois da morte de Herzog, a pedido da família e do Sindicato dos Jornalistas do Estado de São Paulo, foi realizado um culto ecumênico na Catedral da Sé, celebrado pelo cardeal Dom Paulo Evaristo Arns, pelo reverendo Jaime Wright e pelo rabino Henry Sobel. As religiões que um dia se manifestaram favoráveis ao golpe militar, rebelavam-se a favor da volta da democracia, mais do que arrependidos de um dia ter confiado na entrega do poder aos militares.
Os grandes jornais, todos, com exceção do Última Hora, de Samuel Wainer, pediram a queda do governo de João Goulart e apoiaram o golpe militar. O preço que o jornal Última Hora pagou foi a depredação e incêndio da sua sede, além da perseguição política, que resultou no seu fim. A Folha de S. Paulo e o Estado de S. Paulo tiveram uma relação bem próxima com o núcleo conspirador do Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais (IPES). Mais tarde, sofreriam com a censura, obrigando-os a substituir reportagens previamente censuradas por receitas culinárias e poemas de Luís e Camões. Jornalistas como Carlos Heitor Cony, ou o escritor Antonio Callado, apoiadores do golpe, já quinze dias depois dele ter acontecido, mudaram as suas opiniões, movidos por um arrependimento histórico que assolou toda a nação.
De 1964 a 1985, o Brasil colheu os frutos que resultaram do golpe de estado feito pelas forças militares. 21 anos de trevas e cerceamento cultural. Grande parte dos que apoiaram e saudaram o golpe, antes mesmo da ditadura militar findar, já se faziam arrependidos, conscientes do erro histórico pelo qual se deixaram levar. Assim como o equívoco cometido, esta é uma página da história do Brasil que já foi virada, mas que deixou cicatrizes indeléveis, muitas ainda não curadas.
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Quarta-feira, 14 de Janeiro de 2009

LENDAS INDÍGENAS

 

 


Todas as civilizações que se espalharam pela Terra, fossem elas mais avançadas ou primitivas, tinham a necessidade de explicar as suas origens, explicar os ciclos da vida do homem, como o nascimento, o viver e a morte. Através das religiões, os homens encontravam sentido na natureza e nos seus fenômenos, associando-as às suas necessidades. Misticamente podiam explicar as estrelas no céu, as árvores, os bichos, os alimentos. Quanto mais primitiva a civilização, mais frágil era a sua sobrevivência, os seus costumes, as suas religiões.
Nas terras novas descobertas pelos europeus, que formavam o imenso continente americano, várias foram as civilizações indígenas encontradas por eles. Civilizações de religiões primitivas, que através da força bruta e da catequização européia, viram as suas crenças perseguidas, dilaceradas e transformadas em lendas.
Das antigas civilizações indígenas brasileiras, várias tradições traduziram-se em belíssimas lendas que nos ficaram. Três dessas lendas serão contadas aqui:
Cobra Norato”, vinda dos povos catequizados das margens do grande rio Amazonas, já é uma lenda do caboclo filho do índio. Os jesuítas, na tentativa de alertar os índios sobre os pecados do cristianismo, incutiam-lhes os medos medievais, como a cobra que engolia os índios, e o perigo dos filhos do pecado das mulheres, que se deitavam com homens e com eles não eram casadas, os seus filhos seriam amaldiçoados e transformados em cobras.
A Criação do Mundo”, uma lenda que é o gênesis dos índios Carajás, habitantes do centro-oeste do Brasil. Nesta lenda temos a origem do dia sobre a noite eterna.
A Gruta dos Amores”, velha lenda dos índios Tamoios, habitantes das ilhas da Baía de Guanabara, índios que durante a colonização européia, chegaram a apoiar os franceses e a lutar contra os portugueses. É deles a lenda da gruta dos amores, em Paquetá.
Tão belas quanto as lendas européias, as lendas indígenas trazem uma epopéia singela dos primeiros habitantes das terras brasileiras.

A Criação do Mundo

Os índios Carajás, no princípio do mundo, viviam dentro do furo das pedras. Não conheciam a Terra. Eram felizes e tinham a eternidade, vivendo até avançada velhice, só morrendo quando ficavam cansados de viver.
Um dia, os Carajás decidiram abandonar o furo das pedras, na esperança de descobrir os mistérios da Terra. Apenas um deles, por ser muito gordo, não conseguiu passar pelo furo da pedra, ficando nele entalado.
Na Terra, que trazia uma escuridão sem fim, os índios percorreram todos os lugares. Descobriram frutos e comidas. Compadecidos do companheiro que ficara entalado no furo da pedra, levaram-lhe os mais saborosos frutos e um galho seco. Ao ver aquele galho seco, o índio entalado observou:
O lugar por onde vocês andam não é bom. As coisas envelhecem e morrem. Veja este galho, envelheceu. Não quero ir para um lugar onde tudo envelhece. Vou voltar. E vocês deviam fazer o mesmo!
E robusto carajá voltou para dentro da pedra. Os outros continuaram a percorrer a Terra, que se encontrava nas trevas. Um menino carajá, junto com a amada, percorria a Terra em busca de alimentos. Como não havia luz, a amada sangrou as mãos nos espinhos, quando colhia frutos. O menino, na escuridão, comeu mandioca brava. Envenenado pela raiz, o menino carajá deitou-se de costas, a passar mal. Vários urubus começaram a andar em volta do seu corpo. Um dos urubus disse:
“Ele não está morto, ainda move o corpo.”
Outro urubu replicou:
Não, ele está morto.”
Todos os urubus opinavam, uns achavam que o menino estava morto, outros achavam que não. Para que a dúvida fosse esclarecida, foi chamado o urubu-rei, com o seu bico vermelho e penugem rala na cabeça. Considerado o mais sábio dos urubus, a ave imponente declarou:
Ele está morto.”
E foi pousar na barriga do menino. Inesperadamente, o menino carajá, que se fingia de morto, pegou o urubu-rei pelas pernas e o prendeu nas mãos. A ave esperneou, debateu-se, mas não se libertou das mãos do menino.
Quero os mais belos enfeites.” Disse o menino ao urubu-rei.
A ave, para ser libertada, trouxe as estrelas no céu como enfeites aos olhos do menino. As estrelas eram belas, mas o mundo continuava escuro.
Quero outro enfeite.
O urubu-rei trouxe a lua. E a Terra continuava escura.
Ainda é noite. Quero outro enfeite, este também não serve.”
Então o urubu-rei trouxe o sol. E o mundo ficou cheio de luz.
O urubu-rei ensinou ao pequeno índio a utilidade de todas as coisas do mundo. Feliz, o menino soltou a sábia ave. Só então o carajá se lembrou de perguntar ao urubu-rei o segredo da juventude eterna. No alto do céu, a ave contou-lhe aquele segredo, mas voava tão alto, que todos ouviram a resposta, as árvores, os animais, menos o menino. E por não ter ouvido o urubu-rei, todos os homens envelhecem e morrem.

Cobra Norato

A bela e fogosa cabocla, escondera por nove meses, o resultado do mau passo que dera durante as festas de Santo Antônio, ao pular a fogueira ao lado de um caboclo viril. Nove meses depois, acompanhada pela mãe índia, indo beber água no rio Amazonas, a cabocla sentiu fortes dores no ventre. Minutos depois, deu à luz a um casal de gêmeos. Tão logo os gêmeos choraram, a cabocla viu a prole transformar-se em duas cobras. Era o preço do seu pecado, gerar dois filhos encantados.
Arrependida do mau passo, a cabocla entregou os filhos à velha índia, que por sua vez, os foi entregar ao pajé, para que os matasse. O pajé sabia do encantamento dos filhos da cabocla. Não os matou, jogou as duas cobras nas águas do Amazonas, para que o grande rio os criasse.
No rio, Honorato e Maria Canina foram criados. Nas noites de luar pleno, os irmãos deixavam a pele de cobra e percorriam as festas dos homens, transformados ele em um belo homem, ela numa mulher feia e má. Honorato era de boa índole, Maria Caninana lançava a discórdia e o veneno aos homens. De tão má, um dia foi morta por pescadores, fazendo da sua pele de cobra belos cintos.
Nos bailes, Honorato roubava o coração das mulheres, tamanha a sua formosura e carisma de sedutor. Antes de o sol raiar, voltava para o rio, transformando-se na tal terrível cobra Norato.
Ao ver o sofrimento de Honorato, um dia o pajé revelou-lhe o segredo do seu desencantamento: somente um homem de coragem arrojada poderia fazê-lo, lançando gotas de leite na boca da cobra, dando-lhe, a seguir, um corte na cauda, para que o sangue amaldiçoado escorresse e o encantamento fosse desfeito.
Diante de tão horrendo e gigantesco monstro, não havia um homem à beira do Amazonas que ousasse desencantar Honorato.
Uma noite, o jovem encantando falou da sua desgraça a um valente soldado. Enternecido pela triste sina do jovem, o soldado prometeu livrar-lhe para sempre da maldição. Esteve com ele até o sol nascer, quando o viu transformar-se no mais feio e terrível monstro. O soldado encheu-se de coragem, abriu a boca da imensa cobra, que, já pronta para devorá-lo, sentiu as gotas de leite por ele lançadas em sua garganta. Antes que o animal cuspisse o leite, o soldado, empunhado de um sabre, abriu-lhe um corte na cauda. Tão logo o sangue molhou as águas do rio Amazonas, da pele fria da cobra, surgiu o belo e jovial Honorato.
Findava-se a Cobra Norato, que tanto causara medo e terror aos índios e caboclos que viviam às margens do grande rio Amazonas. Seguiu Honorato, belo e encantador, eternamente grato à coragem do soldado que o libertara. Desencantando para sempre.

A Gruta dos Amores

Itanhantã era um belo e forte índio tamoio, que provia o seu povo com a caça e a pesca que trazia para ele. Itanhantã remava, todos os dias, a sua canoa rumo à ilha de Paquetá. Na ilha caçava os mais perigosos animais, que tombavam diante das suas flechas certeiras.
Em Paquetá vivia Poranga, uma bela índia, que no esplendor dos seus quinze anos, encheu-se de amor pelo viril caçador. Apaixonada, a índia ajudava o amado, indo buscar-lhe a caça abatida. Olhava-o com ternura, falava-lhe com doçura, mas o valente caçador não lhe via os sentimentos, não se comovia com o amor e dedicação da índia.
Todos os dias, depois de caçar intensamente, Itanhantã repousava o corpo na sombra de uma gruta, adormecendo, até recuperar as forças. A pobre índia apaixonada, velava do alto da pedra que formava a gruta, o sono repousante do amado. Chorava as mais tristes lágrimas do amor não correspondido, que corriam pela pedra. Enquanto chorava, ou esperava pela vinda do amado, Poranga entoava o mais belo canto de amor, que ecoava por toda Paquetá.
O tempo passou, as lágrimas e o canto da bela índia não enterneceram o coração de Itanhantã, que continuava a caçar e repousar em Paquetá. Tantas foram as lágrimas de Poranga, que elas abriram a pedra da gruta, transpassando-a, vindo um dia, a cair sobre o rosto do tamoio. Assustado com aquela água que lhe molhou os olhos, Itanhantã fugiu da gruta, vindo a encontrar Poranga no caminho. Diante dos olhos lavados pela água da gruta, Itanhantã descobriu no rosto da índia a mais perene beleza, e no seu olhar, o amor eterno. Apaixonado, Itanhantã tomou Poranga nos seus braços e a beijou. Depois levou a índia na sua canoa, tomando-a como esposa, sendo felizes para sempre.
As lágrimas de Poranga transformaram-se na fonte da água que existe na Gruta dos Amores, em Paquetá. Até os dias de hoje, em Paquetá, quem beber da água da Gruta dos Amores ao lado da pessoa amada, terá o seu amor para sempre.


Ilustrações: José Lanzellotti
Adaptação livre de Jeocaz Lee-Meddi para textos de Brasil, Histórias, Costumes e Lendas
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Sábado, 10 de Janeiro de 2009

HOMEM DO TERCEIRO MILÉNIO, A DESCONSTRUÇÃO DO MACHO

 

 
No fim do milênio passado, ouvir falar no ano 2000 era imaginá-lo de um futurismo inatingível, e de completa certeza tecnológica. Para o século XXI estava predestinado à humanidade um homem de uma racionalidade sensata, como um Spock de “Jornada nas Estrelas”, dono absoluto das suas emoções e de um corpo próximo da eternidade salutar. Era a visão da perfeição do macho como espécime e do homem como ser intelectual do universo, pai eterno de uma humanidade herdada de um Adão degenerado.
E veio o ano 2000. A primeira década do novo século desconstruiu a imagem do macho procriador de gente e de tabus, fazendo-o perdido em uma crise existencial da sua verdadeira função dentro da família, da vida da mulher, dentro do planeta Terra. A igualdade contemporânea dos sexos surgiu como a contestação absoluta do patriarcado histórico. Disperso dentro da sua secular condição de sexo forte, o homem vê-se naufragado, perdido e nu, sentado no meio de um asfalto quente de uma nebulosa estrada sem fim, a repensar os seus valores, sem saber onde está, para onde ir ou onde lançar o seu grito.
Longe da racionalidade do Spock, surge um homem moldado nos ginásios de educação física, pronto para construir corpos perfeitos e músculos exatos. O homem atlético povoa o imaginário do macho, perdido no poder retirado do seu sexo, às vezes escondido pela exuberância da inexatidão abdominal, ou nos músculos atrofiados diante da sua vida sedentária, presa nas armadilhas da arte que a tecnologia nos vomita todos os dias, através da televisão, do computador, das imagens estampadas pelos outdoors da cidade. E os músculos exatos que se lhe aparece nas revistas, na televisão, no filmes, leva-o à obsessão de ser um homem objeto, delineado pela mídia, pelos conceitos da erudição primária das telenovelas.
O homem do terceiro milênio foi feito para ser o super-herói na cama, o atleta sexual. Ao vislumbrar os astros dos filmes pornográficos, sem pêlos e tão bem-dotados, fazendo do seu sexo um arpoador de circo, o macho 3000 cresce e salta nas emoções, mas a ilusão de uma performance perfeita na cama esvai-se no olhar de decepção da companheira, que tanto sonhou com o prelúdio do amor, e este homem, eterno coração de adolescente, frustra-a com uma desajeitada e inesperada ejaculação precoce. Ou a irrita quando, depois de vê-lo louco, a jurar-lhe a eternidade das paixões no momento exato do seu prazer, tornar-se o mais frio dos homens a recusar-lhe um beijo depois do ápice, pedindo-lhe apenas o número do telefone, com a certeza de que nunca irá ligar.
Todas às vezes que o macho do terceiro milênio admira-se ao espelho, imagina-se um dia transformar o corpo na exatidão perfeita de um David de Michelangelo, mas sabe que jamais atingirá a beleza sublime do mármore da estátua. Triste? Nem tanto, ao olhar para o centro anatômico da estátua, a perfeição do David sucumbe drasticamente, e o homem do terceiro milênio sorri, descobre onde é superior àquela perfeição idealizada.
E o mundo passa à sua volta. A mulher já não precisa da sua participação na criação dos filhos, na emancipação das suas idéias e crescimento como fêmea. Na confusão dos sentimentos, o macho do terceiro milênio continua lúcido nos eu objetivo de caçador de corpos e cópulas. Faz parte da sua evolução biológica, da sua condição de perpetuador da espécie. Solteiro e caçador, masturba-se em frente ao computador, anda nu pela casa para demarcar o seu território e sentir-se livre. Balançar o sexo e os pêlos ao vento remete-o para um torpor edênico que se dilui através de uma mão insaciável e irracional, própria da solidão que lhe devora a alma, uma solidão profana a aviltar-lhe o corpo. Quantas vezes este homem quis que saltasse do seu peito um coração valente e terno, e saltava-lhe os pêlos , revelando-lhe apenas a condição de primata evoluído.
Insaciável na desconstrução da sua imagem de senhor do próprio destino, o homem do terceiro milênio vê o tempo passar corrido, como corrida é a vida que exala dos concretos das grandes cidades. Acompanhar as loucuras de uma humanidade que tem pressa em chegar a lugar algum, é tirar a máscara e mostrar um rosto sensível, multiplicar-se, ser dois e vários ao mesmo tempo, viver a era do que não faz sentido, ter ideologias de vida retiradas das páginas da internet. Ser todos e não ser ninguém. Percorrer o palco e atirar-se à platéia para ouvir os seus próprios aplausos. Nada mais difícil do que ser a estátua derrubada de um pedestal milenar, a estátua apedrejada junto com as ideologias falidas, até que se desfaça a carne que lhe cobre os ossos e a sensatez. Muito além de ser herói, ser forte ou musculado, o homem do terceiro milênio é um sobrevivente dos soutiens queimados em praça pública, da pílula que fez da mulher senhora absoluta do seu corpo e da sua concepção. Sobrevivente da sua tecnologia independente de si mesmo nas teclas da comunicação. Sobrevivente de novos costumes e novos conceitos, das imagens virtuais a rondar a sua essência, desfazendo-lhe as lendas. Sobrevivente de bombas terroristas, atiradas no âmago dos seus preconceitos, das ideologias caídas, das famílias desfeitas, das doenças contagiosas, dos preservativos que lhe tiraram de vez o verdadeiro sabor do seu sexo. Soberbo sobrevivente dos tempos. E a estrada continua coberta por uma densa névoa. Acossado, nu diante da vida? Melhor abrir o guarda-chuva e esperar o temporal passar.




FRASES: (O Homem Visto Através das Palavras)


"A obsessão do homem pelo momento supremo da ejaculação leva-o a derrubar impérios, fazer guerras, até matar ou morrer." JEOCAZ LEE-MEDDI

"Dois homens olharam através das grades da prisão; um viu a alma, o outro as estrelas." SANTO AGOSTINHO

"Os homens ficam terrivelmente chatos quando são bons maridos, e abominavelmente convencidos quando não o são." OSCAR WILDE

"Os homens erram, os grandes homens confessam que erraram." VOLTAIRE

"Os homens mentiriam menos se as mulheres fizessem menos perguntas." NELSON RODRIGUES

"Até Deus tem um inferno: é o seu amor pelos homens" FRIEDRICH NIETZSCHE

"Se todo animal inspira ternura, o que houve, então, com os homens?" GUIMARÃES ROSA

"Os homens distinguem-se entre si também neste caso: alguns primeiro pensam, depois falam e, em seguida, agem; outros, ao contrário, primeiro falam, depois agem e, por fim, pensam." LEÓN TOLSTOI

"Os homens são fáceis de afastar. Basta não nos aproximarmos." FERNANDO PESSOA

"Os homens perdem a saúde para juntar dinheiro, depois perdem o dinheiro para recuperar a saúde." DALAI LAMA

"Os homens distinguem-se pelo que fazem, as mulheres pelo que levam os homens a fazer." CARLOS DRUMOND DE ANDRADE

"Os homens de poucas palavras são os melhores." WILLIAM SHAKESPEARE

"O pessimismo torna os homens cautelosos, enquanto, o otimismo torna os homens imprudentes." CONFÚNCIO

"O ódio é o prazer mais duradouro; os homens amam com pressa, mas odeiam com calma." LORD BYRON

"Nada descreve melhor o caráter dos homens do que aquilo que eles acham ridículo." JOHANN WOLFGANG GOETHE

"Há duas coisas infinitas: o Universo e a tolice dos Homens." ALBERT EINSTEIN

"É pensando nos homens que eu perdôo aos tigres as garras que dilaceram." FLORBELA ESPANCA

"Os homens quando não forçados a lutar por necessidade, lutam por ambição." NICOLAU MAQUIAVEL

"Os homens se dividem em duas espécies: os que têm medo de viajar de avião e os que fingem que não têm. " FERNANDO SABINO

"A imaginação consola os homens do que não podem ser, o sentido de humor consola-os do que são." WINSTON CHURCHILL

"A vida é um paraíso, mas os homens não o sabem e não se preocupam em sabê-lo." FIÓDOR DOSTOIEVSKI

"Existem infinitamente mais homens que aceitam a civilização como hipócritas do que homens verdadeiramente e realmente civilizados." SIGMUND FREUD

"Não nego que as mulheres sejam tolas: Deus criou-as para que combinassem com os homens." GEORGE ELIOT

"Há poucos homens capazes de prestar homenagem ao sucesso de um amigo, sem qualquer inveja." ÉSQUILO

"Os homens honrados casam-se rapidamente, os inteligentes nunca. " MIGUEL CERVANTES

"Os homens são animais muito estranhos: uma mistura do nervosismo de um cavalo, da teimosia de uma mula e da malícia de um camelo. " ALDOUS HUXLEY

"A maioria dos homens gasta a melhor parte da vida a tornar a outra miserável. " MARCEL PROUST

"As mulheres, durante séculos, serviam de espelho aos homens por possuírem o poder mágico e delicioso de refletirem uma imagem do homem duas vezes maior que o natural. " VIRGINIA WOOLF

"O destino é cruel e os homens são dignos de compaixão." ARTHUR SCHOPENHAUER


"As mulheres amam muito tempo antes de confessá-lo; os homens têm já deixado, há muito, de amar, quando continuam a confessá-lo ainda." EMANUEL WERTHEIMER

"De qualquer palavra profunda todos os homens são discípulos." VICTOR HUGO

"Entre os homens, na maioria dos casos, a inatividade significa torpor, e a atividade, loucura." EPICURO

"Muitos são os homens que falam de liberdade, mas poucos são os que não passam a vida a construir amarras." GUSTAVE LE BON

"O desejo sexual de um homem é muito mais convicto do que a sua própria essência." JEOCAZ LEE-MEDDI

"É a imaginação que governa os homens." NAPOLEÃO BONAPARTE

"Os grandes homens não nasceram na grandeza, engrandeceram." MARIO PUZO

"Os homens preferem geralmente o engano, que os tranqüilizam, à incerteza, que os incomada." MARQUÊS DE MARICÁ

"Os homens que se tornam arrogantes com o sucesso têm o mau hábito de odiarem aqueles a quem ofenderam. " SÊNECA

"As desventuras que mais atingem os homens são aquelas que são escolhidas por eles. " SÓFOCLES

"Há homens que devem à esposa tudo o que são, mas em geral, os homens devem à esposa tudo o que devem." MILLÔR FERNANDES

"Nada é feito neste mundo até que os homens estejam prontos a se matarem uns aos outros para que seja feita alguma coisa." BERNARD SHAW

"Só os homens que não se interessam por mulheres interessam-se pelas suas roupas. Os homens que realmente gostam de mulheres nem percebem o que elas estão a usar." ANATOLE FRANCE

"A aptidão para a felicidade não é igual em todos os homens. Ela é mais forte nos medíocres, do que nos homens superiores ou imbecis. " HENRIK IBSEN

"A verdade é muito nua, não excita os homens." JEAN COCTEAU

"O sexo pelo sexo só é bom para o homem até ele ejacular, torna-se a seguir, um constrangimento sem fim." JEOCAZ LEE-MEDDI

"No amor, as mulheres são profissionais; os homens, amadores." FRANÇOIS TRUFFAULT

"O mais livre de todos os homens é aquele que consegue ser livre na própria escravidão." FRANÇOIS FÉNELON

Texto de: Jeocaz Lee-Meddi

Fotos: Davide Poggi (1 Way-17, 8 2005-06-05 059, 9 Skinout), J. P. Sousa (2 Statue, 3 Colour versus BW, 4 Nude Outside, 7 Human Sculpture), José Ferreira (5 A Espera do Amanhã), Paulo César (6 Performing) e Claudio Poblete (10 img_5354)
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Quarta-feira, 7 de Janeiro de 2009

SANTO ANTÓNIO E SÃO VICENTE, OS SANTOS PADROEIROS DE LISBOA

 

 

No dia 13 de Junho, data que se comemora o dia de Santo Antônio, acontece na cidade de Lisboa a sua maior festa. As chamadas marchas populares, que explodem em um grande desfile alegórico, do qual participa todos os bairros da cidade, desfilam na noite do dia 12 de junho pela Avenida da Liberdade. Pelos bairros de Lisboa, ainda é costume do povo reunir-se à porta de suas casas a assar sardinhas e reparti-las com quem por ali passar. Diz-se popularmente que toda a Lisboa cheira a manjericão e à sardinha assada durante as comemorações da maior festa da cidade. Além da apoteose das marchas populares, grupos folclóricos costumam fazer apresentações por diversos pontos de Lisboa. O feriado do dia 13 de junho é a homenagem do alfacinha (como é conhecido o lisboeta) ao Santo padroeiro da cidade.
Mas Santo Antônio é mesmo o santo padroeiro da capital portuguesa? Curiosamente a resposta é negativa. São Vicente é o verdadeiro santo padroeiro de Lisboa, apesar de grande parte da população lisboeta não saber. O dia de São Vicente, padroeiro de Lisboa, é comemorado em 22 de janeiro. Não fosse a celebração habitual da diocese da cidade, a data passaria em branco para a maioria dos lisboetas. Ao contrário do que acontece em outras cidades do mundo de identidade cristã católica, cujo dia do santo padroeiro é feriado, em Lisboa não o é. Santo Antônio é para o alfacinha, o seu santo padroeiro. Este equívoco histórico, religioso e popular tem as suas raízes nos primórdios da nação portuguesa, na época do seu primeiro rei, Dom Afonso Henriques, uma história que merece ser contada e conhecida por todos.

São Vicente de Saragoça, Inspiração ao Brasão de Lisboa

São Vicente de Saragoça, ou São Vicente de Fora, nasceu em Huesca, em Aragão (atual Espanha). Não se sabe a data do seu nascimento, os relatos apontam a sua existência de vida no fim do século III e início do século IV. A história deste santo chegou aos dias de hoje mais em forma de lenda do que em dados documentais. Reza a lenda que Vicente teria deixado Huesca ainda criança para viver em Saragoça.
São Vicente foi contemporâneo do imperador romano Diocleciano. Roma estendia o seu vasto império até a península Ibérica. Durante o seu reinado, Diocleciano reabilitou as velhas tradições romanas, incentivando o culto dos deuses antigos, proibindo o culto do cristianismo, iniciando aquela que seria vista pelos historiadores como a penúltima perseguição do Império Romano ao cristianismo. Em fevereiro de 303, Diocleciano promulgou um edito imperial que ordenava a destruição geral de igrejas e objetos de culto dos cristãos, ordenou que toda a população do Império fizesse sacrifícios aos deuses romanos. Durante esta perseguição aos cristãos, Vicente, devotado cristão, recusou-se a obedecer às ordens imperiais de oferecer sacrifícios aos deuses pagãos. Por sua recusa, teria sido cruelmente martirizado até a morte, em 304. Após o martírio, o corpo de Vicente teria sido atirado aos animais, mas foi protegido por um corvo de ser devorado. Esta proteção teria sido vista pelos cristãos como um milagre, foi-lhe erguida em homenagem, uma igreja, e Vicente passou a ser cultuado como santo.
Com o fim do Império Romano, a península Ibérica sofreu a invasão dos mouros. Durante a época desta invasão, os muçulmanos, em 713, puseram o corpo de São Vicente em um barco e o deixaram à deriva no mar. O barco, levando as relíquias do martirizado, foi dar ao Promontorium Sacrum (Promontório Sacro, Cabo de Sagres, Portugal), que se passou a chamar Cabo de São Vicente. Os cristãos que aí viviam sob o domínio dos mouros, recolheram o corpo, transportando-o para uma ermida erguida em sua homenagem. Durante alguns séculos o culto a São Vicente alastrou-se por todo o território que seria futuramente o reino de Portugal.
Dom Afonso Henriques, primeiro rei de Portugal, foi quem decidiu resgatar o corpo de São Vicente aos sarracenos, que dominavam Sagres nessa época. Sob as ordens de Dom Afonso Henriques, as relíquias do santo foram levadas para Lisboa. Diz a tradição da lenda que, quando o corpo seguiu no barco, dois corvos o acompanharam a velar-lhe. As relíquias, transferidas de Sagres para uma igreja fora das muralhas de Lisboa, geraram uma intensa veneração dos habitantes daquela cidade por São Vicente, que em 1173, foi proclamado o santo padroeiro de Lisboa. O corvo, ave da lenda do santo martirizado em Valência, foi adotado como símbolo do brasão de Lisboa, permanecendo até os dias atuais.


Santo Antônio de Lisboa, Aclamado Padroeiro Pelo Povo

A história de Santo Antônio é quase da idade da história de Portugal. Oficialmente, o reino de Portugal teve a sua origem em 1139. Santo Antônio teria nascido no dia 15 de agosto de 1195, pouco mais de cinqüenta anos da formação da identidade da nação lusitana.
Nascido Fernando Martins de Bulhões, em Lisboa, no local onde hoje existe a cripta da sua igreja. Fernando era filho de uma família de pequena nobreza, foi batizado na Catedral de Santa Maria Maior, Sé de Lisboa. Aos 15 anos entrou para o mosteiro de São Vicente de Fora, pertencente à Ordem dos Cônegos Regrantes de Santo Agostinho.
Fernando, cônego professo, deixou Lisboa à procura de maiores conhecimentos teológicos, indo, aos 17 anos, para o mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, ordenando-se sacerdote, sendo-lhe destinado o cargo de irmão-porteiro. Teria sido em Coimbra que começara a preparação dos sermões. De volta a Lisboa, Fernando entrou em contacto com os frades mendicantes franciscanos, dessa aproximação, ele decidiu pelo seu projeto de vida, vencendo assim, a busca espiritual sobre a satisfação intelectual. Em 1220, Fernando Martins obteve autorização para passar de Cônego Regrante a Frade Menor, adotando definitivamente o nome de Antônio, em homenagem a Santo Antão Abade e Ermita.
É como frade menor, que Antônio parte como missionário para o norte da África. Em 1222 já está em Assis, durante o primeiro Capítulo Geral dos Franciscanos ou Capítulo das Esteiras, iniciado no Pentecostes de 1221. Investido pelo próprio São Francisco, que lhe chamou seu Bispo, percorreu o norte da Itália e o sul da França, com a missão de pregar e ensinar aos frades.
Já doente, em Pádua, Antônio reiniciou o ensino e a escrita dos seus Sermões Dominicais e Festivos. Em 1230 a debilitação da sua saúde obriga-o a pedir dispensa do cargo no Capítulo de Assis. Em 1231, morre a caminho de Pádua, em Arcella, numa sexta-feira de 13 de junho. A sua morte traz uma comoção entre a população, que lhe velam o corpo por cinco dias, sendo enterrado apenas na terça-feira, dia que foi definitivamente consagrado ao santo. Desde então, ficou a ser conhecido como Santo Antônio de Pádua, só sendo conhecido como Santo Antônio de Lisboa nos países de língua portuguesa.
A canonização de Santo Antônio aconteceu em maio de 1232, sendo a mais rápida da história da igreja romana, que lhe valeu uma menção no Guiness Book. Em 1934 o papa Pio XI proclamou o santo o segundo padroeiro de Portugal, ao lado de Nossa Senhora da Conceição. Em 1946, o papa Pio XII declarou-o Doutor da Igreja Católica. Com o correr dos séculos, os lisboetas passaram a cultivar seu santo nativo, popularizando o seu culto, que ofuscou ao culto a São Vicente. Santo Antônio foi proclamado pelo povo de Lisboa como o santo padroeiro. Para a igreja católica portuguesa, oficialmente São Vicente é o santo padroeiro da cidade de Lisboa. A perda de identidade deste santo com a população deve-se ao fato de Santo Antônio ter nascido em terras lusitanas, tornando-se uma das figuras mais importantes da história portuguesa. Mais de 800 anos se passaram do nascimento de Santo Antônio, tempo suficiente para o esquecimento a São Vicente, só revelada no registro do brasão de Lisboa, que traz o corvo como símbolo. Este desencontro histórico entre o padroeiro real e o padroeiro eleito pelo povo, acirra-se à medida que o tempo passa. Enquanto isto, Lisboa vive o ludismo religioso de ter os seus dois santos padroeiros.
 
 
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Sábado, 3 de Janeiro de 2009

CONTOS EXEMPLARES & HISTÓRIAS DA TERRA E DO MAR - SOPHIA DE MELLO BREYNER

 

 

Sophia de Mello Breyner Andresen tem uma obra vastíssima, principalmente na poesia, com obras como “Dia do Mar” (1947), “Mar Novo” (1958), “O Cristo Cigano” (1961), “O Nome das Coisas” (1977), “Ilhas” (1989), ou ainda, com um grande destaque aos contos para crianças, tais como “A Menina do Mar” (1958), “A Floresta” (1968) ou “Noite de Natal” (1960). Foi justamente como escritora de contos infantis que Sophia de Mello Breyner Andresen tornou-se um mito da infância de algumas gerações. Analisá-la aqui como contista de ficção para adultos é quase como analisar uma raridade na sua obra literária, uma vez que só escreveu dois livros de contos para adultos: Contos Exemplares (1962) e Histórias da Terra e do Mar (1984). É o mundo destes dois livros de ficção que será analisado aqui. Se a compararmos com Miguel Torga, Alves Redol, Vergílio Ferreira ou Manuel da Fonseca, vamos encontrar uma contista mais leve em sua análise ao cotidiano português. De uma estética narrativa vinda dos contos infantis, impregnando as personagens de linhas explícitas do maniqueísmo humano, alegorias entre o bem e o mal, o sacro e o profano, sendo os temas arrematados por uma necessidade de uma moral das fábulas infantis e da catequese religiosa dos adultos.

Contos Exemplares, Início dos Anos Sessenta

Tomando como base o livro “Contos Exemplares” (31ª edição - Figueirinhas - 1997), tentaremos analisar um pouco a autora como contista. Mais uma vez reforço não ser o aspecto maior da autora. A primeira edição deste livro foi de 1962. Talvez possamos assim, compreender melhor o retrato das personagens se nos situarmos no tempo. Os anos sessenta foram anos de mudança para todo o mundo, em especial para a Europa. A guerra colonial na África portuguesa teve início em 1961 e iria arrastar-se por mais quinze anos. No mundo a luta das potências era cada vez mais feroz, após o fim da Segunda Guerra separou-se, em 1949, a Alemanha derrotada em duas nações: a RDA voltada para a política bolchevista de Moscou, e a RFA, capitalista e ocidentalizada. A partir de então o mundo estava completamente dividido em duas ideologias. A Guerra da Coréia dividia uma nação na Ásia, novamente duas ideologias separavam outro país em norte e sul. Cuba cairia nas mãos dos comunistas em 1959. Os Estados Unidos lança um plano de emergência na América Latina, criando as ditaduras militares. 1961 é o ano da construção do muro de Berlim, dividindo definitivamente a cidade e o mundo. Nos Estados Unidos da América os anos dourados elegem John Kennedy presidente, a sua bela mulher Jacqueline Kennedy, é modelo para todas as mulheres do mundo. Mas Kennedy tenta fazer do Vietnã uma nova Coréia. Os tempos são de revolução. O início dos anos sessenta mostra claramente o futuro, incerto e agressivo.
Ao analisarmos os “Contos Exemplares” de Sophia de Mello Breyner Andresen desta época (início dos anos sessenta) , ficamos perdidos entre uma provocatória convicção do bem e do mal, do homem entre Deus e o diabo, quase de uma forma aludida ao inferno de Dante. Seria o bem e o mal o que propunha a luta cerrada da guerra fria? Talvez por ter sido em 1962 que a autora traduziu “O Purgatório” de Dante, que os seus contos vêm recheados de metáforas que escondem nas personagens muitas vezes a figura do diabo. Começamos por analisarmos o conto que abre o livro, “O Jantar do Bispo”:

O Dono da Casa entregou um cheque e o Homem Importante entregou outro cheque.
O Abade de Varzim tinha sido vendido por um tecto.
Ninguém falou em troca nem em venda. Ninguém disse palavras chocantes. Mas quando se levantaram os três e se dirigiram para junto dos outros convidados para a sala grande, o espírito do Bispo estava pesado de confusão. Ele era como um homem que, envolvido num negócio que não entende bem e convencido por um hábil advogado, compra o que não quer comprar e vende o que não quer vender.
E Deus no Céu teve dó daquele Bispo porque ele estava só e perdido e não sabia lutar contra os hábeis discursos dos donos do Mundo
.”

Aqui a história gira em torno de um senhor dono de terras (o Dono da Casa) que, ao sentir-se ameaçado por um jovem padre (o Abade de Varzim), que representa a conscientização das massas diante do novo tempo, contra os velhos hábitos dos latifundiários, resolve convencer o Bispo a mandá-lo embora da sua freguesia. O Bispo, que quer um teto para uma das suas igrejas, pois tinha vindo abaixo, procura o Dono da Casa para pedir-lhe o dinheiro para o novo teto. Ambos se reúnem em um jantar na quinta do latifundiário. No meio da conversa são surpreendidos pela figura estranha de um visitante (o Homem Importante). Na cozinha da quinta surge uma figura ainda mais estranha, o Mendigo. Durante a conversa, o Homem Importante convence o Bispo a mudar o padre, também colaborando com dinheiro para o teto da igreja. As personagens deste conto, que, se analisarmos minuciosamente, vamos acabar por classificá-lo não como um conto, mas como uma pequena novela dada às suas características de ficção; são desde o início delineadas, até certo ponto maniqueístas. O Dono da Casa, que não vê escrúpulos para atingir os seus fins; o Homem Importante, que é claramente a figura do diabo, surgindo e desaparecendo de uma forma mística; o Bispo, misto de ingenuidade e de consciência religiosa. O Bispo não pode vender a sua fé, está apenas confuso. O Mendigo é talvez, o Cristo, o bem, a consciência do Bispo. Arrependido, o Bispo volta à casa do latifundiário para devolver o dinheiro que aceitara para correr com o jovem padre. Na casa a sensação de todos é que Deus e o diabo ali estiveram, mas metamorfoseados de ricos e de pobres. Assim são as personagens de Sophia de Mello Breyner Andresen, um misto de boas e más. As boas, quando assumem forma de más, são castigadas. Quase que vendem a alma ao diabo, por isso a catequese e o moralismo estão sempre contidos nos seus contos de uma forma explícita.

A Velha Alegoria do Bem e do Mal

A narrativa da escritora tem uma tendência objetiva, mundo exterior constitui o objeto que nos é dado a conhecer de forma pormenorizada, a narradora desaparece por completo do centro das atenções, dando passagem às coisas, aos lugares, aos objetos. Somos capazes de percorrer parágrafos inteiros de informação de como é a casa onde transitam as personagens. Também descreve uma mesa e todos os acessórios que ali o leitor é obrigado a conhecer:

“O “hall” era enorme e tinha no meio uma palmeira nostálgica. A decoração era de 1920, num estilo especial que só existia naquela terra.
Nos bancos verdes, encostados às paredes brancas, cobertas até ao meio por grades de madeira verde, estavam pequenos grupos de pessoas sentadas em frente das mesas verdes.
Havia três grupos escuros de homens e dois grupos mais claros de senhoras de uma certa idade.”


Neste conto intitulado “A Praia”, está o exemplo claro de uma narrativa convencional, o sujeito que a relata é perfeitamente distinto do objetivo relatado. Uma narrativa mais racional do que emocional, onde à partida, o leitor fica a saber que o “hall” era grande, com uma palmeira ao meio. Que havia bancos verdes, paredes brancas cobertas de grades de madeira verde e mesas também verdes. O que a autora quis dizer com “grupos escuros de homens” e “mais claros de senhoras”? Talvez nada, uma mera redundância. Assim, os contos de Sophia de Mello Breyner Andresen apresentam uma linguagem quase estética (não confundir com o termo informação estética, cujo conceito é visto pela possibilidade de certas mensagens provocarem um efeito de surpresa, onde há uma quebra de ruptura narrativa, surgindo o inesperado e o inovador), tão tipicamente cinematográfica, quase que de influência de uma época de mudança de estilos de moda. Quase a enterrar o desgastado neo-realismo português pela presença do fantástico.
Continuando a percorrer as páginas dos “Contos Exemplares”, vamos encontrar o segundo equívoco: “Retrato de Mónica”:

“Mónica é uma pessoa tão extraordinária que consegue simultaneamente: ser boa mãe de família, ser chiquíssima, ser dirigente da “Liga Internacional das Mulheres Inúteis”, ajudar o marido nos negócios, fazer ginástica todas as manhãs, ser pontual, ter imensos amigos, dar muitos jantares, ir a muitos jantares, não fumar, não envelhecer, gostar de toda a gente, toda a gente dizer bem dela, coleccionar colheres do séc. XVII, jogar golfe, deitar-se tarde, levantar-se cedo, comer iogurte, fazer ioga, gostar de pintura abstracta, ser sócia de todas as sociedades musicais, estar sempre divertida, ser um belo exemplo de virtudes, ter muito sucesso e ser muito séria.”

Aqui estamos diante de uma crônica, que é intitulada de conto. Tal como “O Jantar do Bispo”, com aspecto de pequena novela e não de conto, em “Retrato de Mônica” estamos ante uma pequena crônica. O estilo da autora é inconfundível. Novamente o tema anda às voltas da moral burguesa e católica da autora, Mónica é tida como uma mulher vencedora, porém, para vencer, é descrita como fútil. Em Mónica o interesse pelas artes, pela cultura, é visto como futilidade. Será que a mulher para ser atuante precisa ser fútil? Mónica está ao serviço de todos os amigos e principalmente, do diabo, seu principal amo. Outra vez o castigo das trevas para quem brilha, para quem vende a imagem. Outra vez o sentido da catequese.
Devemos ressaltar a beleza do conto “A Viagem”. Aqui as personagens perdem-se por uma estranha estrada, onde as formas das coisas adquirem um realismo fantástico. As personagens procuram uma saída, procuram comida, procuram água. Tudo está al alcance deles, mas nada é real. Estão perdidos e sem saída. Estarão mortos? Novamente a sensação de “O Purgatório” de Dante está presente:

“Mas o carreiro tinha desaparecido. Agora havia apenas um estreito rebordo onde ela não cabia, onde nem os seus pés cabiam. Um rebordo sem saída. Aí ficou, de lado, com os pés um em frente do outro, com o lado direito do seu corpo colado à pedra da arriba e o lado esquerdo já banhado pela respiração fria e rouca do abismo. Sentia que as ervas e as raízes a que se segurava cediam lentamente com o peso do seu corpo. Compreendia que agora era ela que ia cair no abismo. Viu que, quando as raízes se rompessem, não se poderia agarrar a nada, nem mesmo a si própria. Pois era ela própria o que ela agora ia perder.”

Neste conto caminhamos à procura do fantástico, onde podemos ter uma sensação de percorrermos as páginas de Kafka ou de Egard Alan Poe - sem a certeza se iríamos encontrá-los.

Histórias da Terra e do Mar, Paisagens Além do Mar Português

Definitivamente o lado estético de Sophia de Mello Breyner Andresen pouco pode ser comparado com outros contistas portugueses. Um estilo que vem das suas eternas histórias para crianças. Mesmo no seu livro “Histórias da Terra e do Mar” (16 ª edição - Texto Editora - 1997), em que a primeira edição data de 1984, ou seja, vinte e dois anos depois de “Contos Exemplares”, a evolução das personagens foi mínima. Em vinte e dois anos a autora lutou intensamente para defender as suas convicções políticas, o homem foi à lua, houve as rosas de maio, a primavera em Praga, o Salazarismo findou, houve a Revolução dos Cravos, as telenovelas chegaram à televisão portuguesa, mudou-se o Papa, mas os contos de Sophia de Mello Breyner continuaram intactos.
O primeiro conto de “Histórias da Terra e do Mar” é “A História da Gata Borralheira”, de 1965, é uma continuação dos anteriores, um misto de “Alice no País das Maravilhas” com “Cinderela”. A moça pobre e humilhada no seu primeiro baile, decide que será uma mulher de sucesso, uma mulher rica e poderosa. Que jamais será humilhada uma outra vez. Novamente a figura do diabo aparece na forma de um belo homem, que dança com a infeliz mulher na noite da humilhação. Depois da escolha, a personagem muda-se para a casa da madrinha rica, casa-se com um homem rico, torna-se poderosa. Um dia, vinte anos depois, volta ao salão onde acontecera o seu primeiro baile. Ali reencontra o belo homem que lhe proporcionara o sucesso. Ele exige-lhe o sapato de brilhantes que ela trazia e a vida. Novamente a certeza de que a mulher para tornar-se vencedora precisa vender a alma ao diabo, o sucesso é fútil, o castigo vem sempre. A catequese também:

“Lúcia quis fugir mas o seu corpo estava rígido e ela não pôde mover nenhum dos seus membros. Quis gritar mas a sua voz estava muda.
O homem inclinou-se, tirou-lhe do pé o sapato de brilhantes e calçou-lhe o sapato de farrapos.”


No conto “A Casa do Mar”, de 1970, a personagem central é a casa. Um conto de parágrafos e parágrafos a nos mostrar o estético, as cores da casa confundem-se com o cheiro da brisa do mar. O vento perde a cor nos bancos (sempre verdes) da varanda. Percorremos jardins inatingíveis, com lírios com perfume de jasmim, com frutas recheadas de cores. Sentimo-nos verdadeiras aves tontas nas alturas. Quase como uma vertigem da paisagem que nos chega com os parágrafos. Viajamos quase que por uma aquarela de natureza morta em forma de palavras:

“Entre a casa e a cidade longínqua estendem-se as dunas como um grande jardim deserto, inculto e transparente onde o vento que curva as ervas altas, secas e finas faz voar em frente dos olhos o loiro dos cabelos. Ali crescem também os lírios selvagens cujo o intenso perfume, pesado e opaco como o perfume de um nardo, corta o perfume árido e vítreo das areias.”

Saga”, de 1972-1981, irá nos levar ao mundo imaginário da autora. Não nos sentimos em Portugal, não reconhecemos as personagens como as das vilas, as das aldeias de pescas, somos transportados para uma realidade quase da época em que lemos “Robson Crusoé”, ou “Gullliver”. Estudar Sophia de Mello Breyner Andresen torna-se agradável, mas faz com que saibamos perceber porque um Miguel Torga é inatingível como contista, é a essência portuguesa que nos foge entre a estética do mar da autora.

Sophia de Mello Breyner

Uma das mais conhecidas escritoras portuguesas do século XX, Sophia de Mello Breyner Andresen nasceu na cidade do Porto, no dia 6 de novembro de 1919. Filha de uma tradicional e aristocrática família portuguesa, passou toda a infância no Porto. Dessa infância feliz veio grande parte do material que a escritora usaria em seus contos infantis.
Freqüentou de 1936 a 1939, o curso de Filologia Clássica, na Faculdade de Letras de Lisboa, adquirindo paixão pelo clássico grego, que seria de grande influência em toda a sua obra. Os mitos gregos, o ideal de beleza, impregnam a obra de Sophia de Mello Breyner, arrematada pelo emblemático mar português.
O primeiro livro de Sophia de Mello Breyner, Poesia, foi publicado em 1944, tendo uma tiragem de 300 exemplares, sendo essa edição paga pelo seu pai.
Em 1946 a escritora casou-se com o advogado, jornalista e político Francisco Sousa Tavares, com quem viria a morar definitivamente em Lisboa. Do casamento nasceriam cinco filhos, entre eles Miguel Sousa Tavares, conhecido jornalista português.
Ao lado do marido, Sophia de Mello Breyner tornou-se uma das maiores opositoras à ditadura salazarista. Ao longo da sua vida sempre foi uma lutadora empenhada pelas causas da liberdade e justiça. Antes do 25 de Abril, que pôs fim ao Estado Novo, pertenceu à Comissão Nacional de Apoio aos Presos Políticos. Depois da Revolução dos Cravos, continuou a sua militância política.
Sophia de Mello Breyner morreu no dia 2 de julho de 2004, aos 84 anos. Foi a primeira mulher portuguesa a receber o Prêmio Camões. Sua literatura infantil fez parte da imaginação de várias gerações de crianças portuguesas.

OBRAS:

Poesia

1944 – Poesia
1947 – O Dia do Mar
1951 – Coral
1954 – No Tempo Dividido
1958 – Mar Novo
1962 – Livro Sexto
1962 – O Cristo Cigano
1967 – Geografia
1970 – Grades
1971 – Poemas
1972 – Dual
1975 – Antologia
1977 – O Nome das Coisas
1983 – Navegações
1989 – Ilhas
1994 – Musa
1994 – Signo
1997 – O Búzio de Cós
1999 – Primeiro Livro de Poesia (infanto-juvenil)
2001 – Mar (antologia organizada por Maria Andresen de Sousa Tavares)
2001 – Orpheu e Eurydice

Ficção:

Contos
1962 – Contos Exemplares
1984 – Histórias da Terra e do Mar

Contos Infantis
1958 – A Menina do Mar
1958 – A Fada Oriana
1959 – Noite de Natal
1964 – O Cavaleiro da Dinamarca
1965 – O Rapaz de Bronze
1968 – A Floresta
1985 – Árvore

Teatro

2000 – O Bojador
2001 – O Colar

Ensaio

1956 – A Poesia de Cecília Meireles
1960 – Poesia e Realidade
1975 – O Nu na Antiguidade Clássica

CRONOLOGIA:

1919 – Nasce a 6 de Novembro no Porto, onde passou a infância.
1922 – Primeiro contacto de Sophia com a poesia, aos 3 anos, quando uma criada lhe recita A Nau Catrineta, que aprenderia de cor. Mesmo antes de aprender a ler, o avô ensinou-a a recitar Camões e Antero.
1926 – Freqüenta o Colégio do Sagrado Coração de Maria, no Porto, até aos 17 anos.
1931 – Aos doze anos escreve os primeiros poemas. Entre os 16 e os 23 tem uma fase excepcionalmente fértil na sua produção poética.
1936 – Estuda Filologia Clássica, na Faculdade de Letras de Lisboa, mas não leva a licenciatura até ao fim.
1939 – Regressa ao Porto, onde vive até casar com Francisco Sousa Tavares, altura em que se muda definitivamente para Lisboa.
1944 – Publica o primeiro livro, Poesia, uma edição de autor de 300 exemplares, paga pelo pai, que sairia em Coimbra por diligência de um amigo: Fernando Vale. Em 1975 seria reeditado pela Ática. Este livro é uma escolha, que integra alguns poemas escritos com 14 anos.
1946 – Casa-se com Francisco Sousa Tavares.
1947 – Publica pela Editora Ática, O Dia do Mar.
1950 – Publica Coral, pela Livraria Simões Lopes.
1954 – Publica No Tempo Dividido.
1956 – Publica o livro de literatura infantil O Rapaz de Bronze.
1958 – Publica Mar Novo, A Menina do Mar (infantil) e A Fada Oriana (infantil). Escreve um ensaio sobre Cecília Meireles.
1960 – Publica Noite de Natal (infantil). Publica o ensaio Poesia e Realidade.
1961 – Publica O Cristo Cigano.
1962 – Publica Livro Sexto e Contos Exemplares (ficção).
1964 – Livro Sexto é distinguido com o Grande Prêmio de Poesia da Sociedade Portuguesa de Escritores. Publica O Cavaleiro da Dinamarca (infantil).
1967 – Publica Geografia.
1968 – Publica A Floresta (infantil) e Antologia, cuja 5ª edição (1985 – Figueirinhas) é prefaciada por Eduardo Lourenço.
1970 – Publica Grades.
1972 – Publica Dual.
1975 – Publica o ensaio O Nu na Antiguidade Clássica, integrado em O Nu e a Arte, uma edição dos Estúdios Cor. Eleita deputada pelo Partido Socialista à Assembléia Constituinte.
1977 – Publica O Nome das Coisas, distinguido com o Prêmio Teixeira de Pascoaes.
1983 – Publica Navegações, recebe o Prêmio da Crítica do Centro Português da Associação de Críticos Literários.
1984 – Publica Histórias da Terra e do Mar (ficção).
1985 – Publica Árvore (infantil).
1989 – Publica Ilhas, distinguido com os Prêmios D. Dinis, da Fundação Casa de Mateus e Inasset-INAPA (1990).
1990 – Reúne toda a sua obra em três volumes: Obra Poética, com a chancela da Editorial Caminho; é distinguida com o Grande Prêmio de Poesia Pen Clube.
1992 – Grande Prêmio Calouste Gulbenkian de Literatura para Crianças.
1994 – Publica “Musa”. Recebe o Prêmio Vida Literária da Associação Portuguesa de Escritores. Publica Signo, um livro/disco com poemas lidos por Luís Miguel Sintra.
1995 – Placa de Honra do Prêmio Petrarca, atribuída em Itália.
1996 – Homenageada do Carrefour des Littératures, na IV Primavera Portuguesa de Bordéus e da Aquitânia.
1998 – Seu livro O Búzio de Cós, é distinguido com o Prêmio da Fundação Luís Miguel Nava.
1999 – É a primeira mulher portuguesa a receber o Prêmio Camões.
2003 – Recebe o Prêmio Rainha Sofia de poesia ibero-americana.
2004 – Morre, no dia 2 de Julho, Sophia de Mello Breyner.
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