Quarta-feira, 29 de Outubro de 2008

OS MESES DO ANO - FEVEREIRO

 

 
Segundo mês do ano do calendário gregoriano, fevereiro é o menor de todos os meses, trazendo apenas 28 dias em anos normais, 29 dias em anos bissextos, ou seja, de quatro em quatro anos tem um dia acrescentado.
Fevereiro tem a sua origem no antigo calendário romano, quando tinha um dia a mais do que no calendário atual, 29 dias nos anos normais e 30 dias nos anos bissextos. A partir do calendário juliano, perdeu um dia para o mês de agosto, visto que o mês de julho, uma homenagem a Júlio César, tinha 31 dias, quando criaram agosto para homenagear o imperador César Augusto, o seu mês tinha apenas 30 dias, não podendo ser inferior ao mês de Júlio César, foram buscar um dia a fevereiro.
Nos extremos dos dois hemisférios, fevereiro é marcado como o mês mais frio do hemisfério norte e o mais quente do hemisfério sul. O nome vem do latim februarius, inspirado na divindade da mitologia Etrusca Februus, deus da morte e da purificação, cultuado na Roma antiga, onde lhe reservavam todo o último mês do calendário romano. Februus era identificado com Lupercus, Faunus e tardiamente, com o deus Partus. Por ser o mês mais pobre para a agricultura na Roma antiga, era literalmente o mês da purificação (februas). Normalmente é neste mês que acontece o carnaval, uma das festas mais famosas do mundo ocidental contemporâneo, sendo a maior festa realizada no Brasil.

Fevereiros na História do Mundo

01 de Fevereiro
1901 – Nasce em Cadiz, Ohio, Clark Gable, ator norte-americano que protagonizou filmes como “... E o Vento Levou” e “Aconteceu Naquela Noite”.
1958 – Síria e Egito unem-se para formar a República Árabe Unida (RAU), dissolvida em 1961.
1979 – Ruollah Khomeini retorna do exílio na França, sendo recebido com honras e euforia pela população iraniana (na fotografia, momento que Khomeini chegou a Teerã).

02 de Fevereiro
1542 – A expedição de Francisco Orellana descobre o rio Amazonas.
1848 – Assinado o Tratado de Guadalupe Hidalgo, que põe fim à guerra entre os EUA e o México, que cede aos norte-americanos os territórios da Califórnia, Texas, Arizona e Novo México.
1940 – Realizada em Belgrado a Conferência de Paz dos Estados Balcânicos.

03 de Fevereiro
1488 – Bartolomeu Dias dobra o cabo da Boa Esperança.
1863 – Criação dos Estados Unidos da Colômbia, sob o governo de Tomás Cipriano de Mosquera.
1991 – Extinto o Partido Comunista Italiano, após 70 anos de história, mudando a sigla para Partido Democrático da Esquerda.

04 de Fevereiro
1794 – A Convenção Francesa aprova a abolição da escravidão em suas colônias.
1799 – Nasce no Porto, Portugal, João Baptista da Silva Leitão, escritor conhecido como Almeida Garret.
1938 – Hitler proclama-se comandante supremo das forças armadas alemãs.

05 de Fevereiro
1971 – Os astronautas norte-americanos Alan Shefard e Edgard Mitchell, com a Apollo 14, pousam na Lua.
1973 – Os EUA enterram o último soldado morto na Guerra do Vietnã.
1997 – Anunciada, pelos grandes bancos suíços, a criação de um fundo de 71 milhões de dólares para as vítimas do Holocausto e suas famílias, para reparar o dinheiro de judeus em contas desses bancos, roubado durante a Segunda Guerra Mundial.

6 de Fevereiro
1900 – O senado norte-americano ratifica a decisão da Conferência de Paz de Haia, sobre a criação de um Tribunal Penal Internacional.
1918 – A Grã-Bretanha concede o direito de voto às mulheres com mais de 30 anos de idade.
1972 – Anastásio Somoza é reeleito presidente da Nicarágua após eleições fraudulentas.

07 de Fevereiro
1974 – Decretada a independência da ilha de Granada.
1992 – Assinado em Maastricht (Holanda), pelos 12 países da Comunidade Européia, um tratado que abre o caminho da União Européia a 340 milhões de cidadãos.
1999 – Morre, aos 63 anos, o rei Hussein da Jordânia, após quase 47 anos no trono.

08 de Fevereiro
1774 – Criação no Porto, Portugal, de uma fábrica de camurças, pelicas e pergaminhos.
1904 – Ataque noturno de aviões japoneses contra a frota russa no Porto Arthur.
1963 – Após um golpe militar, o presidente do Iraque, Abdel-Karim Kassem, é deposto e morto.

09 de Fevereiro
1556 – Saqueada a cidade de Cartagena das Índias (Colômbia), pelo pirata inglês Francis Drake.
1946 – Anunciado por Stalin, um novo plano para a União Soviética, para que supere o ocidente na produção de petróleo.
1984 – Morre o dirigente político soviético, Yuri Andropov.

10 de Fevereiro
1774 – Por despacho do Marquês de Pombal, é abolida a Inquisição de Goa.
1910 – Encontrado no sul de Tampico, México, o poço Cerro Azul número quatro, considerado até então, o maior produtor petrolífero mundial.
1996 – O computador Deep Blue, da IBM, vence o campeão mundial de xadrez, Gary Kasparov, sendo a primeira vez que a máquina vence o melhor jogador de xadrez do planeta.

11 de Fevereiro
1919 – Eleito Friedrich Ebert, primeiro presidente da República da Alemanha.
1929 – Estabelecido entre a igreja romana e o governo italiano, o Estado independente do Vaticano, através do Tratado de Latrão.
1990 – O líder da ANC (Congresso Nacional Africano) da África do Sul, Nelson Mandela, deixa a prisão após 27 anos de cárcere.

12 de Fevereiro
1554 – Decapitada Lady Jane Grey, rainha da Inglaterra por apenas 9 dias, acusada de alta traição.
1993 – Dois meninos de 10 anos chocam a Inglaterra, quando atraem e matam a pancada, o menino James Bulger, de 2 anos.
1994 – Roubado do museu de Oslo, Noruega, o quadro O Grito, de Edvard Munch (foto).

13 de Fevereiro
1633 – Galileu Galilei é detido pela Inquisição da Igreja.
1965 – Humberto Delgado, líder português de oposição à ditadura salazarista, é assassinado em Badajoz, Espanha, após ter sido raptado pela polícia política portuguesa.
1984 – Constantin Chernienko é eleito secretário geral do Partido Comunista da URSS.

14 de Fevereiro
1956 – Nikita Krushchev denuncia as atrocidades do regime stalinista, no XX Congresso do PCUS.
1988 – Alfredo Stroessner é reeleito, pela oitava vez, presidente do Paraguai.
1989 – O aiatolá Khomeini, líder iraniano, conclama todos os muçulmanos do mundo para executar o escritor indo-britânico Salman Rushdie, acusado de ofender o islamismo por causa do seu livro Os Versos Satânicos.

15 de Fevereiro
1933 – Franklin D. Roosevelt, presidente norte-americano, sofre um atentado em Miami.
1990 – Grã-Bretanha e Argentina restabelecem as relações diplomáticas, rompidas em 1982, com a Guerra das Malvinas.
2003 – Aberto os arquivos secretos do Vaticano, que contam sobre as suas relações com a Alemanha nazista (na foto, Hitler à saída de uma missa, cumprimenta o clero).

16 de Fevereiro
1773 – Abolidas em Portugal, as distinções entre Cristãos Velhos e Cristãos Novos (judeus convertidos após a expulsão, no fim do século XV), ordenando-se queimar todos os registros cadastrais dos cristãos novos.
1918 – Os turcos incendeiam a biblioteca de Bagdá.
1923 – Descoberta no Egito, a câmara funerária do faraó Tutankhamon.

17 de Fevereiro
1772 – Rússia e Prússia firmam acordo secreto para repartir a Polônia.
1904 – Estréia a ópera Madame Butterfly, de Giacomo Puccini.
2004 – Parlamento holandês aprova a expulsão de 26 mil imigrantes.

18 de Fevereiro
1546 – Morre Martinho Lutero, promotor da reforma protestante, que desafiou a igreja católica ao divulgar teses contra os abusos e práticas do clero.
1930 – Descoberto o planeta Plutão, visto pela primeira vez pelo astrônomo Clyde Tomhaugh.
1993 – Mil pessoas morrem em um naufrágio no mar do Caribe.

19 de Fevereiro
1473 – Nasce em Torun, atual Polônia, Nicolau Copérnico, futuro astrônomo e matemático que desenvolveria a teoria heliocêntrica do Sistema Solar (na fotografia, retrato de Copérnico).
1868 – Assassinado Venâncio Flores, presidente do Uruguai.
1906 – Surge a primeira fábrica de flocos de milhos (corn flakes), de William Kellog, alimentação que era dada aos doentes psiquiátricos.
1948 – A Bélgica aprova na Câmara a concessão do voto às mulheres.

20 de Fevereiro
1832 – Charles Darwin visita o arquipélago Fernando de Noronha.
1941 – Nazistas enviam o primeiro grupo de judeus para os campos de concentração.
1986 – A MIR, primeira estação espacial na órbita da terra, é lançada no espaço pela URSS.

21 de Fevereiro
1431 – Iniciado o interrogatório a Joana D’Arc.
1858 – Um grande terremoto destrói a cidade grega de Corinto.
1922 – Declarada a independência do Egito.

22 de Fevereiro
1819 – A Espanha vende a Flórida aos EUA por 5 milhões de dólares.
1828 – Regresso de dom Miguel a Lisboa, que jura a Carta Constitucional, assume a regência e nomeia um novo ministério.
1921 – O general Reza Khan toma Teerã durante a revolução persa.
1967 – O general Suharto toma o poder na Indonésia.

23 de Fevereiro
1807 - O Parlamento britânico aprova a abolição do comércio de escravos.
1919 – Benito Mussolini rompe com o Partido Socialista, fundando o Partido Fascista da Itália.
1934 – Coroação do rei Leopoldo III, da Bélgica.

24 de Fevereiro
1582 – Após algumas reformas, é instituído um novo calendário pelo papa Gregório XIII, chamado de calendário Gregoriano.
1887 – Paris e Bruxelas tornam-se as primeiras capitais a serem interligadas pelo telefone.
1946 – Juan Domingo Perón vence as eleições presidenciais na Argentina.

25 de Fevereiro
1570 – A rainha Elizabeth I, da Inglaterra, é excomungada pelo papa Pio V.
1713 – O rei da Suécia, Charles XII, é feito prisioneiro pelo sultão otomano.
1932 – O austríaco Adolf Hitler torna-se cidadão alemão.

26 de Fevereiro
1848 – Proclamada a Segunda República Francesa.
1885 – Assinatura da Ata Final da Conferência de Berlim, que partilhava a África entre as potências européias.
1980 – Egito e Israel estabelecem relações diplomáticas.
1993 – Explosão mata 6 pessoas no estacionamento das torres do World Trade Center, em Nova York.

27 de Fevereiro
1767 – Os jesuítas são expulsos da Espanha.
1933 – Incêndio destrói o Parlamento Alemão (Reichtag). Os nazistas culpam os comunistas e usam o fato como desculpa para suprir as liberdades civis.
1997 – Legalizado o divórcio na Irlanda.

28 de Fevereiro
1525 – Torturado e executado Cuauhtemoc, último imperador asteca, pelo conquistador espanhol Hernan Cortez.
1986 – Assassinado em Estocolmo, Olof Palme, primeiro ministro sueco (foto).
1996 – A Rússia é admitida como membro do Conselho da Europa.

29 de Fevereiro
1720 – Ulrica, rainha da Suíça, abdica a favor de Frederico I, príncipe de Hesse-Cassel.
1796 – Criada em Portugal, a Real Biblioteca Pública da Corte e do Reino, que seria aberta ao público em maio de 1797.
1916 – Autoridades alemãs dão ordens à sua armada para afundar os navios mercantes das nações inimigas, durante a Primeira Guerra Mundial.

Fevereiros na História do Brasil

01 de Fevereiro
1549 – Embarca em Lisboa, rumo à Bahia, Tomé de Souza, primeiro governador-geral do Brasil. 1974 – Incêndio no edifício Joelma, em São Paulo, matando 188 pessoas.

02 de Fevereiro
1987 – Ulysses Guimarães é eleito presidente da Constituinte.
2001 – Em conflito comercial com o Brasil, o Canadá suspende a importação de carne brasileira, alegando que o gado estaria infectado pelo mal da vaca louca. EUA e México apóiam a medida.

03 de Fevereiro
1867 – Morre, na Alemanha, Maximilian Wied-Neuwied, o príncipe naturalista autor de Viagem ao Brasil.
1998 – Morre o cantor Silvio Caldas, o “caboclinho querido”, intérprete de Chão de Estrelas, entre outros clássicos.

04 de Fevereiro
1725 – Última sessão em Salvador, Bahia, da Academia Brasílica dos Esquecidos, primeira sociedade literária do Brasil.
1885 – Nasce em Taubaté, Georgina de Albuquerque, uma das principais representantes do pós-impressionismo brasileiro.

05 de Fevereiro
1811 – Carta régia do príncipe dom João autoriza a instalação de uma tipografia em Salvador.
1927 – Morre no Rio de Janeiro, Osório Duque Estrada, autor da letra do Hino Nacional Brasileiro.

06 de Fevereiro
1608 – Nasce em Lisboa, Antonio Vieira, que como padre jesuíta se notabilizaria pela ação missionária e seus famosos sermões.
1818 – O príncipe regente dom João é coroado no Rio de Janeiro, com o nome de dom João VI, rei de Portugal, Brasil e Algarves. É a primeira vez que uma cerimônia de coroação acontece nas Américas.

07 de Fevereiro
1640 – Desembarca no Rio Grande do Norte, tropa comandada pelo conde da Torre para lutar contra o domínio holandês no Nordeste.
1827 – Começa a circular o primeiro jornal de São Paulo, o Farol Paulistano.

08 de Fevereiro
1615 – O Convento de Santo Antonio, no Rio de Janeiro, celebra a sua primeira missa.
1649 – Nasce em Lucca, região da Toscana, Itália, João Antonio Andreoni, padre jesuíta que ficaria mais conhecido pelo pseudônimo André João Antonil, autor de Cultura e Opulência do Brasil Por Suas Drogas e Minas.

09 de Fevereiro
1964 – Morre em uma terça-feira de carnaval, o compositor e radialista Ari Barroso, autor de Aquarela do Brasil.
1909 – Nascem em Marco de Canaveses, Portugal, Maria do Carmo Miranda da Cunha, ou Carmen Miranda, a “Pequena Notável”, orgulho da música popular brasileira.
1993 – Lançado nos EUA, o SCDI, primeiro satélite projetado e fabricado no Brasil.

10 de Fevereiro
1792 – Por causa da doença da mãe, dona Maria I, o príncipe dom João assume os destinos do reino de Portugal.
1853 – Morre em Ouro Preto, Maria Dorotéia Joaquina de Seixas, musa de Tomás Antonio Gonzaga e inspiradora do poema Marília de Dirceu, de 1792.

11 de Fevereiro
1883 – O invento de Graham Bell chega a Fortaleza (CE), com a inauguração do serviço de telefonia local.
1907 – Nasce em São Paulo o historiados Caio Prado Júnior, autor do clássico Formação do Brasil Contemporâneo, de 1942.

12 de Fevereiro
1682 – Rei português dom Afonso VI dá a um grupo de negociantes de Lisboa a exclusividade do comércio em todo o Estado do Grão-Pará e Maranhão.
1888 – A princesa Isabel promove em Petrópolis, no carnaval, uma batalha de flores, assumindo publicamente posição contrária à escravidão. Acompanhada pelo marido e filhos, percorre a cidade em um carro aberto promovendo a arrecadação de donativos para a libertação de cativos.

13 de Fevereiro
1922 – Começa em São Paulo, a Semana de Arte Moderna.
1967 – Entra em vigor uma nova moeda, o Cruzeiro Novo.

14 de Fevereiro
1918 – Nasce no Rio de Janeiro, o músico e compositor Jacó do Bandolim.
1980 – Liberado, pelo Conselho de Censura, o filme Encouraçado Potenkim, dirigido em 1925 pelo cineasta soviético Sergei Eisenstein, proibido pelo regime militar desde 1967.

15 de Fevereiro
1709 – Cerca de trezentos paulistas são mortos em Minas Gerais, num episódio da Guerra dos Emboabas.
1710 – Em obediência ao ato real que eleva o antigo arraial à categoria de vila, é erguido um pelourinho me Recife. Seria o estopim da Guerra dos Mascates, na qual lutaram em lados opostos os senhores de engenho de Olinda e os comerciantes de Recife.

16 de Fevereiro
1630 – As tropas do holandês Jonkheer Diederik van Waerdenbuch entram em Olinda e no mês seguinte tomam Recife.
1800 – Inaugurado em Pernambuco o Seminário de Olinda, instituição que irradiou idéias liberais no final do período colonial.

17 de Fevereiro
1816 – Nasce em São João de Ipanema (SP), Francisco Adolfo de Varnhagen, o “historiador da pátria”, autor de vastíssima obra sobre a história do Brasil.
1997 – Morre em Brasília o antropólogo, educador, escritor e político Darci Ribeiro.

18 de Fevereiro
1680 – Sepultado na Holanda, o pintor Franz Post, que deixou registradas belíssimas paisagens do Brasil sob o domínio holandês.
1855 – Organizado pelo Congresso das Sumidades Carnavalescas, desfila no Rio de Janeiro o primeiro bloco carnavalesco de que se tem notícia.

19 de Fevereiro
1649 –Tropas lideradas por portugueses e pernambucanos vencem outra vez os holandeses na segunda batalha dos Guararapes, iniciando o processo de sua expulsão do Brasil.
1963 – Governo brasileiro proíbe a pesca de lagosta no mar territorial do Brasil por empresas francesas. É o início da “Guerra da Lagosta”.

20 de Fevereiro
1567 – Morre no Rio de Janeiro, Estácio de Sá, fundador da cidade, após ser ferido com flecha envenenada em luta contra franceses e tamoios.
1987 – O governo Sarney anuncia a moratória unilateral da dívida externa.

21 de Fevereiro
1647 – Rei português dom João IV, proíbe o consumo de cachaça na Bahia, para proteger os produtores de vinho portugueses.
1945 – Às 17h20, no norte da Itália, soldados da Força Expedicionária Brasileira (FEB) tomam Monte Castelo, importante ponto de passagem dos aliados rumo à Áustria, na Segunda Guerra Mundial.

22 de Fevereiro
1894 – Nasce em São Paulo, Vítor Brecheret, participante da Semana de Arte Moderna de 1922 e um dos principais escultores modernistas brasileiros.
1998 – Desabamento do edifício Palace II, no Rio de Janeiro, faz oito mortos.

23 de Fevereiro
1808 – O príncipe regente dom João cria, por decreto, um curso de ciência econômica no Rio de Janeiro, a ser dirigido por José da Silva Lisboa, futuro conde de Cairu.
2001 – Após 21 dias de boicote, Canadá, EUA e México voltam a importar carne bovina do Brasil.

24 de Fevereiro
1777 – Morre em Lisboa, dom José I, em cujo reinado foram tomadas medidas extremas, como a expulsão dos jesuítas de todos os seus domínios, ordenada pelo marquês de Pombal.
1891 – Promulgada a primeira Constituição republicana do Brasil.

25 de Fevereiro
1551 – Bula Super specula militantis ecclesiae, de Júlio III, cria a diocese do Brasil, com sede na cidade de Salvador.
1761 – Alvará do rei dom José I incorpora todos os bens dos jesuítas à Fazenda Real.

26 de Fevereiro
1821 – Dom João VI é brigado pela guarnição militar do Rio de Janeiro a aprovar, por antecipação, a nova Constituição que era elaborada em Portugal.
1906 – Firmado entre os governos de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo o Convênio Taubaté. Os signatários se comprometiam a comprar a produção de café e manter o seu preço, queimando o excedente.

27 de Fevereiro
1825 – A Santa Sé reconhece o Império do Brasil como Estado soberano.
1986 – O Decreto-Lei nº 2.283 institui o cruzado como moeda nacional.

28 de Fevereiro
1690 – Rei dom Pedro II de Portugal proíbe exploração de sal no Brasil, para proteger produtores portugueses.
1994 – O ministro da Fazenda Fernando Henrique Cardoso anuncia oficialmente o Plano Real.


Nascidos em Fevereiro

01 de Fevereiro
Boris Iéltsin, líder político russo
Brandon Lee, ator norte-americano
Clark Gable (foto), ator norte-americano
John Ford, cineasta norte-americano
Stuart Whitman, ator norte-americano

02 de Fevereiro
Farrah Fawcett, atriz norte-americana
James Joyce, escritor irlandês
Lenine, cantor brasileiro
Luís Gustavo, ator brasileiro nascido na Suécia

03 de Fevereiro
Dulcina de Moraes, atriz brasileira
Felix Mendelssohn, compositor e músico alemão
Gertrude Stein, poeta e escritora norte-americana

04 de Fevereiro
Alice Cooper, cantor e compositor norte-americano
Almeida Garrett, poeta português
Betty Friedan, ativista feminina norte-americana
Charles Lindbergh, aviador norte-americano
Ida Lupino, atriz e diretora britânica
Natalie Imbruglia, cantora, compositora e atriz australiana
Rodolfo Mayer, ator brasileiro
Rosa Parks, ícone do movimento pelos direitos civis do negro norte-americana
Sérgio Marone, ator brasileiro
Zeca Pagodinho, cantor e compositor brasileiro

05 de Fevereiro
André Citröen, engenheiro e empresário francês
Barbara Hershey, atriz norte-americana
Charlotte Rampling, atriz britânica
Henfil, cartunista brasileiro
Jennifer Jason Leigh, atriz norte-americana
Laura Linney, atriz norte-americana
Red Buttons, ator norte-americano
Regina Duarte, atriz brasileira
William Burroughs, escritor e pintor norte-americano

06 de Fevereiro
Antonio Vieira, padre e escritor luso-brasileiro
Bob Marley, cantor jamaicano
Cláudia Ohana, atriz brasileira
François Truffaut, cineasta francês
Helena Isabel, atriz portuguesa
Jair Rodrigues, cantor brasileiro
Rip Torn, ator norte-americano
Ronald Reagan, ex-presidente norte-americano
Zsa Zsa Gabor, atriz húngara

07 de Fevereiro
Carybé, pintor argentino naturalizado brasileiro
Charles Dickens, escritor norte-americano
Clementina de Jesus, cantora brasileira
Gabriel Braga Nunes, ator brasileiro
James Spader, ator norte-americano
Juliette Gréco, cantora e atriz francesa
Pepeu Gomes, cantor e compositor brasileiro
Sinclair Lewis, escritor norte-americano

08 de Fevereiro
Jack Lemmon (foto), ator norte-americano
James Dean (foto), ator norte-americano
Jules Verne, escritor francês
Lana Turner (foto), atriz norte-americana
Lélia Abramo, atriz brasileira
Mathilda May, atriz francesa
Nick Nolte, ator norte-americano

09 de Fevereiro
Carmen Miranda, cantora e atriz portuguesa nacionalizada brasileira
Joe Pesci, ator norte-americano
Mena Suvari, atriz norte-americana
Mia Farrow, atriz norte-americana
Monique Lafond, atriz brasileira

10 de Fevereiro
Bertolt Brecht, dramaturgo, encenador e poeta alemão
Cauby Peixoto, cantor brasileiro
Francesca Neri, atriz italiana
Henri Castelli, ator brasileiro
Jimmy Durante, ator norte-americano
Laura Dern, atriz norte-americana
Robert Wagner, ator norte-americano

11 de Fevereiro
Burt Reynolds, ator norte-americano
Eva Gabor, atriz húngara
Geraldo Azevedo, cantor e compositor brasileiro
Jennifer Aniston, atriz norte-americana
Joseph L. Mankiewicz, cineasta norte-americano
Leslie Nielsen, ator canadense
Mário Prata, jornalista e escritr brasileiro
Sérgio Mendes, músico e compositor brasileiro
Sidney Sheldon, novelista e roteirista norte-americana
Simone de Oliveira, cantora portuguesa

12 de Fevereiro
Abraham Lincoln, ex-presidente norte-americano
Arsenio Hall, ator e apresentador norte-americano
Charles Darwin, cientista britânico
Christina Ricci, atriz norte-americana
Costa-Gavras, cineasta grego
Dominguinhos, cantor e compositor brasileiro
Franco Zeffirelli, cineasta italiano
Lorne Greene, ator canadense
Martinho da Vila, cantor e compositor brasileiro
Olga Benário Prestes, ativista comunista alemã

13 de Fevereiro
George Segal, ator norte-americano
Kim Novak (foto), atriz norte-americana
Peter Gabriel, músico britânico
Robbie Williams, cantor pop britânico

14 de Fevereiro
Alan Parker, cineasta e ator britânico
Carlos Zara, ator brasileiro
Jacob do Bandolim, músico e compositor brasileiro
Meg Tilly, atriz norte-americana
Vic Morrow, ator norte-americano

15 de Fevereiro
Cesar Romero, ator norte-americano
Florinda Bolkan, atriz brasileira
Galileu Galilei, físico, astrônomo e filósofo italiano
Jane Seymour, atriz britânica
John Barrymore, ator norte-americano
Sylvia Bandeira, atriz brasileira nascida na Suíça

16 de Fevereiro
Carlos Parede, músico e compositor português
Chico Diaz, ator brasileiro nascido no México
Margaux Hemingway, atriz norte-americana
Oscar Schimidt, jogador de basquete brasileiro

17 de Fevereiro
Alan Bates, ator britânico
Arthur Kennedy, ator norte-americano
Ísis Valverde, atriz brasileira
Marcos Rey, jornalista e escritor brasileiro
Rene Russo, atriz norte-amricana
Vic Militello, atriz brasileira

18 de Fevereiro
Christiane Torloni, atriz brasileira
Cybill Shepherd, atriz norte-americana
Enzo Ferrari, empresário italiano fundador da Ferrari
George Kennedy, ator norte-americano
Greta Scacchi, atriz italiana
Jack Palance, ator norte-americano
John Travolta (foto), ator norte-americano
Matt Dillon, ator norte-americano
Milos Forman, cineasta e ator tcheco
Paco Rabanne, estilista espanhol
Priscila Fantin, atriz brasileira
Yoko Ono, cantora e artista plástica japonesa

19 de Fevereiro
Almirante, cantor e compositor brasileiro
André Breton, escritor e poeta francês
Benício Del Toro, ator portoriquenho
Evandro Mesquita, ator e cantor brasileiro
Jeff Daniels, ator norte-americano
Lee Marvin, ator norte-americano
Massimo Troisi, ator italiano
Mateus Carrieri, ator brasileiro
Merle Oberon(foto), atriz norte-americana nascida na Índia
Nicolau Copérnico, astrônomo e matemático polaco

20 de Fevereiro
Cindy Crawford, modelo e atriz norte-americana
Ibrahim Ferrer, músico cubano
Jennifer O'Neill, atriz norte-americana nascida no Brasil
Juan Daniel, ator brasileiro nascido na Espanha
Kurt Cobain, músico e cantor norte-americano
Robert Altman, cineasta norte-americano
Sidney Poitier, ator norte-americano

21 de Fevereiro
Anais Nin, escritora francesa
Fernando Eiras, ator brasileiro
Francisco Manuel da Silva, compositor e maestro brasileiro, autor do Hino Nacional
Hubert de Givenchy, estilista francês
Ivan de Albuquerque, ator brasileiro
Luz Del Fuego, atriz e bailarina brasileira
Nina Simone, cantora norte-americana
Norma Bengell, atriz e cineasta brasileira
Renata Sorrah, atriz brasileira
Roberto Gómez Bolaños, ator e redator mexicano
William Baldwin, ator norte-americano

22 de Fevereiro
Aracy Balabanian, atriz brasileira
Arthur Schopenhauer, filósofo alemão
Débora Falabella, atriz brasileira
Drew Barrymore, atriz norte-americana
Elke Maravilha, modelo e atriz brasileira nascida na Rússia
George Washington, primeiro presidente norte-americano
John Mills, ator britânico
Luis Buñuel, cineasta espanhol
Marcus Caruso, ator e autor de teatro brasileiro
Robert Young, ator norte-americano

23 de Fevereiro
Alexandre Borges, ator brasileiro
Antonio Pompeo, ator brasileiro
George Frederic Handel, músico e compositor alemão
Peter Fonda, ator norte-americano

24 de Fevereiro
Alain Prost, ex-piloto francês de fórmula 1
Billy Zane, ator norte-americano
Cláudio Cavalcanti, ator brasileiro
David Mourão-Ferreira, escritor português
James Farentino, ator norte-americano
Michel Legrand, músco e compositor francês
Pablo Milanés, cantor e compositor cubano
Silvia Pfeifer, atriz e modelo brasileira
Steve Jobs, empresário norte-americano fundador da Apple
Tamara Taxman, atriz brasileira nascida nos Estados Unidos

25 de Fevereiro
Anthony Burgess, escritor e compositor britânico
Césario Verde, poeta português
Enrico Caruso, tenor italiano
Fernanda de Freitas, atriz brasileira
George Harrison, cantor e compositor britânico
Nuno Homem de Sá, ator português
Pierre Auguste Renoir, pintor francês
Regina Casé, atriz e apresentadora brasileira
Tom Courtenay, ator britânico

26 de Fevereiro
Betty Huton, atriz e cantora norte-americana
Isaura Garcia, cantora brasileira
José Mauro de Vasconcelos, escritor brasileiro
Levi Strauss, industrial alemão inventor do jeans
Paulo Pires, ator e modelo português
Rita Ferro, escritora portuguesa
Tony Randall, ator norte-americana
Victor Hugo, escritor francês
Virgílio Castelo, ator e diretor português
Wilson Simonal, cantor brasileiro
Yara Lins, atriz brasileira

27 de Fevereiro
Adam Baldwin, ator norte-americano
Cláudio Corrêa e Castro, ator brasileiro
Elizabeth Taylor (foto), atriz britânica
Joanne Woodward, atriz norte-americana
John Steinbeck, escritor norte-americano
Lúcio Costa, arquiteto e urbanista brasileiro nascido na França
Marilu Bueno, atriz brasileira

28 de Fevereiro
Charles Durning, ator norte-americano
John Turturro, ator norte-americano
Paulo Mendes Campos, jornalista e escritor brasileiro
Vincente Minnelli, cineasta norte-americano
Virgínia Lane, atriz, vedete e cantora brasileira
Zero Mostel, ator norte-americano

29 de Fevereiro
Antonio Sabato Jr, ator italiano
Jaguar, cartunista brasileiro
Michèle Morgan, atriz francesa
Rossini, compositor de ópera italiano

Datas Comemorativas

01 de Fevereiro - Dia do Publicitário
02 de Fevereiro - Dia do Agente Fiscal da Receita Federal
05 de Fevereiro - Dia do Datiloscopista
07 de Fevereiro - Dia do Gráfico
09 de Fevereiro - Dia do Zelador
10 de Fevereiro - Dia do Atleta Profissional
11 de Fevereiro - Dia da Criação da Casa da Moeda do Brasil
11 de Fevereiro - Dia Mundial do Enfermo
13 de Fevereiro - Dia Nacional do Ministério Público
14 de Fevereiro - Dia dos Namorados (Em alguns países europeus e nos EUA)
14 de Fevereiro - Dia da Amizade
16 de Fevereiro - Dia do Repórter
19 de Fevereiro - Dia do Desportista
21 de Fevereiro - Dia da Conquista de Monte Castelo (1945)
23 de Fevereiro - Dia do Rotariano
24 de Fevereiro - Promulgação da primeira Constituição da República do Brasil (1891)
25 de Fevereiro - Dia da criação do Ministério das Comunicações
26 de Fevereiro - Dia do Comediante
27 de Fevereiro - Dia Nacional do Livro Didático
27 de Fevereiro - Dia dos Idosos
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Quarta-feira, 22 de Outubro de 2008

OS NASCIMENTOS DE ATENA E TIFÃO

 

 

Um dos maiores mistérios que envolvem o mundo cristão é o nascimento de Jesus Cristo. Segundo a tradição, a gravidez de Maria teria sido concebida sem a participação de um homem, através do espírito santo enviado por Deus. Estaria assim, livre do pecado genético, transmitido pela degeneração de Adão passada através das gerações dele provenientes, ou seja, a humanidade. Maria teria mantido-se virgem até o nascimento do messias, cumprida a sua função santa de trazer ao mundo aquele que o redimiria de todos os males, tomou a sua posição de mulher judia daquela época, dando vários filhos e filhas ao marido José. Por séculos esta história foi contada, muitas vezes desacreditada, outras tantas a criar dogmas de fé na religião cristã.
Mas antes da história de Cristo ser conhecida e divulgada através do mundo ocidental, a mitologia grega trazia lendas de deuses que teriam tido experiências de ter tido filhos sem a participação de um macho ou de uma fêmea. Os deuses gregos eram diferentes dos deuses pagãos semitas ou egípcios por adquirem a forma humana e as suas virtudes e defeitos. Para os gregos era inconcebível ter um deus metade homem, metade pássaro, como os egípcios ou babilônicos. Portanto a concepção vinha da participação de um deus e de uma deusa. Gaia, a mãe Terra, gerara filhos com Urano, o Céu, que foi destronado e sucedido pelo filho, o titã Cronos, que devorou os filhos que teve com Réia, para que nunca fosse destronado. Mas seu filho Zeus o destronaria e se tornaria senhor absoluto dos deuses e do Olimpo, tornando-se pai de deuses, heróis e ninfas. Os filhos do poderoso Zeus foram gerados com a participação de uma companheira, divina ou mortal. Muitas vezes o senhor dos deuses adquiriu várias formas em suas conquistas amorosas, como a de um touro ou de um cisne, mas sempre gerou filhos a partir das suas conquistas amorosas.
Há duas lendas que fogem do princípio deus e deusa (homem e mulher) para a concepção de um filho. São as lendas que envolvem o nascimento da deusa Atena e do monstro Tifão. Ambas trazem a visão que os gregos antigos tinham do lugar que homem e a mulher tinham na sua sociedade.
 
Da Cabeça de Zeus Surge a Bela Atena


Zeus encheu-se de amor pela bela deusa Métis, a Prudência. Havendo resistência da parte da deusa, perseguiu-a por todo o universo, até que um dia conseguiu alcançá-la e seduzi-la com a sua paixão ardente. Zeus fez de Métis a mais feliz das amantes. Mas a felicidade ficou ameaçada quando a deusa engravidou-se de um filho do senhor do Olimpo.
Zeus contemplava o ventre crescido da amada. Sentia uma estranha sensação diante daquele ventre, como se um presságio crescesse junto com ele. Para tentar aliviar aquele constrangimento que lhe consumia o sono, o senhor do Olimpo consultou o oráculo de Gaia, queria saber o que o inquietava diante do futuro daquele filho por nascer. O oráculo revelou-lhe que nasceria uma filha do ventre de Métis, mas que da sua segunda gravidez nasceria um filho que iria aprisioná-lo e destroná-lo do Olimpo. Ao lhe ser revelado o futuro dos filhos que teria com Métis, Zeus decidiu defender a si e ao seu reinado sobre os deuses. Convidou a amante para o leito, e, envolvendo-a em sua teia amorosa, engoliu-a.
Passado algum tempo, o senhor do Olimpo passeava pelas margens do lago Tritônis, quando foi acometido de uma terrível dor de cabeça. As dores aumentavam, a cabeça ardia e latejava, como se vários punhais lhe tivessem sendo fincados. Zeus soltou um grito que estremeceu a terra e o Olimpo. Hermes, o mensageiro dos deuses, encontrou o pai a gritar desesperado com as dores que sentia. Correu para buscar Hefestos, o ferreiro divino. Ao ver o desespero de Zeus, Hefestos partiu-lhe a cabeça com um machado de ouro. Do crânio do deus dos deuses surgiu uma belíssima mulher vestida de uma armadura reluzente. A mulher trazia um elmo de ouro na cabeça, nas mãos trazia o escudo e a lança.
Ao ver tão formosa figura saída da ferida do seu crânio, Zeus reverenciou a beleza da filha, regozijou-se de ser pai de tão imponente deusa. O lago encheu-se de ondas, os deuses do Olimpo vieram contemplar tão imponente mulher.
Nascia assim, do crânio de Zeus, Atena, deusa da sabedoria, da inteligência, das artes da estratégia e da guerra. Atena seria a deusa protetora de quase toda a Grécia antiga. A deusa da sabedoria jamais se uniria a um outro deus, herói ou simples mortal, não teve descendência, mantendo-se casta. Ser filha de Zeus, sem ter nascido do ventre de mulher mortal ou divina, fazia dela a deusa da inteligência dos homens e da estratégia de sobrevivência dos gregos em sua expansão pelo mundo antigo, transformando-os em um povo superior diante dos seus vizinhos da Ásia Menor.

Tifão, o Filho da Amargura de Hera
 

Quando Atena nasceu, todo o Olimpo falava da sua beleza e da sua sabedoria. Todas as reverências foram dadas a Zeus por ter concebido tão formosa e guerreira filha. Ao ver Atena, Hera, a ciumenta mulher de Zeus, a rainha do Olimpo, encheu-se de cólera e amargura. Não suportava a idéia do marido ter concebido tão bela filha sem a sua participação. Enfurecida, Hera não quis receber Atena diante de si.
Desde o nascimento da filha, que Zeus tornara-se um pai zeloso, cheio de empáfia por sua obra. Hera sentiu-se diminuída diante dos desuses. O único filho que dera a Zeus tinha sido o feio e coxo Hefestos, deus dos vulcões. Ao dar à luz a filho tão feio e com deficiência na perna, ficou tão furiosa que o atirara ao mar. Depois daquele fruto indesejado, Zeus aparecia diante dela sendo pai de uma deusa belíssima, concebida somente por ele.
Hera não suportava tanta humilhação. Desejou conceber um filho sem a participação do marido. Queria ela ser mãe de um belo deus. Tanto rogou a Gaia, a mãe Terra, e às forças da terra, que conseguiu o seu propósito. Após inúmeras súplicas, Hera viu o seu ventre crescer. Também ela iria sozinha, gerar um filho, sem a presença do marido. Para punir e humilhar ainda mais o senhor do Olimpo, Hera não permitiu que o marido a procurasse durante a gravidez. Preferiu retirar-se para os templos onde era adorada e onde os humanos rendiam-lhe homenagens e sacrifícios.
Finalmente chegou o dia tão esperado. Hera começou a sentir as dores do parto. Estava ansiosa para ver o fruto da sua concepção solitária. Quando nasceu o filho da sua solidão e amargura, Hera decepcionou-se, ele não trazia a forma de um deus e nem a de um mortal. Era um terrível monstro em forma de serpente que cuspia fogo. Deu-lhe o nome de Tifão. Impossibilitada de livrar-se do filho, Hera voltou ao Olimpo a trazer nos braços tão vergonhosa produção. Tifão criou problemas com todos os deuses do Olimpo, fazendo intrigas entre eles. Importunados por tão incômoda presença, as divindades enviaram Tifão para Delfos, para ao lado da serpente Pitão, tomar conta do oráculo. Mais tarde Apolo matou Pitão e atirou Tifão no fundo do mar, onde ficou prisioneiro para sempre. Todas às vezes que o filho de Hera esbraveja mal humorado nas profundezas do mar, entra em erupção os vulcões Etna e Vesúvio, assombrando toda a Itália.
Na visão dos gregos antigos, a sociedade é patriarcal. O homem pode conceber grandes obras sem a mulher, inclusive a concepção. Mas a mulher só produziria seres deformados e obras espúrias sem a participação do homem.

 

 
 
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Domingo, 19 de Outubro de 2008

OS MESES DO ANO - JANEIRO

 

 
Primeiro mês do ano, janeiro fez parte do calendário romano, depois do calendário juliano e finalmente, do calendário gregoriano. Tem 31 dias e se dá em pleno inverno do hemisfério norte e verão do hemisfério sul. O nome provém do latim, ianuarius, e era uma homenagem ao deus Jano (Janus).O mês foi introduzido no calendário criado por Numa Pompílio, que na tradição histórica, teria sido o segundo rei de Roma, sucedendo ao seu fundador, o lendário Rômulo. Sabino de origem, Numa Pompílio criou janeiro como o décimo primeiro mês do ano.
Janeiro passou a ser o primeiro mês do ano em 709 de Roma, 45 antes de Cristo. Julio César determinou que o ano deveria começar a partir da primeira lua nova seguida do solstício de inverno, 21 de dezembro no hemisfério norte, que aconteceu oito dias depois naquele ano. Posteriormente foi estabelecido que o mês de janeiro começaria onze dias após o solstício de inverno, permanecendo a regra até os dias atuais.

Jano, o Deus de Duas Faces

Jano é um deus de grande importância na mitologia romana. Ao contrário dos outros deuses romanos, que tinham os seus similares na mitologia grega (Júpiter e Marte da mitologia romana eram Zeus e Ares respectivamente na mitologia grega), Jano é um deus unicamente latino, sem correlatos também na mitologia indo-européia.
Há várias versões sobre a sua origem, mas sem grandes evidências ou concordâncias. Na versão mais tradicional, teria nascido na Cítia, Ásia Menor. Em algumas versões é tido como filho do deus Apolo e Creusa, filha de Ereteu, rei de Atenas.
A lenda de Jano relata que este chegou com a sua frota através do mar Tirreno em terras itálicas, estabelecendo-se no Lácio, fundando a cidade de Janícula. Ao ser destronado por seu filho Júpiter, Saturno exilou-se no Lácio, sendo bem acolhido por Jano. Como agradecimento, Saturno teria dado a Jano o poder de ver o passado e o futuro ao mesmo tempo, sendo dotado da mais alta prudência.
Em Roma Jano era cultuado como a divindade que presidia tudo o que se abria, era o deus tutelar de todos os começos, que regia tudo aquilo que regressava ou que se fechava, patrono de todos os finais. Porteiro celestial, é representado por duas cabeças, que significavam o término e o começo, o passado e o futuro. Era o deus responsável por abrir as portas e o ano. Na Roma antiga a figura de duas cabeças de Jano era posta nas portas das casas. Seu templo tinha as portas abertas em tempo de guerra e fechadas em tempo de paz. Segundo a tradição de guerra que Roma gerou em suas conquistas, as portas só foram fechadas por duas vezes, nos reinados de Numa Pompílio e de Augusto.
Por sua dupla função, recebeu dos romanos dois epítetos principais: Jano Patulcius, ou "aquele que abre" e Jano Clusius, ou "aquele que cerra".

Janeiros na História do Mundo

01 de Janeiro
1622 - O Papado adota o dia 1 de janeiro como início do ano novo, substituindo o dia 25 de Março, dando seguimento às reformas do calendário.
1892 - Aberto o cais da Ilha de Ellis, em Nova York, por onde milhões de imigrantes entrariam nos Estados Unidos (foto).
1973 - Grã-Bretanha, Irlanda e Dinamarca tornam-se membros da Comunidade Econômica Europeia (CEE).

02 de Janeiro
1492 - Capitulada Granada, último reduto muçulmano na península Ibérica, pelos reis católicos Fernando de Aragão e Isabel de Castela.
1905 - Rende-se o exército imperial russo aos japoneses, na Guerra Russo-Japonesa.

03 de Janeiro
1521 - Excomungado Martinho Lutero, pelo papa Leão X.
1959 - O território do Alasca torna-se o 49º estado dos EUA.
1961 - Os EUA cortam relações diplomáticas com Cuba.

04 de Janeiro
1809 - Nasce na França, Louis Braille, que cego desde a infância, inventou o sistema de leitura para cegos.
1960 - Morre em Sens, França, o escritor francês Albert Camus.

05 de Janeiro
1919 - Um grupo de comunistas alemães, dirigidos por Rosa de Luxemburgo e Karl Liebknecht, tentam tomar o poder em Berlim, ocupando alguns edifícios públicos.
1938 - Nasce em Roma, Juan Carlos de Bourbon, neto do último rei da Espanha, que se tornaria o rei da Espanha em 1975, após a morte de Franco.
1968 - Alexander Dubcek torna-se secretário geral do Partido Comunista da Tchecoslováquia, iniciando reformas liberais que entrariam para a história como a Primavera de Praga.

06 de Janeiro
1066 - Harold, conde de Essex, foi coroado rei da Inglaterra, após a morte do cunhado, Edward, o Confessor.
1412 - Nasce em Dorémy, na França, Joana D'Arc.
1990 - Extinto o Partido Comunista da Polônia, que se tornou o Partido Social Democrata.

07 de Janeiro
1610 - Descoberto por Galileu, os quatro satélites de Júpiter: Ganimedes, Europa, Io e Calisto.
1714 - Emitida a patente para a primeira máquina de escrever projetada pelo inglês Henry Mill.
1989 - Após 62 anos de reinado, morre o imperador japonês Hirohito.

08 de Janeiro
1815 - Travada a Batalha de Nova Orleães, entre o exército americano e o exército britânico, no decurso da Guerra de 1812.
1935 - Nasce em Tupelo, no Mississipi, Elvis Presley, que ficaria conhecido como o Rei do Rock.
1959 - Charles De Gaulle é empossado como presidente da República da França.

09 de Janeiro
1908 - Nasce em Paris, Simone Lucie-Ernestine-Marie Bertrand de Beauvoir, escritora francesa, mais conhecida como Simone de Beauvoir.
1913 - Nasce em Yorba Linda, Califórnia, Richard Nixon, que se tornaria o 37º presidente dos EUA.
1960 - Início das obras de construção da barragem de Assuã, no rio Nilo, criando um dos maiores reservatórios do mundo.

10 de Janeiro
1863 - Inaugurada a primeira linha metropolitana, em Londres, que ligava Paddington a Farringdon.
1926 - Estreia, em Berlim, Metropolis, filme de Fritz Lang (foto).
1946 - Realizada a primeira reunião da Assembleia Geral das Nações Unidas, em Londres, contando com delegados de 151 países.

11 de Janeiro
1890 - O governo britânico envia um ultimato ao governo português exigindo a retirada das tropas portuguesas dos territórios africanos entre Angola e Moçambique, dando seguimento ao Mapa Cor de Rosa.
1963 - Inaugurada a primeira discoteca, em Los Angeles, que tinha como nome Whisky-a-Gogo.
1974 - Realizado o recenseamento eleitoral para as primeiras eleições democráticas em Portugal, atingindo mais de 6 milhões de inscritos.

12 de Janeiro
1879 - Começo da Guerra Zulu entre a Grã-Bretanha e tribos nativas da Zululandia, que levou ao fim do Império Zulu, criado por Saka.
1976 - Morre em Wallingford, aos 85 anos, a escritora inglesa Agatha Christie.
1996 - Realizada na Bósnia, a primeira operação militar conjunta russo-americana após a Segunda Guerra Mundial.

13 de Janeiro
1750 - Assinado o Tratado de Madrid, pondo fim aos conflitos entre Portugal e Espanha, no sul meridional da América, definindo os limites do Brasil.
1759 - Executados em Lisboa, o duque de Aveiro e os Távoras, por implicação no atentado contra o rei dom José I.
1893 - Fundado o Partido Trabalhista Independente britânico, tendo James Keir Hardie como dirigente.

14 de Janeiro
1875 - Nasce na Alsácia, o médico e filósofo alemão Albert Schweitzer, prêmio Nobel da paz em 1952.
1943 - Reunião do presidente norte-americano Roosevelt e do primeiro ministro britânico Churchill, em uma conferência dos aliados contra as forças do Eixo, em Casablanca, Marrocos.

15 de Janeiro
69 a.C. - Assassínio do imperador romano Galba, pela Guarda Pretoriana, no Fórum de Roma.
1535 - Henrique VIII torna-se o chefe supremo da igreja da Inglaterra, em ato que provocou a separação da igreja católica romana.
1929 - Nasce em Atlanta, na Geórgia, EUA, Martin Luther King.

16 de Janeiro
1547 - Ivan, o Terrível, grão-príncipe de Moscou, é coroado como o primeiro czar da Rússia.
1979 - Reza Pahlavi, Xá do Irã, pressionado pelas manifestações contra o seu governo, abandona o país.
1991 - Ataques aéreos a Bagdá iniciam a Guerra do Golfo.

17 de Janeiro
1706 - Nasce em Boston, Benjamin Franklin, um dos signatários da declaração de independência dos EUA.
1773 - James Cook, comandante a bordo do navio Resolution, atravessa pela primeira vez o círculo polar Antártico.
1945 - O exército soviético liberta Vasórvia da ocupação nazista.

18 de Janeiro
1919 - Inicia em Versalhes, França, a Conferência de Paz que definia os termos de paz com as nações derrotadas na Primeira Guerra Mundial, com a presença de 70 delegados representando a coligação dos 27 países vitoriosos.
1934 - Revolta de trabalhadores na Marinha Grande, contra o governo de Salazar.

19 de Janeiro
1809 - Nasce em Boston, EUA, o escritor Edgar Allan Poe.
1839 - Nasce em Aix-en-Provence, o pintor francês Paul Cézanne.
1966 - Indira Gandhi torna-se primeira ministra da Índia, substituindo o primeiro ministro morto dias antes.

20 de Janeiro
1936 - Morre George V, rei inglês que devido à Primeira Guerra Mundial, mudou o nome da família real de Saxe-Coburgo-Gotha, para Windsor.
1942 - Reunião da Conferência de Wannsee, em Berlim, dirigida por Rheinhard Heydrich, para coordenar a solução final do problema judeu (Endlosung).
1996 - Yasser Arafat torna-se o primeiro dirigente palestino eleito democraticamente pelo seu povo.

21 de Janeiro
1793 - Executado na guilhotina, Luís XVI, rei francês deposto pela revolução.
1924 - Morte do líder e revolucionário russo Lenin, em Moscou.
1976 - Iniciam-se os voos comerciais do avião supersônico Concorde (foto).

22 de Janeiro
1561 - Nasce o filósofo, político e ensaísta inglês Francis Bacon.
1901 - Morre, após 64 anos de reinado, a rainha Vitória.
1905 - As tropas da guarda imperial russa, por ordem do czar, disparam contra 500 manifestantes, numa ação que foi chamada de Domingo Sangrento.

23 de Janeiro
1918 - Beatificado dom Nuno Álvares Pereira.
1981 - Admitida pela primeira vez, uma mulher na Academia Francesa, a escritora Marguerite Yourcenar.
1937 - Julgados 17 dirigentes comunistas soviéticos, acusados de participação numa tentativa de golpe para derrubar Stalin e o seu regime, organizada por Trotsky.

24 de Janeiro
41 - Assassínio do imperador romano Calígula, durante os Jogos Palatinos.
1965 - Morre o estadista britânco Winston Churchill.
1972 - Encontrado perdido na ilha de Guam, o soldado japonês Shoichi Yokoi, quase 27 anos após o fim da Segunda Guerra Mundial.

25 de Janeiro
1533 - Henrique VIII casa-se pela segunda vez, com Ana Bolena, desafiando o papa de Roma, que se recusou a anular o primeiro casamento.
1947 - Morre de sífilis, em Miami, o gangster Al Capone.
1971 - O general Idi Amin Dada toma o poder em Uganda.

26 de Janeiro
1788 - 11 navios britânicos chegam a Austrália, com 778 prisioneiros a bordo, criando uma colônia penal na baía de Sidney.
1887 - Inicia-se a construção da Torre Eiffel, em Paris.
1996 - A Romênia adere à OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), sendo o primeiro país do antigo Pacto de Varsóvia a tornar-se membro desta organização.

27 de Janeiro
1832 - Nasce em Daresbury, o escritor inglês Lewis Carroll, autor da obra Alice's Adventures in Wonderland - Alice no País das Maravilhas (foto).
1879 - Patenteada a lâmpada elétrica por Thomas Edson.
1945 - Ocupação do campo de extermínio de Auschwitz, na Polônia, pelo exército soviético.

28 de Janeiro
1547 - Morre Henrique VIII da Inglaterra, sendo sucedido pelo filho, Edward VI.
1871 - Paris rende-se aos exércitos alemães, pondo fim à Guerra Franco Prussiana.
1935 - Legalizado o aborto na Islânida, que se torna o primeiro país do mundo a fazê-lo.

29 de Janeiro
1860 - Nasce na Ucrânia, o dramaturgo Anton Tchecov, autor dentre outras obras, Três Irmãs e Tio Vânia.
1886 - Iventado, por Karl Benz, o primeiro motor de automóvel movido a gasolina.
1919 - Aprovada a 18ª Emenda à Constituição norte-americana, que proibia o fabrico, transporte e venda de bebidas alcoólicas nos EUA.

30 de Janeiro
1649 - Executado o rei inglês Charles I, decapitado após ter sido condenado por traição pelo Parlamento inglês.
1933 - Adolf Hitler é nomeado chanceler alemão pelo presidente Paul Hindenbourg.
1948 - Morre Mahatma Ghandi, assassinado em Nova Déli por um fanático religioso.

31 de Janeiro
1876 - Governo norte-americano obriga os índios a mudarem-se para as reservas indígenas.
1929 - Trotsky, após travar acirrada luta com Stalin pela sucessão de Lenin, é expulso da União Soviética.
1943 - Forças alemãs são cercadas em Stalingrado, rendendo-se ao exército soviético.

Janeiros na História do Brasil

01 de Janeiro
1688 – Morre, em Lisboa, Salvador Correia de Sá e Benevides, defensor dos domínios portugueses no Brasil e em Angola, contra os holandeses.
1852 – Tem início em Pernambuco a Sublevação dos Marimbondos.
1985 – Entra em operação, em Angra dos Reis, a usina nuclear de Angra I.

02 de Janeiro
1826 – Províncias Unidas do Rio da Prata, atual República Argentina, autorizam ataques, durante a Guerra Cisplatina, aos navios brasileiros.
1838 – Instalação do Arquivo Nacional, por ato assinado pelos senadores Bernardo Pereira de Vasconcelos e Pedro de Araújo Lima.

03 de Janeiro
1898 – Nasce em Porto Alegre Luís Carlos Prestes.
1903 – Proibido no Rio de Janeiro, pelo prefeito Pereira Passos, cuspir nas ruas.
1933 – Em São Paulo, primeira reunião pública da Ação Integralista Brasileira, versão nacional do Partido Nacional Socialista alemão.

04 de Janeiro
1558 – Deixa o Rio de Janeiro, de volta à França, o viajante Jean Léry, autor de uma das mais importantes descrições dos índios brasileiros do século XVI.
1808 – Criação da primeira tipografia do Brasil.
1988 – Morre, aos 43 anos, o cartunista Henfil.

05 de Janeiro
1785 – Alvará da rainha Dona Maria I proibindo o funcionamento de fábricas e manufaturas no Brasil, com exceção daquelas destinadas a vestir os escravos.
1869 – Marquês de Caxias, à frente dos aliados, entra na capital paraguaia, Assunção.

06 de Janeiro
1502 – A frota de André Gonçalves chega a Angra dos Reis, Rio de Janeiro.
1821 – Começa a circular em Belém a Gazeta do Pará, primeiro jornal impresso do Estado.
1908 – Iniciada a construção do Forte de Copacabana.

07 de Janeiro
1549 – Carta régia nomeando Tomé de Souza para o cargo de governador geral do Brasil.
1830 – Morre, em Lisboa, Carlota Joaquina, mãe do imperador Dom Pedro I.
1835 – Inicia-se em Belém a revolta contra o centralismo do Império, que ficou conhecida como Cabanagem.

08 de Janeiro
1627 – Alvará do rei Filipe III de Portugal (IV de Espanha) proibindo a acumulação de cargos públicos.
1823 – Criação do regimento dos estrangeiros.
1915 – Avião é usado militarmente no Brasil, pela primeira vez, contra os rebeldes do Contestado.

09 de Janeiro
1610 – Rei Filipe II de Portugal (III de Espanha), proíbe queima de fogos em seus domínios, para evitar desastres.
1822 – O príncipe dom Pedro de Bragança desobedece às cortes de Lisboa e decide ficar no Brasil. Era o dia do Fico.

10 de Janeiro
1681 – Morre João Fernandes Vieira, um dos principais personagens da Restauração Pernambucana de 1654.
1887 – Nasce em Areia, Paraíba, o escritor José Américo de Almeida.
1904 – Nasce no Rio de Janeiro o compositor Lamartine Babo.

11 de Janeiro
1801 – O príncipe dom João proíbe o sepultamento dentro de igrejas e ordena a construção de cemitérios.
1822 – Tendo à frente o comandante das armas da Corte, Jorge de Avilez, a guarnição portuguesa do Rio de Janeiro amotina-se no morro do Castelo e no litoral da cidade, a fim de pressionar dom Pedro a obedecer às decisões do governo português.

12 de Janeiro
1616 – Fundada por Francisco Caldeira Castelo Branco a cidade de Belém do Pará.
1698 – Carta régia do rei dom Pedro II de Portugal mandando transferir para o Rio de Janeiro a Casa da Moeda, que ficava em Salvador.
1923 – Morre no Rio de Janeiro o fotógrafo Marc Ferrez.

13 de Janeiro
1825 – Executado a tiros, em Recife, Frei Caneca, líder da Revolução Pernambucana e da Confederação do Equador.
1937 – Criado por Getúlio Vargas, o Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, atual IPHAN.

14 de Janeiro
1648 – Morre em Amsterdã Gaspar Barleu, autor de História dos Oito Anos do Governo de Nassau no Brasil, de 1647.
1738 – Fundada no Rio de Janeiro a Casa dos Expostos, para abrigar crianças órfãs e abandonadas.
1957 – Soldados brasileiros embarcam para o canal de Suez, integrando a força de paz da ONU.

15 de Janeiro
1922 – Exumados os restos mortais do fundador do Rio de Janeiro, Estácio de Sá, na igreja de São Sebastião, no morro do Castelo, que estava a ser removido.
1951 – Criado o Conselho Nacional de Pesquisas, transformado em 1974 no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
1985 – Tancredo Neves é eleito presidente da República, por via indireta.

16 de Janeiro
1834 – Começa em Recife, Pernambuco, o motim conhecido como Carneirada.
1952 – Inaugurado o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM).

17 de Janeiro
1840 – Realizadas no Rio de Janeiro, as primeiras fotografias de que se tem notícia no Brasil.
1973 – Morre em São Paulo a pintora Tarsila do Amaral.

18 de Janeiro
1567 – Mem de Sá chega ao Rio de Janeiro em socorro do seu sobrinho Estácio de Sá, que estava em guerra contra os tamoios e os franceses.
1823 – Criado por decreto, o Batalhão do Imperador, guarda pessoal do chefe de Estado do Brasil.

19 de Janeiro
1892 – Levante comandado pelo sargento Silvino Honório de Macedo, na Fortaleza de Santa Cruz, Niterói.
1958 – Morre no Rio de Janeiro o sertanista Candido Rondon, que trabalhou pela integração das regiões brasileiras via telégrafo e estabeleceu contato com populações indígenas.
1982 – Morre, aos 36 anos, a cantora Elis Regina.

20 de Janeiro
1857 – Inauguração da Sociedade Propagadora das Belas-Artes, no Rio de Janeiro.
1866 – Nasce em Cantagalo (RJ) o escritor Euclides da Cunha.
1983 – Morre Garrincha, bicampeão mundial com a seleção em 1958 e 1962.

21 de Janeiro
1939 – Aberto na Bahia o primeiro poço de petróleo do Brasil

22 de Janeiro
1532 – Fundado o primeiro município do Brasil, a vila de São Vicente, em São Paulo.
1808 – Chega ao porto de Salvador, a bordo da nau Príncipe Real, o príncipe regente dom João, futuro dom João VI, acompanhado da família.
1826 – Dom Pedro primeiro forma o primeiro Senado do Império.

23 de Janeiro
1637 – Chega ao Recife o príncipe Maurício de Nassau, nomeado governador civil e militar dos domínios holandeses no Brasil.
1910 – Morre no Rio de Janeiro, o desenhista Ângelo Agostini, famoso por suas refinadas sátiras políticas.
1963 – É restabelecido o sistema presidencial de governo no Brasil, parlamentarista desde 1961.

24 de Janeiro
1784 – Morre em Lisboa, Santa Rita Durão, autor do poema “Caramuru”.
1903 – Capitulação dos bolivianos em Porto do Acre, pondo fim à Revolução do Acre.
1967 – Promulgada pelo regime militar a quinta Constituição republicana do Brasil.

25 de Janeiro
1554 – Celebrada por padres jesuítas, numa palhoça, a primeira missa em Piratininga. Batizada de Casa de São Paulo, em torno do casebre formou-se a povoação da cidade de São Paulo.
1923 – Início da Revolução de 23 na região da Serra, Rio Grande do Sul.
1934 – Governo de São Paulo cria, por decreto, a Universidade de São Paulo (USP).

26 de Janeiro
1812 – Morre no Rio de Janeiro dom Rodrigo de Souza Coutinho, ministro de dom João VI, primeiro conde de Linhares, responsável pela criação do Banco do Brasil.
1856 – Incêndio destrói completamente o Imperial Teatro de São Pedro de Alcântara, no Rio de Janeiro.

27 de Janeiro
1654 – Capitulação dos holandeses, que entregam a Portugal, Recife, outras praças-fortes litorâneas e a ilha de Fernando de Noronha. Começa a Restauração Pernambucana.
1763 – O Brasil é elevado à categoria de vice-reino pela coroa portuguesa.

28 de Janeiro
1548 – Chega ao Brasil o alemão Hans Staden, famoso pelas descrições da vida dos índios tupinambás no século XVI.
1808 – Dom João abre os portos do Brasil ao comércio com as nações amigas de Portugal.

29 de Janeiro
1890 – Os Estados Unidos reconhecem o recém-instalado governo republicano do Brasil.
1895 – Nasce no Uruguai, Aparício Torelly, jornalista e humorista mais conhecido como barão de Itararé.
1905 – Morre no Rio de Janeiro o abolicionista José do Patrocínio.

30 de Janeiro
1941 – Criação da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN).
1974 – Inaugurado o primeiro trecho, de 1070 quilômetros, da Rodovia Transamazônica.

31 de Janeiro
1951 – Getúlio Vargas toma posse como presidente do Brasil.
1956 – Juscelino Kubitschek toma posse com presidente do Brasil.
1989 – Instituído, pela Lei nº 7730, o Cruzado Novo.

Nascidos em Janeiro

01 de Janeiro
Antonio Sousa Freitas, poeta português
Dana Andrews, ator norte-americano
Drauzio Varela, médico e escritor brasileiro
Frank Langella, ator norte-americano
Maria Della Costa, atriz brasileira
Maurice Béjart, dançarino e coreógrafo francês
Rocky Graziano, pugilista norte-americano
Roberto Rivelino, jogador brasileiro de futebol

02 de Janeiro
Cuba Gooding Jr, ator norte-americano
Débora Duarte, atriz brasileira
Isaac Asimov, escritor e bioquímico russo
Paz Vega, atriz espanhola
Rita Guedes, atriz brasileira

03 de Janeiro
Cícero, filósofo, escritor e político romano
J. R. R. Tolkien, escritor britânico nascido na África do Sul
Luís Carlos Prestes, político comunista brasileiro
Marion Davies, atriz norte-americana
Matheus Nachtergaele, ator brasileiro
Mel Gibson, ator norte-americano
Michael Schumacher, piloto de fórmula 1 alemão
Paulo Vilhena, ator brasileiro
Ray Milland (foto), ator norte-americano
Sergio Leone, cineasta italiano

04 de Janeiro
Casimiro de Abreu, poeta brasileiro
Elias Gleizer, ator brasileiro
Isaac Newton, matemático, físico e astrônomo britânico
Julia Ormond, atriz britânica
Louis Braille, francês criador método Braille
Norton Nascimento, ator brasileiro
Zilda Cardoso, atriz e humorista brasileira

05 de Janeiro
Diane Keaton, atriz norte-americana
George Reeves, ator norte-americano
Humberto Teixeira, compositor brasileiro
Jane Wyman (foto), atriz norte-americana
Jean-Pierre Aumont, ator francês
Juan Carlos I, rei da Espanha, nascido na Itália (Roma)
Júlia Almeida, atriz brasileira
Robert Duvall, ator norte-americano
Umberto Eco, escritor italiano

06 de Janeiro
Anthony Minghella, cineasta britânico
Brandão Filho, ator brasileiro
Carlos Manga, diretor de cinema e televisão brasileiro
Cássia Kiss, atriz brasileira
Gustave Doré, desenhistas e pintor francês
Joana D'Arc, heroína e santa francesa
Loretta Young (foto), atriz norte-americana
Rowan Atkinson, ator britânico
Tom Mix, ator norte-americano

07 de Janeiro
Lady Francisco, atriz brasileira
Luiz Melodia, cantor e compositor brasileiro
Nicette Bruno, atriz brasileira
Nicolas Cage, ator norte-americano

08 de Janeiro
David Bowie, músico e ator britânico
Elvis Presley, cantor e ator norte-americano
Guilherme Fontes, ator brasileiro
Jose Ferrer, ator portoriquenho
Shirley Bassey, cantora britânica
Yvette Mimieux, atriz norte-americana

09 de Janeiro
Domenico Modugno, cantor e ator italiano
Fernando Lamas, ator argentino
Joan Baez, cantora norte-americana
João Cabral de Melo Neto, escritor brasileiro
Lee Van Cleff, ator norte-americano
Paulo Goulart, ator brasileiro
Richard Nixon, ex-presidente norte-americano
Simone de Beauvoir, escritora francesa
Susannah York, atriz britânica

10 de Janeiro
Lamartine Babo, compositor e cantor brasileiro
Marina Montini, atriz e modelo brasileira
Paul Henreid, ator austro-húngaro nascido em Triste (atual Itália)
Rod Stewart, cantor e compositor britânico
Sal Mineo, ator norte-americano

11 de Janeiro
Al Berto, poeta brasileiro
Geraldo Azevedo, cantor e compositor
Oswald de Andrade, escritor brasileiro
Patrícia Pillar, atriz brasileira
Rita Blanco, atriz portuguesa
Rod Taylor, ator australiano
Sergio Porto (Stanislaw Ponte Preta), jornalista e cronista brasileiro

12 de Janeiro
Jack London, escritor norte-americano
Kirstie Alley, atriz norte-americana
Rubem Braga, escritor brasileiro

13 de Janeiro
Orlando Bloom, ator norte- americano
Renato Aragão, ator e humorista brasileiro
Robert Stack, ator norte-americano

14 de Janeiro
Faye Dunaway, atriz norte-americana
Gilberto Martinho, ator brasileiro
Paulo Ubiratan, diretor de televisão brasileiro
Steven Soderbergh, cineasta norte-americana
William Bendix, ator norte-americano

15 de Janeiro
Aristóteles Onassis, magnata grego
Emílio Orciollo Netto, ator brasileiro
João Baptista Figueiredo, ex-presidente brasileiro
Lloyd Bridges, ator norte-americano
Margaret O'Brien, atriz norte-americana
Martin Luther King, ativista político norte-americano
Molière, dramaturgo francês

16 de Janeiro
Daniela Escobar, atriz brasileira
John Carpenter, cineasta norte-americano
Jô Soares, ator, humorista e apresentador brasileiro
Older Cazarré, ator e dublador brasileiro
Samuel Wainer, jornalista brasileiro

17 de Janeiro
Al Capone, gangster norte-americano
Anne Brontë, escritora britânica
Benjamin Franklin, cientista e jornalista norte-americano
Débora Olivieri, atriz brasileira
James Earl Jones, ator norte-americano
Jim Carrey, ator canadense
Mel Lisboa, atriz brasileira
Muhammad Ali, pugilista norte-americano
Ney Sant'Anna, ator, diretor e roteirista brasileiro
Taumaturgo Ferreira, ator brasileiro

18 de Janeiro
Charles Montesquieu, escritor e filósofo francês
Cary Grant (foto), ator britânico
Danny Kaye, ator norte-americano
Kevin Kostner (foto), ator norte-americano
Oliver Hardy, ator norte-americano

19 de Janeiro
Edgard Allan Poe, escritor e poeta norte-americano
Guy Madison, ator norte-americano
Ítalo Rossi, ator brasileiro
Janis Joplin, cantora norte-americana
Jean Stapleton, atriz norte-americana
Maria Alice Vergueiro, atriz brasileira
Nara Leão, cantora brasileira
Paul Cézanne, pintor francês
Thiago Lacerda, ator brasileiro
Tippi Hedren, atriz norte-americana

20 de Janeiro
David Lynch, cineasta norte-americano
Dom Sebastião 16º rei português
Euclides da Cunha, jornalista e escritor brasileiro
Fábio Villa Verde, ator brasileiro
Federico Fellini, cineasta italiano
George Burns, ator norte-americano
Marcia Cabrita, atriz brasileira

21 de Janeiro
Ana Maria Magalhães, atriz e cineasta brasileira
Benny Hill, comediante, ator e cantor britânico
Cristian Dior, estilista e costureiro francês
Dorinha Duval, atriz brasileira
Geena Davis, atriz norte-americana
Paul Scofield, ator britânico
Placido Domingo, cantor de ópera espanhol
Roberto Landell de Moura, patrono do radioamadorismo brasileiro
Telly Savalas, ator norte-americano

22 de Janeiro
Barbosa Lima Sobrinho, jornalista, advogado e ensaísta brasileiro
Bill Bixby, ator norte-americano
Chica Xavier, atriz brasileira
Diane Lane, atriz norte-americana
Francis Bacon, filósofo inglês
John Hurt, ator britânico
Leonel Brizola, político brasileiro
Maria Leopoldina, imperatriz do Brasil nascida na Áustria
Marília Pêra, atriz brasileira
Piper Laurie, atriz norte-americana
Rogério Ceni, jogador brasileiro de futebol

23 de Janeiro
Caroline de Mônaco, princesa monegasca
Guida Maria, atriz portuguesa
Jeanne Moreau, atriz francesa
João Ubaldo Ribeiro, escritor brasileiro
Randolph Scott (foto), ator norte-americano
Rubens Correa, ator brasileiro
Rutger Hauer, ator holandês
Sergei Eisenstein, cineasta soviético nascido na Letônia
Stendhal, escritor francês
Viriato Correia, escritor brasileiro

24 de Janeiro
Daniel Auteuil, ator francês nascido na Argélia
Ernest Borgnine, ator norte-americano
John Belushi, ator norte-americano
Mário Cardoso, ator brasileiro nascido em Portugal
Michel Serrault, ator francês
Nastassja Kinski (foto), atriz alemã
Neil Diamond, cantor e compositor norte-americano
Sharon Tate, atriz norte-americana

25 de Janeiro
Beth Goulart, atriz e cantora brasileira
Carolina Ferraz, atriz brasileira
Diana Pequeno, compositora e cantora brasileira
Robert Boyle, filósofo natural anglo-irlandês do século XVII
Robert Burns, poeta escocês
Somerset Maugham, escritor britânico nascido na França
Tom Jobim, músico, cantor e compositor brasileiro
Virginia Woolf, escritora britânica

26 de Janeiro
Antonio Calado, jornalista e escritor brasileiro
Chico César, cantor e compositor brasileiro
Paul Newman, ator e diretor norte-americano
Scott Glenn, ator norte-americano

27 de Janeiro
Ary Fontoura, ator brasileiro
Bridget Fonda, atriz norte-americana
Djavan, cantor e compositor brasileiro
Donna Reed, atriz norte-americana
Joanna, cantora brasileira
João Caetano, ator e dramaturgo brasileiro
Lewis Carroll, romancista e matemático britânico
Wolfgang Amadeus Mozart (foto), músico e compositor erudito austríaco

28 de Janeiro
Alan Alda, ator norte-americano
Arthur Rubinstein, músico e pianista polonês
Castro Gonzaga, ator brasileiro
Colette, escritora francesa
Elijah Wood, ator americano
José Martí, poeta, jornalista, político e filósofo cubano
Lourdes Norberto, atriz portuguesa
Lúcio Alves, cantor e compositor brasileiro
Maitê Proença, atriz brasileira
Marcello Antony, ator brasileiro
Mikhail Baryshnikov, bailarino letão
Vergílio Ferreira, escritor português

29 de Janeiro
Heather Graham, atriz norte-americana
John Forsythe, ator norte-americano
Katharine Ross, atriz norte-americana
Oprah Winfrey, apresentadora norte-americana
Romário, jogador brasileiro de futebol
Tássia Camargo, atriz brasileira
Tom Selleck, ator-norte americano
Victor Mature, ator norte-americano
Vitor Norte, ator português

30 de Janeiro
Christian Bale, ator norte-americano
Dorothy Malone, atriz norte-americana
Frank Delano Roosevelt, ex-presidente norte-americano
Gene Hackman, ator norte-americano
Herivelto Martins, compositor brasileiro
Joyce, cantora e compositora brasileira
Maria Luísa Mendonça, atriz brasileira
Phil Collins, músico e cantor britânico
Vanessa Redgrave, atriz britânica

31 de Janeiro
Carol Channing, cantora e atriz norte-americana
Franz Schubert, músico e compositor austríaco
Jean Simmons (foto), atriz britânica
Justin Timberlake, cantor e ator norte-americano
Mario Lanza, tenor e ator norte-americano
Maurício Sherman, diretor e ator de televisão
Suzanne Pleshette, atriz norte-americana

Datas Comemorativas

01 de Janeiro - Dia da Confraternização Universal
01 de Janeiro - Dia Internacional da Paz
01 de Janeiro - Dia Nacional do Município
02 de Janeiro - Dia Nacional do Juiz de Menores
02 de Janeiro - Dia Nacional da Abreugrafia
04 de Janeiro - Dia do Hemofílico
06 de Janeiro - Dia Nacional da Gratidão
06 de Janeiro - Dia Nacional do Mensageiro
06 de Janeiro - Dia de Reis no calendário cristão
07 de Janeiro - Dia Nacional do Leitor
07 de Janeiro - Dia da Liberdade de Cultos
8 de Janeiro - Dia do Fotografo e Dia da Fotografia
09 de Janeiro - Dia do Astronauta
11 de Janeiro - Dia Nacional do Controle da Poluição por Agrotóxicos
12 de Janeiro - Dia Nacional do Empresário de Contabilidade
14 de Janeiro - Dia do Enfermo
15 de Janeiro - Dia Mundial do Compositor
15 de Janeiro - Dia dos Adultos
20 de Janeiro - Dia do Farmacêutico - Brasil
21 de Janeiro - Dia Mundial da Religião
24 de Janeiro - Dia da Previdência Social
24 de Janeiro - Dia da Constituição
24 de Janeiro - Instituição do Casamento Civil no Brasil
24 de Janeiro - Dia Nacional dos Aposentados
25 de Janeiro - Dia do Carteiro
25 de Janeiro - Dia do Aniversário da Cidade de São Paulo
29 de Janeiro - Dia do Jornalista
30 de Janeiro - Dia da Saudade
30 de Janeiro - Dia Nacional das Histórias em Quadrinhos
30 de Janeiro - Dia do Portuário
30 de Janeiro - Dia da Não-Violência
31 de Janeiro - Dia Mundial do Mágico
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Sexta-feira, 17 de Outubro de 2008

MARCELO RUBENS PAIVA EM SANTOS (1984) - POR JEOCAZ LEE-MEDDI

 

 

Outro dia, quando procurava por alguns documentos antigos, encontrei um relato histórico, perdido entre papéis antigos. No verão de 1984, Marcelo Rubens Paiva, então um jovem de 24 anos, era recebido em Santos, no auditório das Faculdades Santa Cecília. Relatei o debate, que seria matéria do jornal O Estudante, do Centro dos Estudantes de Santos (CES), do qual eu era secretário geral na época. O Estudante era o órgão oficial do CES, tinha uma tiragem de15 mil exemplares, impresso no jornal A Tribuna, sob a responsabilidade do jovem jornalista e meu amigo Raul Christiano, com distribuição gratuita para todas as faculdades existentes à época em Santos e no Guarujá. Por problemas com a diretoria e com os patrocinadores do jornal, cancelamos a tiragem, e o artigo com Marcelo Rubens Paiva nunca saiu. Ficou esquecido no meio de alguns documentos. 24 anos depois, a ler o artigo, vi que tinha um excelente documento histórico. Decidi finalmente publicá-lo aqui no VIRTUÁLIA.
É uma agradável viagem através do tempo, quando surgiu o fenômeno Marcelo Rubens Paiva e o seu livro Feliz Ano Velho, lançado em 1982, livro que se tornou um dos símbolos da década de oitenta. Na época questionava-se se o jovem autor ao relatar a sua vida até o acidente que o deixara paraplégico, seria um modismo ou se tínhamos um novo escritor. Tudo era especulação, que passadas mais de duas décadas, já temos as respostas. Marcelo Rubens Paiva hoje é um senhor que atinge a idade madura, com vários romances publicados e peças escritas para o teatro.
Com um atraso de 24 anos, segue o artigo que feitas as devidas correções de linguagem, procurei transcrevê-lo na íntegra, conservando aquela atmosfera do verão de 1984, momentos antes da explosão do movimento Diretas Já, que sacudiria o Brasil e a ditadura militar, já agonizante na UTI da história.

 

 


Artigo do Jornal O Estudante com Marcelo Rubens Paiva em 1984 – Por Jeocaz Lee-Meddi

Marcelo Rubens Paiva foi recebido no auditório do Santa Cecília, num cenário que se via de um lado espaços cobertos por faixas de propaganda do PT, e de um outro, pessoas sentadas ou em pé, lotando o auditório. Marcelo Rubens Paiva entrou, trazendo o seu olhar maroto, meio infantil, meio adolescente. Percebia-se a satisfação de encontrar tanta gente a sua espera. Correu com os olhos todo o salão, sorriu satisfeito com o que via, como se acumulasse uma certa vitória em voltar a Santos, lugar onde viveu há anos atrás, como um ídolo.
Nos últimos tempos falar de Marcelo Rubens Paiva tornou-se moda nos bastidores da juventude anos oitenta. Instantaneamente nasceu um novo ídolo nacional. O mais curioso é que não é um ídolo imponente e de vigor inatingível, mas frágil pelas limitações de se encontrar em cima de uma cadeira de rodas. Sua presença trouxe ao auditório além dos candidatos e militantes do PT, pessoas de várias tendências políticas do grande balaio que chamam de Frente Democrática, agregadas às diversas alas do PMDB. Divergências políticas à parte, todos estavam ansiosos para ouvir o filho de Rubens Paiva falar. Curiosos para saber suas posições políticas, sua visão de mundo e de Brasil, suas experiências como escritor, enfim, não havia uma pauta ou um tema escolhido. O debate era aberto, à deriva dos curiosos e da capacidade carismática do jovem escritor. Numa época em que os eleitos em 1982 começam a decepcionar, talvez ter um ídolo limitado pela deficiência física traga a esperança de que o brasileiro e a juventude sejam maiores do que o Brasil que se constrói debaixo de uma ditadura. Um ídolo sem a demagogia dos políticos é tudo que essa juventude anseia. Uma esperança além das limitações.
Como explicar o fenômeno Marcelo Rubens Paiva? Mesmo tão jovem, já com uma história que ao se olhar para o seu passado, podemos dividi-lo em antes e depois do acidente que o vitimou, deixando-o paraplégico. A primeira fase da sua vida foi marcada pelo desaparecimento do pai, o deputado Rubens Paiva, levado pela ditadura militar no início dos anos setenta. Apesar da subtração do pai na sua vida, viveu aqui por Santos uma adolescência tão comum quanto a de qualquer um de nós. Fez parte desta cidade, estudando inclusive no mesmo colégio que eu estudei. Santos é uma lembrança tenaz, conforme ele mesmo afirma:
“Santos para mim representa o meu passado. Representa os meus pais, os meus avós, os meus amigos. Eu passei a minha adolescência aqui, estudei no Tarquínio Silva. Minha relação com Santos é sexual. Aqui tive minhas primeiras relações.”
Ao ouvi-lo falar, parece que estamos a ouvir qualquer um de nós que tomou cerveja no Gonzaga e apanhou onda no José Menino. Não nos damos conta da roda-viva que de repente este jovem foi atirado, fazendo com que seja obrigado a tomar posições e ter idéias formadas sobre todos os temas, porque ser escritor neste país é sinônimo de engajamento intelectual.
Após a adolescência em Santos, Marcelo Rubens Paiva foi parar aonde a maioria dos jovens santistas vão, São Paulo. O fato de ter tido um pai deputado e assassinado pela repressão, fez com que crescesse tendo uma visão política consciente e engajada. Muito cedo descobriu o que significava o regime autoritário que se instaurou no Brasil desde 1964. Em 1977, freqüentava a UNICAMP, é das dificuldades no movimento estudantil dessa época que ele nos fala:
”Naquela época fazer movimento estudantil era difícil. Não havia liberdade. Havia liderança de verdade. Quando um líder estudantil falava em greve, havia greve. Só haviam dois partidos políticos. Hoje o estudante tem mais opções, isso dividiu o movimento, porque o estudante não faz só movimento estudantil, ele faz política partidária também.”
Há uma distância muito grande entre o estudante de engenharia da UNICAMP e o Marcelo Rubens Paiva atual, cerceado de jovens a idolatrá-lo e a fazê-lo um ídolo. Percebe-se que assim como o sucesso o fascina, causa-lhe uma ligeira intimidação e uma perturbação ao cotidiano. São tantas as cobranças de posições mais claras, definições mais elaboradas, obrigando-o a refletir sobre todos os temas impostos, que diante da pressão de tantas perguntas sobre temas diversos e delicados fazem com que se assuste e vocifere tenazmente:
“Oh gente, não sou nenhum gênio.”
A curiosidade em saber se ele já superou o fato de ter se tornado um deficiente físico incomoda-o, principalmente quando as pessoas olham-no com uma certa tristeza, comentam que moço tão bonito não deveria estar em cima de uma cadeira de rodas. Foi contra esse tipo de preconceito e comiseração humana que ele mais lutou. Lutar contra os preconceitos foi o ponto de partida que deu origem ao livro Feliz Ano Velho.
“Eu queria mostrar para todo mundo que queria ser tratado como normal, apesar de ser deficiente. Escrevi esse livro para mostrar o lado leve da minha deficiência física, que foi o lado que eu encontrei. De repente, é difícil ver alguém que anda em cadeira de rodas sorrindo. Eu tive muito preconceito. E ainda tenho. Eu não me sinto um deficiente, mas já me acostumei com isso. É claro que é um tabu. Na minha faculdade eu tenho um cara que anda de cadeira de rodas e eu digo ‘olha que coitado’, até me esqueço que eu também ando sobre uma. A vida do deficiente é uma barra, você não tem como sobreviver em uma cadeira de rodas, não dá, em São Paulo ou em qualquer lugar do país. Eles não oferecem condições para isso. Mesmo a medicina, é um lado da Ciência que é difícil, microscópica, e, no entanto, ninguém faz investimento nisso, pois um ataque cardíaco dá mais dinheiro do que um deficiente. Todos têm preconceitos. É uma vida difícil, sem futuro, a não ser quando você escreve um livro.”
Feliz Ano Velho tornou-se um dos maiores best-sellers do Brasil. Um fenômeno em vendas. Tornou-se leitura obrigatória entre os universitários brasileiros. Seu sucesso fabuloso ganhou uma adaptação para o teatro, a peça homônima do livro, dirigida por Paulo Betti, foi a maior revelação dos palcos paulistanos no ano passado. Há a cogitação de uma adaptação também para o cinema. O fenômeno Marcelo Rubens Paiva é uma exceção em um país que se fabrica ídolos através da música, do cinema e mais comumente, da televisão, mas nunca através de um livro. Tornar-se um escritor consagrado com um único livro publicado raramente aconteceu na história da literatura brasileira. Escrito como um relato pessoal, sem maiores pretensões literárias, traz uma história direta, sem utilizar uma linguagem rebuscada, pelo contrário, traz uma linguagem próxima da falada pelos jovens de hoje, com os seus tradicionais palavrões, aliás, palavrões que o próprio Marcelo Rubens Paiva usa em sua linguagem com o público. Tentar explicar o porque de Feliz Ano Velho ser um fenômeno editorial no Brasil daria páginas e páginas de teses, sem nunca se chegar a um consenso. Talvez seja um espelho que reflete imagens turvas da juventude atual. O próprio autor surpreende-se com este sucesso que o transformou em uma pessoa famosa tão repentinamente:
“Entrei na literatura por um lapso. De repente, passei por uma transformação de vida que me fazia sentir vontade de ficar só, e, passar para o papel o que eu sentia. Tive sorte de ter um amigo que era dono de uma editora. Isso já facilitou muito. Foi assim que me tornei um escritor.”
Já como uma celebridade, é hora de assumir bandeiras e posições em um país que luta pela volta da democracia e pela volta dos generais à caserna. E na sua escolha partidária, definiu-se pelo Partido dos Trabalhadores:
“O PT entra como um pedaço da nossa crise externa. Fazer política com toda essa confusão é um sacrifício. Hoje, eu nem sei o que eu quero, não sei mesmo. Há vinte anos nós tínhamos exemplos claros, como Cuba, onde poderíamos seguir. Hoje, nós só temos uma dívida enorme e não sei como vão pagar isso.”
Mesmo diante de uma suposta confusão ideológica dos modelos a ser seguidos dentro do atual panorama mundial, está muito seguro na escolha partidária que fez, considerando-a a mais viável:
“O PT não vai resolver as coisas, mas é uma pequena fatia. Quem vai resolver é você. É você reivindicando através da sua casa, do seu sindicato, é você mudar o micro para poder mudar o macro. Nós não somos operários e estamos num partido operário. Uma boa maneira que o Brasil, a Colômbia e a Venezuela tinha de pagarem a dívida externa era plantar cocaína e maconha e exportá-las para os EUA, porque lá eles adoram coca, seria uma forma da gente se vingar de tudo o que eles fizeram com a gente.”
Marcelo Rubens Paiva usa uma forma descontraída e irreverente para responder às questões que lhe são feitas, tratando-as com uma leveza latente. Quando o assunto é o pai, a leveza dá passagem para uma reflexão mais intimista, trazendo uma resposta mais contida:
“Fazer um paralelo entre o meu pai e eu é simples, é que ele mergulhou de cabeça no mundo da política e foi assassinado, e eu mergulhei de cabeça na juventude e aconteceu o que aconteceu.”
E parece mergulhar um pouco mais dentro de si, permitindo-se ir mais longe diante de um público tão afoito:
“Deus, para falar sinceramente, eu não acredito em Deus com D maiúsculo, um Deus como o que me apresentam. Acredito no acaso, na energia. Deus é um adjetivo. Sócrates para mim é deus, porque o que ele fez no campo de futebol é incrível.”
Novamente a leveza toma conta do seu discurso e entusiasma o auditório, que procuram arrancar mais conceitos do nosso jovem escritor, ansiosos para ouvir o que ele pensa sobre a liberdade, sem defini-la existencial ou ideológica:
“Liberdade? Não acho que liberdade ‘é uma calça velha, azul e desbotada’. A liberdade nunca vai existir totalmente. Eu não me considero livre. Calma, também não preciso saber de tudo.”
Pára e toma fôlego. Assustado ou cansado, prossegue após pedir calma. Se aquela juventude que ali está quer se espelhar nele, então dá mais pistas da sua forma de ver o mundo. Fala inclusive sobre o machismo:
“Por menos que a gente queira não ser machistas, não dá, nós fomos criados numa sociedade machista. O homem de hoje está numa crise profunda, o homem não é mais romântico, mas também não é aquele durão. Nós não queremos ser machistas, mas somos, não adianta. A gente continua cantando as mulheres nas ruas, mas não somos cantados por elas. Eu nunca fui. Até gostaria.”
Como insistiu em dizer que Feliz Ano Velho foi um relato, um desabafo de vida que deu certo, há a expectativa se continuará a escrever, seja relatos pessoais ou pura ficção. Mas ele prefere não fazer planos sobre a sua eventual carreira como escritor literário:
“Escrever sobre a minha vida foi fácil. Agora pretendo fazer personagens fictícios. Continuo escrevendo para a Veja, para a Status, até mesmo para a Capricho. A literatura no Brasil é uma coisa chata. O escritor de hoje, de repente, está tendo um descompromisso com o sério, deixando de ser apenas uma pessoa séria, que fuma cachimbo e está distante das pessoas. Ele é uma pessoa normal.”
Se entrará para a história da literatura ou não, Marcelo Rubens Paiva é hoje um fenômeno de consenso nacional. Nesse período do desgaste de vinte anos da ditadura, a juventude brasileira faz dele um símbolo de perseverança diante das limitações. O que era para ser um desabafo de vida, um grito diante da fatalidade humana, foi transformado em um grande acontecimento literário. Se o jovem autor fará novos best-sellers, ninguém sabe, segue o estigma do sucesso imediato da primeira obra que às vezes, persegue o seu autor para o resto da vida. Se nasceu um escritor ou um fenômeno fugaz, só o tempo o dirá. Entre a personagem agressiva, cáustica e revoltada de Feliz Ano Velho e o autor de hoje, encontramos um homem mais tranqüilo, mais leve e condescendente com a sua limitação física. Tenta ser apenas um jovem comum, que vive o seu tempo e o momento da sua juventude.
Já fora do auditório, longe das perguntas da platéia, encontro-o frente a frente, fazendo-lhe uma última pergunta: se Feliz Ano Velho fosse escrito hoje, seria diferente? Pela primeira vez não dá uma resposta de imediato, um breve silêncio parece revelar que ele prefere pensar antes de dar a resposta. Apesar de levar mais tempo para responder, dá a resposta mais curta:
“Seria.”
Não diz mais nada. Segue o seu caminho, levado por alguém que lhe empurra a cadeira de rodas. Vou seguindo com os olhos a cadeira de rodas se distanciar, ali vai a maior sensação revelada nos últimos anos através de um livro. Tem um ar de menino, uma juventude que pulsa além das suas mãos trêmulas e sem coordenação motora. Parece estar aliviado depois de responder a tantas perguntas. A fama tem o seu preço. Fazer-lhe reverências é como um acerto de contas que todo o país tem para com ele, afinal os pássaros amargos do Brasil tiraram-lhe o pai. A imensa fome de viver intensamente a sua juventude tirou-lhe os movimentos das pernas. Relatar os dissabores devolveu-lhe os sonhos da juventude. Fenômeno passageiro ou não, herói frágil ou leveza irreverente da alma, as nossas homenagens a este sobrevivente do Brasil.


Obras de Marcelo Rubens Paiva:

Ficção:

1982 – Feliz Ano Velho
1986 – Blecaute
1990 – Ua: brari
1992 – As Fêmeas
1994 – Bala na Agulha
1996 – Não És Tu Brasil
2004 – Malu de Bicicleta
2006 – O Homem Que Conhecia as Mulheres

Teatro:

1989 – 525 Linhas
1998 – Da Boca Pra Fora (E Aí, Comeu?)
2001 – Mais Que Imperfeito
2003 – Closet Show
2003 – No Retrovisor
2006 – Amo-te
 
 
 
 
 
 
 
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Quinta-feira, 16 de Outubro de 2008

CARNAVAL - A USURPAÇÃO DO ENTRUDO PELA ELITE

 

 

Uma das festas mais antigas do mundo, com raízes nas festas pagãs da Babilônia e da Roma antiga, fincadas na Idade Média, quando foi cristianizada e adaptada pelos europeus. Nascido do antigo Entrudo português, o carnaval tornou-se a partir do século XX, a maior festa do Brasil, transformando-se em uma das principais características, ao lado do futebol, para um estrangeiro definir o país. Uma festa que nasceu das manifestações populares, que foi pouco a pouco, tendo a adesão da elite burguesa, e a sua completa industrialização através dos trios elétricos em Salvador e dos desfiles das escolas de samba nos sambódromos do Rio de Janeiro e São Paulo. Popular, elitista ou industrializado, o carnaval é uma festa que deu certo em todos os aspectos e para todas as camadas sociais. Talvez porque o Brasil, país de clima quente e de miscigenação raciais complexas e irrestritas, ofereceu campos férteis para um reinado absoluto de Momo.

Do Entrudo ao Carnaval

O carnaval foi incorporado como festa cristã na Idade Média, adaptado das antigas festas da Roma antiga, com as saturnálias. Há uma tradição que diz que a origem etimológica da palavra carnaval vem de carne levare (afastar-se da carne), que traduzia um bem-estar profano antes da entrada na quaresma. No Renascimento são incorporados ao carnaval de Florença os bailes de máscaras, as fantasias e os carros alegóricos.
O Entrudo surgiu na península Ibérica para marcar o período de introdução à quaresma. Como esse período era de penitências, privações e jejuns, fazia-se na terça-feira que precedia à quarta-feira de cinzas, uma comemoração que as pessoas se fartavam de comer alimentos e beber, visitando umas as casas das outras, antes de uma preparação para entrar nos dias de abstinência dos prazeres.
Em 1723 imigrantes portugueses trouxeram dos Açores e da Ilha da Madeira, o Entrudo para o Brasil. Nos seus primórdios encontramos dois tipos de comemoração: o entrudo familiar e o entrudo popular.
O entrudo familiar, comemorado em casa, pelas pessoas da elite brasileira, através de brincadeiras ingênuas com limões de cera cheios de um líquido perfumado, os limõezinhos de cheiro, atirando-os uns aos outros, a cera era rompida e a pessoa ficava perfumada. Uma festa bem-comportada e sem exageros, como sugeria a etiqueta da época.
O entrudo popular, comemorado nas ruas pelos escravos e libertos, com brincadeiras mais agressivas, com gente a jogar urina e todos os tipos de pós naqueles que ousavam passar pelas ruas. Quanto mais arrumados os transeuntes, mais eram vítimas dessas brincadeiras. Esse tipo de manifestação ainda hoje é feito no entrudo português, que mantém a tradição durante o carnaval das crianças atirar ovos, farinhas e outros infortúnios nas pessoas que transitam pelas ruas.
Enquanto a elite brincava dentro das casas, os escravos e libertos brincavam nas ruas, limitando a elite de participar das manifestações espontâneas que explodiam sem uma organização visível, na improvisação de uma festa do povo para o povo. No começo essas manifestações eram geralmente contra a escravidão. Com a abolição e com a chegada dos imigrantes, essas manifestações foram criando elites mais evidentes, pois os imigrantes não iam para as ruas brincar com os libertos. É através da diversificação social que a integração de massas do velho entrudo começa a tomar caráter de festas fechadas.
A partir de fins do século XIX e princípios do século XX, a baixa classe média sai às ruas, mas sem imiscuir-se com o entrudo popular. Começam a se organizar em ranchos. Com a criação dos ranchos, abandona-se o entrudo e abraça-se o carnaval, deixando de ser manifestações espontâneas de ruas para se tornar manifestações organizadas e preparadas por associações. Para passar, os ranchos empurram o povo das avenidas para as calçadas. Na elitização do carnaval, usurpa-se o entrudo ao povo. Os ranchos cantam árias de óperas pelas avenidas, trazem conjuntos que são chamados de orquestras, fantasiam-se como no carnaval italiano. Os ranchos apagam a festa que o povo dava a si mesmo, criando a festa que a elite oferece a si mesma e, conseqüentemente, ao povo. A partir dos ranchos surgem as escolas de samba., Troca-se as árias de óperas pelo samba, que nasce nos antigos cortiços do centro do Rio de Janeiro, que com a sua revitalização, faz a população pobre subir para os morros da cidade, levando o seu samba popular e marginal.
Já denominado carnaval, o antigo entrudo vai dando passagem para uma grande festa cada vez mais organizada, mais industrializada década após década. A partir do Rio de Janeiro, o carnaval vai se espalhando por todo o país, transformando-se numa poderosa manifestação de toda uma nação. Do velho entrudo apenas a exaltação do profano e do sincretismo de um país plural.

Cronologia do Carnaval no Brasil

1723
– Imigrantes portugueses das ilhas da Madeira e dos Açores, introduzem o Entrudo no Brasil.
1767 – Construída a Casa da Ópera, primeiro teatro do Rio de Janeiro.
1840 – Primeiro baile carnavalesco aberto ao público, no Hotel Itália, Rio de Janeiro.
1848/1852 – José Paredes, imigrante português, sai às ruas tocando um bumbo, criando o Zé Pereira.
1855 – Fundado o Congresso das Sumidades Carnavalescas, surgindo a primeira sociedade carnavalesca, os Zuavos Carnavalescos, futuros Tenentes do Diabo, no Rio de Janeiro.
1862 – Henrique Fleiuss estampa na Semana Ilustrada desenho do rei Momo.
1878 – Surge a Sociedade Carnavalesca Boêmia, que introduz no carnaval carioca a fantasia chicard (qualidade do chic).
1888 – A princesa Isabel promove em Petrópolis, no carnaval, uma batalha de flores, assumindo publicamente posição contrária à escravidão. Acompanhada pelo marido e filhos, percorre a cidade em um carro aberto promovendo a arrecadação de donativos para a libertação de cativos.
1889 – Surge a Sociedade Carnavalesca Triunfo das Concubinas, primeiro cordão organizado do Rio de Janeiro.
1892 – Carnaval é transferido para junho por ordem do governo, que considera um mês mais saudável. Neste ano o carnaval foi comemorado duas vezes.
1897 – Trazidos da Europa, são introduzidos no carnaval brasileiro os confetes e as serpentinas.
1899Ó Abre-Alas, composta por Chiquinha Gonzaga, é considerada a primeira música de carnaval.
1906 – Os desfiles de carnaval são transferidos da Rua do Ouvidor para a recém-aberta Avenida Central. Chega ao Brasil o lança-perfume.
1907 – Primeiro corso promovido na Avenida Central reúne 30 mil pessoas.
1908 – Primeiros filmes sobre o carnaval.
1912 – Transferido o carnaval para junho, por causa da morte do Barão do Rio Branco. Novamente dois carnavais no mesmo ano.
1917Pelo Telefone, de Mauro de Almeida e Donga, é o primeiro samba gravado.
1925 – Primeiro concurso de sambas e marchinhas, no Teatro de São Pedro, Rio de Janeiro.
1927 – A Gazeta de Notícias realiza a última batalha de confete.
1929 – Cartola, Carlos Cachaça e outros sambistas rebatizam o Bloco dos Arengueiros, chamando-o de Estação Primeira de Mangueira. Realizado no Engenho de Dentro, Rio de Janeiro, primeiro concurso informal de escolas de samba.
1932 – Getúlio Vargas comparece ao primeiro baile de carnaval do Teatro Municipal, no Rio de Janeiro.
1933 – Criada a Associação dos Ranchos Carnavalescos.
1935 – Primeiro concurso oficial de escolas de samba.
1937 – Proibido pelo governo o uso de lança-perfume.
1942 – Orson Welles filma o carnaval carioca.
1946 – Desfile das escolas de samba é organizado pela União Geral das Escolas de Samba, após o Departamento de Turismo da prefeitura negar a fazê-lo.
1949 – Primeira transmissão do carnaval carioca, pela Rádio Continental.
1950 – Dodô e Osmar inventam na Bahia, o duo elétrico, no carnaval seguinte, trio elétrico.
1958 – A ala dos Impossíveis, da Portela, lança os passos marcados.
1961 – Portela e Mangueira passam a cobrar ingressos para o público assistir aos ensaios de quadras.
1962 – Instituído o Dia Nacional do Samba.
1970 – Escolas de samba são obrigadas a enviar croquis de alegorias e fantasias aos censores do governo militar.
1971 – Instituído o tempo dos desfiles das escolas de samba.
1972 – Lei nº 2.079 cria a Riotur, empresa de turismo do Estado da Guanabara.
1981 – A Riotur institui concurso Zé Pereira, para estimular o carnaval de rua.
1984 – Inaugurado o Sambódromo do Rio de Janeiro.
1986 – Instalados relógios eletrônicos no Sambódromo para marcar o tempo do desfile.
1994 – Sambódromo do Rio de Janeiro é tombado como Patrimônio Cultural do Estado.



 
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Segunda-feira, 13 de Outubro de 2008

OUTRA VEZ W. B. YEATS

 

 

A beleza dos poemas de Yeats nunca nos cansa a alma. Aqui mais um poema de sensibilidade rara e beleza infinita, com imagens de Barrie Maguire.
 



O Do Not Love Too Long (original)

Sweetheart, do not love too long:
I loved long and long,
And grew to be out of fashion
Like an old song.
All through the years of our youth
Neither could have known
Their own thought from the other's,
We were so much at one.
But O, in a minute she changed -
O do not love too long,
Or you will grow out of fashion
Like an old song.


 
Oh Não Ames Demasiado Tempo (tradução)

Amada, não ames demasiado tempo:
Eu amei tanto, tanto
E fui passando de moda
Como uma velha canção.
Ao longo desses anos da nossa juventude
Não podíamos distinguir
O nosso pensamento do pensamento alheio
Porque tão unidos éramos apenas um.
Mas em breve, breve Instante ela mudou -
Oh, não ames demasiado tempo
Ou irás passando de moda
Como uma velha canção.
 

 

Tradução José Agostinho Baptista
 


 
Veja também:
 
UM POEMA DE WILLIAM BUTLER YEATS
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Domingo, 12 de Outubro de 2008

CONTOS DA MONTANHA - MIGUEL TORGA

 

 

Analisar os contos de Miguel Torga é como analisar reflexos sociais do interior de Portugal. Suas personagens trazem o genuíno habitante da montanha. Ao nos adentrarmos pela paisagem humana das aldeias transmontanas, encontramos em cada esquina os rostos descritos no universo de Torga. Quantas lendas e costumes não nos conta essa gente que a narrativa de Torga registrou. São personagens inseridas no ambiente rústico e pobre das aldeias. São personagens natos nas dificuldades do frio cortante das montanhas e passam pela vida com a visão irônica de todo o meio do qual emanam as tradições, as crenças, o trabalho, a religião.
Tomando como base os “Contos da Montanha”, (8ª edição - Coimbra - 1996), vamos encontrar diversas personagens que nos mostra o universo regionalista de Miguel Torga. Nos contos de Torga as ações decorrem num emaranhado de emoções, onde as personagens vivem tais ações num tempo ilimitado, quase descrito em uma vida. Neles o devir temporal acontece sempre do presente para o futuro, onde o narrador adquire uma existência textual, quase como quem conta a vida das personagens e assume a forma de como elas pensam. Em cada conto o retrato de uma sociedade pobre e tipicamente da época do Portugal do Estado Novo (tais contos foram publicados pela primeira vez em 1941), onde o lema “Deus, Pátria e Família” é perseguido através do profundo catolicismo, do amor à terra e à família, onde a miséria faz dos sonhos e dos ideais situações de mera ironia, quase que um fado.

A Mulher das Aldeias

Maria Lionça, do conto “A Maria Lionça”, aceita com dignidade o seu fado, sem contestá-lo, ao resignar-se à miséria e à dor. O marido emigrou em busca de melhores condições e volta velho e doente; o filho persegue o inconformismo do pai e parte perseguindo o vazio, deixando à Maria Lionça apenas a dignidade da dor, e o respeito de todos pela forma como da vida apenas aceita o fado. Sim, ao abdicar da condição de mulher para apenas ser mãe e fiel ao amor que partiu, ao enterrar o marido e depois o filho, a dor também toma forma de vida, e só quem tem dignidade sabe sobreviver a ela. E a própria resignação de Maria Lionça diante da dor e da fatalidade da vida, fez com que ela se tornasse um mito:

Fala-se nela e paira logo no ar um respeito silencioso, uma emoção contida, como quando se ouve tocar a Senhor fora. E nem ler sabia! Bens - os seus dons naturais. Mais nada. Nasceu pobre, viveu pobre, morreu pobre, e os que, por parentesco ou mais chegada convivência, lhe herdaram o pouco bragal, bem sabiam que a grandeza da herança estava apenas no íntimo sentido desses panos. Na recatada alvura que traziam da arca e na regularidade dos fios do linho de que eram feitos, vinha a riqueza duma existência que ia ser a legenda de Galafura.”

Assim, o próprio mito também é coberto de dor, a dignidade do mito é mais forte do que a de uma heroína carismática, Maria Lionça representa a alma portuguesa diante das obrigações de mulher que se anula e dá passagem para a mãe, a que cuida do filho e sonha com a volta do amor que a vida levou. Quase como anti-herói, a personagem aqui representa muitas mulheres que permaneceram na terra, a lavrá-la, amá-la e respeitá-la, enquanto os companheiros perseguiam os sonhos de melhores condições sociais, onde a emigração era vista como a grande promessa. Muitos voltavam arruinados, doentes, sem esperanças, mas voltavam à terra que nasceram ainda que mais não fosse para morrer nos braços das fiéis mulheres que ali permaneceram, sem sonhos, sem nada.

O Homem Entre a Marginalização e a Aventura

Menos conformistas são o ladrão Faustino de “Um Roubo” e o Firmo de “Homens de Vilarinho”, onde ambos, de maneiras diferentes - um pelo roubo, outro pela aventura - tentam fugir do meio em que foram inseridos e, portanto são marginalizados pelos da aldeia; o primeiro que não é dado ao trabalho do campo, tem um velho sonho: assaltar a Senhora da Saúde. Decide que precisa alimentar a família, para tal efeito roubará a caixa de esmolas da igreja. É notável a luta psicológica da personagem entre o certo e o errado, o humano e o divino, a farsa e a realidade:

“Embora gatuno de profissão, pois que não se podia chamar cesteiro a quem só lá de tempos a tempos fazia um cesto por desfastio, Faustino, mal deu de chofre com a capela, teve um baque no coração. E parou. Nunca assaltara nenhum lugar sagrado. Sempre era roubar a Senhora da Saúde!”

Mas Faustino respeita a profissão que tem, como um egocêntrico Robin Hood, achava de direito tirar da santa que tanto tinha, para dar a si próprio, pobre ladrão miserável. E para concretizar tal sonho, caminhou durante a noite debaixo de uma chuva pesada. Todo molhado, chega à capela e descobre que a caixa de esmolas está vazia, sente-se lesado, chega à conclusão de que o verdadeiro ladrão é o padre, afinal foi quem limpou a caixa e deu fim ao dinheiro. Com a ironia cáustica que é comum em Miguel Torga, o pobre ladrão volta para casa sem o dinheiro, o sonho desfeito, com muita febre por andar à chuva. Pouco tempo depois está moribundo. Mesmo em delírio, já a receber a extrema-unção, ele não perde a forma de rebelião, ao acusar o padre de ladrão.
O Firmo, não é ladrão, mas também tem a alma maior do que o meio em que surgiu e ao qual está confinado. O espírito é o da aventura. Mas como a sua aventura é viver os perigos da estrada e dos lugares distantes, sem o retorno do dinheiro dos emigrantes, o Firmo é acusado pela aldeia e pelo padre de não ter raízes e amor à terra e à família, o que levaria também à falta de amor a Deus. O padre (que tem mulher e filhos, por isso ele próprio inadaptado na condição do celibato e criticado pelo bispo), tenta por tudo prender o Firmo à família e à terra, para que leve uma vida tranqüila e de temor a Deus. O Firmo tenta satisfazer ao padre e à família, domesticando em si a força da aventura. Mas dentro dele existe aquele que não se adapta à terra e ao tempo em que socialmente são vividas as histórias, decide por fim partir:

“Nem parecia o mesmo. Como um homem se modifica! Lá diz o ditado: Infeliz pássaro que nasce em ruim ninho. Tanto monta correr, como saltar: as asas puxam-no sempre para onde aprendeu a voar. Pusessem os olhos naquele exemplo.”

Um Olhar Português

Talvez seja esta a chave do universo de Miguel Torga, as histórias das aldeias, onde honra, trabalho, luta e personalidades tomam formas próprias. As personagens estão condicionadas ao espaço e ao ambiente, mas psicologicamente são superiores ao meio de onde certamente jamais irão sair. De uma forma bem-humorada, a tragédia anda lado a lado com a vida, mas como na literatura portuguesa a tragédia geralmente toma forma de fado, ao contrário dos clássicos gregos, onde jorra o sangue, aqui a fatalidade é vista com ironia, quase sarcasmo, de um humor tipicamente português. De um vocabulário rico, uma narrativa densa e povoada de descrição psicológica e social, Miguel Torga parece brincar com as personagens, parece conhecê-las como as linhas das mãos. Dentro da simplicidade de uma vida do campo, onde a miséria é rica em lendas, em misticismos, ninguém como ele consegue tal proeza. Talvez o maior dos contistas contemporâneos, Miguel Torga descreve dentro do conto regionalista um universo plural, onde as personagens tornam-se universais. Um universo mágico de gente e lendas que todos nós já ouvimos falar, lendas que nos foi contada pelos nossos avós, por alguém já distante, mas que retratam vidas.
Quem nunca ouviu falar em bruxedos mortais, como o que dizimou a Melra em “O Bruxedo”, ou do infeliz menino órfão que, para defender o rebanho do seu malvado tutor, matou o lobo feroz, como o fez o Gonçalo de “Maio Moço”, transformando-se em herói das aldeias. Aqui, ao contrário de Maria Lionça, o mito é construído diante do ato de coragem e heroísmo próprio dos fortes, acrescentando os populares ao mito o que melhor lhes parecesse:

“Herói do povo, aconchegavam -no orgulhosamente à fibra mais generosa do coração. Inventavam-lhe façanhas antigas, ditos cheios de graça, habilidades que nunca tivera. Do deserto monótono de outrora ia surgindo uma biografia rica, divertida, recheada de peripécias e de sentido. Pareciam abelhas a encher um favo. Ninguém queria deixar de colaborar na gesta redentora.”

Há ainda a história da pobre virgem desgraçada pelo aproveitador Arlindo de “A Paga”, cuja castração do mal-feitor é a solução para a defesa da honra caprichosa. Também há emigrantes vencedores, como o Lucas de “A Promessa”, que quase morto no Brasil, faz uma promessa que não pode cumprir, devido aos desvarios da mulher, deslumbrada com a nova condição de rica. Há as dores da vida em “O Cavaquinho”, enfim, um olhar lacônico diante da vida, sempre a fugir dos sonhos para a dura realidade em que o país vivia, rico em história, encerrado numa ditadura que atravessaria quase metade do século, um olhar português, mordaz, irônico, melancólico e saudosista.
Histórias das terras do granito, das rochas frias, dos invernos intensos e sem fim, da gente do campo e suas tradições. Talvez o universo regionalista de Torga só seja comparado com o universo complexo de Guimarães Rosa ao descrever os sertões brasileiros. Torga possui dentro do conto um domínio único. As personagens e as histórias são rápidas, intensas, densas, com uma surpresa agradável ao fim de cada uma delas, onde o espaço social das personagens muitas vezes é confundido com o espaço psicológico, onde elas tomam uma forma sempre inquietante no tempo que desenrolam, fazendo com que tenhamos a certeza de que fomos canalizados durante todo o texto para um final trabalhado.

Miguel Torga

Nascido em São Martinho de Anta, Vila Real, região transmontana portuguesa, em 12 de agosto de 1907, Adolfo Correia Rocha tornou-se sob o pseudônimo de Miguel Torga, um dos maiores escritores portugueses do Século XX. Filho de uma família humilde emigrou para o Brasil aos doze anos, vivendo em Leopoldina, onde trabalhou com um tio em sua fazenda de café. De inteligência intelectual privilegiada, fez com que o tio lhe custeasse os estudos. Custeado pelo tio, voltou para Portugal, onde se formou em medicina em Coimbra.
Mas foi na literatura que o doutor Miguel Torga cuidou da saúde psicológica de milhares de personagens, construindo uma literatura de caráter humanista. A obra de Torga descreve principalmente o homem transmontano e seus costumes, crenças e tradições. Foi o primeiro vencedor do Prêmio Camões. Morreu em Coimbra, em 17 de janeiro de 1995.

 


 
 
 
OBRAS:

Poesia:

1928 – Ansiedade
1930 – Rampa
1931 – Tributo
1932 – Abismo
1936 – O Outro Livro de Job
1943 – Lamentação
1944 – Libertação
1946 – Odes
1948 – Nihil Sibi
1950 – Cântico do Homem
1952 – Alguns Poemas Ibéricos
1954 – Penas do Purgatório
1958 – Orfeu Rebelde
1962 – Câmara Ardente
1965 – Poemas Ibéricos

Ficção:

1931 – Pão Ázimo
1931 – Criação do Mundo
1934 – A Terceira Voz
1937 – Os Dois Primeiros Dias
1938 – O Terceiro Dia da Criação do Mundo
1939 – O Quarto Dia da Criação do Mundo
1940 – Bichos
1941 – Contos da Montanha
1942 – Rua
1943 – O Senhor Ventura
1944 – Novos Contos da Montanha
1945 – Vindima
1951 – Pedras Lavradas
1974 – O Quinto Dia da Criação do Mundo
1976 – Fogo Preso
1981 – O Sexto Dia da Criação do Mundo
1982 – Fábula de Fábulas

Peças de Teatro:

1941 – “Terra Firme” e “Mar”
1947 – Sinfonia
1949 – O Paraíso
1950 – Portugal
1955 – Traço de União
 




CRONOLOGIA

1907 – Nasce Adolfo Correia da Rocha em São Martinho de Anta (distrito de Vila Real).
1920 – Emigra para o Brasil.
1925 – Regressa do Brasil.
1927 – Fundação da "Presença" em que colabora desde o começo.
1928 – Ingressa na Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra; Ansiedade, primeiro livro, poesia.
1930 – Deixa a "Presença".
1931 – Pão Ázimo, primeiro livro em prosa.
1933 – Formatura em Medicina.
1934 – A Terceira Voz, prosa; passa a usar o pseudônimo Miguel Torga.
1936 – O outro livro de Job, poesia.
1937 – A Criação do Mundo - Os dois primeiros dias.
1939 – Abertura do consultório médico, em Coimbra.
1940 – Os Bichos.
1941 – Primeiro volume do Diário; Contos da Montanha, que será reeditado no Rio de Janeiro; Terra Firme, Mar, primeira obra de teatro.
1944 – Novos Contos da Montanha; Libertação (poesia).
1945 – Vindima, o primeiro romance.
1947 – Sinfonia (teatro).
1950 – Cântico do Homem (poesia); Portugal.
1954 – Penas do Purgatório (poesia).
1958 – Orfeu Rebelde, poesia.
1965 – Poemas Ibéricos.
1981 – Último volume de A Criação do Mundo.
1993 – Último volume do Diário (XVI).
1995 – Morre Adolfo Correia da Rocha.
 
 
 
 
 
 
 
 
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Sexta-feira, 10 de Outubro de 2008

GOVERNO LULA E A IMPRENSA

 


A imprensa tem como função divulgar a notícia sem distorcê-la, promover a denúncia quando a notícia é transgressora, formar opiniões sem ser parcial e principalmente, ser mais um órgão a serviço da população que a lê. Claro que nem sempre a imparcialidade acontece. Vários são os exemplos registrados na história da manipulação da notícia. Em períodos de governos autoritários a imprensa torna-se um potencial porta-voz de propaganda populista a serviço do estado, e a imprensa independente é amordaçada. Mas esta manipulação não é uma prática do passado e só dos regimes autoritários. Um exemplo mais recente foi o primeiro ano da Guerra do Iraque, desencadeada em 2003, quando a imprensa americana foi proibida de divulgar os verdadeiros acontecimentos, formulando opiniões favoráveis e notícias nacionalistas para manipular a população norte-americana para que continuasse favorável à guerra. Notícias contraditórias e mais realistas vazadas na internet e os dissabores de uma guerra prolongada e sem concretizar os seus objetivos, fez com que essa manipulação fosse vencida pela própria força dos acontecimentos. Outro exemplo foi a não renovação da concessão pública à Radio Caracas Televisión (RCTV) na Venezuela, pelo presidente Hugo Chavez, alegando que esta falava mal do seu governo. Nem sempre imprensa e governo andam lado a lado. Uma das características do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é a sua visível animosidade em relação à imprensa. Todas às vezes que viu a sua popularidade abaixar, Lula acusou a imprensa de manipular uma imagem negativa a seu respeito. Até onde a imprensa brasileira e o governo Lula são incompatíveis? E essa incompatibilidade seria fruto de uma imprensa não receptiva ou da falta de uma assessoria de imprensa mais capacitada a defender às críticas desfavoráveis ao governo, sem ofender quem elaborou tal crítica?

A Assessoria de Imprensa do Presidente e a Imprensa

Longe vai o tempo que para se defender da ditadura militar, o então metalúrgico Luiz Inácio da Silva, o Lula, precisava que a imprensa divulgasse a sua luta, estar presente no noticiário nacional evitava que a ditadura sumisse com ele, como fez com vários líderes políticos. Há quem afirme que esta mágoa de Lula em relação à imprensa nasceu em 1989, quando a Rede Globo teria manipulado uma imagem favorável ao seu opositor, Fernando Collor, vencedor nas eleições daquele ano. Verdade ou não, há uma assessoria de imprensa do presidente que insiste em não refutar críticas, mas sim dar a desculpa que a imprensa brasileira é burguesa e não aceito um presidente sem um diploma universitário. Desculpa simplista para uma assessoria presidencial, que prefere gastar milhões em propaganda do estado, não sabendo aproveitar em benefício próprio o que lhe pode oferecer a imprensa oficial além da notícia negativa.
Uma das crises mais sérias entre o governo Lula e a imprensa foi deflagrada em 2004, quando o repórter norte-americano Larry Rother, correspondente do “The New York Times” no Brasil, escreveu um artigo insinuando que o presidente Lula bebia além do recomendado para um homem com o primeiro cargo público de um país, sugerindo inclusive problemas de alcoolismo na conduta de Lula. Ofensivo ou não, a atitude do governo foi de um autoritarismo digno de um governo repressivo. O visto temporário de trabalho no Brasil do jornalista foi cancelado, havendo inclusive ameaça de expulsão. Atitude imperdoável, pois para esse tipo de notícias há processos que caracterizam a difamação e os danos morais. Mas tentar calar um jornalista dessa forma repressiva e autoritária pôs em evidência uma prática que os militantes do partido do presidente condenaram durante a ditadura militar.

José Dirceu, o Brasileiro do Ano pela IstoÉ

Mas houve um tempo que a imprensa até manipulou a favor do governo Lula. A revista IstoÉ que tanto tinha orgulho de se dizer independente, foi uma das que mais publicou reportagens favoráveis durante o primeiro mandato do presidente petista. Para se ter uma idéia da propaganda ao governo Lula na época, o exemplar número 1836, de 15 de dezembro de 2004, estampava na sua capa o brasileiro do ano: José Dirceu. E não foi em um ano que o ex-ministro da casa civil estava no seu auge inatingível, em fevereiro daquele ano, tornara-se pública uma fita que registrava o ex-subsecretário de assuntos parlamentares da casa civil, Waldomiro Diniz, a extorquir um bicheiro em 2002. A revista dava o título de brasileiro do ano justamente por achar que José Dirceu tinha vencido esse vendaval de forma ética e superior. A verdade é que o assunto foi abafado e varrido pelo governo para debaixo do tapete, esquecido pela imprensa quando deixou de render bons furos jornalísticos, como sempre acontece. A revista publicava este texto:
“(...) Waldomiro foi expelido do Palácio e Dirceu cruzou quase que solitário os ventos bravios de então para convencer o País de que o assessor traíra a sua confiança. “Sou um homem acostumado a nunca ter dúvida sobre a minha honra e ética. Pela primeira vez, num assunto no qual não tenho nenhuma responsabilidade, se criou na sociedade uma idéia de que eu podia estar envolvido com algo. Como sei que não estou e nunca estive envolvido, tenho tranqüilidade. Mas que é duro, é”, confessa ele, com olhos cheios d’água, passados dez meses do escândalo e frisando a solidariedade do presidente Lula, que insistia que o episódio era uma bobagem e estava superado. (...)”
A história provou que não, poucos meses depois, em 2005, surgiu o escândalo do mensalão, que derrubou a honra e a ética proferidas por José Dirceu, derrubando o homem do ano eleito pela revista IstoÉ. Ainda nesta revista era eleito Luiz Gushiken como o homem do ano na comunicação social. Também ele não resistiria às acusações de corrupção e deixaria o governo Lula pela porta de trás.
Uma curiosidade, lá embaixo, em menor destaque, a revista dava o título de consolação de homem do ano nos esportes a Vanderlei Cordeiro de Lima, aquele nosso herói que, apanhado no meio de uma maratona nas Olimpíadas de Atenas por um louco de saias, foi obrigado a deixar a corrida, voltando bravamente e alcançando o terceiro lugar. Se a revista tivesse sido imparcial e apurasse mais os efeitos de um escândalo não solucionado, mas abafado, talvez não tivesse perdido a credibilidade de muitos dos seus leitores, como eu, que não a leu mais.
Assim, para que não nos deixemos manipular pela imprensa, devemos primeiro perceber a sua linha editorial, para lermos as suas notícias com imparcialidade e não nos deixarmos conduzir por uma suposta interpretação dos fatos. Porque seja as revistas Istoé, Veja, Época, etc, ou os principais jornais do país, todos eles seguem uma linha editorial, e nesta linha encontramos a chave da interpretação da notícia. Ela jamais nos chega de forma imparcial e cem por cento honesta, sem tendências. Cabe a nós aceitar ou não a notícia política. Ela nunca é inocente.
 
 
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Quarta-feira, 8 de Outubro de 2008

AMADOR

 

 

Há filmes que se tornam especiais pela qualidade da película, originalidade do roteiro, interpretação dramática dos atores e do momento criativo do diretor, ou tudo isto junto e aquele momento emotivo único pelo qual passamos quando o assistimos. Amateur (traduzido literalmente para Amador) é daqueles filmes que consegue fazer de nós mais que um ardoroso espectador, envolvendo-nos em suas teias, a fazer de nós cúmplices dos seus labirintos quase sem saídas, mas de becos improvisados e escapes inesperados. De uma ação psicológica intensa, o filme vai do humor negro ao drama existencialista, do thriller ao policial, trazendo pistas de quem foi ou de quem é cada personagem. O filme é de Hal Hartley, cineasta americano, nascido em Lindenhurst, em 3 de novembro de 1959, considerado na década de noventa o maior ícone do cinema independente.
Amateur traz diálogos poucos convencionais, uma característica das obras de Hartley, além de um humor envolvente, onde cada ator carimba o aspecto corrosivo e essencial do seu personagem, tornando-os dilacerantes dentro de uma estética fotográfica favorecida por planos generosos. Feito em 1994, o filme foi uma ode à atriz francesa Isabelle Huppert, que escrevera para Hartley revelando-se sua admiradora, propondo-se a trabalhar com ele fosse em que papel ele a quisesse dirigir. O resultado do encontro é um momento brilhante da criação de Hal Hartley e do talento ilimitado de Isabelle Huppert, tornando-o um filme cult do cinema independente americano.
 

Amador em Busca de Uma Identidade
 


A história começa quando Thomas (Martin Donovan) é atirado de uma janela, caindo na rua. Quando desperta, está sem memória, totalmente despido da sua verdadeira personalidade e da sua vida. Envolve-se com a ex-freira Isabelle (Isabelle Huppert), que ganha a vida a escrever pornografia. Isabelle descobre um Thomas totalmente desprotegido e fragilizado pela obscuridade do seu passado. Quanto mais descobre as verdades que esqueceu, mais uma distância se faz entre o novo e o antigo Thomas. O caráter do novo a entrar em confronto com a marginalidade explícita do antigo. No meio do caminho está a ex-mulher Sofia (Elina Löwensohn), que ele transformara em uma famosa atriz de filmes pornôs, a quem explorava financeiramente. Sofia foi quem o atirou pela janela, na tentativa de se libertar dessa exploração e dos maus tratos.
Cada vez que se aproxima das evidências sobre o passado, mais a nova personalidade de Thomas rompe com a antiga. É a tentativa do recomeço, de poder ser alguém melhor. A descoberta do eu verdadeiro de Thomas entra em conflito com o seu caído, que fizera dele um homem violento, brutal no trato à esposa, envolvido com drogas e perseguido pela polícia. Não fosse a perseguição a fazer que ajuste contas com o passado, Thomas tornar-se-ia um homem melhor, renascido e revelado pela amnésia.
Também Isabelle é uma mulher que traz uma desconhecida dentro de si, aflorada na anônima que escreve pornografias. Da antiga freira nascera a ninfomaníaca de sexualidade reprimida, que ainda se mantém virgem. Ao se vestir com as roupas da ex-mulher de Thomas, Isabelle se transforma na mulher de libido efervescente que sempre domou dentro de si. Também ela rompe com a personalidade do antes, abraçando o novo de agora.
Na tentativa de salvar Thomas, Isabelle decide voltar ao seu antigo asilo, local sagrado, onde a busca pelo perdão pode ser alcançada. E é justamente essa busca do novo Thomas, a redimissão do antigo. Na fuga ele se depara com o cerco final às portas do asilo. Ali sente que todos os medos podem ser protegidos, o preço do perdão é a nova vida em prol dos pecados da antiga. O novo Thomas se redime dos pecados e já pode morrer em paz, sendo finalmente perdoado. Isabelle, agachada ao lado do corpo de Thomas, pronuncia as últimas palavras do filme, quando questionada pela polícia se conhecia aquele homem: “Sim, eu conheço este homem”. Aqui a prova de que ela conheceu o redimido e verdadeiro Thomas, apagando de vez o que antes existiu. É um dos momentos mais sublimes do cinema de Hartley, fazendo das ambigüidades da história um dos mais belos filmes da década de noventa. Amador? Inesquecível.
Amateur ganhou o Silver Award no Festival Internacional de Tóquio em 1994.

 Ficha Técnica:

Amador


Direção: Hal Hartley
Ano: 1994
País: Estados Unidos, França, Inglaterra
Gênero: Drama, Comédia, Policial, Thriller
Duração: 105 minutos / cor
Título Original: Amateur
Roteiro: Hal Hartley
Música: Hal Hartley, P. J. Harvey, Liz Phair e Jeffrey Taylor
Fotografia: Michael Spiller
Elenco: Isabelle Huppert, Martin Donovan, Elina Löwensohn, Damian Young, Chuck Montgomery, Dave Simonds, Pamela Stewart, Erica Gimpel, Jan Leslie Harding, Terry Alexander
Sinopse: Isabelle é uma ex-freira que ganha a vida escrevendo pornografia. Ela encontra Thomas, que não se lembra da vida que teve e ter transformado a ex-mulher em uma famosa estrela pornô. Juntos Isabelle e Thomas tentam desvendar esse passado.

FILMOGRAFIA DE HAL HARTLEY:

Longa-Metragens:

2006 – Fay Grim (Fay Grim)
2005 – The Girl From Monday (sem título em português)
2001 – No Such Thing (sem título em português)
1998 – The Book of Life (O Livro da Vida)
1997 – Henry Fool (As Confissões de Henry Fool)
1995 – Flirt (Flerte)
1994 – Amateur (Amador)
1992 – Simple Men (Simples Desejo)
1990 – Trust (Confiança)
1989 – The Unbelievable Truth (Uma Relação Muito Perigosa)

Curta-Metragens:

2004 – Sisters of Mercy (sem título em português)
2000 – Kimono (sem título em português)
2000 – The New Math(s) (sem título em português)
1994 – NYC 3/94 (sem título em português)
1994 – Opera No. 1 (sem título em português)
1993 – Iris (sem título em português)
1991 – Ambition (sem título em português)
1991 – Surviving Desire (sem título em português)
1991 – Theory of Achievement (sem título em português)
1988 – Dogs (sem título em português)
1987 – The Cartographer’s Girlfriend (sem título em português)
1984 – Kid (sem título em português)

 
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publicado por virtualia às 15:13
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Segunda-feira, 6 de Outubro de 2008

DAVID DE MICHELANGELO

 

 

Uma das mais belas obras produzidas pela humanidade, a estátua renascentista de David, do genial Michelangelo, completou 500 anos em 2004. Atraído emocionalmente e esteticamente pela perfeição da beleza masculina, Michelangelo nos contempla com uma das mais perfeitas concepções do corpo do homem e a sua incansável ambição de encontrar o ideal grego da beleza, traz um realismo anatômico que parece dar vida à estátua, saltando do mármore uma nudez edênica diluída em veias latejantes, curvas e músculos que quebram a sua frieza de pedra. Nos seus 5,17 m de altura, a juventude e perfeição humana registram aqui um momento de eternidade, como se a degeneração do corpo e do físico estivesse esquecida, muito além do Éden e das suas portas fechadas para a perfeição da obra contestada de Deus.


Genialidade e Perfeição

Inspirada na figura histórica do rei David, conquistador de Jerusalém e responsável pelas promessas messiânicas que atravessariam os séculos e as religiões, a estátua de Michelangelo traz um David momentos antes de enfrentar o gigante Golias. Michelangelo começou a esculpi-la em Florença, em 1501, a partir de um gigantesco bloco de mármore abandonado há quarenta anos em um local pertencente à catedral da cidade. O bloco tinha sido entregue ao escultor Duccio, para que esculpisse nele a estátua de um profeta, mas Duccio morreu logo a seguir. Do imenso bloco de mármore surgiu a colossal estátua de David, apresentada três anos mais tarde, em setembro de 1504.
Por causa da sua realista genialidade anatômica, a criação de Michelangelo sofreu vários ataques numa Europa que deixava aos poucos os pudores da Idade Média, assustando-se com a sua nudez perfeita. Exposta em frente ao Palazzo Vecchio (Palácio Velho), na Piazza Della Signoria (Praça da Senhoria), em Florença, foi recebida com muitos protestos e tentativas de cobri-la com uma tanga, naquele ano de 1504, os florentinos receberam-na com pedradas e, em outra ocasião, um banco foi arremessado contra ela por desordeiros.
Mas a obra resistiu aos protestos e às agressões, e com o passar dos anos passou a ser admirada e venerada, sendo feita símbolo máximo daquela cidade da Toscana. A estátua esteve em frente ao Palazzo Vecchio até 1873, quando foi transferida para o interior da Galleria dell’Accademia (Galeria da Academia), para protegê-la dos desgastes externos. Em 1910 foi feita uma réplica para marcar a entrada do palácio, e as proporções humanas quase perfeitas do original podem ser admiradas na Accademia, que recebe milhares de visitantes todos os anos.
Na comemoração dos seus 500 anos a estátua ganhou o direito a um conturbado e delicado processo de restauração, após um estudo de 11 anos de qual seria a melhor forma de fazer essa restauração sem danificar muito a obra, que sofreu degradação durante os séculos que esteve exposta ao relento.
Vista de todos os ângulos, a estátua revela um homem no esplendor da sua nudez, da sua virilidade anatômica saltitante e pulsativa, da sua juventude inatingível e perene, como se o mármore fosse a vida, e a vida o mármore. Da vasta cabeleira encaracolada, aos pêlos limiares a desvendar o sexo em repouso, dos dedos perfeitos e das veias que das mãos saltam, vamos nos perdendo nos labirintos da perfeição da obra. Momento único da genialidade criativa de Michelangelo. David é a volta ao clássico grego, sem perder a sua identidade e fascínio que seduziu através dos séculos, transformando-se numas das obras mais contempladas do planeta. David é o exemplo de quando a obra transcende ao criador e cria a sua própria história.

 






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