Sábado, 29 de Novembro de 2008

OS MESES DO ANO - ABRIL

 

 
Abril é o quarto mês do calendário gregoriano, formado por 30 dias, que no hemisfério norte corresponde à primavera e no hemisfério sul ao outono. Abril foi o segundo mês do calendário romano, quando este era começado por Março, o mês de Marte, pai de Rômulo, o fundador da cidade de Roma.
A origem do nome perdeu-se com o tempo, a teoria mais comum é que Abril deriva do verbo latino Aperire (Aprilis), que significa o “abrir” das flores, das árvores e da natureza. Os romanos costumavam dedicar os meses aos deuses, Abril era o mês consagrado a Vênus, a deusa do amor romana, divindade correspondente à Afrodite dos gregos, que tinha as suas festas sagradas no primeiro dia do mês. Desta dedicação à Vênus, surge a segunda teoria que Abril inicialmente chamado de Aphrilis, seria um nome latino de Afrodite, ou ainda, seja derivado do nome etrusco da deusa, Aprus.
As lendas persistiram até os dias atuais, o que levou à tradição popular de que os amores iniciados em Abril serão eternos, o que fez do mês um dos mais venerados pelo romantismo dos amantes.

Vênus, Deusa do Amor Nascida da Espuma do Mar

Vênus, deusa do amor dos romanos, ou Afrodite, dos gregos, segundo a lenda, teria nascido da espuma do mar. Na luta dos deuses pelo poder, uma noite, quando Urano (Céu) desceu sobre Gaia (Terra) para fecundá-la, Cronos (Saturno), aproximou-se e cortou com um só golpe de foice, os testículos do pai, atirando-os ao mar. No mar formou-se uma enorme espuma dos órgãos arrancados de Urano, da qual surgiu Afrodite (Vênus), a mais bela de todas as deusas, amparada em uma grande concha de madrepérolas. Os Zéfiros sopraram-na para a ilha de Chipre, onde estavam à sua espera as Horas, que lhe cobriram com uma túnica imortal e adornaram os seus longos cabelos loiros com singelas violetas.
Afrodite é a deusa do amor, a maior força que conduz o homem. Esta força pode ser tanto a do sentimento mais profundo, como a do desejo sexual insaciável e destrutivo. A sua força como deusa pode engrandecer o homem, como levá-lo à loucura. A deusa era tida como uma força primaveril, que traz o esplendor anual das plantas e a renovação da vida pelo amor, sempre em paralelo com a vida humana e a vegetal, pois a agricultura conduz a força da civilização helênica. Sem a primavera não há a fertilidade, não há a renovação da vida, não há o futuro. Sendo a mais bela das deusas, Afrodite foi obrigada a casar-se com Hefestos (Vulcano), o deus feio e coxo dos vulcões, que em vingança à mãe Hera (Juno), a mantém presa em um trono mágico, só a liberta quando Zeus (Júpiter) entrega-lhe a mais bela das deusas como esposa. Inconformada com o seu destino, Afrodite trai sem culpa o marido com os mais belos deuses: Ares (Marte), Hermes (Mercúrio) e Dionísio (Baco), ou com os mortais Adônis e Anquises.
Afrodite é assimilada pela Vênus romana. Com o passar dos séculos, os mitos das duas tornam-se inseparáveis, fundindo as lendas e as características. A deusa do amor foi a que mais teve o seu mito difundido através da arte dos grandes pintores e escultores pelos séculos. Em Roma o seu culto gerou várias festividades, além do mês que se tornou o Abril atual.

Abris na História do Mundo

01 de Abril
1924 – Adolf Hitler é condenado a cinco anos de prisão por alta traição, por pretender depor à força, o governo bávaro, em 8 de novembro de 1923.
1933 – O governo alemão incita o povo a boicotar todos os empreendimentos em que os donos são judeus, iniciando a perseguição aos israelitas na Alemanha.
1939 – Termina a Guerra Civil Espanhola (1936-1939), com a tomada de Madrid pelas tropas de Franco (na foto, cartaz de propaganda da guerra).

02 de Abril
1917 – O Congresso dos Estados Unidos vota a favor da entrada do país na Primeira Guerra Mundial, contra a Alemanha.
1948 – Para restabelecer a economia européia, debilitada pela Segunda Guerra Mundial, entra em vigor o Plano Marshall.
1982 – Tropas argentinas iniciam a ocupação das Ilhas Malvinas, que estavam sob o domínio da Grã-Bretanha.

03 de Abril
1493 – Fernando de Aragão e Isabel de Castela recebem, em Barcelona, Cristóvão Colombo, que voltava da viagem em que descobrira o continente americano.
1940 – Winston Churchill é nomeado chefe do Conselho de Defesa Britânico, entrando em um momento que a Inglaterra estava em desvantagem diante das forças alemãs, durante a Segunda Guerra Mundial.
1992 – O escudo, moeda portuguesa, adere ao Sistema Monetário Europeu.

04 de Abril
1693 – Dona Joana, princesa de Portugal, filha de Dom Afonso V, é canonizada pelo papa Inocêncio XII.
1948 – Ratificado em Washington, Estados Unidos, o documento que cria a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).
1968 – Martin Luther King, líder pacifista do movimento negro dos Estados Unidos, é assassinado em Menphis.

05 de Abril
1794 – Acusado de indulgente e traidor à revolução, o francês George Jacques Danton é guilhotinado.
1879 – Explode a Guerra do Pacífico, conflito envolvendo o Chile, Peru e Bolívia, em razão da delimitação das fronteiras entre os três países.
1952 – Após um golpe de estado e dissolver os partidos políticos, Fulgêncio Batista assume a presidência de Cuba.

6 de Abril
1199 – Ricardo Coração de Leão, rei inglês, é assassinado no castelo de Chaluz, na França.
1895 – Preso o escritor Oscar Wilde, condenado a dois anos de trabalhos forçados por prática de homossexualismo.
1896 – Começa em Atenas, Grécia, a primeira realização dos jogos olímpicos da era moderna.
2005 – Morre, aos 81 anos, o príncipe Rainier III de Mônaco.

07 de Abril
1939 – A Albânia é invadida por tropas italianas.
1980 – Em seqüência à invasão de estudantes à embaixada norte-americana em Teerã, os Estados Unidos rompem relações diplomáticas com o Irã, impondo ao país severas restrições comerciais.
1994 – Começam os conflitos entre as etnias hutus e tutsis, no Ruanda, que levariam à morte mais de quinhentos mil tutsis (foto).

08 de Abril
1876 – Estréia em Milão, a ópera Gioconda, de Ponchielli.
1939 – A Espanha retira-se da Sociedade das Nações.
1973 – Morre, aos 91 anos, o pintor espanhol Pablo Picasso, um dos maiores gênios da pintura do século XX.

09 de Abril
1940 – Tropas nazistas invadem os países escandinavos, Dinamarca e Noruega.
1966 – Anunciada em Roma, pelo cardeal Ottaviani, a anulação da lista de livros proibidos pela igreja católica.
1986 – A dirigente da oposição paquistanesa, Benazir Bhutto, volta ao Paquistão após dois anos de exílio voluntário na Inglaterra.

10 de Abril
1912 – Sai de Southampton, Inglaterra, para sua primeira e trágica viagem, o Titanic, considerado o navio mais seguro que já se tinha construído.
1919 – Morre a tiros, o líder revolucionário mexicano Emiliano Zapata, vítima de uma emboscada, em Morelos.
1998 – Os partidos da Irlanda do Norte chegam a um acordo de paz, pondo fim a trinta anos de violência.

11 de Abril
1919 – Criada em Genebra, Suíça, a Organização Internacional do Trabalho (OIT).
1929 – A Alemanha nega asilo político para o soviético Leon Trotsky.
1961 – Tem início em Israel, o julgamento do criminoso nazista Adolf Eichman, que fora o arquiteto da “Solução Final”, responsável pelo extermínio de seis milhões de judeus durante a Segunda Guerra Mundial.

12 de Abril
1928 – Atentado frustrado contra o rei da Itália, Victor Emanuel III, durante a inauguração da Feira de Mostras de Milão.
1945 – Morre o presidente dos Estados Unidos, Franklin Delano Roosevelt, sendo substituído por Harry S. Truman.
1961 – A União Soviética envia a primeira missão espacial tripulada. Yuri Gagarin torna-se o primeiro homem a ir ao espaço.

13 de Abril
1829 – O Parlamento inglês concede liberdade religiosa aos católicos.
1975 – Eclode a guerra civil no Líbano.
1986 – O papa João Paulo II visita uma sinagoga em Roma, sendo a primeira visita papal registrada a um templo judeu.

14 de Abril
1865 – O presidente norte-americano Abraham Lincoln sofre um atentado, sendo ferido com um tiro na nuca, morrendo no dia seguinte.
1908 – Aprovado pelo Parlamento da Dinamarca, o sufrágio universal e o direito ao voto às mulheres.
1988 – A União Soviética decide retirar as suas tropas do Afeganistão, ao qual invadira em 1979.

15 de Abril
1912 – Após chocar-se com um iceberg perto da Terra Nova, o transatlântico Titanic (foto)naufraga, matando 1513 pessoas.
1953 – Explodem duas bombas na Praça de Maio, em Buenos Aires, durante um discurso do presidente Perón, matando seis pessoas.
1968 – Alexander Dubcek, secretário geral do Partido Comunista da Tchecoslováquia, publica um programa de medidas liberais que incomoda os países do Pacto de Varsóvia.

16 de Abril
1922 – Quatro anos após o fim da Primeira Guerra Mundial, Alemanha e União Soviética restabelecem relações diplomáticas.
1941 – Tropas nazistas invadem Sarajevo, destruindo a principal sinagoga da cidade.
1985 – É abolida na África do Sul, a lei que proibia o casamento entre negros e brancos.

17 de Abril
1535 – Antonio de Mendoza é nomeado o primeiro rei da Nova Espanha, no México.
1897 – A Turquia declara guerra contra a Grécia.
1969 – Começa a Crise Acadêmica de 1969, em Portugal, com greve às aulas e boicote aos exames de junho, provocada pela prisão do líder estudantil Alberto Martins, pela polícia política salazarista.

18 de Abril
1906 – Um grande terremoto sacode a cidade de São Francisco, na Califórnia, destruindo a cidade e matando 452 pessoas.
1946 – Dissolvida a Sociedade das Nações. Suas funções seriam transferidas para a ONU.
1966 – Mao Tsé-Tung lança a grande revolução cultural na China Popular.

19 de Abril
1911 – As universidades de Lisboa, Coimbra e Porto passam a ter autonomia econômica e científica.
1949 – Os Estados Unidos destinam 5,43 bilhões de dólares ao programa de ajuda à Europa.
1999 – Reaberto o edifício do Reichstag em Berlim, para abrigar o Parlamento Alemão. O prédio tinha sido incendiado pelos nazistas em 1933 e devastado durante a II Guerra Mundial.

20 de Abril
1851 – José Rufino Echenique é eleito presidente do Peru.
1965 – A China oferece apoio ao Vietnã do Norte contra a agressão dos Estados Unidos.
1987 – Autorizada nos Estados Unidos o registro de patentes sobre novas formas de vida obtidas por manipulação genética.

21 de Abril
1918 – Derrubado o avião do barão Richthofen (foto), o mais temido piloto alemão, conhecido como “Barão Vermelho” por ter derrubado oitenta aviões inimigos durante a Primeira Guerra Mundial.
1945 – A artilharia soviética bombardeia Berlim, durante a Segunda Guerra Mundial.
1990 – João Paulo II inicia sua primeira visita ao leste europeu, após a queda do muro de Berlim.

22 de Abril
1915 – Pela primeira são utilizados gases asfixiantes como arma de guerra, durante a Primeira Guerra Mundial.
1981 – Eclode uma greve que mobiliza dez mil mineiros no Chile.
1994 – Morre o ex-presidente norte-americano Richard Nixon.

23 de Abril
1616 –
Morre o dramaturgo inglês William Shakespeare, um dos maiores autores da história, tendo criado obras universais como “Romeu e Julieta”, “Hamlet”, “Macbeth”, “Rei Lear” e “Othello”.
1952 – Transmitida, ao vivo, pela televisão norte-americana, a explosão da bomba atômica mais potente testada até então.
1967 – Explode no espaço a nave espacial Soyuz, matando o seu piloto, Vladimir Komarov.

24 de Abril
1854 – Casamento do imperador Francisco José da Áustria com Elizabeth de Wittelsbach, a famosa Sissi.
1916 – Eclode uma grande rebelião em Dublin, na Irlanda, contra a autoridade britânica.
1950 – A Jordânia anuncia a anexação da Cisjordânia, incluindo o setor oriental de Jerusalém, que se torna uma cidade dividida.

25 de Abril
1945 – Celebrada a primeira conferência de São Francisco. Cerca de cinqüenta nações representadas na conferência assinaram a Carta das Nações Unidas, que após ter sido ratificada, dá origem oficialmente à Organização das Nações Unidas (ONU), em 24 de outubro de 1945.
1974 – Eclode a Revolução dos Cravos, em Portugal, pondo fim à ditadura de mais de quatro décadas do regime salazarista.
1982 – Israel devolve ao Egito o controle sobre a península do Sinai, ocupada desde 1967, em cumprimento dos tratados de paz assinados em 1979.

26 de Abril
1937 – Os nazistas bombardeiam Guernica, na Espanha, durante a Guerra Civil Espanhola.
1986 – Explode um reator na central nuclear de Chernobyl, na Ucrânia, formando uma grande nuvem radioativa que se estendeu por vários países vizinhos, provocando o maior acidente nuclear de todos os tempos.
1994 – Nelson Mandela ganha com o seu partido, o Conselho Nacional Africano, as primeiras eleições multirraciais da África do Sul, com 62,6% dos votos.

27 de Abril
1945 – Proclamada a segunda República da Áustria e a sua independência da Alemanha nazista, que a anexara em 1938.
1960 – Proclamada a independência do Togo, no continente africano.
1992 – Sérvia e Montenegro proclamam a nova República Federal da Iugoslávia.

28 de Abril
1945 – Benito Mussolini e a sua amante Clara Petacci, são executados por integrantes do Comitê de Libertação da Alta Itália.
1969 – De Gaulle deixa o cargo de presidente da França.
1974 – Mário Soares regressa a Portugal, vindo do exílio em Paris (foto).

29 de Abril
1876 – Concedido, pelo Parlamento britânico, à rainha Vitória, da Inglaterra, o título de Imperatriz da Índia.
1922 – Entra em vigor o código penal argentino, sancionado em 30 de setembro de 1921.
1954 – Negada ajuda militar norte-americana à França, na Indochina.

30 de Abril
1789 – George Washington é eleito o primeiro presidente dos Estados Unidos.
1945 – Adolf Hitler e a sua companheira Eva Braun, com quem se casara momentos antes, suicidam-se em Berlim.
1975 – Queda de Saigon, pondo fim à sangrenta Guerra do Vietnã.

Abris na História do Brasil

01 de Abril
1641 – Amador Bueno é aclamado rei dos paulistas, mas não aceita a honraria e declara-se fiel à Coroa portuguesa.
1808 – Tem início em Pernambuco a Sublevação dos Marimbondos.
1808 – O príncipe regente d. João libera o estabelecimento de fábricas e manufaturas no Brasil.

02 de Abril
1776 – A coroa portuguesa reconquista o atual Rio Grande do Sul, que estava sob o domínio espanhol desde 1763.
1964 – Ranieri Mazzilli assume a presidência da República, após a deposição do presidente João Goulart.

03 de Abril
1817 – A bandeira da Revolução Pernambucana, contra o governo central, é abençoada no Recife.
1832 – Irrompe no Rio de Janeiro uma sedição militar, comandada pelo Partido Exaltado, com o objetivo de derrubar a regência.
1917 – Navio brasileiro é afundado por submarino alemão na costa da França, fato tido como o estopim para a entrada do Brasil na Primeira Guerra Mundial.

04 de Abril
1755 – D. José, rei de Portugal, concede privilégios a portugueses que se casem com índias brasileiras.
1835 – É fundada em Niterói (RJ), a primeira Escola Normal do país, para a formação de professores primários.
1849 – Cai o último foco de resistência dos remanescentes da Revolução Praieira em Água Preta, Pernambuco.

05 de Abril
1968 – A Frente Ampla, aliança política criada por Juscelino Kubitschek, João Goulart e Carlos Lacerda, é extinta pelo governo militar.
1982 – O filme Pra Frente Brasil, de Roberto Farias, que denunciava torturas, é censurado pelo regime militar.
1993 – A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) é privatizada em leilão.

06 de Abril
1831 – Antes de partir para Portugal, d. Pedro I nomeia José Bonifácio tutor dos seus filhos Francisca, Januária e Pedro de Alcântara, herdeiro do trono brasileiro.
1890 – Nasce no Porto, em Portugal, Serafim Leite, autor da História da Companhia de Jesus no Brasil, obra fundamental para o estudo dos jesuítas no Brasil.
1892 – Aparece publicamente pela primeira vez, no Rio de Janeiro, o Manifesto dos Generais, datado de 31 de março.

07 de Abril
1831 – D. Pedro I abdica do trono do Brasil em favor de seu filho, d. Pedro de Alcântara, futuro d. Pedro II.
1835 – Com o fim da Regência Trina, eleita após a abdicação de d. Pedro I, o padre Diogo Feijó é eleito regente único do Brasil.

08 de Abril
1832 – Charles Darwin visita a Praia Grande (Niterói) e a Baía de Guanabara.
1843 – Nasce no Piemonte, Itália, Ângelo Agostini, pintor, desenhista, caricaturista e editor, famoso por suas sátiras políticas.
1970 – Onda de invasões e saques a mercados por flagelados da seca no Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco e Piauí.

09 de Abril
1812 – Morre em Moçambique, na África, o inconfidente Tomás Antonio Gonzaga.
1891 – Circula no Rio de Janeiro, pela primeira vez, o Jornal do Brasil.

10 de Abril
1850 – Morre no Rio de Janeiro frei Antonio de Arrábida, bibliotecário da Biblioteca Nacional e Pública de 1822 a 1831.
1984 – Comício das Diretas Já! reúne cerca de 1 milhão de pessoas em frente à igreja da Candelária, no Rio de Janeiro.
1989 – Polícia sufoca motim de 800 presos em Corumbá (MS), que deixou um saldo de 12 mortos.

11 de Abril
1917 – O Brasil rompe relações diplomáticas com a Alemanha.
1935 – Os militantes comunistas Luiz Carlos Prestes e Olga Benário chegam ao Brasil usando passaportes falsos.
1990 – O Plano Collor I é aprovado pelo Congresso Nacional, e confisca a poupança dos brasileiros por um ano e meio.

12 de Abril
1972 – Tem início a Guerra do Araguaia, após um ataque do Exército a militantes do PC do B.
1972 – É criado por decreto o Parque Nacional da Chapada dos Guimarães (MT).

13 de Abril
1831 – D. Pedro I parte do Rio de Janeiro, rumo a Portugal, com o objetivo de depor do trono seu irmão d. Miguel.
1917 – Navios alemães ancorados no Brasil são confiscados em represália ao afundamento de um navio brasileiro na Europa, durante a Primeira Guerra Mundial.

14 de Abril
1832 – Começa em Recife, Pernambuco, o movimento revolucionário conhecido como “Abrilada”.
1857 – Nasce no Maranhão, Aluísio Azevedo, um dos principais escritores do naturalismo brasileiro, autor de O Cortiço.
1945 – A Força Expedicionária Brasileira (FEB) conquista Montese, importante rota de fuga para o exército alemão, na Segunda Guerra Mundial.

15 de Abril
1905 – Sessão de abertura do I Congresso Operário, no Rio de Janeiro.
1940 – Juscelino Kubitschek é nomeado prefeito de Belo Horizonte (MG).
1965 – Castelo Branco toma posse como presidente do Brasil com base no Ato Institucional nº 1.

16 de Abril
1866 – O exército brasileiro, após as primeiras batalhas, consegue invadir o território paraguaio. 1968 – Após uma semana de greve, metalúrgicos de Contagem (MG) conseguem 10% de reajuste salarial.
1984 – Realiza-se em São Paulo, o comício pelas Diretas Já!, reunindo 1,7 milhão de pessoas.

17 de Abril
1823 – Primeira reunião da Assembléia Constituinte, que meses depois seria dissolvida por d. Pedro I.
1996 – Confronto em Eldorado dos Carajás entre policiais e integrantes do MST deixa 19 mortos.

18 de Abril
1792 – Lavrada, no Rio de Janeiro, a sentença dos implicados na Inconfidência Mineira.
1945 – Promulgação do decreto-lei que cria o Instituto Rio Branco.
2001 – O Senado abre processo para investigar senadores envolvidos no escândalo da violação do painel eleitoral, tendo como conseqüência as renúncias de José Roberto Arruda e Antonio Carlos Magalhães.

19 de Abril
1648 – Primeira batalha dos Guararapes, em Pernambuco, entre tropas portuguesas e holandesas.
1882 – Nasce em São Borja (RS) Getúlio Vargas, líder da Revolução de 1930 e presidente do Brasil em duas ocasiões (1930 – 1945 e 1951 – 1954).

20 de Abril
1923 – Fundada no Rio de Janeiro a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, primeira estação de rádio do Brasil.
1997 – Galdino Jesus dos Santos, índio pataxó, é incendiado enquanto dorme, em Brasília, por um grupo de jovens que alegam, em sua defesa, tê-lo confundido com um mendigo.

21 de Abril
1792 – Enforcado no Rio de Janeiro Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes.
1821 – Adoção da Constituição espanhola em caráter temporário, enquanto não vigora a nova Carta redigida pelas Cortes de Lisboa.
1960 – A capital federal é instalada em Brasília.

22 de Abril
1500 – A frota portuguesa comandada por Pedro Álvares Cabral chega à atual região de Porto Seguro, no Brasil.
1972 – Restos mortais de d. Pedro I são trazidos de Portugal para o Brasil e sepultados no Monumento do Ipiranga.

23 de Abril
1933 – A Ação Integralista Brasileira (AIB), organização inspirada no fascismo italiano, faz o seu primeiro desfile em São Paulo.
1946 – Polícia fecha sede do Partido Comunista Brasileiro (PCB) e dispersa um comício no centro do Rio de Janeiro.

24 de Abril
1827 – João Caetano, um dos principais atores do Brasil no século XIX, estréia no teatro em Itaboraí (RJ).
1830 – Inauguração da Sociedade de Medicina do Rio de Janeiro.
1982 – Morre em São Paulo o historiador Sérgio Buarque de Holanda, autor de Raízes do Brasil, publicado em 1936.

25 de Abril
1767 – Nasce no Rio de Janeiro Luiz Gonçalves dos Santos, o Padre Perereca.
1775 – Nasce na Espanha, Carlota Joaquina de Bourbon, que seria rainha de Portugal e mãe de d. Pedro I.
1978 – Em sua 16ª Assembléia Geral, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) reivindica o estado de direito e a libertação dos presos políticos.

26 de Abril
1500 – Celebrada por Frei Henrique de Coimbra a primeira missa no Brasil.
1821 – Parte do Rio de Janeiro a esquadra que conduziu d. João VI de volta a Portugal.
1935 – Lançado no Rio de Janeiro o jornal A Manhã, favorável à Aliança Nacional Libertadora (ANL), organização de orientação comunista e opositora ao governo Vargas.

27 de Abril
1872 – Abolida por d. Pedro II a cerimônia do beija-mão, em uso no Brasil desde a chegada do seu avô d. João VI.
1892 – Negado hábeas corpus aos 46 presos acusados de homenagear Deodoro da Fonseca, ex-presidente, que estava doente.

28 de Abril
1928 – Fundada no Rio de Janeiro, por iniciativa do compositor Cartola e outros sambistas, a escola de samba Estação Primeira de Mangueira.
1945 – Soldados alemães e italianos se rendem à Força Expedicionária Brasileira em Fornovo, na Itália.

29 de Abril
1754 – Ataque guarani, liderado por Sepé Tiaraju, ao Forte do Rio Pardo, no Rio Grande do Sul.
1843 – Nasce na Paraíba, Pedro Américo, pintor, autor do quadro Independência ou Morte!, de 1888.
1945 – Rendição incondicional da 148ª Divisão de Infantaria Alemã ao 6º Regimento de Infantaria da FEB em Fornovo, na Itália, durante a Segunda Guerra Mundial.

30 de Abril
1825 – Executado no Recife, o padre Mororó, adepto da Confederação do Equador, de 1824, movimento contrário ao centralismo político de d. Pedro I.
1854 – Inaugurado o primeiro trecho da Estrada de Ferro Mauá, a primeira construída no Brasil.
1897 – Nasce em Volta Grande (MG), Humberto Mauro, autor do filme O Descobrimento do Brasil, em 1937, inspirado na carta de Pero Vaz de Caminha.

Nascidos em Abril

01 de Abril
Ali MacGraw, atriz norte-americana
Ana Maria Braga, jornalista e apresentadora brasileira
Debbie Reynolds, atriz norte-americana
Jane Powell, atriz e dançarina norte-americana
Milan Kundera, escritor tcheco
Otto Von Bismarck, líder político alemão
Toshiro Mifune, ator chinês

02 de Abril
Alec Guinness, ator britânico
Andrea Avancini, atriz brasileira
Emile Zola, escritor francês
Hans Christian Andersen, escritor dinamarquês
Mauro Mendonça, ator brasileiro
Paulo Zulu, modelo brasileiro

03 de Abril
Alec Baldwin, ator norte-americano
Clarice Abujamra, atriz brasileira
Doris Day, atriz e cantora norte-americana
Eddie Murphy, ator norte-americano
Leslie Howard, ator britânico
Luís de Sttau Monteiro, escritor portuguê
Marlon Brando (foto), ator norte-americano
Maria Clara Machado, escritora e teatróloga infantil brasileira
Marsha Mason, atriz norte-americana
Maurício Mattar, ator e cantor brasileiro

04 de Abril
Anthony Perkins, ator norte-americano
Cazuza, cantor e compositor brasileiro
Dionísio Azevedo, ator brasileiro
Heath Ledger, ator australiano
Marguerite Duras, escritora francesa (nascida na Indochina)
Maria II de Portugal, rainha portuguesa nascida no Brasil
Robert Downey Jr, ator norte-americano

05 de Abril
Bette Davis (foto), atriz norte-americana
Carmem Silva, atriz brasileira
Gregory Peck (foto), ator norte-americano
Lizandra Souto, atriz brasileira
Peter Greenaway, cineasta britânico
Roger Corman, cineasta norte-americano
Spencer Tracy (foto), ator norte-americano
Thomas Hobbes, filósofo inglês
Vicente de Carvalho, poeta e contista brasileiro

06 de Abril
Cacilda Becker, atriz brasileira
Juan Alba, ator brasileiro
Nívea Stelmann, atriz brasileira
Rafael, pintor renascentista italiano

07 de Abril
Billie Holiday, cantora norte-americana
Francis Ford Coppola, cineasta norte-americano
Gabriela Mistral, escritora chilena
Jackie Chan, ator e cineasta chinês
James Garner, ator norte-americano
José de Almada Negreiros, pintor, poeta e escritor português nascido em São Tomé e Príncipe
Russell Crowe, ator neozelandês

08 de Abril
Dulce Pontes, cantora portuguesa
John Gavin, ator norte-americana
Mary Pickford, atriz norte-americana
Patricia Arquette, atriz norte-americana

09 de Abril
Charles Baudelaire, poeta francês
Dennis Quaid, ator norte-americano
Jean-Paul Belmondo, ator francês
Mazzaropi, ator brasileiro

10 de Abril
Noite Ilustrada, cantor e compositor brasileiro
Omar Sharif, ator egípcio
Max Von Sydow, ator sueco
Steven Seagal, ator norte-americano

11 de Abril
Emílio Ribas, médico sanitarista brasileiro
João I de Portugal, grão-mestre da Ordem da Avis, 10º rei de Portugal
Joel Grey, ator norte-americano

12 de Abril
Andy Garcia, ator cubano
Chico Anysio, ator e humorista brasileiro
Herbie Hancock, músico e compositor norte-americano
Montserrat Caballé, cantora lírica espanhola
Oswaldo Louzada, ator brasileiro
Raul Pompéia, escritor brasileiro
Walter Salles Jr, cineasta brasileiro

13 de Abril
Catarina de Médici, rainha da França nascida na Itália
Don Adams, ator norte-americana
Howard Keel, ator e cantor norte-americano
Ivone Lara, cantora e compositora brasileira
Samuel Beckett, escritor e dramaturgo irlandês

14 de Abril
Adrien Brody, ator norte-americano
Aluísio de Azevedo, escritor brasileiro
Humberto Martins, ator brasileiro
Julie Christie, atriz britânica nascida na Índia

15 de Abril
Claudia Cardinali (foto), atriz italiana
Elizabeth Montgomery, atriz norte-americana
Emma Thompson, atriz britânica
Fernando Pessa, jornalista português
Gabriela Duarte, atriz brasileira
Leonardo da Vinci, cientista e pintor italiano
Vida Alves, atriz brasileira

16 de Abril
Charles Chaplin, cineasta e ator britânico
Ellen Barkin, atriz norte-americana
Martin Lawrence, ator e diretor americano nascido na Alemanha
Peter Ustinov, ator britânico
Rita Ribeiro, atriz e cantora portuguesa

17 de Abril
Benedito Ruy Barbosa, novelista brasileiro
Louise Cardoso, atriz brasileira
Márcio Garcia, ator e apresentador brasileiro
Odete Lara, atriz e cantora brasileira
Olivia Hussey, atriz argentina
William Holden (foto), ator norte-americano

18 de Abril
Antonio Fagundes, ator brasileiro
James Woods, ator norte-americano
Jean-Baptiste Debret, pintor e desenhista francês
Márcia Haydée, bailarina clássica brasileira
Monteiro Lobato, escritor brasileiro
Rick Moranis, ator canadense

19 de Abril
Armando Bógus, ator brasileiro
Dudley Moore, ator britânico
Getúlio Vargas, ex-presidente brasileiro
Jayne Mansfield, atriz norte-americana
Lygia Fagundes Telles, escritora brasileira
Manuel Bandeira, poeta brasileiro
Roberto Carlos, cantor e compositor brasileiro

20 de Abril
Adolf Hitler, ditador austríaco
Augusto dos Anjos, poeta brasileiro
Aurora Miranda, cantora brasileira
Barão do Rio Branco, personagem histórico do Brasil
Harold Lloyd, ator norte-americano
Jessica Lange, atriz norte-americana
Joan Miró, pintor e escultor espanhol
Míriam Pires, atriz brasileira
Rosa Lobato Faria, atriz e escritora brasileira
Ryan O'Neal, ator norte-americano

21 de Abril
Ana Lúcia Torre, atriz brasileira
Andie MacDowell, atriz norte-americana
Anselmo Duarte, ator e diretor brasileiro
Anthony Quinn,ator mexicano
Elizabeth II, rainha da Grã-Bretanha
Hilda Hilst, escritora brasileira
Marcel Camus, escritor francês
Mário Covas, político brasileiro

22 de Abril
Carlota Joaquina, princesa do Brasil e rainha de Portugal nascida na Espanha
Immanuel Kant, filósofo alemão
Jack Nicholson, ator norte-americano
Vladimir Lenin, político russo

23 de Abril
Herval Rossano, ator e diretor brasileiro
Lee Majors, ator norte-americano
Pixinguinha, compositor brasileiro
Sandra Dee, atriz norte-americana
Shirley Temple, atriz e diplomata norte-americana
William Shakespeare, escritor britânico

24 de Abril
Agildo Ribeiro, ator e comediante brasileiro
Barbra Streisand, atriz e cantora norte-americana
Canto e Castro, ator português
Jill Ireland, atriz norte-americana
Shirley MacLaine, atriz norte-americana

25 de Abril
Agostinho dos Santos, cantor e compositor brasileiro
Al Pacino, ator norte-americano
Ella Fitzgerald, cantora norte-americana
Janete Clair, novelista brasileira
Renée Zellweger, atriz norte-americana

26 de Abril
Eugène Delacroix, pintor francês
Ludwig Wittgenstein, filósofo e escritor austríaco
Mariana Ximenes, atriz brasileira
Morris West, escritor australiano

27 de Abril
Anouk Aimée, atriz francesa
Marisa Gata Mansa, cantora brasileira
Samuel F. Morse, norte-americano inventor do código morse

28 de Abril
Ann-Margret, atriz sueca
Antonio Salazar, político e ditador português
José Malhoa, pintor e desenhista português
Nair Bello, atriz brasileira
Oskar Schindler, empresário tcheco famoso por ajudar judeus perseguidos
Pénelope Cruz, atriz espanhola
Saddam Hussein, ditador iraquiano
Stênio Garcia, ator brasileiro

29 de Abril
Andre Agassi, tenista norte-americano
Celeste Holm, atriz norte-americana
Daniel Day-Lewis, ator irlandês
Duke Ellington, músico e compositor norte-americano
Hirohito, imperador japonês
Jerry Seinfeld, ator e humorista norte-americano
Michelle Pfeiffer (foto), atriz norte-americana
Nana Caymmi, cantora brasileira
Tom Ewell, ator norte-americano
Uma Thurman, atriz norte-americana
Vinícius Cantuária, cantor e compositor brasileiro
Zubin Mehta, músico e maestro indiano

30 de Abril
Bráulio Pedroso, dramaturgo e novelista brasileiro
Burt Young, ator norte-americano
Cloris Leachman, atriz norte-americana
Dorival Caymmi, cantor e compositor brasileiro
Floriano Peixoto, militar e ex-presidente brasileiro
Jill Clayburgh, atriz norte-americana
Kisten Dunst, atriz norte-americano
Ricardo Linhares, autor de novelas brasileiro
Willie Nelson, compositor e cantor norte-americano

Datas Comemorativas

01 de Abril – Dia da Mentira e Dia do Humorismo
02 de Abril – Dia Internacional do Livro Infanto-Juvenil
02 de Abril – Dia do Propagandista
03 de Abril – Dia da Verdade, Dia do Atuário e Dia do Desporto Comunitário
04 de Abril – Dia Nacional do Parkinsoniano
05 de Abril – Dia do Farmacêutico
05 de Abril – Dia dos Fabricantes de Materiais de Construção
05 de Abril – Dia das Telecomunicações
07 de Abril – Dia do Corretor (Brasil)
07 de Abril – Dia do Jornalista no Brasil (fundação da Associação Brasileira de Imprensa ABI)
07 de Abril – Dia do Médico Legista (Brasil)
07 de Abril – Dia Mundial da Saúde
07 de Abril – Dia Mundial do Combate à Hipertensão
07 de Abril – Dia Mundial da Luta Contra o Fumo
08 de Abril – Dia do Correio
08 de Abril – Dia da Natação
08 de Abril – Dia Mundial de Combate ao Câncer
09 de Abril – Dia Nacional do Aço
10 de Abril – Dia da Engenharia
10 de Abril – Dia do Engenheiro Metalúrgico
12 de Abril – Dia do Obstetra
13 de Abril – Dia do Beijo
13 de Abril – Dia dos Jovens
13 de Abril – Dia do Office-Boy
13 de Abril – Dia do Hino Nacional
14 de Abril – Dia Internacional do Café
14 de Abril – Dia da Tomada de Montese
15 de Abril – Dia Mundial do Desenhista
15 de Abril – Dia da Conservação do Solo (Brasil)
15 de Abril – Dia do Desarmamento Infantil
16 de Abril – Dia do Lions
16 de Abril – Dia da Voz
17 de Abril – Dia Internacional das Lutas Camponesas
17 de Abril – Dia da Botânica
17 de Abril – Dia Nacional de Luta Pela Reforma Agrária
18 de Abril – Dia Nacional do Livro Infantil
18 de Abril – Dia do Amigo
18 de Abril – Dia Internacional do Radioamador
19 de Abril – Dia do Exército Brasileiro
19 de Abril – Dia do Índio
20 de Abril – Dia do Diplomata
20 de Abril – Dia do Disco
21 de Abril – Dia de Tiradentes
21 de Abril – Fundação de Brasília
21 de Abril – Dia da Polícia Civil e Militar
21 de Abril – Dia da Latinidade
21 de Abril – Dia do Metalúrgico
22 de Abril – Descobrimento do Brasil
22 de Abril – Dia da Aviação de Caça
22 de Abril – Dia da Força Aérea Brasileira
22 de Abril – Dia Mundial do Planeta Terra
22 de Abril – Dia da Comunidade Luso-Brasileira
23 de Abril – Dia Mundial do Escoteiro
23 de Abril – Dia Nacional do Choro (estilo musical)
23 de Abril – Dia Mundial do Livro e dos Direitos do Autor
23 de Abril – Dia Nacional da Educação de Surdos
24 de Abril – Dia Internacional do Jovem Trabalhador
24 de Abril – Dia do Agente de Viagem
25 de Abril – Dia do Contabilista (Brasil)
25 de Abril – Dia da Revolução dos Cravos (Portugal)
26 de Abril – Dia do Goleiro
26 de Abril – Dia Nacional da Prevenção e do Combate à Hipertensão
27 de Abril – Dia da Empregada Doméstica
27 de Abril – Dia do Sacerdote
28 de Abril – Dia da Educação
28 de Abril – Dia Nacional da Caatinga
28 de Abril – Dia da Sogra
29 de Abril – Dia Internacional da Dança
30 de Abril – Dia Nacional da Mulher
30 de Abril - Dia do Ferroviário
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Sexta-feira, 28 de Novembro de 2008

AMÁLIA RODRIGUES - PATRIMÔNIO DE PORTUGAL

 

 

No século XX, quando Portugal atravessava o período cinzento da ditadura de Salazar, o empobrecimento e as guerras coloniais, surgia refulgente uma das mais belas vozes femininas do mundo: Amália Rodrigues. Dona de um carisma que conquistou não só o seu país, como o mundo, Amália Rodrigues traduziu a voz de Portugal nos quatro cantos do planeta. Do Estado Novo à Revolução dos Cravos, da perda do império colonial ao ingresso na União Européia, a figura de diva da Amália Rodrigues esteve presente. A voz que cantou Camões, que na sua beleza de tágide, representava tão bem a alma lusitana, a essência do povo que inventou a saudade e perpetuou este sentimento nas suas digitais.
Em Lisboa falava-se no mito da Amália nos bares, na câmara, no metropolitano, nas ruas, nas casas de fado de Alfama e do Bairro Alto, ela era unanimidade, o símbolo vivo daquela cidade que a viu nascer. Envelhecida, Amália Rodrigues era homenageada o todo momento, reverenciada, amada por todos. E aquela paixão do povo português era bem recebida por ela. Jamais recusou dar um autógrafo ou um sorriso a um fã, gostava de ser amada, precisava do carinho do seu público como precisava do ar para respirar.
Na década de noventa, Lisboa perdera um pouco da verve lusitana, tornando-se mais européia. Amália Rodrigues era o patrimônio vivo dessa verve, era o século XX português retratado em todas as décadas. Trazia uma boca excessivamente vermelha, como uma das cores da bandeira portuguesa, dona de uma voz que dilacerava os sentimentos por ela cantados, tudo nela era de um magnetismo que despertava a paixão incondicional do seu povo.
Quando Amália Rodrigues morreu em outubro de 1999, Portugal perdia o seu maior patrimônio artístico. Amália deixava de vez a vida que consagrara à arte e ao seu povo, para assumir a condição de mito, que jamais ofuscará a mulher que foi.
Amália Rodrigues está sepultada no Panteão Nacional, local onde estão sepultados muitos dos reis portugueses. Pela primeira vez na história daquele país, uma cantora de fado, vinda de Alcântara, um bairro popular de Lisboa, repousa os seus restos mortais ao lado da mais alta nobreza. Não é só uma cantora de fado que lá está, é a Amália Rodrigues.

De Alcântara Para o Mundo

Amália da Piedade Rebordão Rodrigues, nasceu em Alcântara, Lisboa, segundo o seu registro, em 23 de julho, mas ela afirmava que tinha nascido em 1 de julho, o ano era de 1920. Filha de uma família do Fundão, na Beira, foi criada em Lisboa pela avó materna, quando os pais retornaram para a Beira.
Amália cresceu pobre, em um bairro popular, repleto de costumes e tradições folclóricas. Participa das Marchas de Alcântara, onde canta pela primeira vez na vida. É em Alcântara que ela conhece o torneiro mecânico Francisco Cruz, por quem se apaixona, entregando-se a ele. Além da perda da virgindade, vem a perda da ilusão do primeiro amor, Chico, como era conhecido, nega-se à partida, a reparar a honra caprichosa e Amália, aos 18 anos, tenta o suicídio, ingerindo uma bola de veneno de rato que preparara. Foi salva por uma vizinha, que a fez ingerir azeite quente, fazendo-a vomitar durante três dias. Mais tarde, Chico casa-se com ela, é um casamento que serve apenas para salvar a honra ultrajada, já não há amor, o casamento duraria apenas três anos, a própria Amália tomou a iniciativa do divórcio.
Mas o destino de Amália Rodrigues já está traçado na mais alta das constelações das estrelas do mundo. Acompanhada pelo irmão pugilista Filipe Rebordão, ela começa a cantar nos retiros do fado. É no famoso Retiro da Severa que faz a sua estréia em 1939. Trazia no palco um porte novo de entrar em cena, com a cabeça deitada para trás, os olhos fechados, as mãos dramaticamente cruzadas. Quando soltava a voz, trazia um timbre que desafiava prantos sem cair no choradinho. A ascensão pelas casas de fado de Lisboa é imediata. A sua fama corre o Bairro Alto, a Mouraria. Torna-se estrela nos palcos do Luso, no Politeama e no Cassino do Estoril. E de Portugal, segue para o mundo.

O Fado de Amália Rodrigues e a Elite

Mas é através das mãos do banqueiro e aristocrata Ricardo Espírito Santo, que Amália Rodrigues faz uma lapidação da sua pessoa. Apaixonado, o banqueiro apresenta a fadista já afamada, para os nobres, os ricos e poderosos de Lisboa, que não tinham o costume de freqüentar as casas de fado. Todos se renderam ao fascínio da Amália, e passou a ser sofisticado vê-la cantar. O fado da cantora deixa de ser voltado apenas para o público popular, para atingir a elite da sociedade portuguesa.
Amália Rodrigues torna-se um ícone do fado. Estréia-se no cinema, fazendo vários filmes que fazem parte da história do cinema português. Em 1954, faz o filme “Os Amantes do Tejo”, uma produção francesa, onde canta os clássicos “Barco Negro” e “Solidão”, uma versão de David Mourão-Ferreira da “Canção do Mar”. Com este filme abre as portas da França. Fará apresentações históricas no Olympia de Paris.
Em 1961, Amália Rodrigues casa-se no Brasil com o engenheiro César Seabra, um matrimônio que iria durar até a morte do marido, em 1997.

Reverenciada Pela Ditadura e Pela Democracia Portuguesas

Em plena ditadura salazarista, Amália Rodrigues era uma referência de Portugal, o que refletia o Estado português e o seu regime vigente. Já no fim do regime ditatorial, em 1969, ela é condecorada pelo novo presidente do conselho de ministros, Marcelo Caetano, na Exposição Mundial de Bruxelas.
Apesar de nunca ter tido uma militância política, seja de direita ou de esquerda, a perseguição ideológica fez os seus respingos na carreira da cantora, logo após a Revolução de 25 de Abril, em 1974. A revanche da esquerda logo nos primeiros anos que se seguiram à revolução condenava o fado, tido como um dos símbolos do Estado Novo, considerado portanto, fascista. A opinião pública, cansada de quase meio século de ditadura, deixa-se levar por este conceito. Mas Amália Rodrigues era um mito incontestável, além de qualquer ideologia, era o símbolo vivo de Portugal dentro e fora do país. Aos poucos se concilia com o povo e a sua nova visão diante de um estado democrático. Ao passar os ventos da instabilidade de um novo Portugal, a intolerância ao fado é esquecida, o gênero musical é incorporado à essência da alma portuguesa. Alguns anos após a Revolução dos Cravos, Amália Rodrigues é elevada à condição única de musa perpétua da música portuguesa.
Reconciliada com a história e com a sua gente, Amália Rodrigues é condecorada pelo então presidente Mário Soares, com o grau de oficial da Ordem do Infante Dom Henrique, em pleno estado democrático português.
Na velhice, Amália Rodrigues era reverenciada por todas as gerações como uma deusa. Era homenageada em todos os lugares onde estava. Agradecida pelo amor dos portugueses, ela sorria, cruzava as mãos ao peito e apenas dizia: “Obrigada!”.
No dia 6 de outubro de 1999, calava-se para sempre aquela mulher que arrepiava as multidões quando subia ao palco, a trajar longas vestes negras, a boca muito vermelha, a cabeça atirada para trás, os olhos fechados e as mãos entrelaçadas. Calava-se a maior voz da saudade lusitana. Lisboa jamais seria a mesma, a cidade perdia um dos seus maiores monumentos históricos, monumento não feito de pedra ou de concreto, mas de carne, sangue e voz. Com a morte de Amália Rodrigues, Portugal fechou o século XX , entrando um ano antes no século XXI.

BIBLIOGRAFIA

1920 - Nasce em Lisboa no Bairro de Alcântara a 1 de Julho (data escolhida por Amália porque nos registros consta o dia 23).
1929 - Entra na Escola Oficial da Tapada da Ajuda, onde terminará a instrução primária.
1934 - Trabalha como bordadeira, engomadeira e tarefeira.
1935 - Desfila na Marcha de Alcântara e canta pela primeira vez, acompanhada à guitarra, numa festa de beneficência.
1938 - Representando o Bairro de Alcântara participa no Concurso da Primavera.
1939 - Estréia-se como fadista no Retiro da Severa.
1940 - É atração no Teatro Maria Vitória, na revista Ora Vai Tu!. Casa-se com Francisco Cruz.
1943 - Canta em Madrid, a convite do embaixador português. Divorcia-se de Francisco Cruz.
1944 - A estada no Brasil, prevista para seis semanas, estende-se por três meses. Atua no Cassino da Urca.
1945 - No Brasil grava os primeiros dos 170 discos (em 78 rotações) da sua carreira.
1947 - É protagonista no filme “Capas Negras”, batendo todos os recordes de exibição (22 semanas em cartaz no Cinema Condes).
1948 - Recebe o prêmio do SNI (Secretariado Nacional de Informação) para a melhor atriz, pelo seu papel em “Fado”, filme de Perdigão Queiroga.
1949 - Atua pela primeira vez em Paris e Londres.
1950 - Canta em Roma, Trieste e Berlim.
1951 - Digressão a África: Moçambique, Angola e Congo.
1952 - Atua pela primeira vez em Nova York no La Vie en Rose, ficando 4 meses em cartaz. Assina contrato com a Valentim de Carvalho, que passa a gravar todos os seus discos.
1953 - É a primeira artista portuguesa a cantar na televisão americana no programa Eddie Fisher Show.
1954 - Edita o primeiro LP nos Estados Unidos. Atua no Mocambo, em Hollywood.
1955 - Interpreta “Canção do Mar” e “Barco Negro” no filme de Henri Verneuil “Os Amantes do Tejo”. Filma no México “Música de Sempre” com Edith Piaf.
1957 - Estréia-se no Olympia em Paris e começa a cantar em francês. Charles Aznavour escreve para ela “Ai, Mourrir pour Toi”.
1961 - Casa no Rio de Janeiro com o engenheiro César Seabra.
1962 - Lança o disco “Asas Fechadas” e “Povo que Lavas no Rio” do poeta Pedro Homem de Mello.
1965 - Protagoniza o filme As Ilhas Encantadas.
1966 - Atua no Lincoln Center (Nova York) com uma orquestra sinfônica dirigida pelo maestro André Kostelanetz.
1967 - Recebe em Cannes, pelas mãos do ator Anthony Quinn, o prêmio MIDEM (Disco de Ouro) para o artista que mais discos vende no seu país, fato que se repete nos dois anos seguintes, proeza só igualada pelos Beatles.
1969 - É condecorada por Marcelo Caetano.
1970 - Atua em Tóquio, Nova Iorque e Roma e recebe uma alta condecoração francesa.
1975 - Regressa ao Olympia em Paris.
1976 - É editado pela UNESCO o disco “Le Cadeau de la Vie” em que figura ao lado de Maria Callas e de John Lennon.
1977 - Canta no Carnegie Hall de Nova York.
1985 - Volta a cantar no Olympia de Paris. Dá o primeiro concerto a solo no Coliseu dos Recreios de Lisboa.
1989 - Comemora os 50 anos de carreira com uma exposição no Museu do Teatro em Lisboa.
1990 - Dois grandes espetáculos: Coliseu dos Recreios e no São Carlos onde, pela primeira vez em 200 anos, se ouve cantar o fado.
1994 - Atua pela última vez em público no âmbito de Lisboa, Capital da Cultura.
1995 - É operada a um tumor no pulmão. Edita o seu último disco “Pela Primeira Vez”.
1997 - Morre César Seabra, seu marido.
1998 - É lançado o disco O Melhor de Amália, muito aclamado pela crítica internacional. É homenageada na Expo 98.
1999 - A 6 de Outubro morre em Lisboa, na sua casa na Rua de São Bento.

DISCOGRAFIA

1945 – Perseguição
1945 – Tendinha
1945 – Fado do Ciúme
1945 – Ai Mouraria
1945 – Maria da Cruz
1951/52 – Ai Mouraria
1951/52 – Sabe-se Lá
1953 – Novo Fado da Severa
1953 – Uma Casa Portuguesa
1954 – Primavera
1955 – Tudo Isto É Fado
1956 – Foi Deus
1957 – Amália no Olympia
1963 – Povo Que Lavas no Rio
1964 – Estranha Forma de Vida
1965 – Amália Canta Luís de Camões
1969 – Formiga Bossa Nova
1970 – Amália e Vinícius
1970 – Com Que Voz
1970 – Fado Português
1971 – Oiça Lá ó Senhor Vinho
1971 – Amália no Japão
1972 – Cheira a Lisboa
1973 – A Una Terra Che Amo
1976 – Amália no Canecão
1976 – Cantigas da Boa Gente
1983 – Lágrima
1984 – Amália na Broadway
1985 – O Melhor de Amália Rodrigues – Estranha Forma de Vida
1985 – O Melhor de Amália – Volume 2 – Tudo Isto É Fado
1990 – Obsessão
1992 – Abbey Road 1952
1997 – Segredo

 

 
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Terça-feira, 25 de Novembro de 2008

TRÊS CORES: AZUL - BRANCO - VERMELHO


 

Um dos momentos mais sublimes do cinema dos anos noventa e de toda a história do cinema, é a trilogia Três Cores: Azul, Branco e Vermelho, de Krzysztof Kieslowski. A idéia nasceu da vontade do realizador polonês homenagear a França, inspirou-se nas cores da bandeira daquele país e nos princípios da Revolução Francesa: liberdade (Azul), igualdade (Branco) e fraternidade (Vermelho). A partir desta idéia, mergulhamos no cinema intimista, repleto de simbolismos psicológicos e de imagens que é o universo de Kieslowski. Numa belíssima fotografia que joga com as cores retratadas, este universo é o próprio íntimo inatingível de cada personagem. A imagem revela a personalidade que cada um esconde. O acaso é menor do que o destino, que se vai tecendo até o ponto de cada um cumprir o seu, independente de se querer ou não vivê-lo.
Azul” (1993), “Branco” (1994) e “Vermelho” (1994), para além dos enredos particulares a cada um, trazem entre si, um fio condutor. O local onde todas as histórias se entrelaçam é o tribunal, onde uma mesma cena aparece nos três filmes em perspectivas diferentes. Os três filmes desnudam o universo psicológico de Krzysztof Kieslowski, que joga com as sensações, as cores, os objetos, os presságios, tudo trama para que a ação aconteça, os desencontros cessem, e a vida aconteça, independente das escolhas. Na associação da imagem sofisticada das cores com a interpretação de grandes atores e o encontro de personagens densos e humanos, surge um cinema de forte impacto e agradável descoberta, numa cumplicidade incondicional entre o filme e a platéia. Três Cores é a esperança que temos que a vida aconteça, apesar das dores, dos caminhos desembocarem em becos sem saídas, e com Kieslowski ela acontece, repleta de cores e de marcas indeléveis.

Azul 

Azul” gira em torno da personagem Julie, magistralmente interpretado por Juliette Binoche. Julie vê a sua vida aparentemente tranqüila, drasticamente mudada por um acidente de automóvel, onde perde o marido e filha de três anos. Viúva de um célebre músico, que deixara uma obra interrompida, uma música para festejar o ato que concretizaria a unificação européia. Julie empenha-se em completar a obra do marido, e para isto, conta com ajuda de Olivier, para que conclua a música do marido.
É neste percurso que a vida desmascara-se para Julie, derrubando-lhe todas as certezas vividas até então. É com muita dor que lhe é revelado o caso de amor que o marido teve durante anos com uma advogada, que lhe confessa, espera um filho do marido morto.
Perdida em suas descobertas, Julie sente-se órfã de uma mãe viva, que velha e sem memória, internada em uma clínica, confunde-a com a irmã, sem se lembrar dela. Sem a mãe, sem a filha, sem o amor do marido, Julie caminha em universo pungente e solitário. Torna-se amiga da sua vizinha prostituta. Provoca a paixão que Olivier sente por ela para que se sinta amada ou desejada, desemboca na mais profunda dor da existência humana.
Após atravessar todas as perdas e descobertas, Julie vai à casa de Olivier e aceita-lhe o amor oferecido. Desiste de vender a casa que o marido lhe deixara, transferindo-a para a amante do marido e o seu futuro filho, herdeiro legítimo do morto. Julie liberta-se finalmente da dor e da solidão. Na sua travessia, decide finalmente explodir em lágrimas. Depois de chorar, sorri para a câmara. Está livre novamente, pronta para a felicidade.
Juliette Binoche tem aqui uma das melhores interpretações da sua carreira. É o rosto suave e angustiado da atriz que empresta as emoções para Julie. Personagem e atriz assumem uma identidade movida por grandes planos, envolvidas nas cores da película, nos simbolismos inerentes de uma vida. A atriz foi premiada com o Cesar em 1994, na França, e com o Copa Volpi em Veneza.
Azul”, é o mais pungente de toda a trilogia. Ele investe no sofrimento mais recôndito da sua personagem, fazendo-a passar pela dor da perda, da traição, da solidão e pela arte de perdoar, libertar-se da depressão. Azul é denso, como o é a estrada que se cruza a caminho da liberdade.
Azul foi premiado com três Cesars: melhor atriz (Juliette Binoche), melhor edição e melhor som; Prêmio Goya, Espanha, de melhor filme europeu; três prêmios no Festival de Veneza: Prêmio Leão de Ouro (Krzysztof Kieslowski), Prêmio de melhor fotografia e Prêmio Copa Volpi de melhor atriz (Juliette Binoche).

Branco 

Dentro da trilogia, Branco é o mais leve e o mais imperfeito, mas não menos genial do que os outros. Sua verve gira em torno da vingança de uma paixão levada ao extremo. A complexidade das personagens é retratada quase que em tom de comédia, com lapsos dramáticos que dão uma passagem hipnótica para as seqüências de final imprevisível.
O filme começa com a separação em tribunal de um casal, ele um polonês, ela francesa. Logo de início a igualdade entre o casal é contestada. Marido e mulher se acusam em tribunal francês, as acusações da mulher são feitas por ela própria, as do marido são feitas por um interprete. Diante das dificuldades da língua do polaco, o juiz dá vantagem à francesa. Divorciado e com dificuldades de voltar para a sua terra, Karol (o polaco) segue para o seu país, leva consigo uma paixão que o consome. O que poderia ser o retrato de uma louca e atormentada paixão, torna-se o espelho que reflete a desigualdade. A narrativa assume uma forma de comédia satírica, interrompida às vezes, por flashs dramáticos. A paixão do polaco pela mulher, faz com que ele arquitete uma situação de vingança, levando-a à Polônia, envolvendo-a em uma teia que a fará passar pelo mesmo que ele passou na França. Essa trama culmina na prisão da mulher amada. E o princípio da igualdade é alcançado por uma velha lei dos povos semitas da antiguidade: Olho por olho, dente por dente”. Branco não empolga como Azul ou Vermelho, mas fascina pela surpresa do desfecho, o argumento poderia resultar em um filme que facilmente cairia no ridículo, mas que a direção genial de Krzysztof Kieslowski encontra um tom ideal, que transforma o princípio da igualdade em uma odisséia do amor que não pode ser esquecido, trazendo conseqüências que quebram fronteiras, mas não derrubam a burocracia das nações e suas leis de xenofobia. A troca final de gestos e olhares entre as personagens consolida a vingança, mas não derruba o amor, literalmente preso nos labirintos caprichosos da metáfora da igualdade.
Não tão premiado quanto Azul e ou indicado para o Oscar como Vermelho, Branco recebeu o Prêmio Urso de Prata no Festival de Berlim, em 1994, para Krzysztof Kieslowski como melhor diretor.

Vermelho 

Vermelho não é somente a concretização de uma trilogia, mas da obra grandiosa do seu autor, que morreria dois anos depois da sua conclusão. Mais do que nunca o universo de Kieslowski abre as portas da alma humana. A primeira imagem que se tem é de alguém a fazer uma chamada telefônica, a câmara segue os cabos que levam a mensagem, atravessa mares e terras, explodindo no telefone da outra pessoa. Há urgência na comunicação entre as pessoas, urgência em atingir o filtro que sorve os sentimentos, é hora das vidas se interligarem e cumprir os seus destinos. Vermelho é de uma imagem poética onde as sensações do ser e do sentir vencem as barreiras do acaso, do destino que não pode ser negado.
Valentine atropela um cão, na coleira descobre o endereço do seu dono, um juiz aposentado (brilhantemente interpretado por Jean-Louis Trintignant), que foge do marasmo e da solidão a ouvir escutas telefônicas dos vizinhos. Valentine, ao descobrir o ato de invasão de privacidade do juiz, sente repulsa por sua atitude, mas tem pena da solidão daquele homem. Inesperadamente os dois descobrem o universo solitário que ambos vivem, desenvolvendo uma sólida amizade, envolta no terno e tênue fio que conduz às raízes da fraternidade.
Enquanto Valentine desenvolve a sua amizade com o juiz, e sofre com a ausência do amor que está longe, não só fisicamente, como também vai se distanciando do seu coração; do outro lado da cidade, um homem luta com as frustrações do amor. Sofre pelas decepções, assim como Valentine. Ambos choram por amores mal vividos, lutam por amores infrutíferos, andam pelas mesmas ruas mas nunca se encontram. Suas almas procuram o mesmo, mas suas vidas distanciam-se rua a rua, mágoa a mágoa, dor a dor. É a vida que passa quando insistimos em não encontrá-la. Com Vermelho sentimos a vida a nos escorrer por bilhetes, telefonemas, desencontros, pelas rodas dos carros. Não há tempo de olhar para o lado e ver que o grande amor está ali, tão próximo, tão presente.
A beleza das imagens, que encontra a sofisticação no vermelho ao fundo. Cada cena, cada objeto, cada plano, formam uma metáfora, que só quem estava a despedir-se do cinema poderia criar tão magnífica obra, densa, bela, solitária, fraterna, resumida na esperança do acaso que a vida tece os seus mistérios.
Por fim Valentine deixa a cidade. O homem que sempre caminha paralelo ao seu destino também parte. Seguem em viagem pelo canal da Mancha. Um grande acidente faz o ferry-boat afundar. Só há 6 sobreviventes. Eles são: Valentine e o homem, que finalmente se encontram dentro daquela tragédia, e os casais dos outros dois filmes, do Azul e do Branco. Krzysztof Kieslowski encerra de maneira apoteótica a sua trilogia, todas as personagens principais dos três filmes encontram-se, são sobreviventes do acidente do canal da Mancha.
De maneira sensível e definitiva, a vida passou pelos filmes das cores, o destino venceu o acaso. Assim como as suas personagens, Krzysztof Kieslowski deixa a cena após vencer as angústias e o destino, como um sopro do acaso, é a beleza do ser humano e das suas infinitas portas abertas para os sentimentos.


Fichas Técnicas:

Três Cores: Azul

Direção: Krzysztof Kieslowski
Ano: 1993
País: França, Polônia, Inglaterra, Suíça
Gênero: Drama
Duração: 97 minutos / cor
Título Original: Trois Couleurs: Bleu
Elenco: Juliette Binoche, Benoît Régent, Florence Pernel, Charlotte Véry, Hélène Vincent, Philippe Volter, Claude Duneton, Hugues Quester, Emmanuelle Riva, Daniel Martín
Sinopse: Após um trágico acidente em que morrem o marido e a filha de uma famosa modelo (Juliette Binoche), ela decide por renunciar à sua própria vida. Após uma tentativa fracassada de suicídio, ela volta a se interessar pela vida ao se envolver com uma obra inacabada de seu marido, que era um músico de fama internacional.


Três Cores: Branco

Direção: Krzysztof Kieslowski
Ano: 1994
País: França, Polônia, Inglaterra, Suíça
Gênero: Comédia - Drama
Duração: 89 minutos / cor
Título Original: Trois Couleurs: Blanc
Elenco: Zbigniew Zamachowski, Julie Delpy, Janusz Gajos, Jerzy Stuhr, Aleksander Bardini, Jerzy Trela, Jerzy Nowak, Michel Lisowski, Cezary Harasimowicz, Juliette Binoche
Sinopse: Segundo episódio da série do diretor polonês Kieslowski dedicada aos ideais da Revolução Francesa (liberdade, igualdade e fraternidade), e o único da trilogia tratado de forma humorística. Dessa vez, apresenta um olhar irônico sobre como o vazio da vida pode ser profundamente afetado pelo amor. A esposa de Karol (Zbigniew Zamachowski) pede o divórcio e o trata com crueldade, pois ele está impotente. Sem dinheiro e sem ninguém, Karol, que é imigrante na França, retorna à Polônia. Aos poucos ele vai ganhando dinheiro e planeja uma doce vingança.


Três Cores: Vermelho

Direção: Krzysztof Kieslowski
Ano: 1994
País: França, Polônia, Suíça
Gênero: Drama
Duração: 99 minutos / cor
Título Original: Trois Couleurs: Rouge
Elenco: Irene Jacob, Jean-Louis Trintignant, Frédérique Feder, Jean-Pierre Lorit, Samuel Le Bihen, Marion Stalens, Teco Celio, Jean Schlegel, Juliette Binoche, Zbigniew Zamachowski
Sinopse: Valentine (Irène Jacob) atropela um cachorro que tem o endereço do dono na coleira. É dessa forma que ela conhece a pessoa que iria alterar o curso de sua vida: um juiz aposentado que vive espionando as conversas telefônicas de seus vizinhos. Por trás desse comportamento, esconde-se um homem que entra na intimidade das pessoas até saber o desenrolar de seus destinos. Apesar da repulsa que Valentine sente no início pela atitude do juiz, acaba se formando uma amizade. Neste último filme da trilogia das cores de Kieslowski, personagens dos dois filmes anteriores aparecem rapidamente, tendo suas vidas afetadas pela trama central.

Filmografia de Krzysztof Kieslowski:

1966 – Urzad
1966 – Tramwaj
1967 – Koncert Zyczen
1968 – Z Miasta Lodzi
1968 – Zdjecie (TV)
1970 – Bylem Zolnierzem
1971 – Robotnicy 1971 – Nic o Nas Bez Nas
1971 – Przed Rajdem
1971 – Fabryka
1972 – Refren
1972 – Podstawy BHP w Kopalni Miedzi
1972 – Miedzy Wroclawiem a Zielona Gora
1973 – Murarz
1974 – Przeswietlenie
1974 – Pierwsza Milosc (TV)
1974 – Przejscie Podziemme (TV)
1975 – Zyciorys
1975 – Le Personnel (Personel)
1976 – Szpital
1976 – Klaps
1976 – Blizna (A Cicatriz)
1977 – Nie Wiem
1978 – Siedem Kobiet w Róznym Wieku
1978 – Z Punktu Widzenia Nocnego Portiera
1979 – Amator (Amador)
1980 – Spokój (TV)
1980 – Dworzec
1980 – Gadajac Glowy
1981 – Krótki Dzien Pracy (TV)
1985 – Bez Konca (Sem Fim)
1987 – Przypadek (O Acaso)
1988 – Dekalog (TV) (O Decálogo) : série de dez filmes, de duração com aproximadamente 60 minutos
1988 – Siedem Dni w Tygo Dniu
1988 – Krótki Film o Milosci (Não Amarás) : oriundo da série Decálogo, 6º mandamento, expandido para longa metragem
1988 – Krótki Film o Zabijaniu (Não Matarás): filme também expandido para longa metragem
1989 – Dekalog, Dziesiec (TV)
1990 – La Double Vie de Véronique (A Dupla Vida de Véronique)
1990 – City Life
1993 – Trois Couleurs: Bleu (Trilogia das Cores: Azul)
1994 – Trois Couleurs: Blanc (Trilogia das Cores: Branco)
1994 – Trois Couleurs: Rouge (Trilogia das Cores: Vermelho)
 


 
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Quinta-feira, 20 de Novembro de 2008

BRÁULIO PEDROSO: O AUTOR DAS NOVELAS DAS 22 HORAS

 

 

Quando falamos da história das telenovelas no Brasil, os nomes de Janete Clair, Glória Magadan, Dias Gomes e Ivany Ribeiro, são sempre lembrados como a própria raiz do gênero. Sem menosprezar a importância de qualquer um dos quatro novelistas citados, devemos ressaltar que uma grande injustiça é feita se for esquecido o nome de Bráulio Pedroso.
Grande autor de teatro da década de sessenta, Bráulio Pedroso chegou à televisão em novembro de 1968, convidado por Cassiano Gabus Mendes, então diretor geral da TV Tupi, para escrever a novela Beto Rockfeller, protagonizada por Luís Gustavo, Bete Mendes, Débora Duarte, Lima Duarte, Walter Forster e Irene Ravache. Estava inaugurada na televisão brasileira uma nova linguagem, que seria o futuro das telenovelas do Brasil. Beto Rockfeller rompe com a linguagem empolada e as interpretações dramáticas e artificiais que eram características do gênero desde que fora inaugurado no Brasil. A linguagem torna-se coloquial, rompe-se o maniqueísmo imposto às tramas, e o protagonista já não é o herói de caráter incorruptível, capaz de qualquer ato para proteger a heroína, de bom senso e de honestidade irrestrita. Beto Rockfeller (Luís Gustavo) é o anti-herói, o homem normal, próximo das pessoas que o assistem, capaz de atitudes boas ou más conforme os ventos que sopram pela vida. As notícias que estavam nos jornais da época fazem parte da trama, que prende o público por mais de um ano (a novela começou a 4 de novembro de 1968 e teve o último capítulo levado ao ar em 30 de novembro de 1969). Depois de Beto Rockfeller, ficou impossível para as emissoras de televisão voltar aos dramalhões mexicanos da TV Globo, às grandes e infindáveis produções de época da TV Excelsior. Sob a direção de Lima Duarte, a novela escrita por Bráulio Pedroso iniciou uma nova época na história da teledramaturgia brasileira. Sua obra retrata tipos e situações da vida carioca, flagradas com humor e causticidade, são personagens refletidas por um agudo esboço psicológico de uma sociedade que muda os seus costumes constantemente, mesmo camuflando essas mudanças, fingindo manter conceitos morais vigentes.

Um Novelista Irreverente

Bráulio Nuno de Almeida Pedroso, nasceu em São Paulo, em 1931. Mudou-se para o Rio de Janeiro, cidade que serviu de esboço e cenário para as personagens que criou. Estreou-se como dramaturgo em 1965, com a peça A Conspiração, abrindo o centro experimental que Cacilda Becker implantara em sua residência. Em 1966 escreve O Fardão, que encenada por Antonio Abujamra, dá-lhe os prêmios Molière e Associação Paulista de Críticos Teatrais, APCT, de melhor autor.
Após o sucesso de Beto Rockfeller, divisor de águas na história da telenovela brasileira, Bráulio Pedroso prossegue como novelista, escreve para a TV Tupi a sua segunda novela: Super Plá (1969-1970). Movida pela necessidade de mudar a linguagem da sua teledramaturgia, em parte pelo sucesso de Beto Rockfeller da concorrente TV Tupi, a TV Globo faz a reformulação das suas novelas em novembro de 1969, com Véu de Noiva, novela de Janete Clair. Estava encerrada definitivamente, a era dos teledramalhões. Com as mudanças, a emissora carioca contrata Bráulio Pedroso, que faz a sua estréia em março de 1971, com a novela O Cafona. No início dos anos setenta a Globo tinha três horários fixos de novelas, o das 19 horas, os das 21 horas (a famosa novela das 20 horas, que vai ao ar às 21 horas) e o das 22 horas. Este esquema é válido para toda a década, sendo às vezes, interrompido com a criação do horário das 18 horas, que só se tornaria definitivo em 1975. O horário das 22 horas traz uma maior liberdade de criação ao novelista, que diante da censura federal do regime militar, sofre constantemente a mutilação dos seus textos. Bráulio Pedroso divide com Dias Gomes este horário, alternando-se simultaneamente.
O Cafona traz a irreverência de Bráulio Pedroso, o tema é a decadência moral da alta sociedade, que traz os novos ricos e o movimento hippie de então. As sátiras são feitas com muito humor. Com ele vem Marilia Pêra, que ao protagonizar esta novela, é elevada à condição de estrela da TV Globo. Francisco Cuoco, após relutar em fazer o papel por temer que afetasse a sua imagem de galã, é o protagonista, é dele uma das cenas mais antológicas da televisão brasileira, quando em um jantar de milionários, não sabe como se comportar e bebe a lavanda para lavar as mãos. O Cafona é a primeira novela da Globo que tem duas trilhas sonoras, nacional e internacional, lançadas pela recém criada Somlivre, que a partir de então, lançaria todas as trilhas sonoras da emissora de Roberto Marinho.
Em 1972 o diretor de Beto Rockfeller, Lima Duarte, é chamado pela Globo para dirigir mais uma novela de Bráulio Pedroso: O Bofe. Bofe na gíria da época, significava homem feio, desajeitado, sujo, mal arrumado, assim se apresentava o protagonista, Cláudio Marzo, com uma imensa barba e um jeito sujo, uma imagem inconcebível para um herói de novela global. A novela era totalmente experimental, onde o deboche era a linguagem. Irreverente, a novela trazia o ator Ziembinski travestido de mulher, vivendo a velha Stanislava. A ousadia resultou em grande fracasso de audiência, que culminou na substituição de Bráulio Pedroso pelo novelista Lauro César Muniz. Insatisfeito com a mudança, o ator José Wilker pediu demissão da novela, seu personagem morreu de tanto rir.

Inovação a Cada Novela

Após o fracasso de O Bofe, Bráulio Pedroso voltou para a TV Tupi em 1973, escrevendo a novela “A Volta do Beto Rockfeller”. A continuidade da novela não teve o sucesso alcançado em 1969, mas não chegou a comprometer a personagem histórica.
Bráulio Pedroso voltaria para a Globo em 1974, com a novela O Rebu. Mais uma vez trazia uma linguagem ousada e única da história da telenovela brasileira. A trama girava em torno de uma festa, dividida em três tempos: antes, durante e depois desta festa, feita em flashbacks. Desta vez o autor trazia para a Globo as atrizes Bete Mendes e Teresa Raquel. Na trama não se sabia quem morria ou quem matava, sabia-se que havia alguém afogado na piscina. Só no capítulo 50 era revelada a identidade do morto: Silvia (Bete Mendes), que trazia um cabelo cortado à pega rapaz, o que confundiu a identificação com uma mulher. É a primeira novela brasileira que traz uma temática gay de forma aberta, Conrad Mahler (Ziembinski) tem um caso velado com Cauê (Buza Ferraz), por ciúmes do amado, assassina Silvia.
A época de Bráulio Pedroso na TV Globo como novelista, encerrar-se-ia curiosamente não numa novela das 22 horas (horário que a Globo extinguiria em 1979, substituindo-o por mini-séries), mas às 19 horas, com “Feijão Maravilha”. Mais uma vez o autor inovava, fazia aqui uma comédia que homenageava as velhas chanchadas do cinema nacional dos anos cinqüenta. Estrelas do cinema da época participavam da novela: Anselmo Duarte, Adelaide Chiozzo, Eliana Macedo, Ivon Curi, Mara Rúbia, Grande Otelo, Walter D’Ávila e José Lewgoy.
Nos anos oitenta Bráulio Pedroso passa a escrever para as mini-séries que a Globo inaugurara no horário das suas antigas novelas. Faz parte dos roteiristas de Plantão de Polícia (1979-1980) e Amizade Colorida (1981). Encerraria a sua parceria com a Globo em 1983, com a mini-série “Parabéns Pra Você”. A partir de 1985 passa a fazer parte da equipe de criação de texto da TV Manchete, onde ficaria até 1986.
Bráulio Pedroso sofreria uma queda no banheiro de sua casa, em 1990, que lhe causaria fratura nas vértebras cervicais, vitimando-o de morte aos 59 anos. É inquestionável a importância de Bráulio Pedroso dentro das novelas brasileiras. A reapresentação da sua obra seria de grande importância para que se pudesse compreender o quão avançado eram os seus textos, e a importância social que eles tiveram em época de silêncio imposto pelo moralismo castrador da ditadura militar. Com irreverência, Bráulio Pedroso era uma luz dentro das trevas que vivia a nossa teledramaturgia.

OBRAS

Peças de Teatro:

1965 – A Conspiração
1967 – O Fardão
1967 – Isso Devia Ser Proibido
1968 – O Sr. Doutor
1968 – A Lua Muito Pequena
1968 – É a Tua Estória Contada?
1968 – O Negócio
1970 – A Vida Escrachada de Joana Martini e Baby Stompanato
1971 – As Hienas
1973 – Encontro no Bar
1975 – A Feira do Adultério
1975 – O Deus Nos Acuda
1977 – Festa de Sábado
1977 – Dor de Amor
1978 – As Gralhas
1979 – Lola Moreno
1981 – Isso Devia Ser Proibido
1988 – Morre Um Coração Vulgar
1988 – Nicolau

Novelas:

1968/1969 – Beto Rockfeller - TV Tupi
1969/1970 – Super Plá - TV Tupi
1971 – O Cafona - TV Globo
1972/1973 – O Bofe - TV Globo
1973 – A Volta do Beto Rockfeller - TV Tupi
1974/1975 – O Rebu - TV Globo
1978 – O Pulo do Gato - TV Globo
1979 – Feijão Maravilha - TV Globo

Seriados:

1979/1981 – Plantão de Polícia (co-autor) - TV Globo
1981 – Amizade Colorida (co-autor) - TV Globo
1985/1986 – Tamanho Família - TV Manchete

Mini-Séries:

1983 – Parabéns Pra Você - TV Globo
1985 – Tudo em Cima - TV Manchete
 
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Quarta-feira, 19 de Novembro de 2008

AVENIDA PAULISTA

 

 

Nascida da necessidade de abrigar a elite emergente dos barões do café no fim do século XIX, a Avenida Paulista tornou-se uma das avenidas mais importantes do Brasil, e a mais importante da cidade de São Paulo. A partir desta avenida, a Paulicéia define a sua elite, a cotação dos imóveis é mais alta quanto mais próximo dela estiverem. Tendo o seu início na Avenida Bernardino de Campos e findando na Rua da Consolação, é o marco zero da elite paulistana, define-se à sua esquerda o imponente bairro dos Jardins e à sua direita o caminho para o centro velho da cidade.
Os principais acontecimentos comemorativos de São Paulo (e também do Brasil) são montados na Avenida Paulista, devido ao seu impacto econômico e ao pulsante desenho cultural que cria a sua atmosfera impar. A linha verde do metrô corta a avenida, dando origem a três estações: Brigadeiro (com ligação para a Avenida Brigadeiro Luis Antonio), Trianon-Masp (ligação para o Masp e o Jardim Trianon) e Consolação (ligação para as ruas da Consolação, Augusta, Frei Caneca, Bela Cintra e Haddock Lobo). No último dia do ano a famosa corrida de São Silvestre é ali realizada. Também é palco do maior Reveillon do Brasil. Em junho dá passagem para a maior parada do orgulho gay do mundo, reunindo mais de 2 milhões de pessoas. A livraria Cultura, no Conjunto Nacional, é hoje a maior livraria do Brasil. Cinemas, teatros, centros financeiros, consulados, centros comerciais de produtos eletrônicos e digitais, tudo isto faz desta avenida um encontro entre o poder e a cultura, o elegante e o popular. A Avenida Paulista é o orgulho dos paulistanos e dos milhares de brasileiros de todas as partes do país que adotaram a cidade de São Paulo como lar, como mãe e madrasta.

A Avenida dos Barões do Café

Em 1890, o engenheiro uruguaio Joaquim Eugênio de Lima e os seus associados, adquiriram terrenos da antiga trilha de boiadeiros, depois conhecida como Rua da Real Grandeza. A região foi demarcada, urbanizada e ligada por bondes ao centro da cidade. Teve um tratamento paisagístico inspirado nas avenidas européias. Plátanos, ipês roxos e amarelos, acácias, magnólias, faziam parte da sua arborização. No dia 8 de dezembro de 1981 foi inaugurada a avenida que se deveria chamar Avenida das Acácias ou Prado de São Paulo, mas, em homenagem ao povo paulistano, recebeu o nome de Avenida Paulista. Tinha uma extensão de três quilômetros, com três faixas de trânsito: para carruagens e cavaleiros, pedestres e bondes.
Tão logo surgiu, a Avenida Paulista foi transformada na região mais nobre da cidade. Sua arquitetura urbanística era formada por palacetes dos barões do café, por casarões ladeados de grandes jardins particulares, com sofisticados projetos ecléticos da Belle Époque, da art nouveau, mourisco e neoclássico. Além dos barões do café, era habitada por banqueiros, imigrantes enriquecidos na indústria e comércio.
Em 1916, com projeto de Ramos de Azevedo, o então prefeito Washington Luís, inaugurava, no meio da avenida, o Belvedere Trianon da Avenida Paulista, imensa plataforma de onde se podia ver todo o panorama da cidade. Tinha salão de festas, uma galeria e extensa pérgula que exibia uma estátua de cada lado. Trianon era o nome de um restaurante ali localizado, que emprestou o nome ao Belvedere. Aos domingos, O local tornou-se o ponto elegante de encontro e passeio da mais alta elite paulistana. Foi do Trianon a largada da primeira maratona de São Silvestre, em 1924, organizada pelo jornalista Cásper Líbero. Ao lado do Belvedere havia o Parque Villon, criado em 1892, com projeto do francês Paul Villon, a aproveitar remanescentes de mata nativa. Na década de trinta o Parque Villon foi rebatizado de Parque Tenente Siqueira Campos, nome que prevalece até os dias atuais.
Em 1927, a Avenida Paulista mudou de nome para Avenida Carlos de Campos, nome que conservou até 1930, mas, por petição dos vizinhos, recuperou a sua antiga e popular denominação.

A Verticalização da Avenida

Na década de cinqüenta, a Avenida Paulista segue o crescimento econômico da cidade, deixa de ser uma rua apenas residencial, para receber pequenos prédios comerciais. É nesta década que o Trianon deixa de existir, sendo demolido. No seu lugar, seria inaugurado em 1968, o Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand, o Masp, com o seu famoso vão livre de 74 metros.
Nas décadas de sessenta e setenta, a Avenida Paulista entra em um processo irreversível de verticalização, os antigos palacetes e casarões são demolidos, sendo substituídos por edifícios residenciais e comerciais. A especulação imobiliária dá passagem para os espigões de 30 andares. A avenida passa, então, por profunda mudança paisagística. Os leitos destinados aos veículos foram alargados e criaram-se os atuais calçadões, caracterizados por um desenho branco e preto formado por mosaico português. O projeto de redesenho da avenida ficou a cargo do escritório da arquiteta Rosa Grena Kliass. O projeto do novo mobiliário urbano da avenida foi assinado pelo escritório Ludovico & Martino.
Palco das principais manifestações políticas, culturais e sociais, a Avenida Paulista é considerada o coração da cidade de São Paulo. Continua a ser sofisticada, elegante e imponente. Se há uma manifestação na Paulicéia, corra para ou fuja da Avenida Paulista, com certeza que é lá que está a acontecer.

Principais Prédios e Edificações da Avenida Paulista:

Consulado Geral da França
Consulado Geral da Itália
Consulado Geral da Argentina
Hospital Santa Catarina
Itaú Cultural
Grupo Escolar Rodrigues Alves
Casa das Rosas
Instituto Pasteur
Painel do Edifício das Nações Unidas
Justiça Federal – Tribunal Regional Federal – 3ª Região
Fnac
Edifício Top Center
Prédio da Fundação Cásper Líbero (Local onde fica o Cinema Reserva Cultural, Tv Gazeta, Faculdade Cásper Líbero, Teatro Gazeta)
Banco Safra
Citigroup/Citibank
Fiesp/Ciesp/Senai/Sesi – Edifício Luiz Eulálio Bueno Vidigal Filho
Advocacia Geral da União – Procuradoria Regional da 3ª Região
Parque Tenente Siqueira Campos
Museu de Arte de São Paulo – Masp
Túnel 9 de Julho
Belvedere Trianon
Justiça Federal – Fórum Civil Ministro Pedro Lessa
Residência Joaquim Franco de Mello
Edifício Sul-Americano
Conjunto Nacional
Livraria Cultura
Relógio Itaú
Restaurante Fasano
Shopping Center 3
Maison Madame Rosita
Colégio São Luís
Igreja São Luís Gonzaga
Mural Volpi
Praça Marechal Cordeiro de Farias
Torres de rádio e TV – (Record, Globo, TV Gazeta, Kiss FM, Jovem Pan, Rede Gospel)
Complexo Viário Avenida Paulista/Rebouças/Dr. Arnaldo
Metrô – Linha 02 – Verde (Estações Brigadeiro, Trianon-Masp e Consolação)


 


 
 
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Sexta-feira, 14 de Novembro de 2008

A IV CRUZADA

 

 

Com o surgimento do islamismo no século VII, uma nova religião dava base para a expansão do povo árabe, ou sarraceno. Os grandes impérios da antiguidade na Ásia Menor e Médio Oriente, como o dos persas e o dos bizantinos, entraram em decadência de tanto guerrearem entre si. Este enfraquecimento provocou a expansão árabe, que conquistaram aos bizantinos (herdeiros da parte oriental do Império Romano) parte da Síria, Palestina, Egito e norte da África, e, dos persas, a antiga Pérsia e a região dos rios Eufrates e Tigre, antiga Babilônia.
Durante a ocupação dos árabes na Palestina, era permitida a peregrinação dos cristãos a Jerusalém e a outras partes da Terra Santa. No século XI há a expansão dos turcos sejúlcidas, convertidos ao islamismo, que unificam toda a Anatólia, faz guerra contra os cristãos e dominam Jerusalém em 1078. A ameaça de expansão dos turcos sejúlcidas sobre o Império Bizantino, que tem Constantinopla como capital, põe em risco toda a Europa cristã.
Durante esta ocupação de Jerusalém, os sejúlcidas proíbem a peregrinação cristã a Terra Santa. É neste contexto que em 1095, no Concílio de Clermont, o papa Urbano II exorta a multidão cristã a libertar a Terra Santa, pondo Jerusalém novamente sob o domínio cristão. A multidão acolhe com entusiasmo a idéia de Urbano II, imediatamente partem em direção ao oriente, rumo a Palestina, levando consigo uma cruz vermelha sobre a roupa, sendo chamados, por isto, de cruzados. Estava criada a guerra entre cristãos e sarracenos pelo domínio de Jerusalém, que foi denominada de Cruzadas. Durante as Cruzadas, que durariam dois séculos, várias vezes Jerusalém foi tomada pelos cristãos, que em contrapartida, foi recuperada outras tantas vezes pelos sarracenos. Ao todo foram oficialmente contadas nove Cruzadas.

Uma Cruzada de Mercenários e Nobres Menores

Das nove cruzadas, a IV Cruzada, conhecida como a Cruzada do Comércio, foi caracterizada por ser mercenária e traiçoeira, pois não foi uma guerra de cristão contra sarraceno, mas de cristão contra cristão, fazendo estragos que perduraram por oito séculos. É a cruzada de cristãos contra cristãos.
Após três grandes cruzadas, uma característica dessa guerra era a pilhagem das cidades tomadas, o que favorecia o enriquecimento de muito dos cruzados. Mercenários cada vez mais participavam das chamadas guerras santas.
Em 1198, Inocêncio III torna-se papa em Roma. Tão logo assume o cargo de homem número um da igreja, tem como objetivo retomar Jerusalém, que desde 1192, quando findara a III Cruzada, permanecia sob o domínio dos muçulmanos. Uma nova cruzada começa a ser desenhada pelo papa, que conclama todos os nobres cristãos da Europa para realizá-la.
A IV Cruzada, promovida pelo papa Inocêncio III, começa no ano de 1201 a preparar a sua marcha rumo a Terra Santa. Mas não são os grandes e poderosos reis cristãos da época que assumem a sua liderança. Um grupo de governantes secundários com uma linhagem de cruzados, como o conde Luís de Blois, o conde Balduíno de Flandres e o conde Teobaldo de Champagne, assumem o comando da Cruzada. Os emissários desses nobres foram a Veneza preparar a viagem por mar. O doge de Veneza, Enrico Dandolo, combinou que, pela quantia de 85.000 marcos de prata, a república providenciaria uma frota de cinqüenta galeras e transporte para 4.500 cavaleiros, 9.000 escudeiros e 20.000 soldados de infantaria, com alimentos para um ano. O objetivo da expedição era liberar Jerusalém, porque agora, como na época da Primeira Cruzada, os cristãos do Ocidente só estavam dispostos a arriscar suas vidas pela Cidade Santa.
Com a morte do conde Teobaldo de Champagne no início de 1201, o marquês Bonifácio de Montferrat tornou-se o líder da expedição.
Em 1202 a IV Cruzada tem início, mas na data estabelecida para a partida, apenas 10.000 homens haviam se reunido em Veneza, com um déficit de 35.000 marcos na quantia que fora prometida aos venezianos. Estes se recusaram a reduzir o seu preço, mas concordaram em aceitar em troca a ajuda do exército cruzado para a tomada da cidade de Zara, na costa da Dalmácia. A cidade era um reino cristão que tinha divergências com Veneza. Zara foi tomada e saqueada, o que provocou a ira de Inocêncio III, que via no objetivo daquela cruzada uma guerra contra o poderio sarraceno, não um saque aos cristãos. Inocêncio III ficou tão indignado com o ataque a um rei cristão, que excomungou todo o exército cruzado. Mas rescindiu a sentença pregada por ver que a cruzada entraria em colapso antes de seguir para a Terra Santa.

Rumo a Constantinopla

Quando estava em Zara, o exército cruzado foi procurado pelo príncipe grego bizantino Aleixo IV. Ele contava que em Bizâncio, o Imperador Isaac II fora derrubado pelo seu irmão Aleixo III e fora cegado. Aleixo IV era filho de Isaac II, que conseguira fugir do algoz. O príncipe prometeu para os cruzados que, se ajudassem o seu pai a recuperar o trono, em troca dar-lhes-iam dinheiro e os recursos do Império Bizantino para a conquista de Jerusalém.
Com a decadência do império romano, ele foi divido em duas partes: O Império do Ocidente, comandado por Roma, e o Império do Oriente, comandado por Constantinopla. Com a cristianização do Império, os poderes da igreja são divididos pelos dois reinos: a igreja cristã latina (conhecida como católica), com sede em Roma, e a igreja cristã grega (conhecida como ortodoxa), com sede em Constantinopla, as duas passam a ter papas distintos. Aleixo IV também garantia a reconciliação da Igreja Ortodoxa com a Católica, grandes subvenções e dez mil soldados bizantinos para participarem da cruzada. A idéia interessou ao doge Enrico Dandolo. Os cruzados aceitaram a proposta, partiram para Constantinopla, a capital do Império Bizantino, em 1202. O papa Inocêncio III recomendou que não tocassem nos cristãos de Bizâncio.
Os Cruzados esperaram o inverno passar, e em junho de 1203, logo após a sua chegada, atacaram os arrabaldes de Constantinopla, capturaram o subúrbio de Galeta e quebraram a corrente que protegia a entrada do porto da cidade, o Corno de Ouro. No dia 17 de julho, eles organizaram um ataque à própria Constantinopla, mas foram rechaçados pela guarda do imperador. Aleixo III fugiu, levando consigo o tesouro da cidade, e os cruzados puseram novamente no trono Isaac II.
Mas Isaac II Ângelo foi desprezado por seus súditos, era acusado pelos bizantinos de reinar para os latinos. Foi incapaz de pagar o dinheiro que o filho havia prometido aos cruzados.

A Carnificina da Sexta-Feira 13

Em janeiro de 1204, Isaac II Ângelo foi deposto e assassinado junto com seu filho Aleixo IV, pela população enfurecida e revoltosa. Foi substituído por Aleixo V Ducás, que combateu os cruzados. Logo após o levante, o que se seguiu foi uma carnificina que, passados oito séculos, ainda não foi compreendida pela história, e não foram cicatrizadas as suas feridas.
Em 12 de abril de 1204, a tropa de cruzados liderados pelos nobres franceses e pelos mercenários venezianos, atacou a capital bizantina. Um dia depois, na sexta-feira 13, Constantinopla foi tomada. A antiga e até então inconquistada capital do Império Romano do Oriente, foi submetida à chacina de seus habitantes e à pilhagem de seus tesouros. Nas ruas o fio da espada dos cruzados manchava o chão com o sangue dos cristãos ortodoxos. Cadáveres se espalhavam pelos quatro cantos da cidade. Mulheres foram violadas, expostas nuas pelas ruas, exploradas e humilhadas pelos cristãos latinos. Aquela sexta-feira jamais sairia da memória dos cristãos ortodoxos. Desde então, toda sexta-feira treze foi vista como um dia de agouro.
A maior ofensa feita pelos cruzados foi o saque à Catedral de Santa Sofia, a maior igreja do mundo cristão. Roubaram as relíquias e tesouros, como peças em ouro, todas as estátuas e até os seus mosaicos. Há registros de que o sudário que envolvera Jesus Cristo estava nesta igreja, e que a partir deste dia, desapareceu para sempre. Como se não bastassem os saques, há ainda registro de que uma prostituta foi posta pelos cruzados sobre o trono do líder máximo da Igreja Ortodoxa, o patriarca João X, sobre o qual teria dançado e cantado canções obscenas.
Constantinopla viveu três dias de completo terror. No final 2000 gregos bizantinos foram mortos, famílias separadas, casas pilhadas, 4000 cristãos ortodoxos foram vendidos para os turcos sejúlcidas.

800 Anos de Cisão Entre Católicos e Ortodoxos

Não só os tesouros de Constantinopla foram divididos, mas também o próprio Império Bizantino. Em 16 de maio, Balduíno de Flandres foi coroado imperador na Catedral de Santa Sofia e recebeu terras na Trácia, em partes da Ásia Menor e em algumas das ilhas Cíclades. Bonifácio de Montferrat fundou um reino em Tessalônica. Os venezianos apossaram-se de algumas possessões bizantinas na costa do Mar Adriático, de cidades na costa do Peloponeso, da ilha de Eubéia, de algumas ilhas jônias e de Creta (Veja mapa da divisão latina ao lado). Constantinopla foi subdividida em distritos, com os venezianos a tomar quase metade da cidade.
Nenhum cruzado que havia partido para ajudar os seus irmãos cristãos a lutar contra o domínio sarraceno, chegou a Terra Santa. Permaneceram para usufruírem-se das riquezas arrancadas da carcaça do Império Bizantino. O Império Bizantino tornar-se-ia um império latino. Constantinopla jamais se iria recuperar deste golpe, nem quando voltou a ser grega em 1261.
Houve uma completa cisão entre a igreja romana e a igreja ortodoxa. Para os ortodoxos, os papas de Roma, a partir de então, se tornaram os arqui-hereges, os monstros de dois chifres. Desde então, todos os papas romanos foram excomungados sucessão por sucessão pelos patriarcas da Igreja Ortodoxa Cristã. Só em 2001, quando o papa João Paulo II pediu perdão ao patriarca Bartolomeu I e à igreja ortodoxa pelas atrocidades da IV Cruzada, é que as duas igrejas voltaram a restabelecer relações diplomáticas, mas sempre sob os olhos da desconfiança, sem nunca apagar de vez as cicatrizes feitas em 1204.

 

 
 
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Quarta-feira, 12 de Novembro de 2008

FATAL, A HORA AZUL - JEOCAZ LEE-MEDDI

 


Existe um momento de transição entre o dia e a noite, que se dá um minuto de silêncio entre os seres do dia e os seres da noite. Um único minuto! Este momento é chamado de Hora Azul! A partir desta idéia corre a trama do romance Fatal – A Hora Azul, de Jeocaz Lee-Meddi. Transitando entre o psicológico das personagens, e um fundo histórico que nos contempla com um realismo profundo, algumas vezes atropelado pelo ludismo e o maravilhoso, pontos de misticismos e mistérios que assola a humanidade.
Quatro personagens contam a história: o jovem idealista e aventureiro Mateus Vera Cruz, a sensata e bela Isadora Sotto Real, a sofrida e perturbada Irena Klein, e o mistério e cruel Michel Cegalerba. Onde começa a história de um termina a do outro. Presos por um passado movido pelas ideologias de esquerda que se fizeram com a guerra fria. A queda dessas ideologias remete os quatro ao vazio e às armadilhas de sobreviver ao psicológico de cada um, às mentiras construídas sobre as ideologias mortas. Não é difícil sobreviver aos regimes autoritários, difícil é sobreviver à verdade de cada um, sobreviver à queda das máscaras, arrancada suma a uma durante o decorrer da narrativa.

Um Romance Fatal

A história começa nos cárceres do Chile em 1973, quando Salvador Allende foi deposto e uma sangrenta ditadura militar é instalada naquele país. Apanhados pela fatalidade da história, Eduardo Vera Cruz e Irena Klein, amantes e companheiros, que se refugiavam no Chile, exilados pela ditadura militar brasileira, são presos e torturados. É durante a prisão dos dois que um acontecimento afetará o futuro de todas as personagens da história.
Nove anos depois, em 1984, Mateus Vera Cruz, sobrinho de Eduardo, que vive em Santos, litoral paulista, torna-se líder estudantil no Brasil e é atropelado pela frustração de ver enterrado o sonho das Diretas Já! Sem a coerência das dialéticas ideológicas, Mateus resolve deixar o país, indo de encontro à paixão que nutria pela bela jovem portuguesa Isadora Sotto Real, que vive em um Portugal pós a Revolução dos Cravos. Quando o amor parece perfeito, a ideologias são superadas e os impérios caem com o fim do comunismo, surge das trevas a figura enigmática de Michel Cegalerba, francês de Paris, para cobrar uma velha dívida a Mateus Vera Cruz.
No início, o livro não revela para o que veio. A sensação é de que tudo já aconteceu, pistas são dadas desde a primeira página, mas um envolvente e perigoso labirinto psicológico vai se formando, a história vai ficando densa e atinge um ápice de cortar o fôlego do leitor. Fatal – A Hora Azul, é daqueles romances que a partir de determinado ponto, já não se consegue parar de ler. E quanto mais esperamos que o desemboque vá dar em uma avenida central iluminada, somos surpreendidos por becos imprevistos e ruas estreitas e inesperadas.
O desenrolar da história propriamente dita, vai de 1984 a 1994. Dez anos na vida de quatro personagens que nos surpreendem sempre. Quando tudo parece estabilizado, um furacão assola a mente de cada um, e um terremoto psicológico deixa mortos e feridos nessa imensa aventura que é a vida humana. Fatal para quem ousa a viver a sua essência.

Um Romance Premiado

Fatal – A Hora Azul, ganhou o Prêmio de Literatura Joaquim Câmara Filho, da Fundação Jaime Câmara, como o melhor romance. Sobre ele escreveu a comissão julgadora da Fundação Jaime Câmara:
“Por se tratar de narrativa original, bem estruturada, com domínio pleno de linguagem, apresentando inovação em uma temática já explorada anteriormente por outros escritores, transitando paralelamente entre a ficção e a história.
Nota-se pela leitura desta obra que o escritor dispõe de bagagem literária e cultural imprescindíveis à criação do romance. Por isso percebemos que o autor Jeocaz Lee-Meddi possui boa carpintaria estrutural para a realização de narrativa de fôlego.”
Na contra-capa do livro já nos é revelado o que nos espera dessa leitura agradável e de surpresas inesquecíveis:
"Jeocaz Lee-Meddi é um escritor brasileiro que viveu em Lisboa. Essa Lisboa que tão bem conhece e onde culmina essa aventura Fatal. Com a mesma elegância que caminham por Lisboa, Paris, Santos ou São Paulo, as personagens seguem intuitivamente num labirinto que traz uma surpresa revelada em cada esquina, cada paisagem, como se a alma enganasse as máscaras, como se o destino já tivesse sido escrito nos frios calabouços do Chile, deixando a ilusão das ideologias mortas pela história e as mentiras reveladas pela queda dos ideais. Nada mais fatal do que o doce encontro da hora azul.”

Jeocaz Lee-Meddi

Depois desta estréia bem sucedida, Jeocaz Lee-Meddi, que viveu muitos anos em Portugal e na Itália, de volta ao Brasil, trabalha hoje em um antigo projeto, escrever sobre os sefaradins, judeus originários da Sefarad, região que corresponde à península Ibérica. Novamente ficção e história se confundem para contar um novo romance de fôlego.
Durante anos Jeocaz Lee-Meddi trabalhou em bancos na Europa, mas nos últimos tempos abandonou a profissão para poder dedicar-se à literatura.
Nascido em Goiás, Brasil Central, ainda criança Jeocaz Lee-Meddi foi viver na Bahia, especificamente em Madre de Deus e Salvador, onde foi alfabetizado. Passou a infância, vivida nos loucos anos setenta, a morar por várias cidades brasileiras, como Mangaratiba (Rio de Janeiro), Itaúna (Minas Gerais), Jequié (Bahia) e Santos (São Paulo). Muitas cidades e estados diferentes, deixaram no autor uma pluralidade de culturas que fizeram dele um eterno viajante pelo mundo, um apaixonado pelo gênero humano e por suas histórias. Assim, como as suas personagens que habitam vários lugares físicos no decorrer da trama, Jeocaz Lee-Meddi continua a ser um viajante compulsivo. Das suas viagens, considera Lisboa a sua casa principal, lugar que traz como a consolidação da sua forma de pensar.

 
Pensamentos de Jeocaz Lee-Meddi

 
"A velhice não está nas rugas que o espelho nos mostra, mas na alma que precisa do espelho para ser feliz."

 
"Os militares não gostavam dos imbecis, dos apáticos, gostavam dos espertos, mas menosprezavam os inteligentes."

 
"Todos os homens deveriam ter como primeira amante uma mulher infeliz, elas são mais sinceras e ardentes."

 
"Só as mulheres infelizes não têm medo de amar a plenitude de um homem."

 
"Casamento é uma troca de várias razões, para dar certo temos que fazer concessões, seguimos fazendo tantas concessões que um dia não sabemos se ainda respiramos as mesmas idéias ou se apenas fingimos."

 
"O mundo admira a arrogância nos homens, mas não a suporta."

 
"No mundo da escrita não há direita ou esquerda, existe o homem, pleno e único, ditador de todas as personagens possíveis de serem criadas."

 
"A obsessão do homem pelo momento supremo da ejaculação leva-o a derrubar impérios, fazer guerras, até matar ou morrer."

 
"Aos vinte anos podemos tudo, inclusive pensar. Mas se não o fizer, ninguém vai culpá-lo."

 
"Quanto mais penso nas memórias de uma vida, mais piegas parecem os historiadores."
 
 
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Domingo, 9 de Novembro de 2008

OS MESES DO ANO - MARÇO

 

 
Março é o terceiro mês do ano do calendário gregoriano, com 31 dias. Deve o nome ao deus romano Marte. No hemisfério norte é o mês sazonal, responsável pelo equinócio de primavera. Em ambos hemisférios, Março encerra a época da chuva, dando passagem para as estações secas.
Por volta de 21 de Março, o sol cruza o equador celestial, rumo ao norte, é o equinócio de Março, equinócio da primavera no hemisfério norte e equinócio de outono no hemisfério sul.
Março, por ser o mês dedicado a Marte (Mars na Roma antiga), considerada a divindade pai de Rômulo, o fundador da cidade, era o primeiro mês do ano do calendário romano, criado pelo Rei Numa Pompílius, em 700 a.C., que se dizia descendente do deus da guerra. Posteriormente foram acrescentados os meses de inverno, Janeiro e Fevereiro, e Março deixou de ser o primeiro mês do ano por volta de 450 a.C., durante o tempo dos decemviri.
Mês de transição, encerra ciclos com as suas águas, encerrando o inverno no norte e o verão no sul. Em certos anos o carnaval é comemorado no mês de Março, outros em Fevereiro. Também acontece da Páscoa coincidir neste mês, ou no mês de Abril. Março é essencialmente um mês de recomeços, no hemisfério norte, após o inverno rigoroso, o homem volta ao campo. As flores ressurgem pelos bosques. É o renascimento da agricultura.

Marte o Deus da Guerra

Marte ou Mars, foi um dos mais importantes dos deuses cultuados pelos romanos. Quando eles assimilaram os deuses gregos e tomaram para si a características de muitos deles, Marte foi identificado com Ares, o deus da guerra dos helenos.
Na Grécia antiga dois deuses eram cultuados como os da guerra, Ares e Atena. Atena era a deusa da sabedoria, da estratégia das batalhas, protetora dos homens que estavam em campo. Ares era a face destrutiva da guerra, representava a crueldade das batalhas, o sangue derramado, a discórdia sem lados, sem vencedores, apenas o ódio cego das batalhas. Os gregos cultuavam Atena, que protegia as cidades em época de guerra, mas relutavam em cultuar Ares, que não oferecia a sua proteção a cidade alguma, apenas dominava o ódio.
Marte, ao contrário de Ares, era o protetor do povo romano. Tornou-se um deus mais poderoso do que o próprio Júpiter, senhor dos deuses. Quando Roma era apenas uma cidade agrícola, Marte era venerado como um deus da agricultura, responsável pela fúria das tempestades e das inundações no campo. Quando os romanos deixam de ser apenas agricultores e passam a dominar os povos através de batalhas e de guerras, também Marte passa a ser cultuado como o deus da guerra. Ao contrário do Ares grego, que é irracional e cruel, Marte é visto como estrategista, vigoroso, honrado, apesar de também cruel, e que protege os romanos em todas as batalhas na sua expansão pelo mundo. Depois de cada vitória numa batalha, em Roma realizavam-se festas e celebravam o caráter militar da divindade.
Quando Roma assume a posição de centro do mundo antigo, também os seus fundadores deixam de ser simples agricultores e pastores, criando-se a lenda da sua origem divina. Rômulo e Remo, os gêmeos fundadores da cidade, não têm origem comum, mas divina, são filhos do deus Marte. Sendo Marte o pai divino da Cidade Eterna, passa a ser o deus mais importante do império romano.
Impetuoso, Marte teve como amante além de Réia Silvia, mãe dos gêmeos Rômulo e Remo, Vênus, a deusa da beleza e do amor, mulher de Vulcano.
Em seu poema Mês de Março, que conta as aventuras do grande deus, Ovídio (43 a.C. – 18 d.C) invoca-o: “Depostos um momento escudo e lança, solta do elmo a coma luzidia, baixa a meus rogos, belicoso Marte. Pasmas de que um poeta a Marte invoque? De Marte se diz Março e Março eu canto”.

Marços na História do Mundo

01 de Março
1562 – Cerca de 1200 huguenotes (cristãos protestantes) são mortos na França, tragédia que ficou conhecida como o Massacre de Vassy (pintura da foto).
1931 – Seqüestrado o filho do famoso aviador norte-americano Lindbergh.
1952 – Realizadas as primeiras eleições para o Parlamento indiano, dando vitória ao Partido do Congresso de Nerhru.

02 de Março
1836 – O Texas proclama a sua independência do México.
1855 – Morre Nicolau I, czar da Rússia.
1939 – Eugenio Maria Giuseppe Giovanni Pacelli é eleito papa, tornando-se Pio XII.

03 de Março
1861 – Proclamada a emancipação dos servos na Rússia czarista.
1878 – Libertada nos Bálcãs, a Bulgária, após cinco séculos de domínio turco-otomano.
1978 – Roubado do túmulo, o corpo do ator Charles Chaplin, morto em 25 de dezembro de 1977.

04 de Março
1319 – Autorizada, pelo papa João XXII, a criação da Ordem de Cavalaria de Nosso Senhor Jesus, que substitui e herda os bens da extinta ordem dos Templários em Portugal.
1493 – Cristóvão Colombo chega em Lisboa, retornando da viagem que fizera na qual descobrira o continente Americano.
1968 – Pablo Picasso doa a série de quadros inspirada em As Meninas, ao museu de Barcelona que leva o seu nome.

05 de Março
1152 – Frederico I, o Barbaruiva ou Barbaroxa, torna-se imperador do Sacro Império Romano-Germânico.
1933 – O partido nazista ganha as eleições legislativas na Alemanha.
1953 – Morre em Moscou, o líder soviético Josef Stalin, após sofrer uma hemorragia cerebral.

6 de Março
1719 – Violento tremor de terra atinge Lisboa e o Algarve.
1853 – Estréia da ópera La Traviata, de Verdi, no teatro La Fenice, em Veneza.
1899 – Felix Hoffman consegue a patente do seu invento, a aspirina (foto).

07 de Março
1785 – A França cede a ilha de São Bartolomeu para a Suécia.
1906 – Instaurado o voto feminino na Finlândia, sendo este o primeiro país a dar às mulheres o direito ao voto.
2001 – Ariel Sharon torna-se o primeiro ministro de Israel.

08 de Março
1669 – Erupção do vulcão Etna destrói a cidade de Catania e causa a morte de mais de 20 mil pessoas.
1917 – Grandes protestos e greves em São Petersburgo, dão início aos movimentos que culminariam com a Revolução Russa.
1985 – Explosão de um carro bomba mata 96 pessoas em uma mesquita de Beirute, no Líbano.

09 de Março
1796 – Casamento de Napoleão Bonaparte com Josephine de Beauharnais.
1831 – Rei Luís Filipe de Orleans cria, na França, a Legião Estrangeira.
1985 – Em cumprimento à lei da anistia, são libertados no Uruguai, 163 presos políticos.

10 de Março
1910 – O governo imperial chinês extingue a escravidão na China.
1933 – Aberto em Dachau, nos arredores de Munique, o primeiro campo de concentração nazista.
1946 – As mulheres italianas votam pela primeira vez.

11 de Março
1810 – Divorciado de Josephine, o imperador Napoleão Bonaparte casa-se com a arquiduquesa Marie Louise da Áustria.
2001 – O governo talebã do Afeganistão, anuncia à ONU que as estátuas dos budas gigantes de Bamiyán foram destruídos.
2004 – Atentados terroristas por grupos islâmicos atingem Madri, com uma série de explosões em três estações ferroviárias, matando 199 pessoas e deixando mais de 1400 feridas.

12 de Março
1572 – Publicação do poema épico Os Lusíadas, do poeta português Luís de Camões.
1881 – Ocupação de Tunis, norte da África, pela França.
2000 – O papa João Paulo II pede perdão ao mundo pelos pecados da igreja católica.

13 de Março
1325 – Fundada a cidade de Tenochtitlan, a capital do Império Asteca.
1781 – Descoberto o planeta Urano, pelo astrônomo William Herschel.
1933 – Joseph Goebbels é nomeado para o Ministério da Propaganda do III Reich, recém criado na ocasião.

14 de Março
1883 – Morre em Londres, o filósofo e economista alemão Karl Marx, autor da obra O Capital.
1948 – Aprovado pelo senado norte-americano, o Plano Marshall.
2004 – Vladimir Putin é reeleito presidente da Federação Russa, com 71% dos votos.

15 de Março
44 a.C. – Júlio César é assassinado por um grupo de senadores romanos, entre eles o amigo Brutus (na foto, a pintura “A Morte de Júlio César”, de Vincenzo Camuccini).
1917 – Ao final da Revolução de Fevereiro de 1917, o czar Nicolau II é obrigado a abdicar.
1933 – Abolida a Lei Seca, que proibia a venda de bebida alcoólica nos Estados Unidos.

16 de Março
1521 – Fernão de Magalhães, navegador português, chega às Filipinas, onde será morto por nativos meses mais tarde.
1968 – Tropas norte-americanas atacam a aldeia de My Lai e matam 109 vietnamitas, a maioria mulheres e crianças.
1978 – Seqüestrado pelo grupo terrorista Brigadas Vermelhas, o líder político italiano, Aldo Moro, várias vezes primeiro ministro da Itália.

17 de Março
1229 – Frederico II, imperador do Sacro Império Romano, entra em Jerusalém, à frente da VI Cruzada, após conquistar a cidade em um tratado com os sarracenos.
1328 – A Escócia torna-se independente da Inglaterra.
1992 – Eleitores brancos da África do Sul aproavam em referendo, o fim do apartheid no país.

18 de Março
1314 – Queimado vivo na fogueira, em Paris, Jacques de Molay, último grão-mestre dos Templários.
1871 – Início do levantamento da Comuna de Paris.
1992 – Um atentado contra a embaixada de Israel em Buenos Aires, deixa 28 mortos e 250 feridos.

19 de Março
1859 – O naturalista e cientista Charles Darwin conclui o livro A Origem das Espécies.
1987 – Assinado um acordo final em Pequim, para que Portugal devolva o território de Macau à China.
2003 – George W. Bush, presidente dos EUA, lança ataques militares contra o Iraque, iniciando a guerra que deporia o presidente Saddam Hussein.

20 de Março
1815 – Chegada de Napoleão Bonaparte a Paris, dando início aos cem dias do seu segundo reinado.
1957 – Concedido o voto às mulheres na Suíça, pelo Conselho Nacional Suíço.
1995 – A seita Aum Shinrikyo (Verdade Suprema), liderada por Shoko Asahara, lança gás sarin no metropolitano de Tóquio, o atentado mata 12 pessoas e mais de 5500 ficam intoxicadas.

21 de Março
753 a.C. – Fundada a cidade de Roma (foto), segundo a lenda, por Rômulo. A cidade tornar-se-ia um dos maiores impérios do mundo.
1989 – Estudantes chineses começam a protestar contra o governo na Praça da Paz Celestial, em Pequim.
1993 – Inaugurado em Lisboa, o Centro Cultural de Belém.

22 de Março
1832 – Morre em Frankfurt, o escrito Johann Wolfgang Goethe, autor de obras imprescindíveis como Fausto e Os Sofrimentos do Jovem Werther.
1895 – Feita a primeira apresentação pública do cinematógrafo, pelos irmãos Lumière.
1963 – Lançado o primeiro disco dos Beatles, Plesase, Please Me, incluindo o primeiro compacto da banda, Love Me Do, gravado no ano anterior.

23 de Março
1942 – Em retaliação aos ataques no Pacífico, os EUA começam a deslocar dentro do seu território, japoneses e seus descendentes para centros de detenção.
1999 – Encontrado morto Luis Maria Argaña, vice-presidente do Paraguai.
2001 – Após quinze anos no espaço, em órbita, a estação espacial russa MIR, retorna à Terra.

24 de Março
1373 – Assinado tratado de paz de Santarém, entre Dom Fernando e Henrique II de Castela, pondo fim à segunda guerra no reinado de dom Fernando entre Portugal e Castela.
1882 – Isolado o bacilo da tuberculose pelo bacteriologista Robert Koch.
1976 – Um golpe militar na Argentina derruba o governo da presidente Maria Estela Martinez de Perón.

25 de Março
1957 – Assinado o Tratado de Roma, prevendo a criação do Mercado Comum Europeu, ou Comunidade Econômica Européia, a partir de 1 de janeiro de 1958.
1968 – Começa a revolta estudantil na universidade de Nanterre, na França, movimento que culminaria com o Maio de 1968.
1996 – O mal da vaca louca faz com que o Comitê Veterinário da Europa proíba as exportações de carne bovina procedentes da Grã-Bretanha.

26 de Março
1698 – Nove pessoas acusadas de práticas de bruxaria são executadas na Alemanha.
1828 – Primeira e única apresentação em público, em Viena, do compositor austríaco Franz Schubert.
1889 – Descobertas as muralhas da antiga Babilônia, em escavações arqueológicas feitas pelo arqueólogo alemão Robert Koldewey, na região central do Iraque.

27 de Março
1703 – O czar da Rússia, Pedro, o Grande, funda a cidade de São Petersburgo.
1808 – O imperador francês Napoleão Bonaparte, é excomungado pelo papa Pio VII.
1940 – Heinrich Himmler ordena a construção do campo de concentração de Auschwitz, no sul da Polônia.

28 de Março
1767 – Firmado em Marraqueche o primeiro tratado de paz entre a Espanha e o Marrocos.
1941 – Em um ato suicida, a escritora inglesa Virgínia Woolf atira-se ao rio Ouse, morrendo a seguir.
1977 – Pedido formal de Portugal para a sua integração na Comunidade Econômica Européia (CEE).

29 de Março
1908 – A Câmara dos Comuns da Grã-Bretanha concede o direito de voto às mulheres.
1985 – Inaugurada a Mesquita de Lisboa, Portugal (foto).
1987 – Morre Maria Von Trapp, escritora austríaca que inspirou o filme protagonizado por Julie Andrews, “A Noviça Rebelde” ou “Música no Coração”, conforme a tradução.

30 de Março
1853 – Nasce, em Zundert, na Holanda, Vincent Van Gogh, um dos maiores representantes da pintura mundial (na fotografia, "Auto Retrato - Outono de 1887", óleo sobre tela, 47 X 35 centímetros, Museu d'Orsay, Paris, França).
1912 – Assinado o Pacto de Fez, pelo qual o sultão do Marrocos concede à França o protetorado sobre o seu país.
1981 – Atentado contra o presidente dos EUA, Ronald Reagan, em Washington, em tiros auferidos por John W. Hinkley Jr.
1998 – A tradicional Rolls Royce é adquirida pela indústria automobilística alemã BMW, por 570 milhões de dólares.

31 de Março
1492 – Os reis Fernando de Aragão e Isabel de Castela, assinam o decreto de expulsão dos judeus de todas as terras da Espanha.
1821 – Extinto o Tribunal da Inquisição em Portugal, instituído em terras lusitanas desde maio de 1536.
1979 – Declarado um boicote total ao Egito pelos países árabes, em decorrência do governo do Cairo ter assinado um acordo de paz com Israel.

Marços na História do Brasil

01 de Março
1565 – Fundada, por Estácio de Sá, a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro.
1894 – Iniciada a construção de Belo Horizonte, capital de Minas Gerais.

02 de Março
1821 – Decreto do governo português estabelece a liberdade de imprensa no Brasil.
1850 – Sepultado no Rio de Janeiro, Grandjean de Montigny, primeiro professor de arquitetura do Brasil e autor do projeto do prédio da atual Casa França-Brasil.

03 de Março
1687 – O bandeirante Domingos Jorge Velho faz um acordo com o governo de Pernambuco para comandar a destruição do quilombo de Palmares.
1897 – Comandada pelo coronel Moreira César, vulgo “corta-cabeças”, expedição do Exército brasileiro ataca o arraial de Canudos. O combate termina à noite, com o militar morto e a tropa batendo em retirada.

04 de Março
1612 – Batizado no Rio Grande do Norte, no rito católico, o índio potiguar Felipe Camarão, um dos protagonistas da luta contra o domínio holandês no Nordeste, no século XVII.
1974 – Inaugurada a ponte Presidente Costa e Silva (Rio-Niterói, com 12,9 quilômetros de extensão).

05 de Março
1887 – Nasce no Rio de Janeiro, Heitor Villa-Lobos, que entraria para a história como uma das maiores expressões da música erudita brasileira e mundial.
1979 – Inaugurado, no Rio de Janeiro, o primeiro trecho do metrô carioca, com 5,1 quilômetros de extensão, ligando o bairro da Glória à Praça Onze.

06 de Março
1817 – Deflagrada a Revolução Pernambucana, envolvendo proprietários de terras e de escravos, comerciantes e militares que se opunham ao governo português instalado no Rio de Janeiro.
1855 – Enforcado em Macaé, Rio de Janeiro, Manuel da Mota Coqueiro, vítima de um erro judiciário que selaria o fim da pena de morte no Brasil.

07 de Março
1609 – Criada a Relação do Brasil, tribunal máximo colonial que tinha por objetivo fiscalizar a aplicação das leis portuguesas no Estado do Brasil.
1990 – Morre no Rio de Janeiro, aos 92 anos, o líder comunista Luís Carlos Prestes.

08 de Março
1500 – Celebrada em Portugal missa votiva pela viagem da frota de Pedro Álvares Cabral rumo à Ásia.
1808 – Com uma calorosa recepção, a família real portuguesa desembarca no Rio de Janeiro.

09 de Março
1500 – Parte de Portugal, rumo à Índia, a frota comandada por Pedro Álvares Cabral que no mês seguinte chegaria ao Brasil.
1921 – Promulgado o decreto de desmonte do Morro do Castelo, no centro histórico do Rio de Janeiro. Dele, hoje, resta apenas uma ladeira.

10 de Março
1534 – O rei d. João III, de Portugal, assina a doação da primeira capitania hereditária no Brasil, a Nova Lusitânia (depois chamada Pernambuco).
1826 – Aos 59 anos, morre em Portugal, o rei d. João VI.

11 de Março
1808 – Logo após sua chegada ao Rio de Janeiro, o príncipe d. João organiza o primeiro ministério português nos trópicos.
1911 – Mulher é agredida na rua, no Rio de Janeiro, por trajar uma saia-calça.

12 de Março
1535 – Fundada a Vila de Olinda.
1989 – Morre Ernani do Amaral Peixoto. Genro de Getúlio Vargas e importante político do Estado Novo, governou o Rio de Janeiro entre 1951 e 1955.

13 de Março
1716 – Morre em Salvador, o jesuíta João Antônio Andreoni, autor do livro Cultura e Opulência do Brasil Por Suas Drogas e Minas, de 1711.
1963 – Comício das esquerdas em apoio às reformas de base do presidente João Goulart reúne cerca de 200 mil pessoas em frente à Central do Brasil, no Rio de Janeiro.

14 de Março
1847 – Nasce na Bahia, Castro Alves, o “poeta dos escravos”, uma das maiores expressões da poesia romântica brasileira.
1985 – O presidente eleito Tancredo Neves é internado, 12 horas antes da posse, por causa de uma diverticulite, de que viria a morrer pouco depois.

15 de Março
1789 – Joaquim Silvério dos Reis denuncia ao governador de Minas Gerais supostos conspiradores da Conjuração Mineira.
2001 – Explosões provocam a morte de 11 pessoas e depois o afundamento da maior plataforma marítima da Petrobrás, a P-36, na bacia de Campo (RJ).

16 de Março
1819 – Nasce em Salvador, José Maria da Silva Paranhos, futuro visconde do Rio Branco, responsável pela Lei do Ventre Livre, de 1871.
1919 – Morre no Rio de Janeiro, vítima da gripe espanhola, antes de tomar posse no seu segundo mandato, o presidente eleito Rodrigues Alves.

17 de Março
1825 – Executados no Rio de Janeiro, João Guilherme Ratcliff, Joaquim da Silva Loureiro e João Metrowich, que em 1824 lutaram contra o centralismo político de d. Pedro I no movimento conhecido como a Confederação do Equador.
1967 – O general Emilio Garrastazu Médici assume a chefia do SNI (Serviço Nacional de Informações), um dos órgãos de repressão mais conhecidos do regime militar.

18 de Março
1823 – Carta imperial de d. Pedro I eleva a vila de Vitória, capital da Província do Espírito Santo, à categoria de cidade.
1858 – Inaugurado o primeiro trecho da primeira via asfaltada do Brasil, a estrada União e Indústria, em Petrópolis (RJ).

19 de Março
1870 – Estréia no Teatro Scala, em Milão, Itália, a ópera O Guarani, de Carlos Gomes.
1964 – 500 mil pessoas se reúnem em São Paulo em oposição às medidas populares do presidente João Goulart.

20 de Março
1570 – O rei português d. Sebastião promulga lei contra a escravização de indígenas no Brasil.
1816 – Morre no Rio de Janeiro, aos 81 anos, d. Maria I, a Louca.

21 de Março
1624 – Alvará do rei Filipe III de Portugal (IV de Espanha) cria o Estado do Maranhão, separando-o do Estado do Brasil. A medida visava garantir um maior controle da Coroa sobre a Região Norte.
1823 – Por decreto de d. Pedro I, um mercenário britânico, lorde Cochrane, torna-se o primeiro almirante da marinha brasileira.

22 de Março
1869 – O conde D’Eu é nomeado comandante-em-chefe das tropas brasileiras na Guerra do Paraguai.
1991 – Trabalhador desempregado tenta atacar o presidente Collor com uma faca, em Brasília.

23 de Março
1869 – Após retornar da Guerra do Paraguai, Luís Alves de Lima recebe o título de duque de Caxias.
1935 – Fundada no Rio de Janeiro, a Aliança Nacional Libertadora (ANL), de orientação comunista e opositora do governo Vargas.

24 de Março
1844 – Nasce no Crato, Ceará, Cícero Romão Batista, depois padre Cícero, líder político e religioso durante a República Velha.
1928 – Morre em Washington, o diplomata e historiador Manuel de Oliveira Lima, autor de D. João VI no Brasil, de1908.

25 de Março
1824 – Jurada por d. Pedro I a primeira Constituição do Brasil.
1840 – Último grupo de revoltosos da Cabanagem se rende no Amazonas.

26 de Março
1816 – Chega ao Rio de Janeiro a Missão Artística Francesa, trazendo, entre outros artistas, Jean-Baptiste Debret e Nicolas Antoine Taunay.
1876 – O imperador d. Pedro II embarca para os Estados Unidos, para assistir à Exposição de Filadélfia.

27 de Março
1810 – Alvará liberando no Brasil, a venda de mercadorias pelas ruas e casas, isto é, legalizando o comércio ambulante.
1821 – Começa a circular no Recife a Aurora Pernambucana, primeiro jornal de Pernambuco.

28 de Março
1835 – Lei provincial do Rio de Janeiro eleva a Vila Real da Paria Grande à categoria de cidade, com o nome de Niterói.
1968 – Assassinado por agentes da repressão, no Rio de Janeiro, o estudante Edson Luís. Seu enterro, no dia seguinte, reuniu mais de 60 mil pessoas e desencadeou uma onda de protestos em todo o país contra a ditadura militar.

29 de Março
1549 – Chega à Bahia a esquadra comandada por Tomé de Sousa, primeiro governador-geral do Brasil.
1549 – Chegam à Bahia os primeiros jesuítas.

30 de Março
1922 – Chegam ao Brasil Gago Coutinho e Sacadura Cabral, autores da primeira travessia aérea do Atlântico Sul.
1964 – O presidente João Goulart discursa em favor das reformas de base em assembléia de sargentos no Automóvel Clube, no Rio de Janeiro.

31 de Março
1964 – Golpe civil-militar derruba o governo João Goulart. Conseqüência: 21 anos de ditadura militar.
1964 – Departamento de Estado norte-americano mobiliza navios, aviões e 110 toneladas de armas para assegurar o sucesso do golpe civil-militar que depôs o presidente João Goulart.

Nascidos em Março

01 de Março
Christine Fernandes, atriz brasileira
David Niven, ator britânico
Frédéric Chopin, músico e compositor polonês
Glenn Miller, músico norte-americano
Javier Bardem, ator espanhol
Jorge Aragão, cantor e compositor brasileiro
João Goulart, ex-presidente brasileiro
Marcos Paulo, ator e diretor brasileiro
Maurício do Valle, ator brasileiro
Ron Howard, cineasta norte-americano
Ruy de Carvalho, ator português
Sandro Botticelli, pintor italiano
Yitzhak Rabin, líder político israelense

02 de Março
Amélia Rey Colaço, atriz portugues
Desi Arnaz, ator cubano
Jennifer Jones, atriz norte-americana
Jon Bon Jovi, cantor e músico norte-americano
Mikhail Gorbachev, estadista soviético

03 de Março
Alexander Graham Bell, inventor escocês
Angela Vieira, atriz brasileira
Betty Gofman, atriz brasileira
Jards Macalé, cantor e compositor brasileiro
Jean Harlow (foto), atriz norte-americana
Miranda Richardson, atriz britânica

04 de Março
Antonio Vivaldi, músico e compositor erudito italiano
Carlos Vereza, ator brasileiro
Gabriel o Pensador, cantor brasileiro
Infante D. Henrique, príncipe português, conhecido como o navegador
Tancredo Neves, político brasileiro

05 de Março
Dean Stockwell, ator norte-americano
Heitor Villa-Lobos, músico e compositor brasileiro
Pier Paolo Pasolini, cineasta, poeta e escritor italiano
Rex Harrison (foto), ator britânico
Rosa Luxemburgo, política e filósofa polonesa
Samantha Eggar, atriz britânica

06 de Março
Andrzej Wajda, cineasta polonês
Gabriel García Márquez, escritor colombiano
Michelangelo, pintor e escultor italiano
Natália do Valle, atriz brasileiro
Paulo Figueiredo, ator brasileiro

07 de Março
Anna Magnani, atriz italiana
Danilo Caymmi, músico, cantor e compositor brasileiro
Maurice Ravel, músico e compositor francês
Nívea Maria, atriz brasileira
Piet Mondrian, pintor modernista holandês
Rachel Weisz, atriz britânica
Ziembinski, ator e diretor de teatro brasileiro nascido na Polônia

08 de Março
Aidan Quinn, ator norte-americano
Claire Trevor, atriz norte-americana
Cyd Charisse (foto), atriz norte-americana
Hebe Camargo, apresentadora e cantora brasileira
Letícia Sabatella, atriz brasileira
Marjorie Estiano, atriz brasileira
Neuza Borges, atriz brasileira
Renata Dominguez, atriz brasileira
Tom Cavalcante, humorista brasileiro

09 de Março
Américo Vespúcio, navegador italiano
Iuri Gagarin, astronauta soviético
Juliette Binoche (foto), atriz francesa
Linda Fiorentino, atriz norte-americana
Lucinha Lins, atriz e cantora brasileira
Ornella Muti, atriz italiana
Raul Julia, ator portoriquenho
Suzana Faini, atriz brasileira
Valérie Lamercier, atriz, cantora e diretora francesa

10 de Março
Chuck Norris, ator norte-americano
Lolita Rodrigues, atriz brasileira
Sharon Stone, atriz norte-americana
Tereza Rachel, atriz brasileira

11 de Março
Astor Piazzolla, músico e compositor de tango argentino
Nina Hagen, cantora alemã
Suzy Rêgo, atriz brasileira
Tetê Espíndola, cantora e compositora brasileira
Thora Birch, atriz norte-americana

12 de Março
Barbara Feldon, atriz norte-americana
Deborah Evelyn, atriz brasileira
Janaína Lince, atriz brasileira
Joaquim Cruz, atleta brasileiro
Juliana Silveira, atriz brasileira
Liza Minnelli, atriz e cantora norte-americana
Nádia Lippi, atriz brasileira
Roberto Bonfim, ator brasileiro

13 de Março
Antonio Conselheiro, líder messiânico de Canudos
Lourdes Mayer, atriz brasileira
Neil Sedaka, cantor e compositor americano

14 de Março
Albert Einstein, cientista alemão
Billy Crystal, ator norte-americano
Carlos Heitor Cony, escritor brasileiro
Castro Alves, poeta brasileiro
Glauber Rocha, cineasta brasileiro
Lúcio Mauro, ator e humorista brasileiro
Michael Caine, ator britânico

15 de Março
David Cronenberg, cineasta canadense
Gilberto Freyre, sociólogo, político e escritor brasileiro
Harry James, músico norte-americano
Joaquim de Almeida, ator português
Oswaldo Montenegro, cantor e compositor brasileiro

16 de Março
Bernardo Bertolucci, cineasta italiano
Camilo Castelo Branco, escritor português
Erik Estrada, ator norte-americano
Isabelle Huppert, atriz francesa
Jerry Lewis, ator norte-americano
Juarez Machado, artista plástico brasileiro
Juca de Oliveira, ator e dramaturgo brasileiro
Selma Egrei, atriz brasileira
Sully Prudhomme, poeta francês

17 de Março
Elis Regina, cantora brasileira
Gary Sinise, ator e diretor norte-americano
Kurt Russell, ator norte-americano
Nat King Cole, cantor norte-americano
Patrick Duffy, ator norte-americano
Rob Lowe, ator norte-americano
Rudolf Nureyev, bailarino russo

18 de Março
Chris Couto, atriz e apresentadora brasileira
Giovanna Antonelli, atriz brasileira
Irene Caras, cantora, compositora e atriz norte-americana
John Updike, escritor norte-americano
Júlia Lemmertz, atriz brasileira
Luc Besson, cineasta francês
Peter Graves, ator norte-americano
René Clément, cineasta francês
Rudolf Diesel , inventor franco-germânico
Stéphane Mallarmé, poeta francês

19 de Março
Assis Valente, compositor brasileiro
Bruce Willis, ator norte-americano
Glenn Close, atriz norte-americana
José de Anchieta, jesuíta espanhol
José Serra, político brasileiro
Ursula Andress, atriz suíça
Zezeh Barbosa, atriz brasileira

20 de Março
Darlene Glória, atriz brasileira
Edson Celulari, ator brasileiro
Holly Hunter, atriz norte-americana
Menotti Del Pecchia, escritor e pintor brasileiro
Paulo José, ator brasileiro
Spike Lee, cineasta norte-americano
Theresa Russell, atriz norte-americana
William Hurt, ator norte-americano

21 de Março
Angelina Muniz, atriz brasileira
Ayrton Senna da Silva, corredor de fórmula 1 brasileiro
Gary Oldman, ator e diretor britânico
Johann Sebastian Bach, músico e compositor erudito alemão
Matthew Broderick, ator norte-americano
Rafael Bordalo, desenhista e caricaturista português
Timothy Dalton (foto), ator britânico

22 de Março
Antoon van Dyck, pintor retratista flamingo
Fanny Ardant, atriz francesa
Jorge Benjor, cantor e compositor brasileiro
Karl Malden, ator norte-americano
Lena Olin, atriz sueca
Reese Whitherspoon, atriz norte-americana
Vladimir Brichta, ator brasileiro

23 de Março
Akira Kurosawa, cineasta japonês
Berta Loran, atriz e comediante brasileira nascida na Polônia
Joan Crawford (foto), atriz norte-americana
Lídia Franco, atriz portuguesa
Moacyr Scliar, escritor brasileiro
Sérgio Cardoso, ator brasileiro
Ugo Tognazzi, ator italiano
Walter Forster, ator brasileiro

24 de Março
Dario Fo, escritor, dramaturgo e comediante italiano
Harry Houdini, ilusionista húngaro
Joseph Barbera, criador de desenhos animados norte-americano
Padre Cícero, líder religioso brasileiro
Steve McQueen, ator norte-americano

25 de Março
Aretha Franklin, cantora norte-americana
Elton John, cantor e compositor britânico
Leila Diniz, atriz brasileira
Simone Signoret, atriz francesa

26 de Março
Cláudio Marzo, ator brasileiro
Diana Ross, cantora norte-americana
Juliana Paes, atriz brasileira
Tennessee Williams, dramaturgo americano

27 de Março
Gloria Swanson, atriz norte-americana
Quentin Tarantino, cineasta norte-americano
Renato Russo, cantor e compositor brasileiro
Xuxa Meneghel, apresentadora brasileira

28 de Março
Alexandre Herculano, escritor português
Dirk Bogarde (foto), ator britânico
Mario Vargas Llosa, escritor peruano
Maximo Gorki, escritor Russo
Zizi Possi, cantora brasileira

29 de Março
Braguinha, compositor brasileiro
Christopher Lambert, ator norte-americano
Jorge Fernando, ator e diretor brasileiro
Lima Duarte, ator brasileiro
Pedro Bial, jornalista e apresentador brasileiro
Rugendas, pintor e desenhista alemão
Terence Hill, ator italiano
Vanessa Giácomo, atriz brasileira

30 de Março
Céline Dion, cantora canadense
Denise Saraceni, diretora de televisão brasileira
Fábio Junqueira, ator e diretor brasileiro
Francisco Goya, pintor espanhol
Rosi Campos, atriz brasileira
Vera Zimmerman, atriz brasileira
Vincent Van Gogh, pintor holandês
Warren Beatty (foto), ator norte-americano

31 de Março
Christopher Walken, ator norte-americano
Ewan McGregor, ator britânico
Joseph Haydn, músico e compositor erudito austríaco
René Descartes, filósofo francês
Richard Chamberlain, ator norte-americano
Shirley Jones, atriz e cantora norte-americana

Datas Comemorativas

01 de Março – Dia de São David
02 de Março – Dia Nacional do Turismo
02 de Março – Dia da Oração
03 de Março – Dia do Meteorologista
05 de Março – Dia do Filatelista Brasileiro
07 de Março – Dia do Fuzileiro Naval
08 de Março – Dia Internacional da Mulher
10 de Março – Dia do Telefone
10 de Março – Dia do Sogro
12 de Março – Dia do Bibliotecário
14 de Março – Dia do Vendedor de Livro
14 de Março – Dia dos Animais
14 de Março – Dia Nacional da Poesia
15 de Março – Dia da Escola
15 de Março – Dia Mundial do Consumidor
17 de Março – Dia de São Patrício
19 de Março – Dia de São José
19 de Março – Dia do Marceneiro
19 a 21 de Março – O equinócio chamado de vernal ou equinócio de primavera no hemisfério norte e o equinócio de outono no hemisfério sul ocorre em datas variadas de 19 de Março a 21 de Março (em UTC)
20 de Março – Dia do Contador de Histórias
21 de Março – Dia Universal do Teatro
21 de Março – Dia Internacional Contra a Discriminação Racial
22 de Março – Dia Mundial da Água
23 de Março – Dia Mundial da Meteorolgia
23 de Março – Dia do Paquistão
26 de Março – Dia do Cacau
27 de Março – Dia do Circo
28 de Março – Dia do Diagramador e da Revisão
30 de Março – Dia Mundial da Juventude
30 de Março – Dia da Integração Nacional
31 de Março – Dia da Saúde e da Nutrição

 

publicado por virtualia às 20:09
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Quarta-feira, 5 de Novembro de 2008

CONTOS - VERGÍLIO FERREIRA

 

 

Muitas vezes o conto em língua portuguesa é lido com um certo preconceito. O romance é tido como a ambição máxima do escritor. Para um romancista, o conto é visto como uma obra menor, ou seja, quase como um romance falhado. A prova desta idéia vem de Vergílio Ferreira na nota introdutória do seu livro “Contos”, na nota de a 14 de Junho de 1976:

“Escrever contos foi-me sempre uma atividade marginal e eles relevam assim um pouco da desocupação e do ludismo. E se um conto (como uma cerâmica ou uma gravura), bem realizado, excede em importância um mal realizado romance (ou um quadro a óleo), será sempre um conto, ao que julgo, de uma dimensão menor que a de um romance.”

Devido a sua estrutura, os contos são histórias de ficção rápidas e de conteúdo de ações reduzidos, que para um escritor, muitas vezes, é utilizado como uma forma de ficção menos trabalhada. Não é verdade, porém, que o conto não deixa de ter a sua importância literária, grandes contistas superaram dentro da sua ficção o romancista. O próprio Vergílio Ferreira esclarece na mesma nota introdutória:

“Entendo por “dimensão” a estrutura básica de um gênero ou forma estética que envolva determinadas possibilidades artísticas e humanas. Se um conto de Eça de Queirós não é inferior em realização a um qualquer dos seus romances, é evidente que o é quanto à sua dimensão, ou seja, aos limites em que tem de desenvolver-se. O que nada tem que ver, obviamente, com a “extensão” de um e outros. Não pode, pois, a isto objetar-se que é preferível um bom conto a um mau romance - porque o é. Mas pode perguntar-se em que medida não ficaríamos diminuídos se um Eça de Queirós tivesse sido apenas contista. Decerto estas questões não se decidem por uma opção mas por uma vocação; e assim nos não perguntamos sobre o quanto nos diminuiu um Fialho de Almeida com o romance que não escreveu - porque o não pôde escrever. É sempre, todavia, legítimo especular sobre se tal romance, a ser escrito, atingiria a realização dos contos do mesmo autor.”

É legítimo citarmos esta nota introdutória, uma vez que ao estudarmos o conto, devemos também analisá-los na perspectiva do autor, para percebermos até que ponto a sua importância literária condiz com a realização intelectual de quem o escreveu. Os contos de Vergílio Ferreira, apesar de serem vistos por ele como uma obra menor, não deixam de traduzir a essência do povo português nos últimos cinqüenta anos. Aqui analisaremos Contos (4ª edição - Bertrand Editora - 1991), uma coletânea editada pela primeira vez em 1976, que reuniu contos desde 1945 (“O Cerco”), até 1975 (“O Morto”), com inclusões posteriores na edição de 1991. São contos que têm entre si um espaço de quase cinqüenta anos. Uma visão dos costumes portugueses desde o fim da Segunda Guerra Mundial até ao fim do Salazarismo, com as dificuldades de adaptação do após 25 de Abril. Tempos distintos que refletem bem na análise das personagens - antes e depois da Revolução dos Cravos.

Lirismo em Prosa

Nos contos de Vergílio Ferreira vamos encontrar uma linguagem poética, a narrativa, verdadeira poesia em prosa, é de um lirismo contagioso, sobrepondo-se à ironia do autor. No conto “Mãe Genoveva”, a temática é a mesma de “A Maria Lionça” de Miguel Torga (veja o artigo CONTOS DA MONTANHA – MIGUEL TORGA ://virtualiaomanifesto.blogspot.com/2008/01/contos-da-montanha-miguel-torga.html), chegamos ao fim do conto com a sensação que ambas as personagens são irmãs, mas de pais diferentes. No lirismo de Vergílio Ferreira vamos conhecendo a personagem:

“Todas as tardes ela vinha com o cesto de costura para o sol do corredor, se a tarde era de inverno, ou para a sombra da figueira, se era nos calores do verão. Ali estava agora, direita ainda, frente ao vento da tarde funda de Agosto, um vento largo e calmo de céu e de montanha. Mas tão grande era a certeza de sossego à sua volta, tão aberta de paz e de sinal, que a cabeça lhe tombou para o tronco da figueira e as mãos e os olhos se entregaram à unção de uma morte merecida. Quanto tempo? Abriu os olhos e sentiu-se verdadeira no seu corpo fatigado, como fora verdadeira toda a dor que conquistara.”

As palavras desenvolvem-se como um poema em prosa. O lirismo faz do conto uma linguagem rica e densa. Dentro da dor da vida a dignidade e poesia do homem. Mãe Genoveva é a mulher lutadora, cuja vida rouba-lhe o filho. Assim, torna-se mãe de todos os outros órfãos da vida e da esperança:

“E Genoveva, subitamente, sentiu-se iluminada, docemente ungida de um sinal de maternidade para todos os tempos da esperança e do amor. Suspenso sobre as cabeças, sobre a glória do canto dos seus filhos, um grande gesto de bênção unia-os como um ventre. Até que, à hora quente da lua-cheia, fechada de um silêncio final, segura de que tudo se cumprira em perfeição, Genoveva sentiu que a cabeça lhe tombava - e para sempre adormeceu.”

É notável como a dor e a amargura são diluídas pela forma poética como é descrita. Apesar das armadilhas da vida, as esperanças da personagem são vistas nos gestos do dia, na ida e na volta do filho, na maneira infinita e sem medo que acolhe a morte. Há de encontrar dentro de todo lirismo uma certa visão quase irônica, quase desoladora, tão típica de Miguel Torga, Manuel da Fonseca, e muitos outros contemporâneos de Vergílio Ferreira.
O povo português é descrito aqui como sobreviventes da prisão do tempo e da cultura. Ainda não existe a CEE, a guerra colonial destrói todo o construído, a única esperança é a emigração. Para o Brasil, para a França, para a Suíça.

Os Primeiros Tempos Após a Revolução dos Cravos

Já numa fase seguinte, “Contos”, continua através do após 25 de Abril. A ditadura terminou, a liberdade de expressão é vista com desconfiança, sem a amplitude atual. Também a guerra colonial chega ao fim. O grande problema viria quando mais de um milhão de portugueses retornariam das ex-colônias. Surge uma nova personagem, o retornado, aquele que perdeu tudo na guerra. A economia desequilibra-se. Os partidos de esquerda dantes clandestinos, agora gritam nas ruas os seus direitos. Acontecem os saques às casas e às mansões dos colaboradores do antigo regime. As manifestações nas ruas são vistas com euforia. Surgem as greves e as manifestações do proletário. A instabilidade dos governos dos anos setenta é um caos. O país tem liberdade de expressão, mas não sabe ao certo que caminho encontrar. Tantos anos voltados para a África, no momento uma única dúvida, estão mesmo na Europa? É nesta fase de transição que surgem as personagens de Vergílio Ferreira de “O Morto”:

Traziam muitas bandeiras e as bandeiras eram vermelhas, que é a cor do proletariado. E aos cantos das bandeiras havia estrelas amarelas, que também é. Como o barulho era muito, o choro era pouco. Às vezes, por cansaço ou deferência mortuária, gritava-se menos. E então o choro era mais. Nessa altura a família tinha um pouco razão de ir ali e o enterro parecia-se mais com um enterro. Também o céu tinha nuvens baixas e o enterro ficava ainda mais parecido. O padre também lá ia por vontade da família e para que tudo fosse como devia ser. Mas quando ele se dispunha a dizer o latim apropriado, rompeu pelo cemitério dentro um outro bando cheio de barbas, com muitas bandeiras vermelhas, que é a cor das classes desfavorecidas. E aos cantos das bandeiras havia estrelas amarelas. A aldeia era no cabo do mundo. Mas como tudo o que é essencial para a vida dos povos tem de chegar sempre até onde houver povo, as complicações sociais também lá chegaram.”

Aqui o morto é reclamado por dirigentes comunistas. O conto hoje parece datado, observa-se a ironia com a qual retrata Vergílio Ferreira a época. Mais cáustico, menos lírico, é o retrato de uma sociedade em transição. A guerra fria dita as ideologias. O morto é disputado pelas antigas tradições religiosas e pelas novas convicções ideológicas. O debate não vai além da comédia. Os tempos também não. Nos anos setenta os escritores tinham que definir uma linha, ou era uma literatura de direita ou de esquerda. Que posição tomar? A que menos limitasse o autor e a sua obra. A criatividade dá passagem ao discurso político. Comparar o lirismo de “Mãe Genoveva” com a ironia de “O Morto”, é encontrarmos no escritor uma transição, mas que literariamente não mostra só um amadurecimento, mas a perda de um momento, quase como se o morto fosse o poeta, não o proletário.
Mas encontramos pelo caminho de “Mãe Genoveva” e de “O Morto”, contos de transição que definem o autor e a obra, sem dualismos ideológicos, mas um contador de história.

As Tradições e as Lutas de Classes

Em “O Encontro”, vamos ver aqui o homem e as armadilhas da sedução, o prazer e os costumes, mais uma vez a tragédia é consumada em nome da honra caprichosa. Nesse conto um engenheiro da cidade envolve-se com uma rapariga de uma aldeia. O engenheiro é visto pela população como a opressão do progresso, como o homem culto diante da natureza ignorante do homem analfabeto, do homem do campo, despido de intelecto, mas amplo de tradições e costumes. O homem da cidade que está farto do campo, da ignorância cega daquela gente, que não vê o momento de concluir a obra e partir, mas que mesmo menosprezando tal gente, o sentido do corpo e do sexo faz com que ele seduza uma rapariga. A tragédia vem quando os irmãos e o pai da rapariga vingam a honra caprichosa com o sangue, golpeando de morte o engenheiro:

“O caminho era negro como a pedra daqueles palheiros; negro do estrume, da terra sempre úmida das águas correntes. Havia depois adiante uma breve clareira, e, a seguir, a casa dela, precisamente onde começava a rampa de areia branca do lado de cima dos eucaliptos. (...)
(...) O suor escorria. Com os golpes da navalha o engenheiro sentiu a mão do velho socar-lhe as costas, e voltou-se. Impossível lutar. Num clarão, atirou-se furioso por uma aberta da ladeira e atrás dele soou logo o tropel dos três. Na vertigem da luta, uma sede de sangue apossara-se deles, um rancor sem memória despedaçava-lhes os nervos. Alucinado, o engenheiro corria, rampa abaixo. Mas em breve as forças lhe faltaram, e na volta do caminho tropeçou. Firmou-se porém, ainda num arranque de fúria, sobre as pernas massacradas e entorpecidas; mas uma pancada surda, com a potência de um coice; estoirou-lhe a cabeça, como um trovão. Como impelidos por uma mola que estala, os braços saltaram-lhe acima, de mãos abertas. Logo, porém, a meio quebraram, as pernas enroscaram-se-lhe devagar, e todo o corpo se lhe abateu desamparado.”

Aqui, ao contrário de “A Paga”, de Miguel Torga (no conto de Torga, para vingar a honra perdida, os irmãos da rapariga castram o mal-feitor), o que está em causa não é só a honra ofendida, mas o ódio dos irmãos da rapariga pelo engenheiro, pois lhe eram subordinados na obra, e tratados com desprezo pelo mesmo. As lutas de classe são traduzidas pelos costumes, camufladas por eles, ou seja, o acerto de contas é com o homem culto da cidade, não com o homem que desonrou a família. Sente-se um Vergílio Ferreira com uma literatura pungente e com convicções sociais acentuadas. Podemos evidenciar em outro conto, de uma forma diferente, a mesma luta de classes. No conto “Gló”, a personagem central é Glória, que traz a alcunha de Gló. Glória é uma criança inteligente e carismática, oriunda de uma mulher pobre que para ganhar a vida, faz limpezas nas casas de pessoas ricas. A filha cai nas graças de uma família rica, que acaba por tirá-la da mãe, tornando-a parte casa. Mas, apesar de todo o apego da família pela bela criança, Glória cresce, e a realidade é outra, será sempre alguém que vive da caridade daquela família. Não é filha, também não é criada, torna-se apenas alguém estranho à família. Com a morte da anfitriã, Glória torna-se motivo de desejo do viúvo. Novamente a luta de classes de uma forma pungente, mas realista:

“Os dias foram passando, até que uma tarde, alterada de cólera reprimida, Mina disse a Gló coisas desagradáveis e imprevistas. Quis saber porque não arranjava um rapaz e se não achava fastidiento casar com um velho viúvo. Mas esta pergunta, embora magoasse Gló até ao vexame, não deixava de surpreendê-la agradavelmente. Ah, tinha ali afinal a desforra da miséria velha, a desforra da sua gente, a vingançazinha própria sobre Mina e toda a sua fidalguia. No entanto, já não seria agora possível deixar de sentir-se embaraçada quando o sr. Costa a fitasse demoradamente ou lhe enterrasse devagar os dedos no cabelo.”

Um Contista Sem Limitações

As personagens dos contos de Vergílio Ferreira são de uma psicologia soberba. Não ficariam diminuídas diante de outras personagens do mundo do romance. Os contos de Vergílio Ferreira são dos melhores que há em literatura portuguesa. De uma expressividade poética, política e social, onde podemos ler sempre várias vertentes dentro da mesma personagem. As personagens são ricas, pouco transparentes e de um desembocar que só é resumido pela própria estrutura do conto, pelas limitações do mesmo, onde o início já quase prevê o fim. Para terminarmos esta análise, voltemos às palavras do autor na sua nota introdutória:

“Resta que para os meus contos se decida de uma vez não atingirem eles, face aos romances que escrevi, não apenas a dimensão mas o nível. Ser-me-á perdoável que eu duvide um pouco? Perspectivas de um outro ângulo, pondo em causas outras opções, jogando com outros valores, não vejo que algumas narrativas desta coletânea não me tenham mobilizado a capacidade que me coube e, ainda que marginais, não sejam do todo que me pertence.”

E para que percebermos o princípio da exteriorização das palavras do autor, onde esta exteriorização anula-se verdadeiramente na forma como o sujeito da narração centra-se de forma insistente e sistemática sobre o seu universo interior. Vejamos o final do primeiro conto “Adeus”, onde mergulhamos no universo lírico e poético do mesmo, com a plena certeza de que não fomos lesados ao optarmos por ler os seus contos:

“Caminhei pela vereda branca, lavado numa pureza desconhecida, anterior à minha humanidade, e onde, no entanto, eu me sentia todo inteiro. Quando cheguei ao topo da colina, olhei ainda atrás a ausência de Marta. Mas lentamente, surpreso e todavia calmo, fui descobrindo Marta em pessoa, em pé, no meio do caminho, vestida de lua, esperando decerto como eu que toda a serra e toda a aldeia e tudo o que nos fora prometido ficasse enfim tão diferente como quando ainda não tínhamos nascido.”

Pelo contrário, saímos das páginas dos contos com a certeza que redescobrimos um escritor. Nunca esquecemos o romancista, mas também o contista é um mestre na arte de contar histórias. No seu existencialismo exacerba a solidão do homem, nu diante das evidências da vida, nu diante do seu lugar em um universo sem estrelas. Aqui temos uma inclinação para descobrirmos a subtileza da alma portuguesa. Uma alma latina, saudosista, plena de surpresas.

Vergílio Ferreira

Vergílio Antonio Ferreira nasceu em Melo, Gouveia, em 28 de janeiro de 1916. Tornar-se-ia um dos maiores escritores portugueses do século XX. Sua obra literária foi construída por romances e contos, dividindo-se em dois períodos: o neo-realismo e o existencialismo.
O existencialismo de Vergílio Ferreira reflete um questionamento de homem em todas as suas tragédias, em todas as suas escolhas e procuras, muitas vezes sem o rumo que se espera, mas na perfeita tradução da eterna solidão humana, condição absoluta para o crescimento psicológico dentro de um mundo muitas vezes lúdico a contrastar com os costumes e a crueza da vida.
Com os pais migrados nos EUA, Vergílio Ferreira mergulha na solidão existencialista que acompanharia a sua obra. Esta solidão é construída quando passa seis anos em um seminário. Ainda no liceu, dedica-se à poesia, que nunca seria publicada. Segue mais tarde para Coimbra, onde cursa a Faculdade de Letras.
Em 1943 escreve o seu primeiro romance, O Caminho Fica Longe. Iniciava-se assim, uma grande carreira literária, galardoada pelo Prêmio Camões em 1992.
Vergílio Ferreira morreu em Lisboa, no dia 1 de março de 1996, sendo enterrado em Melo.

OBRAS:

Ficção:

1943 - O Caminho fica Longe
1944 - Onde Tudo foi Morrendo
1946 - Vagão "J"
1949 - Mudança
1953 - A Face Sangrenta
1953 - Manhã Submersa
1959 - Aparição
1960 - Cântico Final
1962 - Estrela Polar
1963 - Apelo da Noite
1965 - Alegria Breve
1971 - Nítido Nulo
1972 - Apenas Homens
1974 - Rápida, a Sombra
1976 - Contos
1979 - Signo Sinal
1983 - Para Sempre
1986 - Uma Esplanada Sobre o Mar
1987 - Até ao Fim
1990 - Em Nome da Terra
1993 - Na Tua Face
1996 - Cartas a Sandra

Ensaios:

1943 - Sobre o Humorismo de Eça de Queirós
1957 - Do Mundo Original
1958 - Carta ao Futuro
1963 - Da Fenomenologia a Sartre
1963 - Interrogação ao Destino, Malraux
1965 - Espaço do Invisível I
1969 - Invocação ao Meu Corpo
1976 - Espaço do invisível II
1977 - Espaço do invisível III
1981 - Um Escritor Apresenta-se
1987 - Espaço do invisível IV
1988 - Arte Tempo

Diários:

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CRONOLOGIA:

1916 – No dia 28 de Janeiro, sexta-feira, Vergílio Ferreira nasce em Melo, concelho de Gouveia, filho de António Augusto Ferreira e Josefa Ferreira.
1920 – Os pais de Vergílio Ferreira emigram para os Estados Unidos, deixando-o, com seus irmãos, ao cuidado de suas tias maternas. Esta dolorosa separação é descrita em Nítido Nulo.
1926 – Após uma peregrinação a Lourdes, entra no seminário do Fundão, que freqüentará durante seis anos. Esta vivência será o tema central de Manhã Submersa.
1932 – Deixa o seminário e acaba o curso liceal no Liceu da Guarda. Começa a dedicar-se à poesia.
1936 – Entra para a Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Continua a dedicar-se a poesia, nunca publicada, salvo alguns versos lembrados em Conta- Corrente.
1939 - Escreve o seu primeiro romance, O Caminho Fica Longe,
1940 – Conclui a sua licenciatura em Filologia Clássica.
1942 – Concluí o estágio no Liceu D. João III, em Coimbra. Começa a lecionar em Faro. Publica o ensaio “Teria Camões Lido Platão?”. Escreve “Onde Tudo Foi Morrendo”.
1944 – Leciona no Liceu de Bragança. Publica “Onde Tudo Foi Morrendo”. Escreve Vagão “J”.
1945 – Ingressa no Liceu de Évora, cidade que marcará vários dos seus romances, entre os quais “Aparição”.
1946 – Casa-se com Regina Kasprzykowsky. Publica Vagão “J”.
1947 – Viaja pela Espanha.
1948 – Publica Mudança, que marca a sua passagem do neo-realismo para o existencialismo.
1953 – Publica a coletânea de contos A Face Sangrenta.
1954 – Viaja pela França, Bélgica e Holanda. Publica Manhã Submersa.
1956 – Escreve Cântico Final.
1957 – Publica a coletânea de ensaios “Do Mundo Original”.
1958 – Publica um novo ensaio, Carta ao Futuro.
1959 – Ingressa no Liceu Camões, em Lisboa. Publica Aparição.
1960 – Recebe o Prêmio Camilo Castelo Branco, por Aparição, da Sociedade Portuguesa de Escritores.
1962 – Publica Estrela Polar e o ensaio “Da Fenomenologia a Sartre”, que constitui o prefácio da tradução de “O Existencialismo é um Humanismo”.
1963 – Publica o romance Apelo da Noite e o ensaio “André Malraux (Interrogação ao Destino)”.
1965 – Publica Alegria Breve e a coletânea de ensaios Espaço Invisível I. É galardoado com o Prêmio Casa da Imprensa.
1967 – Viaja pela Itália.
1971 - Publica Nítido Nulo e viaja pela Grécia.
1976 – Publica um volume de Contos.
1978 – Antonio Macedo faz um filme do conto Encontro.
1979 – Lauro Antonio realiza o longa-metragem Manhã Submersa, Vergílio Ferreira desempenha o papel de Reitor.
1983 – Viaja pela Grécia, Egito e Brasil, em comitivas presidenciais. Publica Para Sempre e Conta-Corrente III. Recebe os Prêmios do Pen Club, Associação Internacional de Críticos Literários, do município de Lisboa e o Prêmio D. Dinis da Casa de Mateus. Lauro Antonio realiza Mãe Genoveva.
1984 – É eleito para a Academia Brasileira de Letras.
1988 – Recebe o Grande Prêmio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores, pelo romance Até ao Fim.
1990 – Recebe o Prêmio Femina por Martin Perdu, tradução francesa de Manhã Submersa.
1991 – Recebe em Bruxelas o Prêmio Europália pelo conjunto de sua obra literária.
1992 – É eleito para a Academia das Ciências de Lisboa. É galardoado com o Prêmio Camões.
1993 – Recebe o doutoramento Honoris Causa, na Universidade de Coimbra.
1996 – Morre em Lisboa, a 1 de março. É sepultado “virado para a serra” como sempre desejou, em Melo. É publicado o romance que deixou incompleto, Cartas a Sandra.

 
 

 
 
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Terça-feira, 4 de Novembro de 2008

A RAINHA MARGOT

 


Um dos filmes mais densos dos anos noventa, A Rainha Margot, de 1994, trouxe para as telas o romance homônimo de Alexandre Dumas, que nas páginas da literatura relata de forma romanceada, a história Marguerite de Valois, filha de Catarina de Médici, conhecida como rainha Margot.
O filme de Patrice Chéreau abstrai-se totalmente da atmosfera do romantismo que traz o livro de Dumas, para torná-lo coberto de imagens impactantes, movidas por um furor histórico estonteante, onde a nudez e o sangue se interligam em cores fortes, em contraste com a imagem barroca de reconstrução de época. Ao assistirmos ao filme, quase que sentimos o cheiro do sangue, o cheiro dos corpos, prontamente preparados para trazer líquidos seminais no meio da guerra e da intolerância.
Isabelle Adjani é a uma bela e sensual rainha Margot, impregnando ao personagem a malícia, a intriga e o romantismo passional que afloram em tão inesperada personagem, uma sobrevivente de um destino político e dos acordos que revelam os bastidores sórdidos do poder que sustentaram as monarquias absolutistas nos primórdios dos estados modernos.
A Rainha Margot traz para o cinema um jeito psicológico de contar um épico histórico. Fascina pelas personagens ambíguas e desprovidas de uma moral vigente, de uma consciência aquém do poder e da ambição humana.

Um Cartaz Coberto de Sangue

Patrice Chéreau enche de beleza a paisagem humana, totalmente violada pelas atrocidades da guerra civil e dos envenenamentos provocados pela ambição do poder, onde o corpo perfeito desfaz-se, definha-se ao sabor do veneno.
Com as suas externas gravadas em Portugal, no Convento de Mafra, Chéreau usou vários modelos lisboetas como figurantes, dando uma idéia de perfeição estética aos rostos e corpos atrás dos protagonistas, quase que a vislumbrar ao ideal grego. No famoso convento português, a França do século XVI renasce em uma paisagem barroca.
O uso do sangue a marcar certas cenas pode ser visto já nos cartazes dos filmes, que trazem Isabelle Adjani vestida em trajes de bodas, com o vestido totalmente coberto pelo sangue. Mas o filme não perde o seu fio histórico, muito menos traz cenas de violência sem sentido, pelo contrário, apesar de manchadas de vermelho, as cenas são menores do que a realidade histórica, uma das mais negras do povo francês. A paisagem humana sobressai à paisagem histórica. Não são corpos assassinados pela intolerância religiosa que vemos, mas rostos humanos cobertos de vida psicológica latente.

A Noite de São Bartolomeu

No século XVI a hegemonia da igreja católica é abalada pelo surgimento do protestantismo. A França, que sempre teve a nobreza voltada e complementada pelo poder da igreja, vê a sua população aderir ao protestantismo. A convulsão permanente entre católicos e protestantes cria um clima minado, que pode explodir a qualquer momento. Em 1572, Marguerite de Valois, irmã do rei da França, é dada como esposa para o protestante Henrique de Navarra, em um casamento real feito para que se acalmassem os ânimos entre os huguenotes (como eram conhecidos os protestantes) e os católicos.
Na noite das bodas de Margot e Henrique de Navarra, em 22 de agosto, um agente de Catarina de Médici (no filme magistralmente interpretada por Virna Lisi), mãe do rei da França, Carlos IX (que tinha apenas 22 anos e não detinha verdadeiramente o controle), um católico chamado Maurevert, tentou assassinar o almirante Gaspard de Coligny, líder huguenote de Paris, o que enfureceu os protestantes, apesar de ele ter ficado apenas ferido. Nas primeiras horas da madrugada de 24 de agosto, o dia de São Bartolomeu, dezenas de líderes huguenotes foram assassinados em Paris, numa série coordenada de ataques planejados pela família real. Este massacre, que passou para a história como A Noite de São Bartolomeu, é retratado com extremo realismo por Chéreau, dando às imagens um tom épico, arrancando-lhe a violência crua e sem sentido. O massacre seguiria até outubro, durante o período, cerca de 70 a 100 mil huguenotes foram mortos.

A Paixão no Meio da Luta Pelo Poder

Os meandros da história são cobertos por mistérios e tramas perigosas. Virna Lisi traz uma Catarina de Médici perigosa e fria, que na tentativa de envenenar o genro Henrique de Navarra, outra composição magistral do ator Daniel Auteuil, para impedi-lo de herdar o trono (ele um huguenote), envenena o próprio filho, o rei Carlos IX (vivido pelo ator Jean-Huges Anglades), subindo ao trono o irmão, Henrique III, que seria assassinado futuramente, e Henrique de Navarra subiria ao trono, para desgosto de Catarina de Médici, que não teria a sua descendência no trono da França.
As tramas políticas, as mortes, os assassínios, dão passagem ao amor de Margot pelo moleiro La Molê (Vincent Perez). As cenas de amor entre Margot e La Molê dão o tom passional ao filme. Cobertos de um erotismo contundente (a cena de nudez do ator Vincent Perez causou impacto no nu frontal, devido à condição de bem-dotado do galã), dão sempre a sensação de perigo aos jovens amantes. Quando por fim La Mole é decapitado, acusado de conspiração, uma Margot infeliz e destronada das ambições de ser rainha, leva no colo a cabeça do amado, mais uma vez cobrindo-se de sangue. Esta cena Chéreau inspirou-se em “O Vermelho e o Negro”, de Stendhal. Imagens definitivas, entre o épico e o psicológico, fazem deste filme um dos melhores da década de noventa e do fim do século XX. O filme arrebatou 5 prêmios César (o César é o prêmio anual do cinema francês) e 2 prêmios no Festival de Cannes.
Isabelle Adjani consegue aqui uma das interpretações mais brilhantes da sua carreira, num dos papéis mais ambíguos da história do cinema francês. No papel da rainha Margot, ganhou o seu quarto César, feito até então inédito de uma atriz francesa. Isabelle Adjani tem uma antagonista à altura, Virna Lisi, que faz da sua Catarina de Médici uma das mais empolgantes e complexas vilãs do cinema, numa interpretação barroca, que lhe concedeu o prêmio de melhor atriz no Festival de Cannes, além do César como melhor atriz coadjuvante. Sem dúvida o encontro de Isabelle Adjani e Virna Lisi é o ponto alto do filme.
Patrice Chéreau, que além de cineasta, é ator de teatro e do cinema francês, conseguiu um momento de genialidade único, difícil de superar. Ficou marcado como o diretor de A Rainha Margot.

Ficha Técnica:

A Rainha Margot

Direção: Patrice Chéreau
Ano: 1994
País: França, Itália, Alemanha
Gênero: Drama
Duração: 136 minutos / cor
Título Original: La Reine Margot
Elenco: Isabelle Adjani, Daniel Auteuil, Virna Lisi, Vincent Perez, Jean-Hugues Anglade, Dominique Blanc, Pascal Gregory, Claudio Amendola, Miguel Bosé, Asia Argento, Julien Rassam, Thomas Kretschmann, Jean-Claude Brialy, Jean-Philippe Ecoffey, Albano Guaetta
Sinopse: Na França de 1572, a guerra religiosa está destruindo o país. Com o objetivo de dar fim aos conflitos, a católica Marguerite de Valois, também conhecida como Margot, e o protestante Henri de Navarre unem-se num casamento arranjado. Mas os resultados dessa união são ainda mais devastadores.

Filmografia de Patrice Chéreau:

Diretor:

1974 - La Chair de l'orchidée
1978 - Judith Therpauve
1983 - l'Homme blessé
1987 - Hôtel de France
1991 - Contre l'oubli (filme coletivo)
1994 - La Reine Margot
1998 - Ceux qui m'aiment prendront le train
2000 - Intimacy (Intimidade)
2003 - Son frère

Ator:

1982 - Danton
1999 - Le Temps retrouvé
2002 - Au plus près du paradis
2003 - Le temps du loup


 

 
 

 

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